{"id":12244,"date":"2021-03-04T16:31:55","date_gmt":"2021-03-04T16:31:55","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12244"},"modified":"2021-03-04T16:31:55","modified_gmt":"2021-03-04T16:31:55","slug":"bons-resultados-exigem-opcoes-certas-nos-sectores-dos-transportes-e-energia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/bons-resultados-exigem-opcoes-certas-nos-sectores-dos-transportes-e-energia\/","title":{"rendered":"Bons resultados exigem op\u00e7\u00f5es certas nos sectores dos transportes e energia"},"content":{"rendered":"

Lisboa \/ Portugal; Bruxelas, B\u00e9lgica – Apesar do importante papel que os ve\u00edculos el\u00e9ctricos podem ter na redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de carbono da Europa, a legisla\u00e7\u00e3o europeia apresenta lacunas que poder\u00e3o conduzir a um aumento do uso de petr\u00f3leo e das emiss\u00f5es poluentes no sector dos transportes. \u00c9 o que nos diz o mais recente relat\u00f3rio da Federa\u00e7\u00e3o Europeia de Transportes e Ambiente (T&E, na sigla em ingl\u00eas) de que a Quercus \u00e9 membro.<\/b><\/p>\n

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O presidente da Comiss\u00e3o Europeia, Dur\u00e3o Barroso, apelou no passado m\u00eas de Setembro para a \u201cdescarboniza\u00e7\u00e3o\u201d do sector dos transportes, destacando o crescimento dos ve\u00edculos el\u00e9ctricos como um dos objectivos chave.\u00a0(1)<\/p>\n

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Os limites de emiss\u00e3o de CO2<\/sub>\u00a0para os ve\u00edculos novos, acordados pela Uni\u00e3o Europeia (UE) em Dezembro, incluem o conceito de \u201csupercr\u00e9ditos\u201d que permitem aos fabricantes da ind\u00fastria autom\u00f3vel venderem mais de tr\u00eas ve\u00edculos com elevado consumo de combust\u00edvel (como os jipes ou SUVs) por cada ve\u00edculo el\u00e9ctrico vendido. A esta lacuna da legisla\u00e7\u00e3o Europeia acresce que os ve\u00edculos el\u00e9ctricos s\u00e3o contabilizados como tendo \u201czero-emiss\u00f5es\u201d, apesar da electricidade que utilizam poder ser proveniente de combust\u00edveis f\u00f3sseis altamente carb\u00f3nicos, como o carv\u00e3o, ou discut\u00edveis do ponto de vista do desenvolvimento sustent\u00e1vel, como o nuclear\u00a0(2).<\/p>\n

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Como efeito combinado de todas estas lacunas legislativas, os fabricantes que escolham actuar no mercado dos ve\u00edculos el\u00e9ctricos de modo a atingir os objectivos da UE, ter\u00e3o de fazer um menor esfor\u00e7o para reduzir as emiss\u00f5es dos ve\u00edculos convencionais. Em termos pr\u00e1ticos, o resultado ser\u00e1 o aumento das emiss\u00f5es de CO2<\/sub>\u00a0e do consumo de petr\u00f3leo.<\/p>\n

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Os \u201csupercr\u00e9ditos\u201d foram ainda inclu\u00eddos na proposta legislativa apresentada no m\u00eas passado para melhorar as emiss\u00f5es de CO2<\/sub>\u00a0dos ve\u00edculos ligeiros de mercadorias.<\/p>\n

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A Quercus e o T&E apelam \u00e0 correc\u00e7\u00e3o destas lacunas, bem como \u00e0 necessidade de tornar mais restritivas as normas relativas \u00e0s emiss\u00f5es de CO2<\/sub>\u00a0e efici\u00eancia energ\u00e9tica nos ve\u00edculos.<\/p>\n

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O relat\u00f3rio argumenta que este erro j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 novo, existindo exemplos no passado recente em que a ind\u00fastria e o poder pol\u00edtico preferiram confiar em tecnologias \u201cde sonho\u201d, distantes, como sendo a solu\u00e7\u00e3o para a resolu\u00e7\u00e3o dos problemas ambientais, em vez de estabelecerem objectivos realistas para melhorar a efici\u00eancia nas emiss\u00f5es de CO2 e no consumo de combust\u00edvel. Hidrog\u00e9nio, biocombust\u00edveis e o pr\u00f3prio interesse inicial nos ve\u00edculos el\u00e9ctricos \u2013 todos falharam redundantement por diferentes raz\u00f5es, embora tenham em comum o facto de terem sido uma \u201cdistrac\u00e7\u00e3o\u201d para o poder pol\u00edtico, impedindo-o de se concentrar em pressionar os fabricantes de ve\u00edculos\u00a0 na melhoria da efici\u00eancia dos ve\u00edculos em todos os sentidos.<\/p>\n

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Jos Dings, director da T&E, afirmou que \u201co desafio do poder pol\u00edtico \u00e9 cortar nas emiss\u00f5es poluentes e reduzir a nossa depend\u00eancia do petr\u00f3leo e n\u00e3o promover os ve\u00edculos el\u00e9ctricos. A UE n\u00e3o pode afastar-se deste objectivo novamente e deixar-se distrair por uma moda tecnol\u00f3gica. Para que os ve\u00edculos el\u00e9ctricos possam ser bem sucedidos, seja para o ambiente seja para a ind\u00fastria, deve-se continuar a trabalhar no sentido de promover uma maior efici\u00eancia energ\u00e9tica e menores emiss\u00f5es de CO2<\/sub>\u00a0para todos os ve\u00edculos. Sem isso, promover os ve\u00edculos el\u00e9ctricos s\u00f3 por si n\u00e3o deixar\u00e1 qualquer margem para o sucesso\u201d.<\/p>\n

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Francisco Ferreira da Quercus considera que \u201cPortugal continua desequilibrado nas duas prioridades de transportes e energia: a efici\u00eancia energ\u00e9tica tem de ganhar maior prioridade porque \u00e9 mais custo-eficiente que o investimento em renov\u00e1veis. A aposta nos ve\u00edculos el\u00e9ctricos n\u00e3o deve fazer esquecer a absoluta necessidade de apostar no transporte colectivo, por exemplo, pondo a funcionar as Autoridades Metropolitanas de Transportes que continuam apenas a existir em teoria.\u201d Acrescentando, que “o Governo apresentou no seu programa os ve\u00edculos el\u00e9ctricos como um dos pilares de redu\u00e7\u00e3o dos impactes ambientais dos transportes. Essa medida \u00e9 bem-vinda. Mas este relat\u00f3rio vem agora mostrar que para esta estrat\u00e9gia ser verdadeiramente eficaz o Governo, os Eurodeputados e a Comiss\u00e3o Barroso t\u00eam urgentemente de rever a legisla\u00e7\u00e3o adoptada em Dezembro sen\u00e3o vamos investir em carros el\u00e9ctricos e n\u00e3o vamos ver nem uma redu\u00e7\u00e3o nas emiss\u00f5es nem na factura energ\u00e9tica: ser\u00e1 uma oportunidade perdida.”<\/p>\n

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O relat\u00f3rio examina ainda as implica\u00e7\u00f5es dos ve\u00edculos el\u00e9ctricos no sector energ\u00e9tico, argumentando que a UE precisa de pensar seriamente como vai assegurar que a procura extra de electricidade ser\u00e1 assegurada atrav\u00e9s de energias renov\u00e1veis, com menores impactes ambientais, e n\u00e3o atrav\u00e9s de mais carv\u00e3o altamente poluente ou de outros investimentos insustent\u00e1veis como o nuclear. Por fim, \u00e9 feita ainda a ressalva que todo e qualquer ve\u00edculo ter\u00e1 de ser equipado com tecnologia \u2018smart meter\u2019, de modo a contabilizar a quantidade de electricidade que est\u00e1 a ser consumida e qual a sua proveni\u00eancia.<\/p>\n

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O relat\u00f3rio \u201cHow to Avoid an Electric Shock – Electric Cars from Myth to Reality\u201d (\u201cComo evitar um choque el\u00e9ctrico \u2013 Ve\u00edculos El\u00e9ctricos do Mito \u00e0 Realidade\u201d) est\u00e1 disponivel para download em\u00a0www.transportenvironment.org<\/a>.<\/p>\n

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Estudo divulgado em simult\u00e2neo em Bruxelas, Portugal e outros pa\u00edses europeus<\/p>\n

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(1)\u00a0http:\/\/www.reuters.com\/article\/environmentNews\/idUSTRE5824JY20090903<\/a><\/p>\n

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  1. Os supercr\u00e9ditos ser\u00e3o sucessivamente reduzidos at\u00e9 2016, mas os ve\u00edculos el\u00e9ctricos continuar\u00e3o a ser contabilizados como \u201czero\u201d emiss\u00f5es.<\/li>\n<\/ol>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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