A campanha de comunica\u00e7\u00e3o da EDP, amplamente divulgada nos mais diversos \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o social, est\u00e1 a escandalizar as Organiza\u00e7\u00f5es N\u00e3o Governamentais de Ambiente e in\u00fameras individualidades ligadas \u00e0 conserva\u00e7\u00e3o da natureza.Esta campanha associa erradamente as barragens \u00e0 protec\u00e7\u00e3o da biodiversidade, quando na verdade a sua constru\u00e7\u00e3o significa uma forte amea\u00e7a tanto \u00e0s popula\u00e7\u00f5es humanas como \u00e0s esp\u00e9cies silvestres, n\u00e3o s\u00f3 as referidas na pr\u00f3pria campanha – aves rup\u00edcolas, peixes, lobos, morcegos e flora \u2013 mas todas as constantes da biodiversidade espec\u00edfica de cada habitat.<\/b><\/p>\n
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A EDP iniciou no passado dia 24 de Abril uma campanha de comunica\u00e7\u00e3o subordinada ao tema \u201cQuando projectamos uma barragem projectamos um futuro melhor\u201d, que est\u00e1 a ser amplamente divulgada em v\u00e1rios meios nomeadamente televis\u00e3o, imprensa, r\u00e1dio e Internet, passando a ideia errada de que as barragens constituem uma forma de protec\u00e7\u00e3o da biodiversidade. As Organiza\u00e7\u00f5es N\u00e3o Governamentais de Ambiente portuguesas est\u00e3o escandalizadas com esta campanha que claramente tenta branquear os in\u00fameros impactes ambientais fortemente negativos e irrevers\u00edveis associados \u00e0 constru\u00e7\u00e3o das barragens.<\/p>\n
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Na verdade, a constru\u00e7\u00e3o de barragens, como a que est\u00e1 em curso no rio Sabor ou a projectada para a foz do rio Tua, resulta numa altera\u00e7\u00e3o dram\u00e1tica das condi\u00e7\u00f5es naturais dos cursos de \u00e1gua e na elimina\u00e7\u00e3o directa de extensas \u00e1reas de vegeta\u00e7\u00e3o aut\u00f3ctone e de habitats terrestres e fluviais que s\u00e3o o suporte de vida para uma grande diversidade de esp\u00e9cies da fauna, nomeadamente para as pr\u00f3prias aves rup\u00edcolas, os peixes, o lobo e os morcegos referidos na campanha da EDP.<\/p>\n
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N\u00e3o obstante as medidas impostas \u00e0 EDP para tentar minimizar ou compensar parte dos danos ambientais provocados pela constru\u00e7\u00e3o de barragens, o balan\u00e7o final \u00e9 negativo para a biodiversidade e gest\u00e3o sustent\u00e1vel dos recursos h\u00eddricos, pelo que esta campanha de desinforma\u00e7\u00e3o n\u00e3o reflecte minimamente a realidade. Para quem conhece o efeito arrasador das grandes barragens do ponto de vista ambiental, social e econ\u00f3mico, a projec\u00e7\u00e3o das imagens de esp\u00e9cies e paisagens emblem\u00e1ticas sobre o pared\u00e3o de uma barragem, na sua maioria captadas em rios n\u00e3o represados, s\u00f3 poder\u00e1 simbolizar os fantasmas das vidas destru\u00eddas em consequ\u00eancia da sua constru\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
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\u00c9 ainda fundamental chamar a aten\u00e7\u00e3o que as grandes barragens s\u00e3o uma forma cara e ineficaz de resolver as necessidades energ\u00e9ticas do Pa\u00eds. Com o mesmo investimento previsto para o Programa Nacional de Barragens, seria poss\u00edvel p\u00f4r em pr\u00e1tica medidas de uso eficiente da energia que, sem perda de funcionalidade ou conforto, permitiriam poupar cerca de CINCO VEZES MAIS ELECTRICIDADE do que a produ\u00e7\u00e3o das barragens propostas.<\/p>\n
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Assim, as Associa\u00e7\u00f5es signat\u00e1rias esperam que a EDP, em respeito pela verdade e transpar\u00eancia, retire esta campanha enganadora. Os milh\u00f5es de euros gastos em campanhas deste tipo seriam certamente melhor empregues na promo\u00e7\u00e3o da efici\u00eancia energ\u00e9tica, de que o Pa\u00eds necessita muito mais que de barragens.<\/p>\n
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Lisboa, 30 de Abril de 2009<\/p>\n
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Plataforma Sabor Livre, FAPAS (Fundo para a Protec\u00e7\u00e3o dos Animais Selvagens), GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Territ\u00f3rio e Ambiente), LPN (Liga para a Protec\u00e7\u00e3o da Natureza), QUERCUS (Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza) e SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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