{"id":12110,"date":"2021-03-04T16:19:43","date_gmt":"2021-03-04T16:19:43","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12110"},"modified":"2021-03-04T16:19:43","modified_gmt":"2021-03-04T16:19:43","slug":"abutre-preto-volta-a-nidificar-em-portugal-passados-40-anos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/abutre-preto-volta-a-nidificar-em-portugal-passados-40-anos\/","title":{"rendered":"Abutre Preto volta a nidificar em Portugal passados 40 Anos"},"content":{"rendered":"

O Abutre-preto, uma esp\u00e9cie em perigo critico de extin\u00e7\u00e3o, regressa a Portugal como nidificante. Esta semana come\u00e7aram a voar as duas crias de abutre-preto nascidas em territ\u00f3rio nacional nos \u00faltimos 40 anos, provando que \u00e9 poss\u00edvel compatibilizar a ca\u00e7a com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza, quando a lei e as boas pr\u00e1ticas de gest\u00e3o cineg\u00e9tica s\u00e3o aplicadas.<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

A extin\u00e7\u00e3o nos anos 70<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

O Abutre-preto extinguiu-se como nidificante em Portugal no in\u00edcio da d\u00e9cada de 70, devido \u00e0 persegui\u00e7\u00e3o que foi alvo e ao uso de venenos. A destrui\u00e7\u00e3o de habitat de nidifica\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m dever\u00e1 ter contribu\u00eddo para a sua extin\u00e7\u00e3o em Portugal. No entanto, a esp\u00e9cie manteve-se presente na faixa fronteiri\u00e7a das regi\u00f5es Centro e Sul com indiv\u00edduos provenientes de Espanha, onde existe uma popula\u00e7\u00e3o de 1 845 casais.<\/p>\n

 <\/p>\n

Esp\u00e9cie nidifica no Parque Natural do Tejo Internacional<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

Este ano tr\u00eas jovens casais de Abutre Preto instalaram-se no Tejo Internacional, tendo constru\u00eddo os ninhos em \u00e1rvores (Azinheiras). Os abutres est\u00e3o a nidificar numa zona de ca\u00e7a, provando que \u00e9 poss\u00edvel compatibilizar a ca\u00e7a com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza, quando a lei e as boas pr\u00e1ticas de gest\u00e3o cineg\u00e9tica s\u00e3o aplicadas. Um dos casais n\u00e3o teve sucesso tendo ca\u00eddo o ninho no in\u00edcio da \u00e9poca de reprodu\u00e7\u00e3o, os outros dois conseguiram realizar as posturas tendo nascido duas crias. No passado m\u00eas de Junho ambos os ninhos ru\u00edram parcialmente, fazendo cair as crias ao solo, pois os ninhos destas aves podem chegar a pesar centenas de quilos, e as jovens azinheiras n\u00e3o aguentaram o peso. Gra\u00e7as a um r\u00e1pida interven\u00e7\u00e3o foi montada uma opera\u00e7\u00e3o de resgate e reconstru\u00e7\u00e3o dos ninhos, realizada pela \u00a0QUERCUS e pelo ICNB – Instituto de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e da Biodiversidade.<\/p>\n

 <\/p>\n

Opera\u00e7\u00e3o de resgate<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

Ap\u00f3s a opera\u00e7\u00e3o de resgate verificou-se que uma das crias se encontrava em estado cr\u00edtico, pelo que viria a ingressar no CERAS (Centro de Estudos e Recupera\u00e7\u00e3o de Fauna Selvagem de Castelo Branco), gerido pela Quercus.\u00a0 Depois da estabiliza\u00e7\u00e3o da crias, foram colocadas em plataformas-ninho constru\u00eddas no local original dos ninhos, de forma a permitir que continuassem a ser criadas pelos progenitores. Esta delicada opera\u00e7\u00e3o implicou a montagem de uma equipa de vigil\u00e2ncia permanente e assist\u00eancia veterin\u00e1ria no ninho, para alimentar a cria at\u00e9 esta voltar a ser alimentada pelos progenitores, o que viria a acontecer dois dias depois da opera\u00e7\u00e3o de recoloca\u00e7\u00e3o da cria mais pequena no ninho.<\/p>\n

 <\/p>\n

Crias marcadas com emissores<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

No passado dia 28 Junho numa colabora\u00e7\u00e3o da GREFA (Grupo para a Recuperaci\u00f3n de la Fauna Aut\u00f3ctona e su Habitat) de Madrid e do Minist\u00e9rio de M\u00e9dio Ambiente Espanhol, foram marcadas as duas crias, baptizadas de Tejo e Aravil, com um emissor de sat\u00e9lite PTT e com emissor radiotracking convencional. Desta forma vai ser poss\u00edvel seguir os movimentos destas duas crias e obter informa\u00e7\u00e3o fundamental sobre o seu comportamento e a sua dispers\u00e3o pelo territ\u00f3rio.<\/p>\n

 <\/p>\n

Na \u00faltima semana come\u00e7aram a voar as duas crias, realizando pequenos voos no vale onde est\u00e3o os ninhos.<\/p>\n

 <\/p>\n

Principais amea\u00e7as<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

Actualmente as principais amea\u00e7as \u00e0 conserva\u00e7\u00e3o desta esp\u00e9cie s\u00e3o o uso ilegal de venenos, a perturba\u00e7\u00e3o durante o per\u00edodo reprodutor nas zonas de nidifica\u00e7\u00e3o\u00a0 e a redu\u00e7\u00e3o\u00a0 de alimento dispon\u00edvel nos campos.<\/p>\n

 <\/p>\n

Depois do surto de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mais conhecida como doen\u00e7a das vacas loucas), a Uni\u00e3o Europeia criou um conjunto de novas normas sanit\u00e1rias que tornou quase imposs\u00edvel aos criadores de gado manterem carca\u00e7as no campo, ao alcance dos necr\u00f3fagos. Esta situa\u00e7\u00e3o traduziu-se numa redu\u00e7\u00e3o dr\u00e1stica do alimento dispon\u00edvel para os abutres, com consequ\u00eancias potencialmente graves para esta esp\u00e9cie amea\u00e7ada.<\/p>\n

 <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Abutre-preto, uma esp\u00e9cie em perigo critico de extin\u00e7\u00e3o, regressa a Portugal como nidificante. Esta semana come\u00e7aram a voar as duas crias de abutre-preto nascidas em territ\u00f3rio nacional nos \u00faltimos 40 anos, provando que \u00e9 poss\u00edvel compatibilizar a ca\u00e7a com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza, quando a lei e as boas pr\u00e1ticas de gest\u00e3o cineg\u00e9tica s\u00e3o […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[100,329],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12110"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=12110"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12110\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":12135,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12110\/revisions\/12135"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=12110"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=12110"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=12110"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}