Fez, no passado dia 26 de Abril, um quarto de s\u00e9culo que ocorreu o acidente na central nuclear de Chernobil, na Ucr\u00e2nia, que em 1986 fazia parte da Uni\u00e3o das Rep\u00fablicas Socialistas Sovi\u00e9ticas, URSS. J\u00e1 em 1979 tinha existido um acidente grave na central nuclear de Three Mile Island nos Estados Unidos da Am\u00e9rica, EUA, e neste momento ainda n\u00e3o se conhece a dimens\u00e3o real do acidente da central nuclear de Fukoshima no Jap\u00e3o, sendo contudo j\u00e1 certo que este ter\u00e1 sido um dos mais graves da hist\u00f3ria.<\/b><\/p>\n
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Temos assim os tr\u00eas maiores acidentes nucleares em tr\u00eas dos pa\u00edses mais avan\u00e7ados nas tecnologias da ind\u00fastria nuclear e \u00e9 importante pois, reflectir sobre os problemas de seguran\u00e7a inerentes a este tipo de centrais.<\/p>\n
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Energia nuclear contr\u00e1ria ao princ\u00edpio da precau\u00e7\u00e3o<\/b><\/p>\n
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Em Portugal tem existido um consenso sobre a n\u00e3o constru\u00e7\u00e3o de centrais nucleares – H\u00e1 35 anos atr\u00e1s, a popula\u00e7\u00e3o de Ferrel marchou contra a constru\u00e7\u00e3o da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejei\u00e7\u00e3o do nuclear. \u00c9 importante que o nosso pa\u00eds continue a seguir o princ\u00edpio da precau\u00e7\u00e3o. Este princ\u00edpio, que est\u00e1 na base das estrat\u00e9gias e pol\u00edticas do desenvolvimento sustent\u00e1vel, aconselha-nos a agir de maneira a evitar danos potencialmente catastr\u00f3ficos ou irrevers\u00edveis para o ambiente e para a sa\u00fade humana, ainda que n\u00e3o tenhamos todos os dados em cima da mesa para aferir a gravidade da situa\u00e7\u00e3o. Em suma, o princ\u00edpio da precau\u00e7\u00e3o leva-nos a agir antecipadamente quando existem sinais claros da possibilidade de ocorr\u00eancia de um problema, ainda que n\u00e3o tenhamos toda a informa\u00e7\u00e3o ou toda a certeza sobre o mesmo.<\/p>\n
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A op\u00e7\u00e3o pela fiss\u00e3o nuclear \u00e9 contr\u00e1ria a este princ\u00edpio e p\u00f5e em causa a norma \u00e9tica da equidade intra e inter-geracional, sendo que \u00e0 luz dos actuais conhecimentos n\u00e3o \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica aceit\u00e1vel, quer do ponto de vista dos seus impactes no ambiente, quer na sa\u00fade humana.<\/p>\n
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Um ciclo pouco virtuoso<\/b><\/p>\n
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\u00c9 fundamental olhar para o nuclear como um todo: os problemas est\u00e3o no in\u00edcio do ciclo, nas explora\u00e7\u00f5es de ur\u00e2nio que causam problemas ambientais e de sa\u00fade graves em todo o mundo. Em Portugal v\u00e1rias d\u00e9cadas ap\u00f3s o fim da explora\u00e7\u00e3o deste min\u00e9rio, sobretudo na zona centro do pa\u00eds, os problemas n\u00e3o foram completamente diagnosticados e por isso est\u00e3o ainda longe de estar resolvidos. Existem mais de quarenta minas abandonadas que continuam a poluir a \u00e1gua e os solos e a afectar as popula\u00e7\u00f5es vizinhas.<\/p>\n
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No final do ciclo tamb\u00e9m ainda n\u00e3o se conhece um destino est\u00e1vel e seguro a dar aos res\u00edduos nucleares, que se mant\u00eam potencialmente nocivos durante muitos anos, sendo que alguns elementos mant\u00eam a sua radioactividade durante milhares de anos.<\/p>\n
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O fabrico de bombas at\u00f3micas e de armas contendo ur\u00e2nio est\u00e1 tamb\u00e9m intimamente associado \u00e0 energia nuclear e \u00e9 um perigo que continua a pairar sobre a humanidade e o planeta Terra, sendo urgente a elimina\u00e7\u00e3o de todo este tipo de armamento para um mundo de paz.<\/p>\n
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O marco dos 25 anos ap\u00f3s Chernobil<\/b><\/p>\n
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Na semana dos 25 anos do acidente de Chernobil, a Quercus ANCN promove, em parceria com o MUNN, Movimento Ur\u00e2nio em Nisa N\u00e3o (MUNN) e a AZU, Associa\u00e7\u00e3o de Ambiente em Zonas Uran\u00edferas, um debate sobre as alternativas ao nuclear, a explora\u00e7\u00e3o de ur\u00e2nio em Portugal e o encerramento das centrais nucleares em Espanha, especificamente a de Almaraz, junto ao Tejo, a 100km de Portugal, que j\u00e1 ultrapassou o per\u00edodo previsto de funcionamento e, n\u00e3o obstante, viu h\u00e1 alguns meses prolongado em 10 anos o seu per\u00edodo de actividade.<\/p>\n
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A iniciativa, que decorrer\u00e1 no dia 29 de Abril, consistir\u00e1 na exibi\u00e7\u00e3o no cine-teatro de Nisa, pelas 21h00, do document\u00e1rio \u201cEnergias sem fim\u201d, sobre a situa\u00e7\u00e3o das energias alternativas em Portugal, seguida de um debate. O debate contar\u00e1 com as presen\u00e7as de:<\/p>\n
– Ant\u00f3nio Eloy, CEEETA, Centro de Estudos em Economia da Energia, dos Transportes e do Ambiente<\/p>\n
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As propostas da Quercus<\/b><\/p>\n
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H\u00e1 muitos anos que a Quercus defende que a aposta deve ser na poupan\u00e7a energ\u00e9tica e no uso mais eficiente da energia. Esta \u00e9 a estrat\u00e9gia mais barata e mais r\u00e1pida para atingir os objectivos desejados \u2013 diminuir a importa\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo, g\u00e1s natural e carv\u00e3o e reduzir a emiss\u00e3o de gases com efeito de estufa.<\/p>\n
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Em complemento \u00e9 ainda fundamental apostar nas energias renov\u00e1veis, as \u00fanicas que s\u00e3o inesgot\u00e1veis e gratuitas, bastando apenas desenvolver as tecnologias para as podermos aproveitar, com a vantagem de o podermos fazer de forma descentralizada.<\/p>\n
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Lisboa, 25 de Abril de 2011<\/p>\n
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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n
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