A Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza esteve presente durante a manh\u00e3 de hoje na apresenta\u00e7\u00e3o das linhas principais da Estrat\u00e9gia Nacional de Energia 2020, tamb\u00e9m chamado de Plano Novas Energias. A Quercus considera que a referida estrat\u00e9gia continua a n\u00e3o criar um novo paradigma de coer\u00eancia das pol\u00edticas governamentais em mat\u00e9ria de energia, na medida em que as pol\u00edticas dos \u00faltimos anos continuam a ser muito contradit\u00f3rias, com investimentos programados nos transportes, principal \u00e1rea da nossa depend\u00eancia energ\u00e9tica.<\/b><\/p>\n
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Neste Plano combina-se uma elevada oferta de infraestruturas rodovi\u00e1rias e previs\u00f5es de grande expans\u00e3o do sector aeroportu\u00e1rio, falhando uma pol\u00edtica ferrovi\u00e1ria de integra\u00e7\u00e3o europeia para passageiros e mercadorias com uma vis\u00e3o de futuro atrav\u00e9s da introdu\u00e7\u00e3o da bitola europeia, e nem sempre dever\u00e1 apostar na alta velocidade. Mais ainda, se nosso sector dom\u00e9stico se promove a certifica\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica dos edif\u00edcios, por outro lado, casas novas com ar condicionado, sem capacidade para estender roupa e novos equipamentos de entretenimento anulam e at\u00e9 reduzem os esfor\u00e7os de efici\u00eancia energ\u00e9tica feitos.<\/p>\n
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Um outro aspecto a referir, \u00e9 que a Estrat\u00e9gia apresentada \u00e9 uma consequ\u00eancia directa de uma exig\u00eancia da Uni\u00e3o Europeia no quadro da pol\u00edtica energia-clima para 2020. Muitas das \u00e1reas abrangidas t\u00eam sido parte de planos e inten\u00e7\u00f5es anteriores, sem que Portugal tenha conseguido cumprir objectivos iniciais (ex. \u00e1gua quente solar e biomassa), e principalmente tenha visto reduzir de forma continuada o seu consumo de electricidade e a sua intensidade energ\u00e9tica (indicador nunca referido durante todos os discursos da apresenta\u00e7\u00e3o).<\/p>\n
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Aspectos positivos<\/b><\/p>\n
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– Metas apresentadas em diferentes \u00e1reas (redu\u00e7\u00e3o da depend\u00eancia externa dos combust\u00edveis f\u00f3sseis; aumento das energias renov\u00e1veis, aumento do emprego, e aumento do peso do PIB associado ao sector energ\u00e9tico) s\u00e3o significativas, bem como a identifica\u00e7\u00e3o da \u00e1rea da energia como crucial para o desenvolvimento sustent\u00e1vel do pa\u00eds;<\/p>\n
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– Aumento em dez vezes da pot\u00eancia a instalar para produ\u00e7\u00e3o de electricidade renov\u00e1vel de origem solar;<\/p>\n
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– Recusa de investimento na energia nuclear, pelo que o debate sobre o tema continua ser infrut\u00edfero.<\/p>\n
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Aspectos negativos<\/b><\/p>\n
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– Prioridade maior \u00e0s energias renov\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de consumos e efici\u00eancia energ\u00e9tica (quer no conte\u00fados das medidas apresentadas, quer em investimento previsto);<\/p>\n
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– Os investimentos em energias renov\u00e1veis arriscam-se a ser demasiado extensos e a agravar fortemente os conflitos com o ambiente, nomeadamente atrav\u00e9s de barragens e e\u00f3licas onde as \u00e1reas dispon\u00edveis s\u00e3o cada vez menores.<\/p>\n
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– No sector dos transportes, nomeadamente o papel do transporte colectivo, esteve completamente ausente. A prioridade foi para o autom\u00f3vel el\u00e9ctrico que apesar das suas ineg\u00e1veis virtudes ambientais dever\u00e1 ser apenas um eixo de uma pol\u00edtica mobilidade que n\u00e3o est\u00e1 a funcionar (veja-se as Autoridades Metropolitanas de Transportes), bem como um vis\u00e3o integrada em termos de ordenamento do territ\u00f3rio. A redu\u00e7\u00e3o da necessidade de utiliza\u00e7\u00e3o do transporte individual \u00e9 fundamental para as fam\u00edlias portuguesas reduzirem custos e o pa\u00eds reduzir a sua depend\u00eancia energ\u00e9tica;<\/p>\n
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–\u00a0 O emprego previsto \u00e9 maioritariamente pouco qualificado e tempor\u00e1rio, nomeadamente no que concerne \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de barragens, os investimentos com maiores danos irrevers\u00edveis para o ambiente.<\/p>\n
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Ambiente vai ceder<\/b><\/p>\n
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O Primeiro-Ministro afirmou que as barragens s\u00e3o essenciais para uma pol\u00edtica de ambiente \u2013 n\u00e3o percebemos como, nomeadamente ap\u00f3s os Ministros do Ambiente da Uni\u00e3o Europeia ontem terem sido obrigados a reconhecer que a conserva\u00e7\u00e3o da natureza e a biodiversidade est\u00e3o com preju\u00edzos que obrigam a prorrogar o objectivo de evitar a extin\u00e7\u00e3o de mais esp\u00e9cies.<\/p>\n
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A Quercus receia muito que o Minist\u00e9rio do Ambiente face a esta Estrat\u00e9gia seja alvo de uma press\u00e3o pol\u00edtica e econ\u00f3mica ainda maior e continue na senda da ced\u00eancia que o tem caracterizado nos \u00faltimos anos, chamada agora de articula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
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A Quercus vai dar o seu contributo cr\u00edtico na compreens\u00e3o e implanta\u00e7\u00e3o desta Estrat\u00e9gia Nacional de Energia para 2020, monitorizando as ac\u00e7\u00f5es previstas, e tem vindo a reunir sobre estas mat\u00e9rias com o Minist\u00e9rio da Economia, da Inova\u00e7\u00e3o e do Desenvolvimento<\/p>\n
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Lisboa, 16 de Mar\u00e7o de 2010<\/p>\n
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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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