A Quercus, o GEOTA e o CEAI associaram-se, no passado dia 14 de Dezembro, \u00e0s comemora\u00e7\u00f5es 10 anos do Douro Patrim\u00f3nio da Humanidade, mas de luto. Perante o risco do Alto Douro Vinhateiro perder a classifica\u00e7\u00e3o de Patrim\u00f3nio da Humanidade pela UNESCO, as associa\u00e7\u00f5es signat\u00e1rias exigem que o governo suspenda a obra para que os preju\u00edzos n\u00e3o sejam maiores. Os pr\u00f3ximos 10 anos do Douro como Patrim\u00f3nio Mundial decidem-se agora.<\/p>\n
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Desde 2007 que v\u00e1rias entidades andam a alertar para o perigo da desclassifica\u00e7\u00e3o por parte da UNESCO. Com base no valor do concurso e da percentagem de trabalhos executados at\u00e9 agora, as associa\u00e7\u00f5es signat\u00e1rias estimam que o investimento feito at\u00e9 agora na concess\u00e3o, projectos e estaleiro n\u00e3o ir\u00e1 al\u00e9m de 80 milh\u00f5es de euros. Deixar a obra continuar significa perder a classifica\u00e7\u00e3o de Patrim\u00f3nio da Humanidade e ter uma barragem que n\u00e3o vale mais do que 0,1% da energia el\u00e9ctrica do Pa\u00eds, com um custo futuro de 3200\u00a0 milh\u00f5es de euros para consumidores e contribuintes. Cabe ao governo decidir entre os interesses privados da EDP ou o interesse p\u00fablico dos portugueses.<\/p>\n
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A constru\u00e7\u00e3o da Barragem do Foz Tua significa a perda de uma paisagem e uma ferrovia \u00fanicas no mundo, turismo de qualidade e agricultura sustent\u00e1vel. Parar esta obra agora \u00e9 quarenta vezes mais barato do que deix\u00e1-la avan\u00e7ar. \u00c9 um crime social, ambiental, cultural e econ\u00f3mico. Trata-se de uma vergonha nacional e alvo de cr\u00edtica de outros pa\u00edses onde o vinho do Douro \u00e9 uma marca bem conhecida.<\/p>\n
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\u00c9 necess\u00e1rio acabar com a ideia que uma barragem \u00e9 sinal de desenvolvimento. O contributo de uma barragem para o desenvolvimento local \u00e9 tempor\u00e1rio e ilus\u00f3rio. Basta analisar o que aconteceu nas muitas dezenas de locais onde foram constru\u00eddas grandes barragens. Ap\u00f3s o per\u00edodo de constru\u00e7\u00e3o, que promoveu alguns postos de trabalho na constru\u00e7\u00e3o civil e nos servi\u00e7os associados, os locais permanecem desertos e carenciados de investimento. N\u00e3o h\u00e1 mem\u00f3ria em Portugal de qualquer barragem ter criado desenvolvimento local duradouro.<\/p>\n
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O Programa Nacional de Barragens, onde a Barragem do Foz Tua se destaca como um dos casos mais deplor\u00e1veis, deve ser cancelado. As nove grandes barragens aprovadas permitiriam satisfazer apenas 3% das necessidades anuais de electricidade de Portugal. Apostar em medidas de efici\u00eancia energ\u00e9tica \u00e9 dez vezes mais barato do que aumentar a capacidade instalada de produ\u00e7\u00e3o de electricidade.<\/p>\n
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Lisboa, 14 de Dezembro de 2011<\/p>\n
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Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n
GEOTA \u2013 Grupo de Estudos de Ordenamento do Territ\u00f3rio e Ambiente<\/p>\n
CEAI \u2013 Centro de Estudos da Avifauna Ib\u00e9rica<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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