{"id":11430,"date":"2021-03-03T20:10:53","date_gmt":"2021-03-03T20:10:53","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11430"},"modified":"2021-03-03T20:10:53","modified_gmt":"2021-03-03T20:10:53","slug":"quercus-volta-a-exigir-o-encerramento-da-central-nuclear-de-almaraz-junto-a-fronteira-com-portugal","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/quercus-volta-a-exigir-o-encerramento-da-central-nuclear-de-almaraz-junto-a-fronteira-com-portugal\/","title":{"rendered":"Quercus volta a exigir o encerramento da Central Nuclear de Almaraz, junto \u00e0 fronteira com Portugal"},"content":{"rendered":"

No dia 26 de Abril assinalaram-se 27 anos desde que ocorreu o acidente na Central Nuclear de Chernobil, na Ucr\u00e2nia, que em 1986 fazia parte da Uni\u00e3o das Rep\u00fablicas Socialistas Sovi\u00e9ticas, URSS. J\u00e1 em 1979 tinha existido um acidente grave na Central Nuclear de Three Mile Island nos Estados Unidos da Am\u00e9rica, EUA, e mais recentemente, em 2011, outro grave acidente ocorreu, desta vez na Central Nuclear de Fukushima no Jap\u00e3o, tendo este sido tamb\u00e9m um dos mais severos da hist\u00f3ria do nuclear. Temos assim os tr\u00eas maiores acidentes nucleares em tr\u00eas dos pa\u00edses mais avan\u00e7ados nas tecnologias da ind\u00fastria nuclear e \u00e9 importante pois, reflectir sobre os problemas de seguran\u00e7a inerentes a este tipo de centrais.<\/strong><\/p>\n

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Central Nuclear de Almaraz \u2013 o perigo bem perto de n\u00f3s<\/strong><\/p>\n

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Ap\u00f3s o \u00faltimo grave acidente nuclear em Fukushima, no Jap\u00e3o, o Grupo de Reguladores de Seguran\u00e7a Nuclear Europeu levou a cabo um conjunto de testes de stress (stress tests), por forma a averiguar a seguran\u00e7a das centrais nucleares na Europa. Em Portugal, como n\u00e3o existem centrais nucleares, n\u00e3o se realizaram estes “stress tests”, no entanto, a preocupa\u00e7\u00e3o da Quercus relativamente a esta quest\u00e3o mantem-se pois a Central Nuclear de Almaraz, localizada a 100km da fronteira e junto ao rio Tejo, continua a revelar-se como um potencial perigo para toda a regi\u00e3o transfronteiri\u00e7a. Com efeito esta central j\u00e1 ultrapassou o seu per\u00edodo normal de funcionamento e, n\u00e3o obstante, viu prolongado em 10 anos o seu per\u00edodo de actividade.<\/p>\n

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De uma forma geral, a Quercus considera que h\u00e1 um risco preocupante com as centrais nucleares espanholas na medida em que nem todos os factores de risco foram considerados nos testes efectuados. Com efeito, n\u00e3o est\u00e3o contemplados os riscos de agress\u00f5es externas (atentados, quedas de aeronaves, etc.) nem s\u00e3o considerados os riscos em caso de acidentes naturais (sismos, inunda\u00e7\u00f5es, etc) e os sistemas externos de gest\u00e3o de socorro \u00e0s centrais nucleares (bombeiros, guarda civil, etc).<\/p>\n

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A t\u00edtulo de exemplo, o risco s\u00edsmico no “stress test” \u00e0 central de Almaraz efetuado pelas autoridades espanholas est\u00e1 claramente subavaliado e s\u00f3 foi analisada a resist\u00eancia s\u00edsmica para sismos equivalentes aos que ocorreram entre 1970 e a atualidade. Pelo contr\u00e1rio, n\u00e3o foi analisada a possibilidade de ocorrerem sismos com uma grande magnitude, que atinjam com uma intensidade significativa a Central, como foi o caso do sismo de 1755, ou do que teve o epicentro em Espanha em 1954, com magnitude de 7,9.<\/p>\n

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A Quercus considera que devia ser avaliada a possibilidade de poder vir a ocorrer um sismo que afete a barragem donde prov\u00eam a \u00e1gua para o arrefecimento da Central de Nuclear (Barragem de Arrocampo) e com isso um acidente que teria consequ\u00eancias desastrosas. \u00c9 importante recordar que caso n\u00e3o exista \u00e1gua suficiente para o arrefecimento dos reatores da Central poder\u00e1 acontecer um problema id\u00eantico ao que aconteceu em Fukushima, onde o sistema de arrefecimento falhou e conduziu ao lament\u00e1vel desastre. \u00c0 semelhan\u00e7a do que tem vindo a fazer h\u00e1 v\u00e1rios anos, a Quercus alerta mais uma vez para o facto de que a ocorrer um acidente de grandes dimens\u00f5es em Almaraz este poderia resultar em contamina\u00e7\u00e3o radioativa direta que atingiria Portugal, quer por via atmosf\u00e9rica, quer atrav\u00e9s do rio Tejo.<\/p>\n

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Nuclear – Um ciclo pouco virtuoso<\/strong><\/p>\n

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Neste dia 26 de Abril, em que fazem 27 anos sobre o acidente na Central Nuclear de Chernobil, a Quercus solidariza-se com a a\u00e7\u00e3o internacional do “Chernobyl Day”, que este ano pretende chamar a aten\u00e7\u00e3o para os problemas relacionados com o ur\u00e2nio.<\/p>\n

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\u00c9 fundamental olhar para o nuclear como um todo: os problemas est\u00e3o no in\u00edcio do ciclo, nas explora\u00e7\u00f5es de ur\u00e2nio que causam problemas ambientais e de sa\u00fade graves em todo o mundo. Em Portugal v\u00e1rias d\u00e9cadas ap\u00f3s o fim da explora\u00e7\u00e3o deste min\u00e9rio, sobretudo na zona centro do pa\u00eds, os problemas n\u00e3o foram completamente diagnosticados e por isso est\u00e3o ainda longe de estar resolvidos. Existem mais de sessenta minas abandonadas que continuam a poluir a \u00e1gua e os solos e a afectar as popula\u00e7\u00f5es vizinhas.<\/p>\n

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No final do ciclo tamb\u00e9m ainda n\u00e3o se conhece um destino est\u00e1vel e seguro a dar aos res\u00edduos nucleares, que se mant\u00eam potencialmente nocivos durante muitos anos, sendo que alguns elementos mant\u00eam a sua radioactividade durante milhares de anos. O fabrico de bombas at\u00f3micas e de armas contendo ur\u00e2nio est\u00e1 tamb\u00e9m intimamente associado \u00e0 energia nuclear e \u00e9 um perigo que continua a pairar sobre a humanidade e o planeta Terra, sendo urgente a elimina\u00e7\u00e3o de todo este tipo de armamento para um mundo de paz.<\/p>\n

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Neste dia simb\u00f3lico \u00e9 pois importante continuar a alertar para os riscos que esta forma de energia comporta, para que Portugal e o mundo estejam livres do perigo do nuclear.<\/p>\n

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Lisboa, 25 de Abril de 2013<\/p>\n

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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza
\nA Direc\u00e7\u00e3o do N\u00facleo Regional de Portalegre da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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