{"id":11390,"date":"2021-03-03T20:03:02","date_gmt":"2021-03-03T20:03:02","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11390"},"modified":"2021-03-03T20:03:02","modified_gmt":"2021-03-03T20:03:02","slug":"quercus-lanca-campanha-de-crowdfunding-para-proteger-parque-natural-do-sudoeste-alentejano-e-costa-vicentina","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/quercus-lanca-campanha-de-crowdfunding-para-proteger-parque-natural-do-sudoeste-alentejano-e-costa-vicentina\/","title":{"rendered":"Quercus lan\u00e7a campanha de Crowdfunding para proteger Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina"},"content":{"rendered":"
A recente aprova\u00e7\u00e3o do “Projecto de Desenvolvimento Tur\u00edstico e Ambiental de Vila Formosa”, localizado no concelho de Odemira, junto a Vila Nova de Milfontes, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Zona de Protec\u00e7\u00e3o Especial para as Aves e S\u00edtio de Import\u00e2ncia Comunit\u00e1ria “Costa Sudoeste”, ambos constituintes da Rede Natura 2000, \u00e9 uma p\u00e9ssima decis\u00e3o do actual Governo.<\/strong><\/p>\n <\/p>\n A inclus\u00e3o ilegal de um par\u00e1grafo no Regime Transit\u00f3rio da Resolu\u00e7\u00e3o do Conselho de Ministros n.\u00ba 11-B\/2011, de 4 de Fevereiro \u2013 o n.\u00ba 8 do Art.\u00ba 87.\u00ba (1) – que instituiu o Regulamento do PNSACV, foi\u00a0um estratagema do anterior Governo para beneficiar claramente os promotores que, h\u00e1 muitos anos a esta parte, tentam urbanizar o pouco que ainda resta da Costa Alentejana e Vicentina<\/strong>\u00a0e continuar a destruir um patrim\u00f3nio natural \u00fanico.<\/p>\n Perante a gravidade dos impactes ambientais que se anteveem e pelo estranho contexto que levou a esta situa\u00e7\u00e3o ilegal, a Quercus recorreu aos tribunais para repor a legalidade e\u00a0evitar mais este atentado contra a integridade do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que no pr\u00f3ximo dia 7 de Julho comemora 25 anos de exist\u00eancia<\/strong>, e vai apresentar mais uma queixa \u00e0 Comiss\u00e3o Europeia por viola\u00e7\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o comunit\u00e1ria que instituiu a Rede Natura 2000.<\/p>\n Com uma ocupa\u00e7\u00e3o de 55 hectares com \u00e1rea urbanizada, onde se prev\u00ea a exist\u00eancia de um Hotel, de 2 aldeamentos tur\u00edsticos e de um equipamento de anima\u00e7\u00e3o aut\u00f3noma destinado \u00e0 pr\u00e1tica desportiva e \u00e0 anima\u00e7\u00e3o de eventos tem\u00e1ticos, n\u00e3o estamos perante um projecto ben\u00e9fico para o Ambiente, mas sim de mais um acto de cumplicidade entre promotores e entidades p\u00fablicas na destrui\u00e7\u00e3o dos valores naturais protegidos, onde s\u00e3o mais que evidentes algumas ilegalidades. Por exemplo:<\/p>\n \u2022 o projecto situa-se no interior da zona costeira (at\u00e9 2 Km da costa), onde n\u00e3o s\u00e3o se permite a instala\u00e7\u00e3o de novos espa\u00e7os edificados Como sabemos que n\u00e3o nos podemos resignar perante mais esta tentativa de destruir algo que \u00e9 de todos,\u00a0a Quercus apela a todos cidad\u00e3os para que ajudem a travar a constru\u00e7\u00e3o deste empreendimento em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, contribuindo para a\u00a0campanha de financiamento colectivo (crowdfunding)<\/a><\/strong>\u00a0de modo a que se possam custear as despesas judiciais.<\/p>\n Como se estima que o custo deste processo judicial seja cerca de de 5.000 euros na sua totalidade\u00a0e vivendo a Quercus essencialmente dos contributos de cidad\u00e3os e de entidades privadas<\/strong>, esta \u00e9 uma campanha em que os pequenos grandes contributos de todos os que queiram lutar contra preda\u00e7\u00e3o dos valores naturais podem ser decisivos.<\/p>\n
\n\u2022 destruir-se-\u00e1 o habitat de esp\u00e9cies da flora e da fauna que ocorrem no local, nomeadamente a planta de conserva\u00e7\u00e3o priorit\u00e1ria Ononis hackelii e o Rato de Cabrera e existir\u00e3o impactes sobre o estu\u00e1rio do Mira (prev\u00eaem-se dois ancoradouros para barcos de recreio) e sobre a paisagem local, j\u00e1 hoje muito urbanizada;
\n\u2022 n\u00e3o se cumprem os objectivos espec\u00edficos do Regulamento do Plano de Ordenamento do PNSACV (conter a expans\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o fora dos per\u00edmetros urbanos) e desvalorizam-se as normas orientadoras do Plano Regional de Ordenamento do Territ\u00f3rio do Alentejo e violar-se-\u00e1 o Plano Director Municipal de Odemira;
\n\u2022 ser\u00e3o desafectados terrenos agr\u00edcolas inseridos no Per\u00edmetro de Rega do Mira, convertendo \u00e1rea com potencial agr\u00edcola em espa\u00e7o urbanizado;
\n\u2022 n\u00e3o foram apresentadas alternativas de localiza\u00e7\u00e3o, como prev\u00ea a legisla\u00e7\u00e3o de Avalia\u00e7\u00e3o de Impacte Ambiental, segundo a qual a avalia\u00e7\u00e3o de alternativas, incluindo a alternativa zero (de n\u00e3o adop\u00e7\u00e3o do projecto em avalia\u00e7\u00e3o), tem que ser realizada obrigatoriamente, para mais tratando-se de um projecto inserido numa \u00e1rea classificada.<\/p>\n