{"id":11329,"date":"2021-03-03T19:53:30","date_gmt":"2021-03-03T19:53:30","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11329"},"modified":"2021-03-03T19:53:30","modified_gmt":"2021-03-03T19:53:30","slug":"alteracoes-climaticas-dados-divulgados-abrangendo-portugal-sao-extremamente-preocupantes-e-exigem-acao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/alteracoes-climaticas-dados-divulgados-abrangendo-portugal-sao-extremamente-preocupantes-e-exigem-acao\/","title":{"rendered":"Altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas \u2013 dados divulgados abrangendo Portugal s\u00e3o extremamente preocupantes e exigem a\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"

Hoje, dia 30 de Setembro, o Painel Intergovernamental de Cientistas para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (IPCC, na sigla em ingl\u00eas) apresenta o relat\u00f3rio cient\u00edfico completo sobre a ci\u00eancia clim\u00e1tica e com os impactes esperados para a Europa. Na sexta-feira passada, foi apenas dado a conhecer o resumo para decisores pol\u00edticos com as principais conclus\u00f5es.<\/strong><\/p>\n

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Neste relat\u00f3rio, a Europa \u00e9 abordada por regi\u00f5es, sendo que o Sul da Europa e Mediterr\u00e2neo inclui Portugal, Espanha, It\u00e1lia, Gr\u00e9cia, Eslov\u00e9nia, Cro\u00e1cia, Hungria, Rom\u00e9nia, Bulg\u00e1ria e partes de Fran\u00e7a.<\/p>\n

Impactes esperados para Portugal para o per\u00edodo 2080-2100<\/strong><\/p>\n

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– Precipita\u00e7\u00e3o total deve diminuir; os eventos de precipita\u00e7\u00e3o di\u00e1ria ser\u00e3o de maior intensidade e mais frequentes, ou seja, menos chuva e mais concentrada. O risco de inunda\u00e7\u00f5es aumentar\u00e1.
\n– Os caudais anuais de \u00e1gua devem diminuir no Sul da Europa e Mediterr\u00e2neo at\u00e9 40%.
\n– Devido \u00e0 diminui\u00e7\u00e3o da precipita\u00e7\u00e3o nas esta\u00e7\u00f5es quentes, \u00e9 esperado que aumentem os epis\u00f3dios de seca e escassez de \u00e1gua; os inc\u00eandios florestais v\u00e3o aumentar.
\n– As culturas agr\u00edcolas devem diminuir entre 15% a 20% em toda a regi\u00e3o mediterr\u00e2nea, com um aumento esperado de conflitos relacionados com a seguran\u00e7a alimentar. Os fen\u00f3menos clim\u00e1ticos extremos tamb\u00e9m ir\u00e3o diminuir a seguran\u00e7a alimentar nesta regi\u00e3o. O aumento do calor ir\u00e1 ter impactes negativos na sa\u00fade animal e na produ\u00e7\u00e3o alimentar. \u00c9 prov\u00e1vel que diminuam as \u00e1reas de pastagem.
\n– A popula\u00e7\u00e3o que sofre de subnutri\u00e7\u00e3o na zona do Mediterr\u00e2neo poder\u00e1 aumentar entre 25% a 90%, mesmo com um aumento da temperatura global abaixo dos 2o Celsius.
\n– Devido \u00e0 subida do n\u00edvel do mar, ir\u00e1 diminuir a disponibilidade de \u00e1gua pot\u00e1vel e ir\u00e1 aumentar os n\u00edveis de saliniza\u00e7\u00e3o da mesma, em toda a costa Mediterr\u00e2nea. O PIB ir\u00e1 diminuir 5 a 10% com os custos relacionados com a adapta\u00e7\u00e3o \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e 14% sem adapta\u00e7\u00e3o, devido \u00e0 subida do n\u00edvel do mar.
\n– Prev\u00ea-se a extin\u00e7\u00e3o de 60% a 80% das esp\u00e9cies no Sul da Europa e Mediterr\u00e2neo, mesmo com aumento da temperatura global abaixo dos 2o C.
\n– As altera\u00e7\u00f5es nos caudais dos rios ir\u00e3o afetar a produ\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1vel pelas grandes barragens, disponibilidade de \u00e1gua, bem como os ecossistemas.<\/p>\n

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Posi\u00e7\u00e3o de Portugal e da Uni\u00e3o Europeia deve ser forte na pr\u00f3xima Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre clima em Vars\u00f3via<\/strong><\/p>\n

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A ambi\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Europeia (UE) em material de combate \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas tem esmorecido nos \u00faltimos cinco anos. A UE deve aprovar uma redu\u00e7\u00e3o de 40% de gases de efeito de estufa at\u00e9 2020, refor\u00e7ar objetivos obrigat\u00f3rios para as energias renov\u00e1veis e efici\u00eancia energ\u00e9tica, bem como estabelecer objetivos para 2030 e 2050.<\/p>\n

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Este relat\u00f3rio vem demostrar que as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas j\u00e1 est\u00e3o a afetar a Europa e que vai piorar sem uma forte a\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica.<\/p>\n

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Estas previs\u00f5es – bastante alarmantes para a Europa e, principalmente para o Sul da Europa – devem incentivar a UE e s Estados-membros a adotar medidas mais fortes para a redu\u00e7\u00e3o de GEE.<\/p>\n

O risco dos efeitos catastr\u00f3ficos de desnutri\u00e7\u00e3o, conflitos alimentares, inc\u00eandios florestais, inunda\u00e7\u00f5es e extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies \u00e9 demasiado elevado para n\u00e3o se tomar uma a\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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\u00c9 fundamental o corte nos subs\u00eddios aos combust\u00edveis f\u00f3sseis para que sejam adotadas medidas para um novo desenvolvimento baseado numa economia de baixo carbono, dentro e fora da Uni\u00e3o Europeia.<\/p>\n

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A Quercus estar\u00e1 em Vars\u00f3via e j\u00e1 est\u00e1 a acompanhar as discuss\u00f5es e trabalhos preparativos atrav\u00e9s do blogue\u00a0http:\/\/varsovia.blogs.sapo.pt\/<\/a>.<\/p>\n

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Lisboa, 30 de setembro de 2013<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas: um futuro dram\u00e1tico para Portugal e para o planeta, mas que ainda pode ser minimizado<\/a><\/p>\n

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Quercus acompanha o lan\u00e7amento do mais importante relat\u00f3rio cient\u00edfico sobre altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas<\/a><\/p>\n

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