{"id":11291,"date":"2021-03-03T19:48:02","date_gmt":"2021-03-03T19:48:02","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11291"},"modified":"2021-03-03T19:48:02","modified_gmt":"2021-03-03T19:48:02","slug":"portugal-e-o-3o-pais-com-melhor-desempenho-climatico-entre-os-58-paises-mais-industrializados","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/portugal-e-o-3o-pais-com-melhor-desempenho-climatico-entre-os-58-paises-mais-industrializados\/","title":{"rendered":"Portugal \u00e9 o 3\u00ba pa\u00eds com melhor desempenho clim\u00e1tico entre os 58 pa\u00edses mais industrializados"},"content":{"rendered":"

O\u00a0Climate Change Performance Index<\/a>\u00a0(CCPI) \u00e9 um instrumento inovador que traz maior transpar\u00eancia \u00e0s pol\u00edticas clim\u00e1ticas internacionais. O \u00edndice \u00e9 da responsabilidade da organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de A\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica. A Quercus, que integra este Rede, colaborou na avalia\u00e7\u00e3o qualitativa pericial efetuada a Portugal. O an\u00fancio \u00e9 feito hoje, 18 de novembro, na Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (COP19), que est\u00e1 a ter lugar em Vars\u00f3via, na Pol\u00f3nia.<\/strong><\/p>\n

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Portugal ficou classificado em 6\u00ba lugar (onde os 3 primeiros n\u00e3o foram atribu\u00eddos) em termos de melhor desempenho relativamente \u00e0s pol\u00edticas na \u00e1rea das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Esta \u00e9 uma classifica\u00e7\u00e3o que compara o desempenho de 58 pa\u00edses que, no total, s\u00e3o respons\u00e1veis por mais de 90% das emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono associadas \u00e0 energia. Na pr\u00e1tica, Portugal \u00e9 o 3\u00ba melhor pa\u00eds, na medida em que, tal como ano passado, os tr\u00eas primeiros lugares est\u00e3o vazios, por se considerar n\u00e3o haver por agora nenhum pa\u00eds merecedor do p\u00f3dio no que respeita \u00e0 prote\u00e7\u00e3o do clima. O objetivo do \u00edndice \u00e9 aumentar a press\u00e3o pol\u00edtica e social, nomeadamente nos pa\u00edses que t\u00eam esquecido o trabalho nacional no que respeita \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. J\u00e1 no ano passado, Portugal tinha obtido o terceiro lugar do \u00edndice. Por\u00e9m, uma revis\u00e3o recente dos dados pela Ag\u00eancia Internacional de Energia fez com que, nos resultados do ano anterior, Portugal ocupasse efetivamente na quarta posi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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A metodologia revista \u00e9 centrada principalmente em indicadores objetivos: 80% da avalia\u00e7\u00e3o \u00e9 baseada em indicadores de emiss\u00f5es (30% fun\u00e7\u00e3o dos valores de emiss\u00f5es e 30% fun\u00e7\u00e3o da evolu\u00e7\u00e3o recente das emiss\u00f5es), efici\u00eancia (5% relacionado com n\u00edvel de efici\u00eancia energ\u00e9tica e 5% com a evolu\u00e7\u00e3o recente), e ainda o recurso a energias renov\u00e1veis (8% em fun\u00e7\u00e3o da evolu\u00e7\u00e3o recente e 2% fun\u00e7\u00e3o do peso do total de energia prim\u00e1ria de fontes renov\u00e1veis). Os restantes 20% baseiam-se na avalia\u00e7\u00e3o de mais de 250 peritos dos pa\u00edses analisados, tendo a Quercus intervindo neste crit\u00e9rio. O CCPI2014 foca-se particularmente na quest\u00e3o da pol\u00edtica nas \u00e1reas das energias renov\u00e1veis e efici\u00eancia energ\u00e9tica, por se considerar que estas s\u00e3o as principais vias para a mitiga\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa (GEE), e considera tamb\u00e9m as emiss\u00f5es associadas \u00e0 desfloresta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Tal como no ano passado, h\u00e1, na opini\u00e3o dos peritos, uma insatisfa\u00e7\u00e3o generalizada em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s medidas tomadas por cada pa\u00eds para assegurarem, \u00e0 escala global, um aumento de temperatura inferior a 2\u00baC, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 era pr\u00e9-industrial.<\/p>\n

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Portugal consegue o melhor resultado de sempre<\/strong><\/p>\n

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Neste nono ano do CCPI, Portugal consegue o melhor lugar de sempre, subindo uma posi\u00e7\u00e3o, pela redu\u00e7\u00e3o no uso de combust\u00edveis f\u00f3sseis, fomentada pelo contexto de crise, e pelos resultados da pol\u00edtica energ\u00e9tica, devido principalmente ao investimento nos \u00faltimos anos em energias renov\u00e1veis.<\/p>\n

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Portugal obt\u00e9m neste \u00edndice de 2013 a classifica\u00e7\u00e3o geral de “bom”, n\u00e3o havendo nenhum pa\u00eds com “muito bom”. Nos crit\u00e9rios ‘n\u00edvel de emiss\u00f5es’, ‘evolu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es’ e ‘energias renov\u00e1veis’ o resultado foi “moderado”; nos crit\u00e9rios ‘evolu\u00e7\u00e3o da efici\u00eancia’ e ‘pol\u00edtica clim\u00e1tica’, o resultado foi “bom”. Pela consist\u00eancia de valores nos v\u00e1rios crit\u00e9rios e por compara\u00e7\u00e3o com os outros pa\u00edses, o resultado final foi considerado “bom”, permitindo a Portugal um lugar no p\u00f3dio.<\/p>\n

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Na crise, Portugal e Gr\u00e9cia com dois caminhos diferentes<\/strong><\/p>\n

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Os pa\u00edses europeus mais afetados pela crise econ\u00f3mica t\u00eam, no entanto, um comportamento diversificado em termos de pol\u00edtica energ\u00e9tica e clim\u00e1tica. Portugal \u00e9 um exemplo de como lidar com a crise econ\u00f3mica, obtendo resultado das pol\u00edticas clim\u00e1ticas e reduzindo a depend\u00eancia de recursos, lucrando com investimentos, feitos em governos anteriores, em \u00e1reas chave, como as energias renov\u00e1veis, ainda que alguns destes investimentos comprometam a biodiversidade e a integridade de \u00e1reas classificadas e relevantes para a conserva\u00e7\u00e3o da natureza. Por enquanto, Portugal melhorou a sua posi\u00e7\u00e3o, a qual pode estar contudo amea\u00e7ada pela pol\u00edtica menos construtiva do atual governo, que j\u00e1 abrandou alguns dos investimentos ben\u00e9ficos, em particular nas energias renov\u00e1veis. Sob os efeitos da crise e do controlo econ\u00f3mico da “troika”, a Gr\u00e9cia abandonou todas as pol\u00edticas clim\u00e1ticas. A Irlanda, por sua vez, tamb\u00e9m piorou tr\u00eas lugares neste \u00edndice.<\/p>\n

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Pa\u00edses marcantes no \u00edndice<\/strong><\/p>\n

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Se, por um lado, o \u00edndice \u00e9 calculado com base em dados que mostram termos atingido um pico de emiss\u00f5es, nota-se que o crescimento das mesmas \u00e9 feito apenas \u00e0 custa da China (80% da responsabilidade nos \u00faltimos 10 anos), e n\u00e3o do resto do mundo, cuja tend\u00eancia \u00e9 da estabiliza\u00e7\u00e3o. A China, com a implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas energ\u00e9ticas mais sustent\u00e1veis, poder\u00e1 assim vir a fazer toda a diferen\u00e7a. Existe por\u00e9m a amea\u00e7a de novas fontes de emiss\u00e3o de di\u00f3xido de carbono, como a explora\u00e7\u00e3o do g\u00e1s de xisto, em particular nos Estados Unidos da Am\u00e9rica.<\/p>\n

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Os melhores lugares (a come\u00e7ar no 4\u00ba lugar, dada a aus\u00eancia dos tr\u00eas primeiros) foram para tr\u00eas pa\u00edses europeus – a Dinamarca, o Reino Unido e Portugal (considerado uma surpresa), \u00e0 frente ainda da Su\u00e9cia (7\u00aa). A Alemanha saiu do “topten”, ocupando agora o 19\u00ba lugar, muito penalizada pela atitude que tem tomado em decis\u00f5es de pol\u00edtica clim\u00e1tica \u00e0 escala europeia, na \u00e1rea do com\u00e9rcio de emiss\u00f5es e da melhoria de efici\u00eancia dos autom\u00f3veis. Os piores pa\u00edses s\u00e3o o Canad\u00e1, Ir\u00e3o, Cazaquist\u00e3o e Ar\u00e1bia Saudita.<\/p>\n

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A Dinamarca apresentou o melhor desempenho pela sua recente tend\u00eancia de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es e por uma pol\u00edtica clim\u00e1tica considerada excecionalmente positiva. Na Uni\u00e3o Europeia, a Holanda sobe 18 posi\u00e7\u00f5es gra\u00e7as \u00e0s pol\u00edticas do novo governo, a Pol\u00f3nia \u00e9 a pen\u00faltima (45\u00ba lugar), e no fundo da tabela est\u00e1 a Gr\u00e9cia, com o pior desempenho (47\u00ba lugar).<\/p>\n

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O desempenho da China melhorou oito lugares (de 54\u00ba para o 46\u00ba lugar) e mostra sinais positivos pois, apesar do aumento de emiss\u00f5es, est\u00e1 a conseguir separ\u00e1-lo do crescimento do PIB, tendo grandes investimentos em energias renov\u00e1veis e estando a limitar o uso do carv\u00e3o, sobretudo por causa dos enormes problemas com a qualidade do ar. A \u00cdndia volta a recuar seis lugares, dada a forte tend\u00eancia de aumento das suas emiss\u00f5es. Os Estados Unidos da Am\u00e9rica mant\u00eam o 43\u00ba lugar, \u00e0 custa da crise econ\u00f3mica e tamb\u00e9m da redu\u00e7\u00e3o do uso de carv\u00e3o.<\/p>\n

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Descarregar o estudo<\/a><\/strong><\/p>\n


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Vars\u00f3via, 18 de novembro de 2013<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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