{"id":11258,"date":"2021-03-03T19:45:10","date_gmt":"2021-03-03T19:45:10","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11258"},"modified":"2021-03-03T19:45:10","modified_gmt":"2021-03-03T19:45:10","slug":"dia-internacional-das-montanhas-montanhas-portuguesas-sao-muito-vulneraveis-as-alteracoes-climaticas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/dia-internacional-das-montanhas-montanhas-portuguesas-sao-muito-vulneraveis-as-alteracoes-climaticas\/","title":{"rendered":"Dia Internacional das Montanhas: montanhas portuguesas s\u00e3o muito vulner\u00e1veis \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas"},"content":{"rendered":"

Comemora-se amanh\u00e3, dia 11 de Dezembro, o Dia Internacional das Montanhas, institu\u00eddo pelas Na\u00e7\u00f5es Unidas no ano de 2002. As montanhas cobrem cerca de 27% da superf\u00edcie terrestre e t\u00eam um papel decisivo para milh\u00f5es de pessoas, pois fornecem mais de 60% da \u00e1gua doce do planeta, abrigam uma enorme diversidade de plantas e animais e s\u00e3o o lar de uma em cada dez pessoas. Contudo, as montanhas est\u00e3o hoje extremamente vulner\u00e1veis \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, \u00e0 desfloresta\u00e7\u00e3o, \u00e0 degrada\u00e7\u00e3o do solo e aos desastres naturais.<\/strong><\/p>\n

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Em Portugal, as \u00e1reas de montanha correspondem a 11% de superf\u00edcie emersa. Estas t\u00eam uma enorme import\u00e2ncia no fornecimento de um diverso leque de servi\u00e7os dos ecossistemas, entre os quais servi\u00e7os de regula\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica, de sequestro de carbono, de fornecimento de \u00e1gua doce \u00e0s regi\u00f5es mais baixas, de produ\u00e7\u00e3o de alimentos e de materiais lenhosos, de ref\u00fagio para a biodiversidade e de servi\u00e7os de \u00edndole cultural, como \u00e1reas de recrea\u00e7\u00e3o, de turismo e de frui\u00e7\u00e3o da paisagem.<\/p>\n

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As montanhas portuguesas, para al\u00e9m da amea\u00e7a das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, enfrentam outras ac\u00e7\u00f5es humanas muito lesivas. O abandono das pr\u00e1ticas agr\u00edcolas tradicionais, em especial do pastoreio, o aumento da frequ\u00eancia de inc\u00eandios, a constru\u00e7\u00e3o de infraestruturas em \u00e1reas sens\u00edveis, em particular de eixos rodovi\u00e1rios, de barragens e de parques e\u00f3licos, a floresta\u00e7\u00e3o com esp\u00e9cies ex\u00f3ticas de crescimento r\u00e1pido e a invas\u00e3o por esp\u00e9cies ex\u00f3ticas, s\u00e3o factores que contribuem para a degrada\u00e7\u00e3o ambiental, perda de biodiversidade e consequente diminui\u00e7\u00e3o da capacidade no fornecimento de servi\u00e7os dos ecossistemas. Tamb\u00e9m o turismo de massas feito de forma desregrada, de que a Serra da Estrela \u00e9 um infeliz exemplo, contribui para a degrada\u00e7\u00e3o ambiental do mais importante maci\u00e7o montanhoso portugu\u00eas.<\/p>\n

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O trabalho da QUERCUS em \u00e1reas de Montanha<\/strong><\/p>\n

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Portugal \u00e9 o limite sul de distribui\u00e7\u00e3o de habitats de montanha com o estatuto de conserva\u00e7\u00e3o priorit\u00e1ria a n\u00edvel europeu, tais como turfeiras, matos higr\u00f3filos e cervunais, florestas mediterr\u00e2nicas de teixo, e de esp\u00e9cies, como a lagartixa-de-montanha (Iberolacerta monticola<\/em>) ou a borboleta-azul-das-turfeiras (Phengaris alcon<\/em>). Tendo em conta que os actuais cen\u00e1rios indicam que Portugal ser\u00e1 um dos pa\u00edses mais amea\u00e7ados pelo impacte das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, com uma diminui\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis \u00e0 presen\u00e7a dos habitats e esp\u00e9cies nos locais onde ocorrem actualmente, a Quercus tem vindo a intervir em \u00e1reas de montanha visando implementar medidas que possibilitem a adapta\u00e7\u00e3o, mitiga\u00e7\u00e3o e incremento da resili\u00eancia de habitats.<\/p>\n

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Como tal, as interven\u00e7\u00f5es v\u00e3o desde o projeto Criar Bosques, que procura restabelecer o coberto arb\u00f3reo e arbustivo aut\u00f3ctone, at\u00e9 projetos que atuam de forma mais dirigida sobre determinado tipo de habitat e\/ou esp\u00e9cies cujo estatuto de conserva\u00e7\u00e3o exige uma interven\u00e7\u00e3o no imediato. \u00c9 o caso dos projetos HIGRO e LIFE TAXUS, co-financiados pelo Programa Life+ da Comiss\u00e3o Europeia.<\/p>\n

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O projeto HIGRO, a decorrer nos S\u00edtios de Import\u00e2ncia Comunit\u00e1ria Serra de Arga, Serra de Montemuro e Alv\u00e3o-Mar\u00e3o, procura definir uma metodologia que promova a restaura\u00e7\u00e3o e a conserva\u00e7\u00e3o ativa dos urzais-tojais higr\u00f3filos e dos cervunais higr\u00f3filos existentes nos topos aplanados. Procura-se encontrar e promover um n\u00edvel de perturba\u00e7\u00e3o humana, que maximize a biodioversidade destas \u00e1reas, nomeadamente aos n\u00edvel das esp\u00e9cies da flora e invertebrados que dependem destes habitats, como a borboleta-azul-das-turfeiras.<\/p>\n

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No caso do projeto LIFE TAXUS, pretende-se contribuir para a recupera\u00e7\u00e3o do habitat bosquetes de Teixo \u2013 habitat 9580 *Florestas mediterr\u00e2nicas de\u00a0Taxus baccata<\/em>, um habitat priorit\u00e1rio que em Portugal continental ocorre de forma espont\u00e2nea nos S\u00edtios de Interesse Comunit\u00e1rio Serra da Estrela e Peneda-Ger\u00eas. Dada a reduzida \u00e1rea de ocupa\u00e7\u00e3o e sendo expect\u00e1vel um aumento da recorr\u00eancia dos inc\u00eandios, umas das principais amea\u00e7as ao habitat, as interven\u00e7\u00f5es previstas visam um incremento da \u00e1rea de ocupa\u00e7\u00e3o e implementa\u00e7\u00e3o de medidas adequadas de gest\u00e3o – procurando reduzir a sua vulnerabilidade e aumentar a sua resili\u00eancia.<\/p>\n

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Lisboa, 10 de dezembro de 2013<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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