{"id":11020,"date":"2021-03-03T19:13:40","date_gmt":"2021-03-03T19:13:40","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11020"},"modified":"2021-03-03T19:13:40","modified_gmt":"2021-03-03T19:13:40","slug":"nabu-quercus-avaliam-poluicao-dos-grandes-navios-de-cruzeiro-em-lisboa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/nabu-quercus-avaliam-poluicao-dos-grandes-navios-de-cruzeiro-em-lisboa\/","title":{"rendered":"Nabu\/Quercus avaliam polui\u00e7\u00e3o dos grandes navios de cruzeiro em Lisboa"},"content":{"rendered":"

\"naviosA Naturschutzbund Deutschland (NABU) (uma associa\u00e7\u00e3o de defesa do ambiente alem\u00e3), em colabora\u00e7\u00e3o com a Quercus, no \u00e2mbito do projeto europeu \u201cClean Air in Ports<\/i>\u201d, pretende sensibilizar os operadores navais para a redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es das suas frotas com recurso \u00e0s melhores tecnologias dispon\u00edveis.<\/strong><\/p>\n

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As medi\u00e7\u00f5es que est\u00e3o a ser efetuadas recorrem a dois equipamentos port\u00e1teis TSI P-Trak (para medir emiss\u00f5es de part\u00edculas) e MAXDOAS (para medir emiss\u00f5es indiretas de \u00f3xidos de enxofre, SOx<\/sub>, e \u00f3xidos de azoto, NOx<\/sub>).<\/p>\n

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Nos \u00faltimos anos, Lisboa n\u00e3o tem cumprido a legisla\u00e7\u00e3o sobre qualidade do ar, e apesar do maior contributo para o incumprimento estar associado \u00e0s emiss\u00f5es do tr\u00e1fego rodovi\u00e1rio, o aumento do tr\u00e1fego de navios de grande porte – carga e cruzeiros – que se tem verificado no Porto de Lisboa nos \u00faltimos anos pode ser um contributo adicional para os n\u00edveis globais de polui\u00e7\u00e3o, se existirem condi\u00e7\u00f5es atmosf\u00e9ricas que n\u00e3o favore\u00e7am a dispers\u00e3o destes poluentes.<\/p>\n

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Segundo o \u00faltimo relat\u00f3rio de atividade sobre os navios de cruzeiro dispon\u00edvel na p\u00e1gina do Porto de Lisboa (com dados referentes a 2013), o tr\u00e1fego de navios de cruzeiro tem vindo a aumentar nos \u00faltimos anos. O n\u00famero de escalas de navios de cruzeiro no Porto de Lisboa registou, de 2009 a 2013, um crescimento m\u00e9dio anual de 3%, passando de 294 escalas, em 2009, para 353 escalas, em 2013, o que correspondeu a um aumento de 20%. Comparativamente com 2012, verificou-se um crescimento de 12%.<\/p>\n

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No que diz respeito ao volume de passageiros, o Porto de Lisboa registou de 2009 a 2013 um crescimento m\u00e9dio anual de 7%, passando de 415,7 mil em 2009 para mais de 558 mil passageiros em 2013, um crescimento de 34%. O m\u00eas de abril \u00e9, de um modo geral, um dos meses do ano com um maior n\u00famero de escalas, dando in\u00edcio ao per\u00edodo dos cruzeiros no Mediterr\u00e2neo. O Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que inclui Santa Apol\u00f3nia e o Jardim do Tabaco, \u00e9 o que regista a maior taxa de utiliza\u00e7\u00e3o (78%, em 2013).<\/p>\n

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A polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica emitida pelo transporte mar\u00edtimo manifesta-se atrav\u00e9s da emiss\u00e3o de gases com efeito de estufa (GEE) incluindo o di\u00f3xido de carbono (CO2<\/sub>), e pela emiss\u00e3o de outros poluentes atmosf\u00e9ricos, como os \u00f3xidos de azoto (NOx<\/sub>), \u00f3xidos de enxofre (SOx<\/sub>) e part\u00edculas (PM).<\/p>\n

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Em 2000, nos mares que circundam a Europa (o Mar B\u00e1ltico, o Mar do Norte, a parte norte-nordeste do Atl\u00e2ntico, o Mar Mediterr\u00e2neo e o Mar Negro), as emiss\u00f5es anuais provenientes do transporte mar\u00edtimo foram estimadas em 2,3 milh\u00f5es de toneladas (SO2<\/sub>), 3,3 milh\u00f5es de toneladas (NOx<\/sub>) e 250.000 toneladas de part\u00edculas (PM). Estas emiss\u00f5es poder\u00e3o crescer entre 40 e 50% at\u00e9 2020, segundo a tend\u00eancia atual.<\/p>\n

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No que diz respeito a emiss\u00f5es com impacto clim\u00e1tico, o transporte mar\u00edtimo emite cerca de 3% das emiss\u00f5es globais de GEE, e segundo previs\u00f5es da Organiza\u00e7\u00e3o Mar\u00edtima Internacional (OMI) poder\u00e1 chegar a 10% das emiss\u00f5es globais de GEE at\u00e9 2050.<\/p>\n

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O carbono negro \u00e9 o segundo maior contributo para as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, a seguir ao di\u00f3xido de carbono, e \u00e9 transportado por part\u00edculas muito finas que resultam da combust\u00e3o incompleta de combust\u00edveis f\u00f3sseis e biomassa. O combust\u00edvel utilizado pelos navios de cruzeiro \u00e9 cerca de 3.500 vezes mais poluente do que o gas\u00f3leo utilizado pelos autom\u00f3veis e cami\u00f5es.<\/p>\n

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Em \u00e1reas de elevado tr\u00e1fego de navios, podem ser encontrados n\u00edveis de polui\u00e7\u00e3o 50 vezes acima dos n\u00edveis m\u00e9dios existentes na proximidade de estradas dentro das cidades, o que pode ter efeitos negativos sobre a sa\u00fade. A polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica causada pelo transporte mar\u00edtimo internacional causa 50.000 mortes prematuras por ano na Europa, com custos para os sistemas de sa\u00fade avaliados em 58 mil milh\u00f5es de Euros.<\/p>\n

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\u00c9 importante salientar que j\u00e1 existem tecnologias dispon\u00edveis para reduzir as emiss\u00f5es poluentes dos navios como, por exemplo, a instala\u00e7\u00e3o de filtros de part\u00edculas (que podem reduzir as emiss\u00f5es deste poluente at\u00e9 99%) e outros equipamentos para redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es, o uso de combust\u00edveis navais mais limpos (com menor teor de enxofre), o recurso a energias alternativas (renov\u00e1veis), entre outras.<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Lisboa, 12 de maio de 2015<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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