{"id":11018,"date":"2021-03-03T19:13:50","date_gmt":"2021-03-03T19:13:50","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=11018"},"modified":"2021-03-03T19:13:50","modified_gmt":"2021-03-03T19:13:50","slug":"abutres-envenenados-no-douro-internacional","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/abutres-envenenados-no-douro-internacional\/","title":{"rendered":"Abutres envenenados no Douro Internacional"},"content":{"rendered":"

\"AbutreVeneno continua a matar esp\u00e9cies em perigo<\/strong><\/p>\n

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Na passada sexta\u2013feira, dia 9 de Maio, foram encontrados junto ao Rio Angueira, em Miranda do Douro, quatro Abutres-pretos (Aegypius monachus) e um Abutre-do-Egipto (Neopron pernocopterus) mortos com suspeita de envenenamento. Estas aves em perigo de extin\u00e7\u00e3o foram encontradas mortas, numa zona de ca\u00e7a, com suspeita de envenenamento, tendo sido posteriormente recolhidas pelo SEPNA \u2013 Servi\u00e7o de Protec\u00e7\u00e3o da Natureza da GNR e enviadas para an\u00e1lise.<\/strong><\/p>\n

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Abutre-preto marcado<\/strong><\/p>\n

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Um dos abutres-pretos encontrados mortos tinha sido marcado com um transmissor GSM-GPS e marcas alares no Tejo Internacional, em Idanha-a-Nova, em 2013. Esta marca\u00e7\u00e3o decorreu no \u00e2mbito da ac\u00e7\u00e3o A 8-marca\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies bioindicadoras, cujo objectivo principal \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cimes marcados como uma ferramenta na conserva\u00e7\u00e3o das aves e no combate ao uso ilegal de venenos, aumentando a efic\u00e1cia na detec\u00e7\u00e3o de eventuais epis\u00f3dios de envenenamento.<\/p>\n

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Popula\u00e7\u00e3o de Abutre-preto em risco com apenas 11 casais em Portugal<\/strong><\/p>\n

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O Abutre-preto extinguiu-se como nidificante em Portugal no in\u00edcio da d\u00e9cada de 70, devido \u00e0 persegui\u00e7\u00e3o de que foi alvo e ao uso de venenos. A destrui\u00e7\u00e3o de habitat de nidifica\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m dever\u00e1 ter contribu\u00eddo para a sua extin\u00e7\u00e3o em Portugal. No entanto, a esp\u00e9cie manteve-se presente na faixa fronteiri\u00e7a das regi\u00f5es Centro e Sul do pa\u00eds, com indiv\u00edduos provenientes de Espanha, onde existe uma popula\u00e7\u00e3o de 1 845 casais. Atualmente, a popula\u00e7\u00e3o portuguesa de Abutre-preto conta apenas com 9 a 11 casais: 1 casal no Parque NaturaI do Douro Internacional, 8 casais no Parque Natural do Tejo Internacional e 2 casais recentemente instalados na ZPE (Zona de Prote\u00e7\u00e3o Especial para Aves) de Mour\u00e3o-Moura-Barrancos. Este epis\u00f3dio de envenenamento poder\u00e1 contribuir para a extin\u00e7\u00e3o regional da esp\u00e9cie e condicionar o regresso de popula\u00e7\u00f5es reprodutoras est\u00e1veis no norte nos pr\u00f3ximos anos.<\/p>\n

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\"abutres<\/p>\n

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O projecto LIFE “Inova\u00e7\u00e3o Contra Envenenamentos”<\/strong><\/p>\n

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O projecto LIFE “Inova\u00e7\u00e3o Contra Envenenamentos”, co-financiado pelo Programa Life da Uni\u00e3o Europeia, pretende contribuir para a erradica\u00e7\u00e3o do uso ilegal de venenos, colocando em pr\u00e1tica a\u00e7\u00f5es inovadoras que possam ajudar criadores de gado, ca\u00e7adores e p\u00fablico em geral, e decorre em oito \u00e1reas piloto distribu\u00eddas por Portugal, Espanha e Gr\u00e9cia.
\nEm Portugal, existem duas \u00e1reas piloto, a Zona de Prote\u00e7\u00e3o Especial para Aves (ZPE) do Tejo Internacional, Erges e Ponsul, dinamizada pela Quercus, e a ZPE Mour\u00e3o-Moura-Barrancos, dinamizada pelo CEAI \u2013 Centro de Estudos da Avifauna Ib\u00e9rica.
\nNo \u00e2mbito da ac\u00e7\u00e3o A 8 “Programa de marca\u00e7\u00e3o e monitoriza\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies bioindicadoras do uso de venenos”, foram j\u00e1 marcadas e libertadas 47 aves de rapina na ZPE de Mour\u00e3o-Moura-Barrancos e 106 na ZPE do Tejo Internacional, Erges e Ponsul.<\/p>\n

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Porque se usam os venenos?<\/strong><\/p>\n

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A principal motiva\u00e7\u00e3o para o uso de venenos \u00e9 a elimina\u00e7\u00e3o de animais considerados nocivos pelos ca\u00e7adores e criadores de gado.
\nOs predadores das esp\u00e9cies cineg\u00e9ticas e pecu\u00e1rias s\u00e3o as esp\u00e9cies-alvo de quem continua infelizmente ainda a manter esta pr\u00e1tica ilegal. No grupo de fauna atingido incluem-se esp\u00e9cies como a Raposa, o Saca-rabos, o Lobo, v\u00e1rias esp\u00e9cies de aves de presa como o Abutre Negro, a \u00c1guia-Imperial, al\u00e9m de c\u00e3es e gatos assilvestrados. Tamb\u00e9m s\u00e3o frequentes os casos em que o uso de venenos \u00e9 provocado por conflitos e desentendimentos entre pessoas.<\/p>\n

O uso de venenos como forma de exterm\u00ednio est\u00e1 completamente proibido pelas leis nacionais e europeias e \u00e9 uma pr\u00e1tica irrespons\u00e1vel com consequ\u00eancias graves para a Sa\u00fade P\u00fablica e para a conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade.<\/p>\n

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Utiliza\u00e7\u00e3o ilegal de iscos envenenados – Quercus apela \u00e0s autoridades para a necessidade de refor\u00e7ar meios do PAP.<\/strong><\/p>\n

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O uso ilegal de iscos envenenados \u00e9 a principal causa de morte n\u00e3o natural para v\u00e1rias esp\u00e9cies em perigo de extin\u00e7\u00e3o a n\u00edvel europeu, tais como a \u00c1guia-imperial-ib\u00e9rica, o Abutre-negro, o Quebra-ossos, entre outros, e \u00e9 uma das causas principais de morte n\u00e3o natural para outras esp\u00e9cies em perigo como o Lobo e o Lince. Em Portugal existe o PAP – Programa Ant\u00eddoto Portugal, uma plataforma de entidades p\u00fablicas e privadas que pretende combater as formas indevidas de uso de venenos.\u00a0A Quercus apela a que sejam refor\u00e7adas as capacidades anal\u00edticas e de dete\u00e7\u00e3o de venenos, nomeadamente atrav\u00e9s de cria\u00e7\u00e3o de equipas caninas e do refor\u00e7o dos laborat\u00f3rios p\u00fablicos que colaboram com o PAP. A Quercus apela tamb\u00e9m que sejam sancionados pela via administrativa, com a suspens\u00e3o de licen\u00e7as, as zonas de ca\u00e7a onde ocorram os envenenamentos, \u00e1 semelhan\u00e7a do m\u00e9todo seguido em Espanha, uma vez que \u00e9 necess\u00e1rio refor\u00e7ar a capacidade de resposta para esta amea\u00e7a grave \u00e0 Biodiversidade e \u00e0 Sa\u00fade p\u00fablica.<\/strong><\/p>\n

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Lisboa, 13 de Maio de 2015<\/p>\n

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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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