{"id":10965,"date":"2021-03-03T19:06:22","date_gmt":"2021-03-03T19:06:22","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10965"},"modified":"2021-03-03T19:06:22","modified_gmt":"2021-03-03T19:06:22","slug":"herbicidas-usados-em-zonas-urbanas-e-regioes-viticolas-provocam-danos-na-saude-em-portugal","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/herbicidas-usados-em-zonas-urbanas-e-regioes-viticolas-provocam-danos-na-saude-em-portugal\/","title":{"rendered":"Herbicidas usados em zonas urbanas e regi\u00f5es vit\u00edcolas provocam danos na sa\u00fade em Portugal"},"content":{"rendered":"

Aumenta a contesta\u00e7\u00e3o ao uso de herbicidas, e outros pesticidas. Ordem dos M\u00e9dicos defende a proibi\u00e7\u00e3o do glifosato, o principal herbicida utilizado em Portugal, e em todo o mundo<\/strong><\/h2>\n

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\"herbicidasO tema dos impactes negativos dos herbicidas n\u00e3o teria nada de novo se n\u00e3o fosse o editorial do n.\u00ba 161 da Revista da Ordem dos M\u00e9dicos, assinado pelo seu Baston\u00e1rio, Prof. Jos\u00e9 Manuel Silva. Segundo o editorial publicado pela Ordem dos M\u00e9dicos: “abundam os cancros de origem indeterminada, e parte decorre certamente da sociedade altamente industrializada e qu\u00edmica em que vivemos\u201d. Para o Baston\u00e1rio j\u00e1 h\u00e1 possibilidade de evitar a maior parte dos cancros e, por isso, \u201ca ina\u00e7\u00e3o governativa \u00e9 inaceit\u00e1vel”<\/strong>.<\/p>\n

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H\u00e1 menos de tr\u00eas meses, a Quercus, integrando a “Plataforma Transg\u00e9nicos Fora”, divulgou uma nota de imprensa onde denunciou o facto de o glifosato (subst\u00e2ncia ativa da maior parte dos herbicidas) ter sido considerado pelo painel de investigadores especialistas mais cred\u00edvel do mundo, como sendo o causador mais prov\u00e1vel de doen\u00e7as oncol\u00f3gicas. Os cancros podem ter origem nos pesticidas que s\u00e3o vendidos pelas empresas do ramo e aplicados indistintamente por entidades p\u00fablicas que afirmam que a sua utiliza\u00e7\u00e3o e a sua exist\u00eancia nas ruas e nos produtos agr\u00edcolas n\u00e3o trazem problemas para a sa\u00fade das pessoas.<\/p>\n

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A IARC \u2013 Ag\u00eancia Internacional de Pesquisa sobre o Cancro \u2013 j\u00e1 tinha classificado o glifosato como agente cancer\u00edgeno prov\u00e1vel.\u00a0Os fortes impactos no ambiente tinham j\u00e1 sido descritos e comprovados pelos cientistas. Acrescem ainda as cr\u00edticas apresentadas por estudiosos da ecologia, que desde sempre levantaram grandes obje\u00e7\u00f5es aos danos causados na biodiversidade, dado que as ervas nunca foram daninhas e desempenham um papel primordial na biodiversidade e equil\u00edbrio dos ecossistemas.<\/p>\n

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A agricultura biol\u00f3gica h\u00e1 muitos anos que defende a sa\u00fade p\u00fablica, ao promover uma produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola sem recurso a produtos qu\u00edmicos de s\u00edntese, como o glifosato. \u00c9 um exemplo bem pr\u00e1tico de que \u00e9 poss\u00edvel produzir alimentos de qualidade sem o recurso a pesticidas de s\u00edntese que, sendo produzidos para matar uma grande diversidade de seres vivos, aniquilam muita da nossa flora microbiana e entram tamb\u00e9m na nossa circula\u00e7\u00e3o sangu\u00ednea.<\/p>\n

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A utiliza\u00e7\u00e3o do glifosato \u00e9 particularmente grave nas Regi\u00f5es Vit\u00edcolas, com especial destaque para a Regi\u00e3o Demarcada do Douro, onde \u00e9 vulgar a pr\u00e1tica da aplica\u00e7\u00e3o indiscriminada desta subst\u00e2ncia ativa, sendo a regi\u00e3o do pa\u00eds com maior consumo deste qu\u00edmico. Acrescida a esta utiliza\u00e7\u00e3o claramente excessiva de uma subst\u00e2ncia com impactes negativos na sa\u00fade e no Ambiente, junta-se a pr\u00e1tica usual e incorreta de se aplicar em muitos casos os pesticidas sem o devido equipamento de prote\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Para proteger a sa\u00fade das pessoas e dos ecossistemas, a Quercus est\u00e1 a implementar, desde 2014, a Campanha contra Herbicidas em Espa\u00e7os P\u00fablicos em que desafia as autarquias locais a aderir ao Manifesto “Autarquia Sem Glisofato\u201d. \u00c9 uma campanha nacional que espelha bem, pelo pequeno n\u00famero de autarquias que aderiram, a falta de cuidado dos eleitos locais e nacionais pela sa\u00fade dos cidad\u00e3os. No entanto, os Munic\u00edpios de Braga,\u00a0Castelo de Paiva, S. Vicente e Vila Real de Tr\u00e1s-os-Montes, e as Freguesias de Carvalheira (Terras de Bouro), Estrela (Lisboa), Cinf\u00e3es, Oliveira do Douro, S. Crist\u00f3v\u00e3o de Nogueira e Tarouquela (todas de Cinf\u00e3es),\u00a0Matriz (Ribeira Grande, S\u00e3o Miguel, A\u00e7ores), – Praia do Norte (Faial, A\u00e7ores) e Uni\u00e3o de Freguesias de Tavira,\u00a0a que se juntou mais recentemente os munic\u00edpios de Sintra e Ferreira do Alentejo, s\u00e3o bons exemplos de autarquias que optaram por diferentes m\u00e9todos (monda manual e mec\u00e2nica)que n\u00e3o colocam em causa a sa\u00fade das pessoas, dos animais e o ambiente. A entrada de estruturas ligadas \u00e0 sa\u00fade convencional na contesta\u00e7\u00e3o aos pesticidas de s\u00edntese \u00e9 um marco que a Quercus quer assinalar. O reconhecimento do editorial da revista da maior organiza\u00e7\u00e3o profissional dos m\u00e9dicos em Portugal que\u00a0“<\/strong>a sustentabilidade do planeta Terra e as doen\u00e7as ligadas ao meio ambiente s\u00e3o o grande desafio vital e \u00e9tico da humanidade e da medicina” \u00e9 um passo gigante para que outros setores da sociedade se mobilizem e obriguem os governos a defenderem a sa\u00fade das pessoas e do planeta.<\/p>\n

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Lisboa, 7 de agosto de 2015<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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