{"id":10806,"date":"2021-03-03T18:51:31","date_gmt":"2021-03-03T18:51:31","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10806"},"modified":"2021-03-03T18:51:31","modified_gmt":"2021-03-03T18:51:31","slug":"emissoes-do-transporte-maritimo-causam-50-mil-mortes-ano-na-europa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/emissoes-do-transporte-maritimo-causam-50-mil-mortes-ano-na-europa\/","title":{"rendered":"Emiss\u00f5es do transporte mar\u00edtimo causam 50 mil mortes\/ano na Europa"},"content":{"rendered":"

Quercus pede \u00e0 UE medidas mais exigentes para reduzir emiss\u00f5es de NOx nos navios no Atl\u00e2ntico<\/strong><\/p>\n

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A aplica\u00e7\u00e3o de uma taxa sobre as emiss\u00f5es de \u00f3xidos de azoto (NOx) causadas pelo transporte mar\u00edtimo internacional e a utiliza\u00e7\u00e3o dessas receitas para financiar medidas de redu\u00e7\u00e3o deste poluente permitiria reduzi-las em 70%. Esta \u00e9 uma das ferramentas mais promissoras identificadas num estudo recentemente elaborado pelas consultoras IVL e CE Delft para a Federa\u00e7\u00e3o Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), da qual a Quercus faz parte.<\/p>\n

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Para al\u00e9m desta medida, o estudo aponta ainda outros dois instrumentos poss\u00edveis de implementar na Uni\u00e3o Europeia (UE): a redu\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria da velocidade dos navios (ou, em contrapartida, o pagamento da contribui\u00e7\u00e3o como alternativa de conformidade) e uma taxa \u00fanica sobre o NOx emitido pelos navios.
\nPor outro lado, este estudo identifica pela primeira vez poss\u00edveis medidas a implementar na UE para regulamentar das emiss\u00f5es de NOx dos navios em \u00e1guas comunit\u00e1rias, comparando-as com as medidas aplic\u00e1veis a n\u00edvel internacional, ao abrigo da Organiza\u00e7\u00e3o Mar\u00edtima Internacional (IMO, na sigla em ingl\u00eas).<\/p>\n

Este estudo surge numa altura em que continuam a falhar os esfor\u00e7os do Conselho Europeu para uma revis\u00e3o ambiciosa da Diretiva sobre os Tetos Nacionais de Emiss\u00e3o, que abrange as emiss\u00f5es terrestres de v\u00e1rios poluentes, incluindo os NOx. Contudo, perante a in\u00e9rcia da IMO em implementar as designadas Zonas de Controlo de Emiss\u00f5es de Azoto (NECA, em ingl\u00eas), aumenta a press\u00e3o sobre os Estados-Membros para que reduzam as emiss\u00f5es de NO x provenientes do transporte mar\u00edtimo internacional, cujos custos das medidas de controlo da polui\u00e7\u00e3o s\u00e3o mais reduzidos.<\/p>\n

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Emiss\u00f5es de NOx com maior impacto em zonas costeiras<\/strong><\/p>\n

As emiss\u00f5es de NOx dos navios que circulam em \u00e1guas comunit\u00e1rias afetam todos os Estados-Membros da UE, desde o Mar B\u00e1ltico ao Mar do Norte, passando pelo Mediterr\u00e2neo. S\u00e3o particularmente nocivas para a qualidade do ar de pa\u00edses com uma grande \u00e1rea costeira, como \u00e9 o caso de Portugal, devido ao crescimento do tr\u00e1fego mar\u00edtimo no Atl\u00e2ntico.<\/p>\n

Estes poluentes contribuem para a forma\u00e7\u00e3o de part\u00edculas e de ozono, bem como para fen\u00f3menos como a acidifica\u00e7\u00e3o e a eutrofiza\u00e7\u00e3o, quando depositados nos solos, lagos e oceanos.<\/p>\n

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30% das emiss\u00f5es globais de NOx v\u00eam dos navios<\/strong><\/p>\n

As emiss\u00f5es provenientes do transporte mar\u00edtimo internacional representam cerca de 30% das emiss\u00f5es globais de NOx de origem antropog\u00e9nica.<\/p>\n

No Oceano Atl\u00e2ntico, as emiss\u00f5es de NOx do transporte mar\u00edtimo internacional contribuem para a deposi\u00e7\u00e3o de azoto em pa\u00edses como a Isl\u00e2ndia (10%), a Irlanda (16%), e tamb\u00e9m em Portugal (19%) [2].
\nNo Mar do Norte, este mesmo impacto \u00e9 uma realidade em pa\u00edses como a B\u00e9lgica (13%), a Dinamarca (17%), a Holanda (17%), a Noruega (17%), a Su\u00e9cia (11%) e o Reino Unido (11%) [2].
\nNo Mar Mediterr\u00e2neo, verifica-se a mesma situa\u00e7\u00e3o em Chipre (30%), Gr\u00e9cia (21%), It\u00e1lia (15%), Malta (51%), Espanha (10%) e Turquia (12%).<\/p>\n

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NOx proveniente de navios mata 50 mil por ano na Europa<\/strong><\/p>\n

A Quercus relembra que a a\u00e7\u00e3o ambiciosa da UE contribuiu para reduzir as emiss\u00f5es terrestres de di\u00f3xido de enxofre (SO2) em 80% desde 1990. Nesse sentido, pede-se agora a mesma ambi\u00e7\u00e3o na tomada de medidas para reduzir as emiss\u00f5es de NOx provenientes dos navios, as quais estima-se serem respons\u00e1veis por 50.000 mortes prematuras na Europa todos os anos.<\/p>\n

As emiss\u00f5es de NOx do transporte mar\u00edtimo internacional s\u00e3o uma grande preocupa\u00e7\u00e3o para a sa\u00fade p\u00fablica e a prote\u00e7\u00e3o do ambiente na Europa, especialmente em \u00e1reas costeiras, como Portugal. Estas emiss\u00f5es permanecem, em grande parte, n\u00e3o regulamentadas e, se este cen\u00e1rio prevalecer, prev\u00ea-se que ultrapassem as emiss\u00f5es terrestres de NOx at\u00e9 2020 [2].<\/p>\n

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Lisboa, 21 de Junho de 2016<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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