{"id":10708,"date":"2021-03-03T18:42:29","date_gmt":"2021-03-03T18:42:29","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10708"},"modified":"2021-03-03T18:42:29","modified_gmt":"2021-03-03T18:42:29","slug":"ultimo-estudo-sobre-impacte-dos-biocombustiveis-revela","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/ultimo-estudo-sobre-impacte-dos-biocombustiveis-revela\/","title":{"rendered":"\u00daltimo estudo sobre impacte dos biocombust\u00edveis revela"},"content":{"rendered":"

Emiss\u00f5es s\u00e3o equivalentes a 12 milh\u00f5es de carros nas estradas europeias<\/strong><\/p>\n

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Em vez de reduzir as emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono (CO2<\/sub>), como seria de suposto, o uso de biodiesel nos transportes rodovi\u00e1rios est\u00e1 a aumentar as emiss\u00f5es globais dos transportes na Europa em quase 4%, segundo revela uma an\u00e1lise<\/strong>[1]<\/strong>feita pela Federa\u00e7\u00e3o Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E) – da qual a Quercus faz parte – ao mais recente estudo da Comiss\u00e3o Europeia sobre biocombust\u00edveis [2].<\/strong><\/p>\n

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Este excedente de emiss\u00f5es poluentes equivale a colocar cerca de 12 milh\u00f5es de ve\u00edculos adicionais nas estradas europeias em 2020<\/strong>. No \u00e2mbito desta an\u00e1lise da T&E, foi tido em conta o limite de 7% de contribui\u00e7\u00e3o dos biocombust\u00edveis produzidos a partir de culturas agroalimentares, aprovado pela Comiss\u00e3o Europeia.<\/p>\n

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Ap\u00f3s sucessivos atrasos, o estudo realizado por v\u00e1rias consultoras para a Comiss\u00e3o\u00a0Europeia conclui\u00a0que o biodiesel produzido a partir de soja, palma e colza apresenta emiss\u00f5es associadas \u00e0s\u00a0altera\u00e7\u00f5es indiretas do uso do solo (ILUC, na sigla em ingl\u00eas). Estas emiss\u00f5es ocorrem quando s\u00e3o utilizados terrenos de cultivo novos ou existentes para produzir biocombust\u00edveis e, estas por si s\u00f3, ultrapassam as emiss\u00f5es associadas a todo o ciclo de vida do gas\u00f3leo de origem f\u00f3ssil.<\/p>\n

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\"Emiss\u00f5es<\/p>\n

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A an\u00e1lise da T&E adiciona ainda outras emiss\u00f5es diretas provenientes dos biocombust\u00edveis, associadas \u00e0 lavra do terreno, \u00e0 colheita das culturas, ao uso de fertilizantes, etc., e subtrai-lhes as emiss\u00f5es do combust\u00edvel f\u00f3ssil alternativo.<\/p>\n

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Em m\u00e9dia, o biodiesel produzido a partir de \u00f3leo vegetal virgem conduz a emiss\u00f5es 80% mais elevadas do que o gas\u00f3leo f\u00f3ssil que o substitui. Por exemplo, o biodiesel produzido a partir de soja e palma produz emiss\u00f5es duas e tr\u00eas vezes mais elevadas do que o gas\u00f3leo f\u00f3ssil, respetivamente. O biodiesel \u00e9 o tipo de biocombust\u00edvel mais consumido na Europa, prevendo-se que, em 2020, represente quase 70% do mercado de biocombust\u00edveis na Uni\u00e3o Europeia.<\/p>\n

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\"biodisel\"<\/p>\n

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No total, prev\u00ea-se que mais de tr\u00eas quartos dos biocombust\u00edveis \u2013 incluindo o bioetanol e o biodiesel \u2013 apresentem emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa em todo o seu ciclo de vida equivalentes ou superiores \u00e0s emiss\u00f5es da gasolina e do gas\u00f3leo, em 2020.<\/p>\n

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A Quercus e a T&E consideram que a Comiss\u00e3o Europeia revelou, finalmente, o fracasso da pol\u00edtica europeia, ao apostar nos biocombust\u00edveis de primeira gera\u00e7\u00e3o, ser ainda mais estrondoso do que indicavam os estudos cient\u00edficos anteriores. Nesse sentido, a Comiss\u00e3o dever\u00e1 assumir, de forma s\u00e9ria, o compromisso de eliminar gradualmente os mandatos e os subs\u00eddios para a produ\u00e7\u00e3o destes biocombust\u00edveis, a n\u00edvel europeu e nacional, a partir de 2020.<\/p>\n

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O limite de 7% imposto pela Comiss\u00e3o\u00a0no\u00a0ano passado aos\u00a0biocombust\u00edveis agroalimentares\u00a0ajudou a reduzir o seu impacto ambiental. Contudo, este limite deve ser progressivamente reduzido a partir de 2020, j\u00e1 que as emiss\u00f5es associadas\u00a0\u00e0s ILUC contribuem para o seu impacto clim\u00e1tico.<\/p>\n

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Contudo, a\u00a0revis\u00e3o das Diretivas das Energias Renov\u00e1veis e da Qualidade dos Combust\u00edveis n\u00e3o incluiu as emiss\u00f5es associadas \u00e0s ILUC na contabilidade das emiss\u00f5es totais dos biocombust\u00edveis. Por outras palavras, os biocombust\u00edveis de maior impacto clim\u00e1tico podem ainda contar para os objetivos da UE e receber subs\u00eddios p\u00fablicos.<\/p>\n

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Para a Quercus e a T&E, os biocombust\u00edveis de primeira gera\u00e7\u00e3o n\u00e3o podem continuar a ser contabilizados como \u2018zero emiss\u00f5es\u2019. Se assim for, os biocombust\u00edveis de segunda gera\u00e7\u00e3o nunca ser\u00e3o uma alternativa sustent\u00e1vel.<\/p>\n

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A Comiss\u00e3o est\u00e1 atualmente a rever a Diretiva sobre as Energias Renov\u00e1veis e dos crit\u00e9rios de sustentabilidade para todas as formas de bioenergia, incluindo os biocombust\u00edveis, esperando-se a publica\u00e7\u00e3o de uma proposta no \u00faltimo trimestre deste ano.<\/p>\n

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Lisboa, 26 de abril de 2016<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Notas para os editores:<\/strong><\/p>\n

[1] An\u00e1lise realizada pela Federa\u00e7\u00e3o Europeia dos Transportes e Ambiente(T&E) sobre o estudo realizado para a Comiss\u00e3o (2016):\u00a0https:\/\/www.transportenvironment.org\/publications\/globiom-basis-biofuel-policy-post-2020<\/a><\/p>\n

[2] Ecofys, IIASA, E4tech (2015), \u201cThe land use change impact of biofuels consumed in the EU – Quantification of area and greenhouse gas impacts\u201d, a pedido da Comiss\u00e3o Europeia:\u00a0https:\/\/ec.europa.eu\/energy\/sites\/ener\/files\/documents\/Final%20Report_GLOBIOM_publication.pdf<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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