![\"bolotas](\"https:\/\/www.quercus.pt\/images\/Comunicados\/bolotas_oak-5.jpg\")
<\/a>A Quercus apresentou ontem um apelo \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o para prote\u00e7\u00e3o dos Carvalhais em Portugal, endere\u00e7ado aos Ministros da Agricultura e do Ambiente e a todos os Grupos Parlamentares da Assembleia da Rep\u00fablica. Paralelamente, decorre a\u00a0peti\u00e7\u00e3o p\u00fablica<\/a>\u00a0que permite dar oportunidade a todos os cidad\u00e3os de manifestarem o seu apoio \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o para prote\u00e7\u00e3o dos Carvalhos e Carvalhais.<\/strong><\/p>\n<\/p>\n
Os Carvalhais de folha caduca que outrora cobriram por completo o Norte e Centro de Portugal, bem como algumas serras do Sul, desapareceram quase por completo da nossa paisagem por for\u00e7a da a\u00e7\u00e3o humana dos \u00faltimos mil\u00e9nios. Entre as esp\u00e9cies que compunham estes Carvalhais est\u00e1 o Carvalho-alvarinho ou roble (Quercus robur<\/i>); Carvalho-negral ou pardo das beiras (Quercus pyrenaica<\/i>) e Carvalho-portugu\u00eas ou cerquinho (Quercus faginea<\/i>), todas elas esp\u00e9cies nobres e de elevada import\u00e2ncia cultural e ambiental.<\/p>\n
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Estas tr\u00eas nobres esp\u00e9cies est\u00e3o agora reduzidas \u00e0 insignific\u00e2ncia de ocuparem menos de 2% da \u00e1rea florestal e cerca de 0,7% da \u00e1rea total de Portugal. S\u00e3o pois esp\u00e9cies severamente amea\u00e7adas que sobrevivem apenas em alguns \u00faltimos redutos dispersos pelo pa\u00eds, tendo regredido 27% da sua \u00e1rea entre 1995 e 2010, segundo dados do Invent\u00e1rio Florestal Nacional.<\/p>\n
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Para piorar a situa\u00e7\u00e3o, j\u00e1 de si m\u00e1, existe ainda uma press\u00e3o sobre os \u00faltimos Carvalhos e Carvalhais, causada principalmente pelos fogos florestais e pelo seu corte de \u00e1rvores para lenha na utiliza\u00e7\u00e3o de uso dom\u00e9stico. \u00c9 importante referir que estas esp\u00e9cies s\u00e3o de crescimento lento e, por isso, com tend\u00eancia a serem substitu\u00eddas por esp\u00e9cies ex\u00f3ticas de crescimento r\u00e1pido como o eucalipto, ap\u00f3s existir um corte ou inc\u00eandio.<\/p>\n
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Assim, a Quercus considera que \u00e9 urgente a cria\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o que proteja de forma eficaz os \u00faltimos exemplares e bosquetes destas esp\u00e9cies de Carvalhos aut\u00f3ctones. Estas esp\u00e9cies da flora aut\u00f3ctone portuguesa est\u00e3o perfeitamente adaptadas ao nosso clima e \u00e0s caracter\u00edsticas dos nossos solos, representando uma mais-valia ambiental, uma vez que desempenham fun\u00e7\u00f5es fundamentais como a melhoria da qualidade do ar, a preserva\u00e7\u00e3o dos solos, a recarga de aqu\u00edferos, a estabilidade do clima, e a defesa da floresta contra os inc\u00eandios pela reconhecida resist\u00eancia ao fogo e capacidade de regenera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
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A prote\u00e7\u00e3o destes Carvalhais ir\u00e1 refletir-se ao n\u00edvel da conserva\u00e7\u00e3o da natureza, em particular pela capacidade de promover a diversidade da fauna e da flora, estabelecendo um patrim\u00f3nio natural e ambiental, que s\u00e3o a fonte de diferentes formas de vida essenciais e inteiramente imprescind\u00edvel da riqueza do nosso pa\u00eds.<\/p>\n
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O principal problema do desaparecimento da nossa floresta aut\u00f3ctone deve-se principalmente ao abate de \u00e1rvores com a aus\u00eancia de uma refloresta\u00e7\u00e3o com esp\u00e9cies aut\u00f3ctones, \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de infraestruturas e edifica\u00e7\u00f5es, ao pastoreio excessivo, pela demora de crescimento, \u00e0 substitui\u00e7\u00e3o por esp\u00e9cies ex\u00f3ticas, como o eucalipto, ou at\u00e9 \u00e0 a\u00e7\u00e3o e recorr\u00eancia do fogo.<\/p>\n
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Os Carvalhais requerem especial aten\u00e7\u00e3o por parte da classe pol\u00edtica e dos cidad\u00e3os pois, para al\u00e9m da sua raridade, criam habitats dos quais dependem in\u00fameras esp\u00e9cies de fauna e flora silvestre. Podem ter uma grande import\u00e2ncia na preven\u00e7\u00e3o dos inc\u00eandios tendo at\u00e9 j\u00e1 sido denominadas por alguns t\u00e9cnicos como \u201c\u00e1rvores bombeiras\u201d, devido \u00e0s suas caracter\u00edsticas naturais de resist\u00eancia ao fogo.<\/p>\n
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A Quercus apela assim a toda a comunidade para abra\u00e7ar a causa da prote\u00e7\u00e3o dos Carvalhos e dos Carvalhais em Portugal, para que se possa criar legisla\u00e7\u00e3o que conduza \u00e0 sua prote\u00e7\u00e3o efetiva, que inclua a proibi\u00e7\u00e3o do corte destas \u00e1rvores sem licen\u00e7a expressa das autoridades competentes, \u00e0 semelhan\u00e7a do que j\u00e1 acontece para o sobreiro e para a azinheira.<\/p>\n
Lisboa, 20 de outubro de 2016<\/p>\n
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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n
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