{"id":10636,"date":"2021-03-03T18:36:05","date_gmt":"2021-03-03T18:36:05","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10636"},"modified":"2021-03-03T18:36:05","modified_gmt":"2021-03-03T18:36:05","slug":"emissoes-da-producao-de-energia-deverao-crescer-30-ate-2030","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/emissoes-da-producao-de-energia-deverao-crescer-30-ate-2030\/","title":{"rendered":"Emiss\u00f5es da produ\u00e7\u00e3o de energia dever\u00e3o crescer 30% at\u00e9 2030"},"content":{"rendered":"

Proje\u00e7\u00f5es preocupantes da Ag\u00eancia Internacional de Energia<\/h2>\n

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\"agencia<\/a>Segundo um relat\u00f3rio divulgado recentemente pela Ag\u00eancia Internacional de Energia (AIE) [1], as emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa (GEE) globais associadas \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de energia dever\u00e3o aumentar 30% at\u00e9 2030. Isto implicar\u00e1 um aumento da temperatura m\u00e9dia global de 2,7\u00baC at\u00e9 2100, estimando-se que seja superior a 3\u00baC ap\u00f3s esta data.<\/strong><\/p>\n

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Em causa est\u00e3o principalmente o di\u00f3xido de carbono (CO2<\/sub>), o metano (CH4<\/sub>) e o \u00f3xido nitroso (NO2<\/sub>), gases com impacto clim\u00e1tico abrangidos pelas metas nacionais de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es, no \u00e2mbito das negocia\u00e7\u00f5es do Acordo de Paris.<\/p>\n

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Estas conclus\u00f5es s\u00e3o ainda mais preocupantes se pensarmos que as proje\u00e7\u00f5es da AIE incluem apenas as emiss\u00f5es de GEE associadas \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de energia. Considerando outras fontes de emiss\u00e3o, estas proje\u00e7\u00f5es podem estar subestimadas e chegar at\u00e9, pelo menos, aos 50%.<\/p>\n

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Estima-se que as emiss\u00f5es de GEE, abrangidas pelas Contribui\u00e7\u00f5es Nacionais (INDCs –\u00a0Intended Nationally Determined Contributions<\/i>), ser\u00e3o um ter\u00e7o mais elevadas em 2030 do que atualmente, podendo atingir um total de 42 gigatoneladas de CO2<\/sub>\u00a0equivalente.<\/p>\n

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A subida da temperatura m\u00e9dia global, a variabilidade clim\u00e1tica, o aquecimento, e acidifica\u00e7\u00e3o dos oceanos ou ainda a escalada das emiss\u00f5es de carbono causadas por este aumento atual s\u00e3o impactos que poder\u00e3o perdurar milhares de anos.<\/p>\n

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O mesmo alerta j\u00e1 tinha sido dado em relat\u00f3rios anteriores do Painel Intergovernamental para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (IPCC). De acordo com os mesmos, este cen\u00e1rio ser\u00e1 catastr\u00f3fico para milhares de milh\u00f5es de pessoas j\u00e1 em 2050, amea\u00e7ando o futuro de toda a humanidade em 2100 e quase de toda a vida na Terra depois de 2100. Ao mesmo tempo, assistimos j\u00e1 a inequ\u00edvocos sinais da sexta extin\u00e7\u00e3o em massa, com o desaparecimento de esp\u00e9cies a uma velocidade 1000 vezes superior \u00e0 taxa natural.<\/p>\n

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Este\u00a0relat\u00f3rio da AIE aponta que, para limitar o aumento da temperatura m\u00e9dia global nos 2\u00baC, a produ\u00e7\u00e3o de energia ter\u00e1 de atingir um pico de emiss\u00f5es globais a curto prazo, que dever\u00e3o decrescer acentuadamente a partir desse momento. Esta an\u00e1lise considera os cen\u00e1rios mais optimistas e n\u00e3o considera o objetivo mais ambicioso definido no Acordo de Paris de ficar nos 1,5\u00baC.<\/p>\n

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Quercus considera escandalosa falta de ambi\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica<\/strong><\/p>\n

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Perante estas evid\u00eancias, a Quercus considera que \u00e9 cada vez mais\u00a0escandaloso que a ratifica\u00e7\u00e3o (\u00e0 data de hoje) do Acordo de Paris por 110 partes (representando 70% das emiss\u00f5es globais de GEE) n\u00e3o esteja a traduzir-se em medidas concretas e na revis\u00e3o das atuais metas clim\u00e1ticas, comprovadamente insuficientes.<\/p>\n

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\u00c9 urgente alavancar a transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica para uma economia de baixo carbono, que privilegie o investimento nas energias renov\u00e1veis e na efici\u00eancia energ\u00e9tica, ao inv\u00e9s de alimentar o lobby dos combust\u00edveis f\u00f3sseis ou excluir das negocia\u00e7\u00f5es setores altamente poluentes, como o transporte mar\u00edtimo e a avia\u00e7\u00e3o internacionais.<\/p>\n

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A Uni\u00e3o Europeia tem uma oportunidade para mostrar a sua lideran\u00e7a clim\u00e1tica e n\u00e3o deixar que a instabilidade do cen\u00e1rio pol\u00edtico mundial abale a confian\u00e7a na persecu\u00e7\u00e3o dos objetivos selados em Paris.<\/p>\n

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A Quercus estar\u00e1 em Marraquexe at\u00e9 ao final da COP22, no dia 18 de novembro, integrada na delega\u00e7\u00e3o oficial portuguesa, enquanto representante das ONGs nacionais de defesa do ambiente e da sociedade civil. A Quercus tem-se feito representar por Jo\u00e3o Branco, Presidente da Dire\u00e7\u00e3o Nacional, e Lu\u00eds Moreira, Coordenador do Grupo de Energia e Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas, que est\u00e3o a acompanhar os trabalhos, tendo j\u00e1 reunido com o Ministro do Ambiente.<\/i><\/p>\n

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Este ano, a Quercus est\u00e1 tamb\u00e9m representada atrav\u00e9s de um stand na Green Zone e tem estabelecido in\u00fameros contactos com outras organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil de Marrocos e os demais pa\u00edses participantes na COP22.<\/i><\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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