{"id":10633,"date":"2021-03-03T18:35:50","date_gmt":"2021-03-03T18:35:50","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10633"},"modified":"2021-03-03T18:35:50","modified_gmt":"2021-03-03T18:35:50","slug":"portugal-entre-os-10-paises-com-melhor-desempenho-climatico","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/portugal-entre-os-10-paises-com-melhor-desempenho-climatico\/","title":{"rendered":"Portugal entre os 10 pa\u00edses com melhor desempenho clim\u00e1tico"},"content":{"rendered":"

Climate Change Performance Index 2017<\/strong><\/h2>\n

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\"climate<\/a>Marraquexe, 17 novembro 2016 \u2013 Com a entrada em vigor do Acordo de Paris, e no decurso da Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (COP22), a associa\u00e7\u00e3o de defesa do ambiente alem\u00e3 Germanwatch e a Rede Europeia para a A\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica, da qual a Quercus faz parte, acabaram de divulgar o Climate Change Performance Index (CCPI) 2017 [1].<\/strong><\/p>\n

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O CCPI \u00e9 um\u00a0instrumento inovador que traz maior transpar\u00eancia \u00e0s pol\u00edticas clim\u00e1ticas internacionais, avaliando\u00a0o desempenho de 58 pa\u00edses industrializados que, no total, s\u00e3o respons\u00e1veis por mais de 90% das emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono associadas \u00e0 energia.<\/p>\n

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Nesta \u00faltima edi\u00e7\u00e3o agora divulgada, est\u00e3o patentes avan\u00e7os significativos ao n\u00edvel das energias renov\u00e1veis e desenvolvimentos positivos na efici\u00eancia energ\u00e9tica. No entanto, enquanto estas tend\u00eancias encorajadoras ganham terreno \u00e0 escala global, a necess\u00e1ria e urgente revolu\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica est\u00e1 a acontecer a um ritmo muito lento.<\/p>\n

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Portugal sobe sete posi\u00e7\u00f5es face a 2016<\/strong><\/p>\n

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Portugal ficou classificado em 11.\u00ba lugar entre os 58 pa\u00edses industrializados abrangidos, o que na verdade acaba por ser um 8\u00ba lugar, na medida em que os tr\u00eas primeiros lugares n\u00e3o foram atribu\u00eddos por se considerar n\u00e3o haver, por agora, nenhum pa\u00eds merecedor do p\u00f3dio no que respeita \u00e0 prote\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica. A par de pa\u00edses como a Cro\u00e1cia, Portugal \u00e9 dos poucos casos a passar de um desempenho \u201cmoderado\u201d para um \u201cbom\u201d desempenho, no \u00e2mbito do CCPI 2017.<\/p>\n

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Existem v\u00e1rios fatores que justificam a melhoria do desempenho clim\u00e1tico de Portugal. As emiss\u00f5es nacionais e as emiss\u00f5es per capita (por habitante) mantiveram-se quase ao mesmo n\u00edvel face a 2016; j\u00e1 as emiss\u00f5es do tr\u00e1fego rodovi\u00e1rio apresentaram uma melhoria, o que se deve \u00e0 redu\u00e7\u00e3o do consumo em 2014, devido ao aumento dos pre\u00e7os dos combust\u00edveis. Ao n\u00edvel da produ\u00e7\u00e3o de eletricidade e calor, houve uma ligeira penaliza\u00e7\u00e3o, pelo peso que o uso de carv\u00e3o ainda representa neste setor.<\/p>\n

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Quanto \u00e0s energias renov\u00e1veis, verificou-se uma melhoria significativa pelo maior peso destas no consumo de energia prim\u00e1ria. No entanto, houve uma penaliza\u00e7\u00e3o pelo desinvestimento (devido \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de incentivos) nesta \u00e1rea, face ao crescimento que se verificava em 2016.<\/p>\n

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Na pol\u00edtica clim\u00e1tica internacional, Portugal melhorou por ter sido um dos primeiros pa\u00edses a ratificar o Acordo de Paris, mas foi penalizado no que respeita \u00e0 pol\u00edtica clim\u00e1tica nacional, por esta se revelar pouco ambiciosa em rela\u00e7\u00e3o aos objetivos que o pa\u00eds pode atingir, ficando-se por compromissos que praticamente j\u00e1 foram atingidos.<\/p>\n

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Fran\u00e7a lidera; economias emergentes melhoram<\/p>\n

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Marrocos, o pa\u00eds anfitri\u00e3o da COP22, ocupa a 8.\u00aa posi\u00e7\u00e3o, continuando a sua tend\u00eancia ascendente no CCPI 2017. Com investimentos maci\u00e7os em energias renov\u00e1veis e objetivos clim\u00e1ticos ambiciosos, a m\u00e9dio e longo prazo, Marrocos \u00e9 o pa\u00eds l\u00edder em \u00c1frica neste ranking. Dentro das tend\u00eancias positivas observadas entre as economias emergentes do G20, est\u00e3o a \u00cdndia (20.\u00ba), a Argentina (36.\u00ba) e o Brasil (40.\u00ba), pa\u00edses que melhoraram a sua classifica\u00e7\u00e3o no CCPI 2017, face ao ano anterior.<\/p>\n

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Tal como referido anteriormente, o p\u00f3dio do CCPI 2017 ficou vazio, pelo fato de nenhum grande emissor de GEE estar a atuar com a ambi\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria para cumprir o limite imposto pelo Acordo de Paris de aumento da temperatura global entre os 1,5-2\u00b0C.<\/p>\n

A Fran\u00e7a, na 4\u00aa posi\u00e7\u00e3o (a primeira atribu\u00edda), lidera a tabela pela primeira vez, em grande parte devido \u00e0 excecional diplomacia que permitiu chegar ao hist\u00f3rico Acordo de Paris no ano passado. Seguem-se a Su\u00e9cia (em 5.\u00ba) e o Reino Unido (em 6.\u00ba), ambos a sair beneficiados das pol\u00edticas clim\u00e1ticas promissoras estabelecidas pelos seus anteriores governos.<\/p>\n

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Contudo, o CCPI 2017 vem confirmar que muitos pa\u00edses da UE, incluindo o Reino Unido, a Su\u00e9cia, a Dinamarca e a Alemanha, correm o risco de perder o seu papel de l\u00edderes no desenvolvimento das energias renov\u00e1veis. Na verdade, v\u00e1rios Estados-Membros da UE reduziram os investimentos em projetos e iniciativas de energias renov\u00e1veis \u200b\u200be efici\u00eancia energ\u00e9tica, questionaram os objetivos de mitiga\u00e7\u00e3o acordados a longo prazo e\/ou n\u00e3o estabeleceram o quadro pol\u00edtico necess\u00e1rio para cumprir os seus objetivos a curto prazo.<\/p>\n

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Por exemplo, a Dinamarca, l\u00edder deste \u00cdndice nos \u00faltimos quatro anos, j\u00e1 enfrentou as consequ\u00eancias do rev\u00e9s na sua pol\u00edtica clim\u00e1tica, com uma queda dram\u00e1tica para o 13.\u00ba lugar este ano.<\/p>\n

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Os Estados-Membros da UE ter\u00e3o em breve uma excelente oportunidade de reverter este caminho, se garantirem que as novas pol\u00edticas em mat\u00e9ria de energias renov\u00e1veis \u200b\u200be efici\u00eancia energ\u00e9tica v\u00e3o muito mais al\u00e9m das fracas propostas que a Comiss\u00e3o Europeia est\u00e1 atualmente a desenvolver a este n\u00edvel.<\/p>\n

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Principais emissores de GEE no fim da tabela<\/strong><\/p>\n

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O Canad\u00e1 (55.\u00ba), a Austr\u00e1lia (57.\u00ba) e Jap\u00e3o (60.\u00ba) est\u00e3o no grupo dos pa\u00edses pior classificados (como um “muito fraco\u201d desempenho clim\u00e1tico). Mais uma vez, o Jap\u00e3o caiu duas posi\u00e7\u00f5es, tendo o governo do pa\u00eds sido criticado por peritos nacionais pela sua pol\u00edtica clim\u00e1tica muito fraca. A Austr\u00e1lia perdeu pontos na efici\u00eancia energ\u00e9tica e \u00e9 criticada pela sua falta de ambi\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica.<\/p>\n

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J\u00e1 o desempenho dos dois maiores emissores do mundo, EUA (43.\u00ba) e China (48.\u00ba), \u00e9 classificado como “fraco”. Os EUA perderam terreno em quase todas as categorias do \u00cdndice e, como resultado, desceram v\u00e1rias posi\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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Os resultados das elei\u00e7\u00f5es norte-americanas podem colocar em risco a desejada celeridade da transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica em curso, embora n\u00e3o tenha tido qualquer influ\u00eancia na avalia\u00e7\u00e3o feita para o CCPI 2017.<\/p>\n

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No que respeita \u00e0 China, apesar do seu “fraco desempenho” no CCPI 2017, \u00e9 importante referir, como ponto positivo, a diminui\u00e7\u00e3o do consumo mundial de carv\u00e3o e o fato do governo chin\u00eas ter abandonado a constru\u00e7\u00e3o de 30 centrais a carv\u00e3o no ano passado.<\/p>\n

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Quercus apela \u00e0 UE para n\u00e3o deixar escapar a lideran\u00e7a clim\u00e1tica<\/strong><\/p>\n

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A transi\u00e7\u00e3o global para uma economia de baixas emiss\u00f5es de carbono est\u00e1 claramente a avan\u00e7ar e a acelerar, mas alguns pa\u00edses continuam a apresentar um fraco desempenho e, em alguns casos, mesmo a retroceder. Para a implementa\u00e7\u00e3o do Acordo de Paris, todos os pa\u00edses devem aumentar o n\u00edvel de ambi\u00e7\u00e3o dos seus objetivos, e definir pol\u00edticas nacionais e planos de descarboniza\u00e7\u00e3o, a longo prazo.<\/p>\n

Portugal est\u00e1 no bom caminho no desempenho da a\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica, mas precisa, ainda assim, de aumentar o n\u00edvel de ambi\u00e7\u00e3o das suas metas no que diz respeito \u00e0s energias renov\u00e1veis e \u00e0 efici\u00eancia energ\u00e9tica.<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Nota para os editores:<\/strong><\/p>\n

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[1] Climate Change Performance Index, resultados 2017:\u00a0http:\/\/www.caneurope.org\/docman\/climate-energy-targets\/3015-climate-change-performance-index-2017\/file<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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