{"id":10612,"date":"2021-03-03T18:32:38","date_gmt":"2021-03-03T18:32:38","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10612"},"modified":"2021-03-03T18:32:38","modified_gmt":"2021-03-03T18:32:38","slug":"governo-autoriza-abate-de-milhares-de-sobreiros-e-azinheiras-em-foz-tua","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/governo-autoriza-abate-de-milhares-de-sobreiros-e-azinheiras-em-foz-tua\/","title":{"rendered":"Governo autoriza abate de milhares de sobreiros e azinheiras em Foz-Tua"},"content":{"rendered":"

Em causa destrui\u00e7\u00e3o do Vale do Tua pelo pol\u00e9mico projecto da Barragem de Foz-Tua<\/h2>\n

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\"ValeO Despacho n.\u00ba 2175\/2016, efectuado pelos Secret\u00e1rios de Estado da Energia e das Florestas e do Desenvolvimento Regional, e publicado no passado dia 11 de Fevereiro no Di\u00e1rio da Rep\u00fablica, aprova, para a execu\u00e7\u00e3o da segunda fase da obra do Aproveitamento Hidroel\u00e9trico de Foz Tua, o abate de 2.127 sobreiros (1.484 adultos e 643 jovens) e 11.948 azinheiras (9.922 adultas e 2.026 jovens), existentes na \u00e1rea prevista da albufeira.<\/p>\n

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O aludido Despacho tamb\u00e9m refere o seguinte; \u201cConsiderando a inexist\u00eancia de alternativas v\u00e1lidas \u00e0 sua localiza\u00e7\u00e3o, uma vez que a presente foi escolhida em sede de Avalia\u00e7\u00e3o de Impacte Ambiental.\u201d Contudo, n\u00e3o existiu uma avalia\u00e7\u00e3o de alternativas no processo de AIA que permitisse identificar um local menos impactante.\u00a0Este processo, a avan\u00e7ar, vai afectar de modo irrevers\u00edvel o mais relevante patrim\u00f3nio natural do Vale do Tua, onde ocorre uma \u00e1rea de floresta mediterr\u00e2nica, das melhores conservadas em Portugal.<\/p>\n

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Quercus apela ao ICNF para n\u00e3o aprovar abate dos sobreiros e azinheiras sem implementa\u00e7\u00e3o no terreno do projecto de compensa\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

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O Despacho n.\u00ba 2175\/2016 declara a imprescind\u00edvel utilidade p\u00fablica, que contempla a convers\u00e3o de\u00a0111 hectares\u00a0de povoamentos e pequenos n\u00facleos de sobreiros e azinheiras, sendo que a autoriza\u00e7\u00e3o \u00e9 condicionada. Ter\u00e1 que ser cumprida toda a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel, bem como a aprova\u00e7\u00e3o e implementa\u00e7\u00e3o do projecto de compensa\u00e7\u00e3o e respectivo plano de gest\u00e3o florestal, pelo ICNF.<\/p>\n

A EDP, concession\u00e1ria da barragem, fica obrigada ao cumprimento de medidas compensat\u00f3rias, com a arboriza\u00e7\u00e3o com novos sobreiros e azinheiras em 146 hectares, mas por v\u00e1rios terrenos dispersos em Tr\u00e1s-os-Montes, facto que dificulta a verifica\u00e7\u00e3o pelas entidades competentes.<\/p>\n

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EDP j\u00e1 devia ter implementado medidas de compensa\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

\"Vale<\/p>\n

J\u00e1 em 2011, o Despacho n.\u00ba 13491\/2011, publicado a 10 de Outubro, pelo Minist\u00e9rio da Economia e Emprego e pelo Minist\u00e9rio da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Territ\u00f3rio, efectuava a
\nDeclara\u00e7\u00e3o de Imprescind\u00edvel Utilidade P\u00fablica para a \u00e1rea da barragem e envolvente, viabilizando o in\u00edcio das obras. Em causa estava o abate de 1.104 sobreiros e 4.134 azinheiras, em povoamentos e n\u00facleos de valor ecol\u00f3gico elevado no Vale do Tua, por parte da EDP.\u00a0Na altura, em 12 de Outubro de 2011, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, efectuou um Projecto de Resolu\u00e7\u00e3o \u00e0 Assembleia da Rep\u00fablica em que recomendava o Governo a revoga\u00e7\u00e3o do despacho que viabilizava o abate dos milhares de sobreiros e azinheiras.<\/p>\n

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A EDP, enquanto promotor do Aproveitamento Hidroel\u00e9ctrico de Foz Tua, podia ter requerido apenas uma Declara\u00e7\u00e3o de Imprescind\u00edvel Utilidade P\u00fablica para o abate da totalidade dos sobreiros e azinheiras, contudo, preferiu fazer duas, uma em 2011, para consumar o avan\u00e7o da obra da barragem e outra agora, sem que tenha compensado previamente os elevados impactes da desmata\u00e7\u00e3o da \u00e1rea da albufeira.<\/p>\n

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A Quercus lamenta esta forma de actua\u00e7\u00e3o e a ced\u00eancia do Governo neste processo associado \u00e0 pol\u00e9mica constru\u00e7\u00e3o da barragem de Foz Tua, em pleno Patrim\u00f3nio Mundial do Alto Douro Vinhateiro. Espera tamb\u00e9m que o ICNF consiga, ao longo dos pr\u00f3ximos 15 anos, alocar recursos suficientes para monitorizar devidamente as \u00e1reas onde ser\u00e3o plantadas as novas \u00e1rvores, ao abrigo das medidas compensat\u00f3rias obrigat\u00f3rias.<\/p>\n

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Lisboa, 16 de Fevereiro de 2016<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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