{"id":10423,"date":"2021-03-03T18:06:19","date_gmt":"2021-03-03T18:06:19","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10423"},"modified":"2021-03-03T18:06:19","modified_gmt":"2021-03-03T18:06:19","slug":"smartphones-podem-ter-uma-vida-mais-longa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/smartphones-podem-ter-uma-vida-mais-longa\/","title":{"rendered":"Smartphones podem ter uma vida mais longa"},"content":{"rendered":"

A Quercus congratula-se com o lan\u00e7amento do primeiro smartphone que permite a atualiza\u00e7\u00e3o dos aparelhos pela substitui\u00e7\u00e3o de diferentes elementos, nomeadamente as c\u00e2maras, permitindo assim reduzir a produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos, poupar dinheiro ao consumidor e criar um impacte positivo nos modelos de neg\u00f3cio das empresas tecnol\u00f3gicas que t\u00eam vindo a evitar esta inova\u00e7\u00e3o<\/strong>.<\/strong><\/p>\n

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https:\/\/drive.google.com\/file\/d\/0B1y-DE4diQI7dE04eGpmUkxza2M\/view<\/a><\/p>\n

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\u00c9 lan\u00e7ado hoje \u00a0pela Fairphone o primeiro smartphone que permite a substitui\u00e7\u00e3o de diferentes elementos, nomeadamente as c\u00e2maras, que promete reduzir a produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos, poupar dinheiro ao consumidor e criar um impacte positivo nos modelos de neg\u00f3cio das empresas tecnol\u00f3gicas que t\u00eam vindo a evitar esta inova\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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A Quercus associa-se \u00e0 maior rede europeia de associa\u00e7\u00f5es ambientais – o European Environmental Bureau (EEB) – para destacar a “modularidade” como um contributo para um menor impacte ambiental destes aparelhos, pois contribui para diminuir a extra\u00e7\u00e3o de metais, por vezes executada em condi\u00e7\u00f5es ambiental e socialmente desfavor\u00e1veis e a produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos, prolongando o ciclo de vida dos produtos e permitindo a concretiza\u00e7\u00e3o de uma economia mais circular.<\/p>\n

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Hoje em dia, as constantes novidades tecnol\u00f3gicas impelem os consumidores a comprar equipamentos eletr\u00f3nicos para substituir outros perfeitamente funcionais. Cada vez mais diversificados e acess\u00edveis em termos de pre\u00e7o, os pequenos eletrodom\u00e9sticos e os\u00a0gadgets<\/em>representam uma grande fatia do lixo eletr\u00f3nico produzido a n\u00edvel global.<\/p>\n

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A crescente produ\u00e7\u00e3o de lixo eletr\u00f3nico deve-se ao facto do mercado disponibilizar produtos baratos mas com um tempo de vida cada vez mais curto. Perante uma avaria, a repara\u00e7\u00e3o \u00e9 mais cara do que a compra de um novo. Em termos ambientais, isto significa toneladas de lixo eletr\u00f3nico, com elevado n\u00edvel de toxidade devido a subst\u00e2ncias perigosas como o merc\u00fario, o cr\u00f3mio e o c\u00e1dmio, altamente contaminantes se chegarem ao meio natural.<\/p>\n

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Das 41,8 milh\u00f5es de toneladas de aparelhos el\u00e9tricos e eletr\u00f3nicos descartados em 2014, mais de metade corresponde a pequenos aparelhos de cozinha e casa-de-banho, como torradeiras ou secadores de cabelo. Logo a seguir nesta lista, est\u00e3o os telem\u00f3veis, computadores pessoais e impressoras, segundo um estudo de 2014.<\/p>\n

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O r\u00e1pido desenvolvimento tecnol\u00f3gico tem motivado a troca mais frequente dos equipamentos eletr\u00f3nicos conferindo-lhes um tempo de vida mais reduzido e aumentando os impactes ambientais. Os telem\u00f3veis, por exemplo, t\u00eam sido desenhados para durar entre 18 a 24 meses, sendo incentivada a sua substitui\u00e7\u00e3o ao fim deste tempo. A obsolesc\u00eancia programada, a dificuldade e\/ou os pre\u00e7os elevados para substitui\u00e7\u00e3o de elementos espec\u00edficos dos aparelhos, nomeadamente as baterias e os ecr\u00e3s, incentivam a compra de um novo, agravando o problema dos res\u00edduos eletr\u00f3nicos.<\/p>\n

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Estes equipamentos, hoje dotados de in\u00fameras fun\u00e7\u00f5es, desatualizam-se cada vez mais rapidamente. Por\u00e9m, o esfor\u00e7o para aumentar a reparabilidade e atualiza\u00e7\u00e3o destes aparelhos, que resultaria no aumento do seu tempo de vida \u00fatil, n\u00e3o est\u00e1 na agenda dos fabricantes. Gigantes tecnol\u00f3gicos s\u00e3o acusados de n\u00e3o investir em solu\u00e7\u00f5es mais sustent\u00e1veis para manterem assim os seus elevados lucros.<\/p>\n

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Segundo o especialista em pol\u00edticas de res\u00edduos do EEB – European Environmental Bureau, n\u00e3o pretendemos dizer que a modularidade seja a cura para o problemas dos res\u00edduos eletr\u00f3nicos, extra\u00e7\u00e3o de minerais e trabalho infantil. Mas se for bem executada, poder\u00e1 estender o tempo de vida, diminuir o consumo e facilitar a vida ao consumidor.<\/p>\n

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Os poucos investimentos realizados resumem-se a processos de reciclagem de alguns elementos dos aparelhos em fim de vida. N\u00e3o se sabe ao certo se estes programas est\u00e3o a resultar numa apropriada reciclagem dos materiais, dado que muitos recicladores n\u00e3o possuem conhecimento apropriado para o fazerem, resultando no desperd\u00edcio ou mau encaminhamento de muitos materiais, alguns deles, t\u00f3xicos e outros minerais raros.<\/p>\n

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Por outro lado, aos consumidores \u00e9 dificultada a repara\u00e7\u00e3o e atualiza\u00e7\u00e3o dos seus telem\u00f3veis pois estes s\u00e3o concebidos de forma a poderem ser exclusivamente reparados pela empresa fabricante o que lhes confere monop\u00f3lio e consequentemente lhes permite especular sobre os pre\u00e7os da repara\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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A economia circular aposta, entre outras estrat\u00e9gias, na transi\u00e7\u00e3o do foco no produto para o foco no servi\u00e7o, favorecendo a repara\u00e7\u00e3o dos equipamentos em detrimento da sua substitui\u00e7\u00e3o. Esta transi\u00e7\u00e3o \u00e9 obtida atrav\u00e9s das normas ambientais que regulam os processos de conce\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o dos produtos.<\/p>\n

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Lisboa, 31 de agosto de 2017<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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