{"id":10389,"date":"2021-03-03T17:58:49","date_gmt":"2021-03-03T17:58:49","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10389"},"modified":"2021-03-03T17:58:49","modified_gmt":"2021-03-03T17:58:49","slug":"quercus-adere-ao-manifesto-antinuclear-do-mia-e-vai-participar-na-manifestacao-do-dia-10-de-junho-em-madrid","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/quercus-adere-ao-manifesto-antinuclear-do-mia-e-vai-participar-na-manifestacao-do-dia-10-de-junho-em-madrid\/","title":{"rendered":"Quercus adere ao Manifesto AntiNuclear do MIA e vai participar na Manifesta\u00e7\u00e3o do dia 10 de Junho em Madrid"},"content":{"rendered":"

\"cartaz<\/a>Lisboa, 20 de Abril de 2017<\/strong>\u00a0– A ind\u00fastria nuclear j\u00e1 manifestou a sua inten\u00e7\u00e3o em alargar o funcionamento das centrais nucleares para al\u00e9m dos 40 anos do seu projecto inicial. A ENEL-ENDESA, IBERDROLA e GAS NATURAL \u2013 FENOSA,\u00a0 ir\u00e3o solicitar a renova\u00e7\u00e3o das licen\u00e7as de explora\u00e7\u00e3o entre este ano e o pr\u00f3ximo. A Central Nuclear de Almaraz ser\u00e1 a primeira a pedir a extens\u00e3o da sua licen\u00e7a \u00a0a partir de 8 de Junho, depois dela ser\u00e1 a de Vandellos a 26 de Julho de 2017 e Cofrents\u00a0 a 20 de Mar\u00e7o de 2018. Seguem-se Asco I e II a partir de Outubro de 2018. E a \u00faltima ser\u00e1 Trillo a partir de 17 de Novembro de 2021.<\/p>\n

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No passado 30 de Novembro (de 2016) foi modificado o regulamento do Conselho de Seguran\u00e7a Nuclear (CSN) para desvincular a autoriza\u00e7\u00e3o da renova\u00e7\u00e3o do funcionamento do requisito de revis\u00e3o t\u00e9cnica das condi\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a de cada reactor, o que abre a porta a que o governo do Partido Popular possa conceder esta autoriza\u00e7\u00e3o sem uma revis\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a.<\/p>\n

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Face a estas inten\u00e7\u00f5es da ind\u00fastria nuclear o MOVIMENTO IB\u00c9RICO ANTINUCLEAR ( MIA) e as organiza\u00e7\u00f5es subscritoras deste manifesto, v\u00eam recordar que:<\/p>\n

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A energia nuclear \u00e9 uma tecnologia que foi desenvolvida por motivos militares, e cujo crescimento s\u00f3 foi poss\u00edvel gra\u00e7as ao apoio econ\u00f3mico e pol\u00edtico dos governos, sendo um pilar essencial da prolifera\u00e7\u00e3o nuclear. Uma energia que se converteu desde a sua origem numa fonte de transfer\u00eancia continua de recursos dos cidad\u00e3os para as grandes multinacionais e os bancos.<\/p>\n

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A energia nuclear \u00e9 cara, suja e perigosa. Os graves acidentes que t\u00eam ocorrido ao longo da hist\u00f3ria, como os de Harrisburgo, Chernobyl ou Fukushima s\u00e3o a evid\u00eancia do risco que a energia nuclear implica. Um risco sempre presente e que necessita de enormes investimentos econ\u00f3micos em mat\u00e9ria de seguran\u00e7a e que aumentam exponencialmente os custos da energia nuclear. Al\u00e9m disso a produ\u00e7\u00e3o de milhares de toneladas de res\u00edduos radioactivos que mant\u00eam a sua toxicidade durante milhares de anos, hipoteca a vida das futuras gera\u00e7\u00f5es. Tudo isto converte a nuclear numa energia demasiado cara em termos sociais, ambientais e energ\u00e9ticos.<\/p>\n

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O funcionamento de Centrais Nucleares at\u00e9 aos 60 anos constitui um risco inadmiss\u00edvel j\u00e1 que os acidentes s\u00e3o mais prov\u00e1veis num parque nuclear envelhecido. E a radioactividade\u00a0 ignora fronteiras, uma fuga em qualquer dos reactores e sobretudo em Almaraz, por exemplo, afectaria seriamente Portugal.<\/p>\n

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Este alargamento do per\u00edodo de funcionamento das Centrais Nucleares implicaria tamb\u00e9m um aumento consider\u00e1vel dos res\u00edduos radioactivos para gerir. E os de alta actividade \u00a0ficam activos milhares de anos e para eles n\u00e3o existe forma de gest\u00e3o aceit\u00e1vel.<\/p>\n

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Deve-se iniciar o desmantelamento da central de Garo\u00f1a imediatamente, e\u00a0 n\u00e3o conceder mais nenhuma autoriza\u00e7\u00e3o para alargar o prazo das restantes. Ser\u00e1 precisamente a central de Almaraz a primeira que, antes do 10 de Junho, solicitar\u00e1 o seu prolongamento, uma central cujos reactores t\u00eam uma pot\u00eancia equivalente a 5 vezes a de Garo\u00f1a e que gera grandes lucros para as empresas suas propriet\u00e1rias, Iberdrola, Gas Natural Fenosa e Endesa, apesar de funcionar com uma seguran\u00e7a degradada.<\/p>\n

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A \u00fanica raz\u00e3o para este alargamento nuclear \u00e9 continuar a obten\u00e7\u00e3o de lucros milion\u00e1rios atrav\u00e9s da factura\u00e7\u00e3o el\u00e9ctrica e outras subven\u00e7\u00f5es que todos custeamos. A sua mera exist\u00eancia leva a um bloqueio do desenvolvimento das energias renov\u00e1veis, que s\u00e3o a garantia de um sistema energ\u00e9tico 100% renov\u00e1vel e em articula\u00e7\u00e3o com a efici\u00eancia energ\u00e9tica, sustent\u00e1vel. Al\u00e9m de que o seu desmantelamento \u00e9 uma enorme oportunidade para prever um desenvolvimento alternativo para as regi\u00f5es das nucleares.<\/p>\n

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O projecto de constru\u00e7\u00e3o de um cemit\u00e9rio nuclear em Villar de Ca\u00f1as (Cuenca) em terrenos inapropriados e com um risco geol\u00f3gico inadmiss\u00edvel \u00e9 outro dos desprop\u00f3sitos do actual governo e mostra a incapacidade de enfrentar um debate transcendente como \u00e9 o da gest\u00e3o destes res\u00edduos altamente perigosos.<\/p>\n

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Um debate que tem sido ignorado tamb\u00e9m em Salamanca onde apesar da oposi\u00e7\u00e3o, da enorme oposi\u00e7\u00e3o dos vizinhos e da hipoteca que tal significar\u00e1 para toda a zona de Yeltes, os governos de Espanha e de Castela-a-Velha e Le\u00e3o atribu\u00edram autoriza\u00e7\u00f5es para a que seria a \u00fanica mina de ur\u00e2nio a c\u00e9u aberto da Europa. E sem sequer esperar que todas as tramita\u00e7\u00f5es estivessem finalizadas\u00a0 a multinacional australiana Berkeley (com um longo historial de atentados \u00e0s terras e aos direitos dos abor\u00edgenes australianos!) come\u00e7ou a arrasar o territ\u00f3rio e a arrancar azinheiras centen\u00e1rias, para explorar uma jazida cuja \u00fanica rentabilidade \u00e9 no mercado financeiro. Estas actividades devem ser paradas.<\/p>\n

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Face a estas inten\u00e7\u00f5es, as organiza\u00e7\u00f5es, colectivos e activistas anti-nucleares solicitar\u00e3o no pr\u00f3ximo 10 de Junho em Madrid o fim das amplia\u00e7\u00f5es e um calend\u00e1rio de encerramento nuclear.<\/p>\n

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Dever\u00e1 ser o Parlamento Espanhol a aprovar uma lei que fixe um calend\u00e1rio de encerramento das Centrais Nucleares e que ponha fim \u00e0 energia nuclear em Espanha e desde logo na Pen\u00ednsula Ib\u00e9rica.<\/p>\n

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Solicitamos ao governo espanhol que n\u00e3o renove nenhuma autoriza\u00e7\u00e3o para a continua\u00e7\u00e3o do funcionamento das centrais e proceda ao desmantelamento de Garo\u00f1a.<\/p>\n

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Solicitamos ao governo portugu\u00eas que se mantenha firme, na linha das posi\u00e7\u00f5es do Parlamento portugu\u00eas e de largas dezenas de autarquias, no empenho pelo encerramento de Almaraz.<\/p>\n

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Solicitamos que n\u00e3o se esconda da cidadania este debate fundamental para impulsionar um modelo energ\u00e9tico justo e sustent\u00e1vel. Um modelo 100% renov\u00e1vel s\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel com o abandono da energia nuclear.<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Lisboa, 20 de Abril de 2017\u00a0– A ind\u00fastria nuclear j\u00e1 manifestou a sua inten\u00e7\u00e3o em alargar o funcionamento das centrais nucleares para al\u00e9m dos 40 anos do seu projecto inicial. A ENEL-ENDESA, IBERDROLA e GAS NATURAL \u2013 FENOSA,\u00a0 ir\u00e3o solicitar a renova\u00e7\u00e3o das licen\u00e7as de explora\u00e7\u00e3o entre este ano e o pr\u00f3ximo. A Central Nuclear […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[182],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10389"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=10389"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10389\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":10396,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10389\/revisions\/10396"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=10389"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=10389"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=10389"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}