{"id":10376,"date":"2021-03-03T18:02:00","date_gmt":"2021-03-03T18:02:00","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10376"},"modified":"2021-03-03T18:02:00","modified_gmt":"2021-03-03T18:02:00","slug":"construcao-ilegal-na-albufeira-de-castelo-do-bode","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/construcao-ilegal-na-albufeira-de-castelo-do-bode\/","title":{"rendered":"Constru\u00e7\u00e3o ilegal na Albufeira de Castelo do Bode"},"content":{"rendered":"

Quercus solicitou o embargo da obra<\/strong><\/h2>\n

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\"Castelo<\/a>A C\u00e2mara Municipal de Vila de Rei licenciou um edif\u00edcio habitacional de tr\u00eas pisos, junto a Fernandaires, na zona reservada do Plano de Ordenamento da Albufeira de Castelo de Bode (POACB), onde \u00e9 proibida a constru\u00e7\u00e3o de novos edif\u00edcios e a reconstru\u00e7\u00e3o de ru\u00ednas. A Quercus denunciou a situa\u00e7\u00e3o junto das autoridades, por\u00e9m a obra continua.<\/strong><\/p>\n

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No decorrer de uma a\u00e7\u00e3o de vigil\u00e2ncia, a Quercus detetou obras de constru\u00e7\u00e3o junto da Albufeira de Castelo do Bode, na zona reservada do POACB (publicado na Resolu\u00e7\u00e3o do Conselho de Ministros n.\u00ba 69\/2003, de 10 de maio), onde n\u00e3o s\u00e3o permitidas novas constru\u00e7\u00f5es ou grandes amplia\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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A obra na zona de \u201cMalhadas\u201d, pr\u00f3ximo de Fernandaires, de acordo com a planta s\u00edntese de ordenamento do POACB, insere-se em \u201cZona de Prote\u00e7\u00e3o, Uso Florestal, Zonas de Prote\u00e7\u00e3o e Valoriza\u00e7\u00e3o Ambiental\u201d. Na planta de condicionantes do POACB, o local est\u00e1 afeto \u00e0 Reserva Ecol\u00f3gica Nacional (REN), nas tipologias \u201cAlbufeiras\/Faixa de prote\u00e7\u00e3o\/Cont\u00edgua \u00e0 margem\u201d, \u201c\u00c1reas estrat\u00e9gicas de prote\u00e7\u00e3o e recarga de aqu\u00edferos\u201d e \u201c\u00c1reas de elevado risco de eros\u00e3o h\u00eddrica do solo\u201d.<\/p>\n

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A situa\u00e7\u00e3o foi denunciada ao Servi\u00e7o de Prote\u00e7\u00e3o da Natureza e do Ambiente (SEPNA-GNR), \u00e0 Inspe\u00e7\u00e3o-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Territ\u00f3rio (IGAMAOT), \u00e0 Ag\u00eancia Portuguesa do Ambiente (APA) e \u00e0 C\u00e2mara Municipal de Vila de Rei. A Quercus\u00a0 solicitou ainda o embargo da obra \u00e0 autarquia e \u00e0 APA, contudo, as obras de constru\u00e7\u00e3o continuaram.<\/p>\n

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A C\u00e2mara Municipal de Vila de Rei respondeu \u00e0 Quercus que a obra se encontra licenciada, dado que o munic\u00edpio consultou, previamente ao licenciamento, a Comiss\u00e3o de Coordena\u00e7\u00e3o e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro), a Administra\u00e7\u00e3o da Regi\u00e3o Hidrogr\u00e1fica do Tejo (ARH Tejo) e a APA. A ARH Tejo e a CCDR Centro, ap\u00f3s parecer pr\u00e9vio desfavor\u00e1vel, emitiram parecer favor\u00e1vel. A APA n\u00e3o emitiu parecer dentro do prazo legalmente estipulado, o que configura deferimento t\u00e1cito.<\/p>\n

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\"Edif\u00edcio<\/p>\n

\"Edif\u00edcio\"<\/p>\n

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Dada a incoer\u00eancia da situa\u00e7\u00e3o, a Quercus consultou o processo no Munic\u00edpio de Vila de Rei e constatou que o propriet\u00e1rio fundamentou o pedido de licenciamento invocando a pr\u00e9-exist\u00eancia de uma edifica\u00e7\u00e3o antiga naquele local, com \u00e1rea de implanta\u00e7\u00e3o de 137,3 m2<\/sup>. Contudo, a constru\u00e7\u00e3o licenciada ocupa 540,20 m2<\/sup>, quando o POACB s\u00f3 permite uma amplia\u00e7\u00e3o de 25 m2<\/sup>, ou seja, a \u00e1rea m\u00e1xima de 162,30 m2<\/sup>.<\/p>\n

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Atrav\u00e9s de fotografias de sat\u00e9lite do local, verifica-se a exist\u00eancia de uma pequena ru\u00edna com cerca de 20 m2<\/sup>, pelo que a Quercus considera inadmiss\u00edvel o licenciamento e a constru\u00e7\u00e3o de um grande edif\u00edcio de tr\u00eas pisos.<\/p>\n

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As obras continuam a menos de 50 metros da albufeira, na zona reservada, no dom\u00ednio p\u00fablico h\u00eddrico e em \u00e1rea de REN, tendo sido aberta uma vala at\u00e9 ao plano de \u00e1gua, com movimenta\u00e7\u00e3o de terras e abate de \u00e1rvores, onde foram enterrados quatro tubos de PVC com comunica\u00e7\u00e3o \u00e0 albufeira, sendo que pelo menos um deles servir\u00e1 para descarga de esgotos dom\u00e9sticos da fossa s\u00e9tica constru\u00edda na zona reservada interdita.<\/p>\n

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A Quercus considera inaceit\u00e1vel que sejam permitidas reconstru\u00e7\u00f5es de ru\u00ednas para edif\u00edcios de habita\u00e7\u00e3o junto da Albufeira de Castelo do Bode, devido ao risco de contamina\u00e7\u00e3o das suas \u00e1guas.<\/p>\n

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Ao longo dos \u00faltimos anos, a Quercus tem detetado v\u00e1rios problemas relacionados com a gest\u00e3o urban\u00edstica na zona adjacente da Albufeira de Castelo do Bode e apesar das interdi\u00e7\u00f5es previstas no POACB, as entidades com compet\u00eancia em mat\u00e9ria de licenciamento continuam a permitir a constru\u00e7\u00e3o junto \u00e0 albufeira, colocando em risco a qualidade da sua \u00e1gua.<\/p>\n

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Lisboa, 13 de setembro de 2017<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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