{"id":10372,"date":"2021-03-03T18:01:35","date_gmt":"2021-03-03T18:01:35","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10372"},"modified":"2021-03-03T18:01:35","modified_gmt":"2021-03-03T18:01:35","slug":"2-anos-depois-do-escandalo-dieselgate","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/2-anos-depois-do-escandalo-dieselgate\/","title":{"rendered":"2 anos depois do esc\u00e2ndalo Dieselgate"},"content":{"rendered":"

Estudo revela: gas\u00f3leo \u00e9 pior para o clima do que a gasolina, embora represente ainda 70% dos carros vendidos na Europa<\/strong><\/p>\n

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Dois anos ap\u00f3s o esc\u00e2ndalo das emiss\u00f5es, conhecido como\u00a0Dieselgate<\/i>, ter exposto a realidade pouco limpa dos carros a gas\u00f3leo, um novo estudo da associa\u00e7\u00e3o Transport & Environment (T&E), da qual a Quercus \u00e9 membro efetivo, demonstra que os carros a gas\u00f3leo, para al\u00e9m de contribu\u00edrem para a polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica, emitem mais gases com efeito de estufa do que os carros a gasolina.<\/strong><\/p>\n

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A an\u00e1lise do ciclo de vida das emiss\u00f5es de um ve\u00edculo prova que os carros a gas\u00f3leo emitem mais 3,65 toneladas de CO2<\/sub><\/strong>, do que um equivalente a gasolina. Este impacte clim\u00e1tico superior deve-se a v\u00e1rios fatores, nomeadamente o facto do processo de refina\u00e7\u00e3o do gas\u00f3leo consumir mais energia; os ve\u00edculos implicarem mais materiais para a produ\u00e7\u00e3o de motores mais pesados e complexos; de emitirem mais pela mistura dos biocombust\u00edvel com o gas\u00f3leo; e percorrerem maiores dist\u00e2ncias gra\u00e7as ao pre\u00e7o mais reduzido do gas\u00f3leo – ver infografia abaixo.<\/p>\n

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Esta an\u00e1lise vem desarmar os argumentos dos fabricantes de autom\u00f3veis de que s\u00e3o necess\u00e1rios carros a gas\u00f3leo para se atingir os objetivos clim\u00e1ticos. A leitura da brochuras e sites dos fabricantes de autom\u00f3veis demonstra que a diferen\u00e7a entre os motores equivalentes a gasolina e a gas\u00f3leo \u00e9 m\u00ednima, variando apenas entre zero e algumas gramas de CO2<\/sub><\/strong>. Por\u00e9m, os ve\u00edculos a gas\u00f3leo s\u00e3o tipicamente mais caros 2.000-4.000\u20ac do que os a gasolina. As alternativas dispon\u00edveis no mercado, como os ve\u00edculos h\u00edbridos a gasolina, t\u00eam pre\u00e7os semelhantes aos ve\u00edculos a gas\u00f3leo mas emitem cerca de 20-25% menos CO2<\/sub><\/strong>.<\/p>\n

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\"gasoleo\"<\/a><\/p>\n

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7 em cada 10 ve\u00edculos ligeiros vendidos na Europa s\u00e3o a\u00a0diesel<\/i><\/strong><\/p>\n

Na Europa, o mercado autom\u00f3vel encontra-se distorcido a favor dos ve\u00edculos a gas\u00f3leo atrav\u00e9s de regulamentos enviesados e impostos injustos. Embora o\u00a0diesel<\/i>\u00a0represente 50% da quota de mercado na Europa, no resto do mundo \u00e9 apenas um nicho de mercado. Na Europa, 7 em cada 10 ve\u00edculos ligeiros de passageiros e comerciais vendidos s\u00e3o a gas\u00f3leo, enquanto que nos EUA representam menos de 1% das vendas e na China, o maior mercado de ve\u00edculos do mundo, menos de 2%.<\/p>\n

Este estudo agora divulgado identificou tr\u00eas causas para a depend\u00eancia Europeia em rela\u00e7\u00e3o ao gas\u00f3leo:<\/strong><\/p>\n

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  1. Impostos nacionais sobre ve\u00edculos e combust\u00edveis distorcidos:<\/li>\n
  2. Normas europeias de emiss\u00e3o \u201cEuro\u201d injustas:\u00a0permitiram, durante d\u00e9cadas, que os ve\u00edculos a gas\u00f3leo emitissem mais NOx do que os a gasolina. Esta quest\u00e3o foi agravada pelo uso de testes obsoletos (recentemente atualizados) e pela fiscaliza\u00e7\u00e3o ineficaz dos regulamentos que permitiu aos fabricantes de autom\u00f3veis instalarem controlos aos gases de escape ineficientes e baratos, que eram manipulados ou desligados, na maioria dos casos.<\/li>\n
  3. Regulamentos de emiss\u00f5es de CO2<\/sub><\/strong>\u00a0enviesados:\u00a0que estabeleceram limites pouco ambiciosos aos fabricantes de autom\u00f3veis e lhe permitiram construir carros a gas\u00f3leo maiores e mais pesados.<\/li>\n<\/ol>\n

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    Dieselgate deixou legado de 37 milh\u00f5es de ve\u00edculos poluentes e ilegais nas estradas<\/strong><\/p>\n

    Existem mais de 37 milh\u00f5es de ve\u00edculos ligeiros de passageiros e comerciais ilegalmente poluentes a circular na Europa e a resposta da ind\u00fastria resume-se a uma s\u00e9rie de corre\u00e7\u00f5es incoerentes de\u00a0software<\/i>\u00a0em alguns pa\u00edses, sem haver um programa de despolui\u00e7\u00e3o consistente nos 28 pa\u00edses da UE. Na Europa, cerca de 68.000 pessoas morrem prematuramente devido ao NOx emitido pelos ve\u00edculos a gas\u00f3leo<\/p>\n

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    N\u00e3o \u00e9 de todo admiss\u00edvel que, dois anos ap\u00f3s o esc\u00e2ndalo do Dieselgate, os fabricantes de autom\u00f3veis continuem a comercializar ve\u00edculos a gas\u00f3leo poluentes, com a coniv\u00eancia da Comiss\u00e3o Europeia e dos Estados-membros. O verdadeiro esc\u00e2ndalo do \u201cDieselgate\u201d na Europa manifesta-se atrav\u00e9s do olhar cego dos reguladores nacionais perante a evid\u00eancia de manipula\u00e7\u00e3o dos dados de emiss\u00e3o, com o \u00fanico prop\u00f3sito de proteger os fabricantes autom\u00f3veis europeus.<\/p>\n

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    Neste sentido, a Quercus reitera que \u00e9 urgente a cria\u00e7\u00e3o de um observat\u00f3rio europeu independente que vigie a a\u00e7\u00e3o das entidades reguladoras dos v\u00e1rios Estados-membros e assegure que o mercado \u00fanico de ve\u00edculos acautela o melhor interesse e a defesa da sa\u00fade de todos os cidad\u00e3os.<\/p>\n

    A Europa tem de acelerar a transi\u00e7\u00e3o para ve\u00edculos limpos, apostando na tecnologia el\u00e9trica e deixar os carros poluentes a gas\u00f3leo nos museus. A Quercus relembra que 11 cidades europeias j\u00e1 anunciaram restri\u00e7\u00f5es \u00e0 circula\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos a gas\u00f3leo mais poluentes a partir de 2020, um sinal de que esta \u00e9 j\u00e1 uma mudan\u00e7a inevit\u00e1vel, mas que precisa de ser alavancada n\u00e3o s\u00f3 a n\u00edvel municipal, mas sim nacional.<\/p>\n

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    Lisboa, 18 de setembro de 2017<\/p>\n

    A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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