Um relat\u00f3rio divulgado pela Environmental Paper Network (EPN) – Rede Ambiental do Papel, de que a Quercus faz parte, revela hoje os impactes ambientais e sociais do novo projeto da f\u00e1brica de celulose em Mo\u00e7ambique.<\/p>\n
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A Portucel Mo\u00e7ambique (uma empresa mo\u00e7ambicana controlada pela The Navigator Company, anteriormente conhecida como Portucel Soporcel) prev\u00ea construir uma f\u00e1brica de celulose na prov\u00edncia da Zamb\u00e9zia, em Mo\u00e7ambique. A nova f\u00e1brica ter\u00e1 uma capacidade de produ\u00e7\u00e3o de pasta de papel de 1.500.000 toneladas por ano e uma central de gera\u00e7\u00e3o de energia de biomassa. A f\u00e1brica, est\u00e1 prevista localizar-se junto do Oceano \u00cdndico e fornecer\u00e1 principalmente pasta de celulose para a ind\u00fastria de papel asi\u00e1tica.<\/p>\n
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A Portucel Mo\u00e7ambique obteve mais de 300 000 ha de terra para desenvolver planta\u00e7\u00f5es de eucalipto. O relat\u00f3rio revela problemas significativos com essa aquisi\u00e7\u00e3o de terras. Em muitos casos, essa era a terra das comunidades locais, obtida pela promessa de empregos tempor\u00e1rios ou pagamentos pequenos, sem comunica\u00e7\u00e3o clara dos impactes e consequ\u00eancias do desenvolvimento das planta\u00e7\u00f5es e, em alguns casos, mesmo pela press\u00e3o direta. Como resultado, muitas pessoas foram deslocadas para locais remotos ou for\u00e7adas a alugar terrenos. Algumas queixas apresentadas \u00e0s autoridades n\u00e3o foram abordadas.<\/p>\n
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As planta\u00e7\u00f5es ter\u00e3o impacte sobre os ecossistemas florestais de miombo, uma vez que ser\u00e3o explorados 114 mil ha de \u00e1reas densamente arborizadas para desenvolver as planta\u00e7\u00f5es. A convers\u00e3o em planta\u00e7\u00f5es deslocar\u00e1 os usos tradicionais da floresta, criando mais press\u00e3o nos fragmentos remanescentes da floresta natural.<\/p>\n
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As planta\u00e7\u00f5es de eucalipto absorvem grandes quantidades de \u00e1gua do solo. Neste ambiente, j\u00e1 impactado pelo stresse h\u00eddrico, a expans\u00e3o das planta\u00e7\u00f5es de eucalipto afetar\u00e1 inevitavelmente as \u00e1reas circundantes, o que poderia causar um decl\u00ednio severo na agricultura local, amea\u00e7ando a seguran\u00e7a alimentar.<\/p>\n
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O projeto \u00e9 controlado e financiado em 20% pela Corpora\u00e7\u00e3o Financeira Internacional (InternationalFinanceCorporation- IFC), do grupo do Banco Mundial, com outros investidores, incluindo o fundo de pens\u00f5es do governo noruegu\u00eas.<\/p>\n
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Mandy Haggith, coordenadora da EPN, disse: “Os financiadores da Portucel Mo\u00e7ambique est\u00e3o cientes dos riscos sociais e ambientais desse projeto? H\u00e1 evid\u00eancias consider\u00e1veis \u200b\u200bde que este projeto para produ\u00e7\u00e3o de pasta de papel \u00e9 uma brutal apropria\u00e7\u00e3o de terra que empobrecer\u00e1 as comunidades j\u00e1 vulner\u00e1veis \u200b\u200be prejudicar\u00e1 a floresta de miombo. O IFC e as outras institui\u00e7\u00f5es de financiamento da The Navigator Company, devem questionar como este projeto pode ser consistente com suas pol\u00edticas “.<\/p>\n
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O relat\u00f3rio descreve uma s\u00e9rie de salvaguardas que os bancos e outros financiadores devem garantir estar implementadas, antes de considerar o financiamento desse projeto.<\/p>\n
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