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Neste Dia Mundial das Zonas H\u00famidas, a Quercus alerta para o facto de Portugal apresentar uma redu\u00e7\u00e3o de 11% da \u00e1rea dos 31 S\u00edtios Ramsar classificados, na sua maioria devido \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de empreendimentos tur\u00edsticos e \u00e0 falta de implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas sustent\u00e1veis. A Associa\u00e7\u00e3o defende que as Zonas H\u00famidas Urbanas, \u00e1reas fortemente amea\u00e7adas pelo aumento cont\u00ednuo da popula\u00e7\u00e3o, requerem uma aten\u00e7\u00e3o especial pelos benef\u00edcios que trazem ao ambiente, \u00e0s esp\u00e9cies e ao Homem.<\/p>\n
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As Zonas H\u00famidas, que ocupam cerca de 2% da superf\u00edcie continental da Terra, est\u00e3o entre os ecossistemas mais produtivos e com maior diversidade biol\u00f3gica, constituindo um patrim\u00f3nio natural, cultural e paisag\u00edstico \u00fanico. Al\u00e9m de constitu\u00edrem habitats determinantes para a conserva\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, onde cerca de 290 esp\u00e9cies abrangidas pela diretiva Habitats est\u00e3o ligadas aos ecossistemas das Zonas H\u00famidas, purificam a \u00e1gua, combatem os desastres naturais e o efeito de estufa, entre outras carater\u00edsticas de elevada import\u00e2ncia para o ambiente e para o Homem.<\/p>\n
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No entanto, estima-se que desde 1900 se perderam cerca de 64% das Zonas H\u00famidas da Terra, devendo-se esta perda, na sua maioria, \u00e0 atividade humana. Portugal apresenta 31 S\u00edtios Ramsar classificados, com uma \u00e1rea total de 132 487,7 hectares, no entanto, os dados do Relat\u00f3rio do Estado do Ambiente de 2017 apontam para uma redu\u00e7\u00e3o de 11% nesta \u00e1rea, na sua maioria associada \u00e0 atividade Humana.<\/p>\n
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Esta destrui\u00e7\u00e3o e degrada\u00e7\u00e3o das Zonas H\u00famidas causada pelo Homem, \u00e9 incompreens\u00edvel para a Quercus, e est\u00e1 associada essencialmente a:<\/p>\n
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– Pol\u00edticas erradas de ordenamento do territ\u00f3rio, com especial destaque na falta de planos de gest\u00e3o e ordenamento que visem o uso sustent\u00e1vel das Zonas H\u00famidas em Portugal;<\/p>\n
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– Constru\u00e7\u00f5es de empreendimentos tur\u00edsticos, como \u00e9 o caso da constru\u00e7\u00e3o de um megaempreendimento aprovado pela C\u00e2mara Municipal de Silves em 2012, na Zona H\u00famida da Lagoa dos Salgados. Este empreendimento conta com mais de 300 hectares, e o projeto prev\u00ea a constru\u00e7\u00e3o de 3 hot\u00e9is, 2 aldeamentos tur\u00edsticos, um campo de golfe e uma zona comercial. A Quercus, juntamente com outras entidades, tudo tem feito para que esta amea\u00e7a \u00e0 prote\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o desta Zona H\u00famida n\u00e3o avance.<\/p>\n
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– Polui\u00e7\u00e3o da \u00e1gua \u2013 Problem\u00e1tica recorrente um pouco por todo a pa\u00eds, no entanto, nos \u00faltimos tempos a Zona H\u00famida do Estu\u00e1rio do Tejo, um dos primeiros S\u00edtios Ramsar em Portugal, tem sido fortemente amea\u00e7ada pela polui\u00e7\u00e3o cont\u00ednua do Rio Tejo..<\/p>\n
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– Ca\u00e7a \u2013 \u00c9 estimado que pelo menos 700 mil indiv\u00edduos de 16 esp\u00e9cies de aves aqu\u00e1ticas morram anualmente na Uni\u00e3o Europeia devido \u00e0 contamina\u00e7\u00e3o por ingest\u00e3o de chumbo derivado da atividade da ca\u00e7a. Em Portugal, o pato-real \u00e9 uma das aves aqu\u00e1ticas citadas no estudo, que s\u00e3o afetadas por esta problem\u00e1tica.<\/p>\n
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A Quercus sublinha que esta redu\u00e7\u00e3o de 11% na \u00e1rea dos 31 S\u00edtios Ramsar classificados em Portugal se deve ao pouco esfor\u00e7o do Pa\u00eds em cumprir os compromissos assumidos no que diz respeito \u00e0s Zonas H\u00famidas de Import\u00e2ncia Internacional, inclu\u00eddos na Estrat\u00e9gia de Biodiversidade da Uni\u00e3o Europeia (UE) para 2020, que estabelece como objetivo impedir a perda de biodiversidade e a degrada\u00e7\u00e3o dos servi\u00e7os dos ecossistemas na UE at\u00e9 2020.<\/p>\n
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Para 2018, a Conven\u00e7\u00e3o de Ramsar lan\u00e7ou o tema \u201cZonas H\u00famidas Urbanas tornam as cidades mais habit\u00e1veis\u201d, visto que 50% da humanidade vive em \u00e1reas urbanas e esta propor\u00e7\u00e3o pode atingir 66% em 2050. \u00c9 imprescind\u00edvel pois, que a gest\u00e3o e o ordenamento destas zonas seja feita de forma sustent\u00e1vel, de modo a que as zonas urbanas possam usufruir da multiplicidade de benef\u00edcios que \u00a0as zonas h\u00famidas t\u00eam para oferecer, sem as degradar.<\/p>\n
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Em Portugal, os S\u00edtios Ramsar \u201cEstu\u00e1rio do Tejo\u201d, \u201cPaul do Boquilobo\u201d e \u201cRia formosa\u201d s\u00e3o tr\u00eas exemplos de S\u00edtios Ramsar na vizinhan\u00e7a de urbes, bem como o S\u00edtio \u201cPaul da Praia da Vit\u00f3ria\u201d, localizado na Ilha Terceira\/A\u00e7ores, que requerem especial aten\u00e7\u00e3o por parte do Estado Portugu\u00eas.<\/p>\n
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A Quercus alerta assim para a import\u00e2ncia da conserva\u00e7\u00e3o, do uso sustent\u00e1vel e da implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas de gest\u00e3o e ordenamento das Zonas H\u00famidas existentes em Portugal, zonas com especial contributo para o aumento da qualidade do ambiente, da biodiversidade e da vida Humana.<\/p>\n
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