{"id":10004,"date":"2021-03-03T17:13:30","date_gmt":"2021-03-03T17:13:30","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=10004"},"modified":"2021-03-08T15:38:06","modified_gmt":"2021-03-08T15:38:06","slug":"podas-abusivas-e-ou-abate-infundado-de-arvores-em-espaco-urbano-sao-o-problema-ambiental-em-destaque-no-distrito-da-guarda-no-inicio-de-ano-2018-a-quercus-associacao-nacional-de-conse","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/podas-abusivas-e-ou-abate-infundado-de-arvores-em-espaco-urbano-sao-o-problema-ambiental-em-destaque-no-distrito-da-guarda-no-inicio-de-ano-2018-a-quercus-associacao-nacional-de-conse\/","title":{"rendered":"Podas abusivas e\/ou abate infundado de \u00e1rvores em espa\u00e7o urbano"},"content":{"rendered":"

Estima-se que estas esp\u00e9cies ocupem j\u00e1 60 mil de hectares e originem perdas anuais de 10 milh\u00f5es de euros. Agravam o risco de inc\u00eandio e s\u00e3o uma s\u00e9ria amea\u00e7a para a biodiversidade.<\/strong><\/p>\n

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\"mimosaA introdu\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies n\u00e3o aut\u00f3ctones, com objetivos culturais, econ\u00f3micos ou apenas ornamentais tem ao longo de d\u00e9cadas vindo a transformar as nossas paisagens. A perda de identidade paisag\u00edstica e as diversas consequ\u00eancias ecol\u00f3gicas associadas \u00e0 invas\u00e3o por infestantes lenhosas s\u00e3o problemas que podem tornar-se irrepar\u00e1veis, se n\u00e3o forem enfrentados com os meios e a capacidade t\u00e9cnica adequada.<\/p>\n

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O comportamento de uma esp\u00e9cie inserida num meio distinto do seu ecossistema original pode tornar-se imprevis\u00edvel. Mesmo quando os testes e ensaios de introdu\u00e7\u00e3o apontam para a estabilidade do comportamento das esp\u00e9cies, dentro de limites control\u00e1veis, inesperadas altera\u00e7\u00f5es do meio, podem desencadear imprevis\u00edveis situa\u00e7\u00f5es de expans\u00e3o descontrolada.<\/p>\n

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Ac\u00e1cias em Portugal<\/p>\n

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As ac\u00e1cias foram introduzidas em Portugal (provavelmente no S\u00e9c. XVIII) para utiliza\u00e7\u00e3o como plantas ornamentais e tamb\u00e9m com objetivos espec\u00edficos como fixa\u00e7\u00e3o de taludes e barreiras \u00e0 expans\u00e3o de zonas dunares costeiras.<\/p>\n

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Quando a atividade econ\u00f3mica identificou estas esp\u00e9cies como vantajosas para a produ\u00e7\u00e3o de taninos e carv\u00e3o, n\u00e3o foram identificadas raz\u00f5es t\u00e9cnico cient\u00edficas para limitar a cultura destas esp\u00e9cies. Uma ideia que pareceu irrepreens\u00edvel para os fins pretendidos, na altura, mas que tem consequ\u00eancias gravosas na atualidade.<\/p>\n

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Chegaram a Portugal vindas quase todas do Sul da Austr\u00e1lia e hoje chegam a formar manchas de vegeta\u00e7\u00e3o cerrada onde \u00e9 n\u00e3o \u00e9 vi\u00e1vel a sobreviv\u00eancia de outras plantas<\/p>\n

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Estas esp\u00e9cies formam matas cerradas que atingem dezenas de milhares de plantas por hectare e produzem v\u00e1rios milh\u00f5es de sementes que podem manter-se vi\u00e1veis durante d\u00e9cadas. A germina\u00e7\u00e3o destas sementes \u00e9 estimulada pelos inc\u00eandios e, devido ao r\u00e1pido crescimento das plantas, acabam por dominar as restantes esp\u00e9cies.<\/p>\n

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Infelizmente as consequ\u00eancias hoje em dia est\u00e3o \u00e0 vista de todos com a expans\u00e3o descontrolada das ac\u00e1cias, que se espalham facilmente, afetando a produ\u00e7\u00e3o florestal, provocando a destrui\u00e7\u00e3o de muito das nossas florestas aut\u00f3ctones e levando a irremedi\u00e1veis perdas de biodiversidade e de produtividade. N\u00e3o prejudicam apenas vegeta\u00e7\u00e3o nativa mas afetam tamb\u00e9m todas as esp\u00e9cies de fauna que dependem destas plantas para a sua alimenta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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As ac\u00e1cias australianas, principalmente a ac\u00e1cia-mimosa ou mimosa (Ac\u00e1cia dealbata), a ac\u00e1cia-de-espigas (Acacia longifolia) e a ac\u00e1cia-austr\u00e1lia (Acacia melanoxylon) ocupam j\u00e1 uma \u00e1rea que se estima entre os 30 mil e os 60 mil hectares.<\/p>\n

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As ac\u00e1cias est\u00e3o a ser uma s\u00e9ria amea\u00e7a em diversas \u00e1reas protegidas. A mimosa \u00e9 uma das invasoras, ou ex\u00f3ticas, mais preocupantes em todo o mundo, ocupando pelo menos um milhar de hectares no Parque Nacional da Peneda-Ger\u00eas, \u00e1rea esta que poder\u00e1 ser ainda maior, mas que devido \u00e0 falta de informa\u00e7\u00e3o atualizada de invent\u00e1rios florestais, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel apurar.<\/p>\n

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Durante as \u00faltimas d\u00e9cadas, ao longo de todo o pa\u00eds, as colonias da ac\u00e1cia n\u00e3o pararam de crescer. Nas \u00e1reas florestais devastadas pelos fogos, em terrenos abandonados, nos baldios, nos taludes e em muitos outros locais, as ac\u00e1cias v\u00e3o eliminando a restante vegeta\u00e7\u00e3o expandindo-se como coberto dominante.<\/p>\n

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Para evitar danos ainda mais s\u00e9rios na biodiversidade, \u00e9 necess\u00e1rio atuar na erradica\u00e7\u00e3o dos novos focos de invas\u00e3o e, acima de tudo, controlar para elimina\u00e7\u00e3o das popula\u00e7\u00f5es de invasoras j\u00e1 estabelecidas.<\/p>\n

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Estamos perante uma invas\u00e3o eminente, que est\u00e1 a espalhar-se por toda a parte trazendo consequ\u00eancias culturais e econ\u00f3micas tanto maiores quanto a demora de um plano de a\u00e7\u00e3o contra as infestantes. Estas invadem frequentemente \u00e1reas florestais, pelo que diminuem a produtividade e acarretam custos elevados na aplica\u00e7\u00e3o de medidas de gest\u00e3o e controlo.<\/p>\n

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O trabalho dos t\u00e9cnicos que investigam novos meios para controlar a explos\u00e3o de ac\u00e1cias n\u00e3o \u00e9 suficiente para quebrar este processo, \u00e9 necess\u00e1rio atuar no terreno, despertar a opini\u00e3o p\u00fablica e consciencializar os respons\u00e1veis pela gest\u00e3o do territ\u00f3rio.<\/p>\n

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\u00c9 urgente que o Estado aposte no controlo das invasoras lenhosas, j\u00e1 que, atualmente, o investimento neste dom\u00ednio \u00e9 quase nulo.<\/p>\n

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T\u00eam que ser implementadas medidas no curto prazo.<\/p>\n

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A Quercus, Associa\u00e7\u00e3o Nacional e Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e a ANESF \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Engenheiros e T\u00e9cnicos do Sector Florestal consideram\u00a0fundamental:<\/p>\n

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-Implementar um plano de emerg\u00eancia para evitar a infesta\u00e7\u00e3o por ac\u00e1cias das \u00e1reas ardidas em 2017, em particular no Pinhal de Leiria, \u00e1reas protegidas e \u00e1reas comunit\u00e1rias sob gest\u00e3o do Estado.<\/p>\n

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-Elaborar planos de a\u00e7\u00e3o para elimina\u00e7\u00e3o a curto prazo das ac\u00e1cias das \u00e1reas protegidas, parques e reservas.<\/p>\n

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-Elaborar plano de a\u00e7\u00e3o para travar a expans\u00e3o das ac\u00e1cias ao longo da rede rodovi\u00e1ria.<\/p>\n

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-Realizar invent\u00e1rios que produzam resultados em tempo real, da \u00e1rea ocupada por ac\u00e1cias.<\/p>\n

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-Realizar campanhas de divulga\u00e7\u00e3o das boas pr\u00e1ticas para controlo de invasoras lenhosas.<\/p>\n

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-Criar uma Comiss\u00e3o de Acompanhamento para a Vigil\u00e2ncia, Preven\u00e7\u00e3o e Controlo das Infestantes Lenhosas (\u00e0 semelhan\u00e7a da cong\u00e9nere j\u00e1 criada para a Vespa Asi\u00e1tica).<\/p>\n

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Avistamento de ac\u00e1cias em Portugal<\/strong><\/p>\n

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\"acacias\"<\/p>\n

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https:\/\/fusiontables.google.com\/data?docid=1Uox2xXHpWPCGYScwJJUxcLuzKCJwn97DIHSk1HY#map:id=3<\/p>\n

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