![\"2016](\"https:\/\/quercus.pt\/images\/2016_08_26_Fornos_de_Algodres.jpg\")
\u00a0![\"2014](\"https:\/\/quercus.pt\/images\/2014_02_22_Guarda.JPG\")
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No in\u00edcio de ano 2018, a Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza, lan\u00e7ou uma a\u00e7\u00e3o nacional denominada \u201c12 meses\/12 iniciativas\u201d com o objetivo de chamar aten\u00e7\u00e3o para 12 problemas ambientais que ocorrem em territ\u00f3rio nacional e para os quais urge encontrar solu\u00e7\u00f5es. Depois do olival intensivo em Janeiro, o problema ambiental em destaque este m\u00eas situa-se no distrito da Guarda, e \u00e9 o caso das podas abusivas e\/ou abate infundado de \u00e1rvores em espa\u00e7o urbano em concreto.<\/p>\n
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Apesar das melhorias que Portugal tem registado a n\u00edvel ambiental, sobretudo nos \u00faltimos 20 anos, em \u00e1reas t\u00e3o diversas como os res\u00edduos, a \u00e1gua ou o tratamento de efluentes dom\u00e9sticos, existem ainda diversos problemas ambientais que teimam em persistir em v\u00e1rias regi\u00f5es do pa\u00eds \u2013 descargas ilegais de efluentes industriais nos nossos rios, excesso de monoculturas agr\u00edcolas intensivas, povoa\u00e7\u00f5es sem tratamento de esgotos e uma \u00e1rea florestal de eucalipto em expans\u00e3o, s\u00e3o apenas alguns exemplos que t\u00eam provocado impactes grav\u00edssimos no pa\u00eds, tais como a polui\u00e7\u00e3o no rio Tejo, a degrada\u00e7\u00e3o do solo, as vagas de inc\u00eandios florestais e o despovoamento do territ\u00f3rio.<\/p>\n
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A Quercus atrav\u00e9s do seu N\u00facleo Regional da Guarda dedicou o m\u00eas de fevereiro ao tema das podas abusivas. Em m\u00e9dia, cerca de 20% a 30% das den\u00fancias recebidas anualmente por este N\u00facleo, desde 2014, dizem respeito a podas abusivas e\/ou abate infundado de \u00e1rvores em espa\u00e7o urbano. Os \u00faltimos anos coincidem simultaneamente com um per\u00edodo de maior consciencializa\u00e7\u00e3o por parte de cidad\u00e3os an\u00f3nimos e\/ou grupos\/movimentos informais no sentido de exigir maior preserva\u00e7\u00e3o dos espa\u00e7os naturais nas cidades.<\/p>\n
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V\u00e1rios autores referem \u201c(\u2026) a mutila\u00e7\u00e3o generalizada e indiscriminada da copa das \u00e1rvores de alinhamento e de parques e jardins urbanos n\u00e3o tem qualquer justifica\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica, econ\u00f3mica ou est\u00e9tica (\u2026) os cortes repetidos e a quebra natural dos novos lan\u00e7amentos exp\u00f5em as \u00e1rvores \u00e0 infe\u00e7\u00e3o por agentes patog\u00e9nicos (\u2026) em consequ\u00eancia das podas [radicais\/abusivas] \u00e9, pois, de esperar uma situa\u00e7\u00e3o futura que implica a continua\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00f5es onerosas nos anos seguintes, quer para retirar os ramos mortos (\u2026) quer para desafogar o emaranhado de ramos verticais longos e finos que passam a dominar no novo copado e que, com frequ\u00eancia, em pouqu\u00edssimos anos se tornam tanto ou mais prejudiciais do que a copa existente antes da interven\u00e7\u00e3o (\u2026)\u201d. [1]<\/p>\n
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E ainda \u201c(\u2026) a poda de \u00e1rvores \u00e9 uma agress\u00e3o a um organismo vivo, que possui estrutura e fun\u00e7\u00f5es bem definidas e alguns mecanismos e processos de defesa contra seus inimigos naturais (\u2026) A poda \u00e9 sempre uma opera\u00e7\u00e3o desvitalizante, elimina uma grande parte da copa das \u00e1rvores chegando nos casos mais dr\u00e1sticos \u00e0 elimina\u00e7\u00e3o total. Como consequ\u00eancia, a superf\u00edcie fotossinteticamente ativa \u00e9 parcial ou totalmente eliminada, pelo que a \u00e1rvore fica bastante debilitada (\u2026) Uma \u00e1rvore debilitada fica mais vulner\u00e1vel ao ataque de pragas e doen\u00e7as, sendo que alguns insetos e fungos acabam por se aproveitar destas fragilidades e instalam-se, acelerando nalguns casos a morte das \u00e1rvores. Uma \u00e1rvore decapitada fica completamente desfigurada e debilitada, e jamais recuperar\u00e1 por completo a sua forma natural. A decapita\u00e7\u00e3o \u00e9 uma pr\u00e1tica incoerente com a fisiologia das \u00e1rvores, cientificamente errada e socialmente inaceit\u00e1vel (\u2026) Decapitando \u00e1rvores frondosas, estas estar\u00e3o \u00e0 partida condenadas a n\u00e3o cumprir a sua fun\u00e7\u00e3o ambiental de purificar o ambiente, proporcionar sombra e frescura, servir de habitat para pequenas aves que ali nidificavam. A poda n\u00e3o \u00e9 uma opera\u00e7\u00e3o cultural normal em \u00e1rvores ornamentais ou florestais, mas sim em \u00e1rvores de fruto. A poda em \u00e1rvores ornamentais \u00e9 necess\u00e1ria apenas em casos de emerg\u00eancia (\u2026)\u201d [2]<\/p>\n
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Se as podas radicais\/abusivas s\u00e3o lesivas para as \u00e1rvores por que raz\u00e3o todos os anos estas se repetem e em v\u00e1rias localidades? Ser\u00e1 a falta de t\u00e9cnicos especializados por parte das autarquias e Juntas de Freguesia?<\/p>\n
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A Quercus questiona se as mais-valias dos espa\u00e7os verdes nas cidades com a redu\u00e7\u00e3o de polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica; a redu\u00e7\u00e3o de n\u00edveis de stress e de ansiedade; a redu\u00e7\u00e3o do ru\u00eddo provocado pelo tr\u00e1fego rodovi\u00e1rio; a contribui\u00e7\u00e3o para um ambiente mais fresco, entre muitos outros aspetos \u00a0n\u00e3o deveriam justificar um maior investimento em forma\u00e7\u00e3o dos t\u00e9cnicos envolvidos nestes casos de m\u00e1s pr\u00e1ticas?<\/p>\n
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Ao longo dos pr\u00f3ximos meses, outras situa\u00e7\u00f5es ambientais ser\u00e3o tornadas p\u00fablicas, esperando a Quercus conseguir mobilizar as popula\u00e7\u00f5es com os seus alertas e exigindo que as autoridades nacionais tomem medidas para a sua resolu\u00e7\u00e3o. O calend\u00e1rio das pr\u00f3ximas a\u00e7\u00f5es a realizar \u00e9 o seguinte:<\/p>\n
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![\"Captura](\"https:\/\/quercus.pt\/images\/Captura_de_ecr%C3%A3_2018-02-28_%C3%A0s_20.55.55.png\")
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Notas:<\/p>\n
[1] Silva, H. e Fabi\u00e3o, A.; (1994) \u201cAs podas camar\u00e1rias: considera\u00e7\u00f5es sobre a futilidade de um acto de mutila\u00e7\u00e3o\u201d;https:\/\/www.repository.utl.pt\/bitstream\/10400.5\/1387\/1\/REP-Fabiao<\/a>,%20A.-Silva_%26_Fabiao_1994.pdf<\/p>\n <\/p>\n