Quercus https://quercus.pt Tue, 23 Apr 2024 15:02:55 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Quercus https://quercus.pt 32 32 3ª edição Passatempo “Constrói um hotel de insetos polinizadores” https://quercus.pt/2024/04/23/19123/ Tue, 23 Apr 2024 14:48:31 +0000 https://quercus.pt/?p=19123 No Dia Mundial da Terra, 22 de abril, a Quercus lança a 3ª edição do passatempo “Constrói um Hotel de Insetos Polinizadores”, integrado na campanha SOS Polinizadores, que em 2024 decorrerá em duas categorias:

  • individual (para cidadãos)
  • coletiva (para instituições de ensino)

O passatempo decorre exclusivamente no Instagram da Quercus e as participações estão abertas até 20 de maio de 2024, Dia Mundial das Abelhas.

 

 

 

REGRAS

  • Construir um hotel para insetos polinizadores de acordo com as diretrizes disponíveis no regulamento em polinizadores.quercus.pt
  • Publicar um post no Instagram com 3 fotografias (frontal, traseira e de perfil) do hotel de insetos construído (o perfil utilizado tem de ser público)
  • Incluir, no descritivo do post, a hashtag #hotelinsetosquercus e a identificação da página @quercus_ancn_

PRÉMIOS DA CATEGORIA INDIVIDUAL (CIDADÃOS):

  • 1º lugar: uma estadia de duas noites para duas pessoas na Herdade do Monte Barata, turismo de natureza da Quercus no Parque Natural do Tejo Internacional + participação numa atividade de natureza organizada
  • 2º lugar: uma estadia de duas noites para duas pessoas na Herdade do Monte Barata, turismo de natureza da Quercus no Parque Natural do Tejo Internacional.
  • Restantes participantes: um saco de sementes de mistura de flores para abelhas e outros polinizadores, biológicas e certificadas, da Sementes Vivas.

PRÉMIOS DA CATEGORIA COLETIVA (INSTITUIÇÕES DE ENSINO):

  • 1º lugar: 1 kit de materiais Faber-Castell, no valor de 200€
  • 2º lugar: 1 kit de materiais Faber-Castell, no valor de 100€
  • 3º lugar: 1 kit de materiais Faber-Castell, no valor de 50€

 


Manual de apoio da Ciência Viva à construção de hotéis de insetos polinizadores
ACEDER AQUI


 

 
 
Os hotéis de insetos são uma forma de oferecer refúgio aos insetos polinizadores, como as abelhas, os abelhões, as borboletas ou os sirfídeos, que têm um papel essencial para garantir o equilíbrio ecológico e a sustentabilidade agrícola e alimentar.”

 

 

 

 

 

Descarregar ficheiro – Regulamento Passatempo Hotel Insetos 2024
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Último Recurso, Quercus e Sciaena vão levar primeiro caso de litigância climática em Portugal para o Supremo Tribunal de Justiça https://quercus.pt/2024/04/15/ultimo-recurso-quercus-e-sciaena-vao-levar-primeiro-caso-de-litigancia-climatica-em-portugal-para-o-supremo-tribunal-de-justica/ Mon, 15 Apr 2024 13:32:49 +0000 https://quercus.pt/?p=19112
  • As três organizações processaram o Estado português em novembro de 2023 por incumprimento da Lei de Bases do
  • Após a rejeição desta ação, vão recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça e admitem ir até ao Tribunal Europeu dos Direitos
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    Os grupos de defesa do clima Último Recurso, Quercus e Sciaena vão levar o primeiro caso de litigância climática em Portugal ao Supremo Tribunal de Justiça, para garantir que o Estado português cumpre os compromissos adotados na Lei de Bases do Clima.

    As três organizações processaram o Estado português em novembro de 2023 por incumprimento da Lei. Após mais de quatro meses sem resposta sobre esta ação popular, foi apresentada, na semana passada, uma queixa no Conselho Superior de Magistratura contra a ju8íza do Tribunal Cível de Lisboa. No dia em que esta queixa foi noticiada, na passada sexta-feira, a juíza emitiu a sentença e recusou a petição.

    A juíza descreve a nossa petição inicial como abstrata, genérica e ‘obscura’, quando na realidade a petição inclui, ponto por ponto, todas as medidas da Lei de Bases do Clima e os correspondentes prazos que não foram cumpridos”, afirma Mariana Gomes, presidente e fundadora da Associação Último Recurso.

    O Estado falhou na implementação de medidas como um orçamento de carbono, um portal de ação climática, um plano nacional de energia e clima e planos setoriais de mitigação, uma negligência que é especialmente condenável na sequência de temperaturas extremas e outros danos sem precedentes ocorridos no país.

    Desde que a ação foi apresentada, e enquanto a juíza não se pronunciou sobre ela, Portugal continuou a sofrer os efeitos das alterações climáticas, como a seca no Algarve e temperaturas extremas ou mais elevadas do normal para esta época do ano.

    A sentença indefere liminarmente a ação porque o pedido formulado seria ininteligível, o que é avaliado em dois parágrafos. Assim sendo, é difícil de aceitar que o tribunal tenha demorado 4 meses a decidir”, diz o advogado Ricardo Sá Fernandes, que refere que a sentença “revela uma insensibilidade jurídica e uma precipitação que chocam, em claro contraste com as recentes decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos”.

    A Último Recurso, Quercus e Sciaena vão recorrer da decisão para o Supremo Tribunal de Justiça e admitem ir até ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que recentemente deu razão a uma queixa de idosas suíças relacionada com o clima, caso os tribunais portugueses não sejam competentes para julgar esta questão.

    O nosso caso é muito parecido ao das Avós pelo Clima. E nós ainda temos o factor positivo de que temos a Lei de Bases do Clima. O caso das Avós pelo Clima não tinha uma lei em concreto, era um pedido até mais abstrato”, explica Mariana Gomes.

    A Associação Último Recurso nasceu em 2022 e tem como missão utilizar os meios legais para responsabilizar aqueles considerados os principais contribuidores para a crise climática no país. Em 2023, tendo esgotado todas as vias não judiciais, decidiu intentar uma ação civil contra o Estado no Tribunal Cível de Lisboa. As organizações Quercus e Sciaena formalizaram o seu apoio ao assinarem conjuntamente a ação, reafirmando o seu compromisso conjunto pela justiça climática.

     

    Conferência de imprensa

    A Último Recurso, Quercus e Sciaena vão realizar uma conferência de imprensa online sobre o primeiro caso de litigância climática em Portugal esta segunda-feira, 15 de abril, às 18h00. Convidamos os(as) senhores(as) jornalistas a acompanhar a conferência através do link: https://us02web.zoom.us/j/81592095898?pwd=N1cySWo1ci9Gc1dGdzNtb09mWmdFUT09

     

    Último Recurso
    A força legal para lutar contra a crise climática.

    Sciaena
    Oceano # Conservação # Sensibilização

    Quercus
    Pela Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais

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    Associações de toda a Europa apresentam o desempenho dos diferentes partidos com presença no Parlamento Europeu sobre temas ambientais durante o mandato 2019 – 2024 https://quercus.pt/2024/04/15/associacoes-de-toda-a-europa-apresentam-o-desempenho-dos-diferentes-partidos-com-presenca-no-parlamento-europeu-sobre-temas-ambientais-durante-o-mandato-2019-2024/ Mon, 15 Apr 2024 09:47:41 +0000 https://quercus.pt/?p=19108  

    Uma análise feita por cinco das maiores organizações ambientalistas europeias revela que apenas uma minoria dos deputados do Parlamento Europeu agiu para proteger o clima e a natureza e para reduzir a poluição na União Europeia, durante o mandato de 2019 a 2024. Os dados são claros: a maioria dos eurodeputados agiu como procrastinador ou pensador pré-histórico, atrasando a ação necessária, votando de forma irregular e inconsistente ou, pior ainda, falhando completamente no apoio às iniciativas que visam fortalecer a capacidade da UE enfrentar o desafio das diferentes crises que se lhe colocam no presente e no futuro.

    Os benefícios para os cidadãos de uma transição socialmente justa para uma Europa com impacto neutro no clima, positiva para a natureza e com poluição zero são enormes e, nos últimos cinco anos, o Parlamento Europeu teve o poder e a oportunidade de atuar corajosamente para conduzir a União Europeia neste sentido.

    Com a partilha desta informação, as organizações estão a fornecer a todos os europeus a possibilidade de responsabilizarem os seus representantes políticos pelo seu recente desempenho parlamentar e exigirem uma maior ambição do Parlamento Europeu nos próximos anos, dando força àqueles que apoiaram os valores defendidos pelos cidadãos.

    A BirdLife Europe, a Climate Action Network Europe, o European Environmental Bureau, a Transport & Environment e o Gabinete de Política Europeia da WWF analisaram os registos de votação do Parlamento Europeu dos últimos cinco anos para fornecer aos cidadãos uma panorâmica interativa que classifica todos os partidos políticos nacionais e grupos parlamentares europeus com base no seu desempenho em termos de votação.

    O Painel de Avaliação do Parlamento Europeu – Scoreboard

    O Painel de Avaliação do Parlamento Europeu analisa o voto individual de cada eurodeputado durante a legislatura de 2019-2024 e classifica-o em relação às recomendações de voto das cinco organizações ambientais europeias sobre 30 dossiers políticos, que incluem legislação fundamental em matéria de clima, energia e ambiente. Desta forma, é possível conhecer o compromisso de cada deputado e, em particular do grupo político em que se enquadra, com a sustentabilidade ambiental. O resultado máximo é de 100 pontos. Os resultados são consultáveis:

    •      Por grupo político para o conjunto da UE
    • Por grupo político por país
    • Por partido político em cada país

    Cada uma destas análises pode ainda ser feita para o conjunto dos 30 dossiers políticos analisados, para os 12 dossiers políticos centrados na transição com impacto neutro no clima e socialmente justa, para os 8 dossiers centrados numa Europa positiva para a natureza ou nos 10 dossiers centrados na economia circular e na transição para a poluição zero.

    Principais resultados – União Europeia

    Segundo os dados apurados, existe diversidade e nuances no seio dos grupos políticos e dos partidos nacionais e é possível encontrar protetores em todo o espetro político, com exceção da extrema-direita. As pontuações que se seguem são baseadas em valores agregados e a repartição completa de cada grupo, partido e voto pode ser consultada no Painel de Avaliação do Parlamento Europeu.

    Os Protetores

    • Verdes | Aliança Livre Europeia: 92/100
    • A Esquerda: 84/100
    • Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas: 70/100

    Os Procrastinadores

    • Renovar a Europa: 56/100

    Os Pensadores Pré-Históricos

    • Partido Popular Europeu: 25/100
    • Conservadores e Reformistas Europeus: 10/100
    • Identidade e Democracia: 6/100

    Principais resultados – Portugal

    No caso dos eurodeputados Portugueses os dados indicam que os partidos que podem ser classificados como protetores são o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista. Entre os procrastinadores temos o Partido Comunista Português e entre os pensadores pré-históricos temos o Partido Social Democrata e Centro Democrático Social-Partido Popular.

    Os Protetores

    • BE | Aliança Livre Europeia: 91/100
    • Partido Socialista | Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas: 79/100

    Os Procrastinadores

    • PCP | A Esquerda: 67/100

    Os Pensadores Pré-Históricos

    • PSD | Partido Popular Europeu: 27/100
    • CDS-PP | Partido Popular Europeu: 20/100

    Uma análise breve indica que os partidos Portugueses que entram na categoria de protetores estão dentro da média europeia do seu grupo político no caso do BE, mas que estão acima da mesma no caso do PS. O PCP surge abaixo da média do seu grupo político (que na média europeia classifica-se entre os protetores). Entre os pensadores pré-históricos, o PSD está dentro da média do seu grupo (ligeiramente acima) e o CDS está abaixo.

    Reações dos organizadores da campanha

    Ariel Brunner, Director at BirdLife Europe: “A natureza está a entrar em colapso e, se a deixarmos entrar em colapso, afundar-nos-emos com ela. A Europa já provou que é capaz de trazer de volta espécies à beira da extinção, limpar rios e proteger habitats preciosos. As sondagens de opinião mostram sistematicamente que os europeus se preocupam com a natureza e querem vê-la restaurada, a par da luta contra a crise climática, mas se isso acontece ou não depende das pessoas que escolhem para os representar no Parlamento Europeu.”

    Faustine Bas–Defossez, Diretor para a Natureza, a Saúde e o Ambiente do European Environmental Bureau: “Nas próximas eleições europeias, os cidadãos de toda a Europa têm uma oportunidade crucial de orientar o nosso continente para um futuro que dê prioridade à saúde, seja livre de substâncias tóxicas e enfrente o desafio urgente da crise de poluição que enfrentamos. O scoreboard da UE ajudará a descobrir quais os partidos políticos que defendem o Pacto Ecológico e dão prioridade ao bem-estar das pessoas e do planeta. É crucial que elejamos representantes empenhados em tomar medidas corajosas para uma Europa mais limpa e mais saudável para todos”.

    William Todts, Diretor Executivo da Transport & Environment: “A UE é uma força do bem no que diz respeito à ação climática. Desde os automóveis não poluentes até aos impostos sobre o carbono para aviões e navios, a UE fez o que os governos nacionais não puderam ou não quiseram fazer. Em muitos países europeus, a proteção do ambiente seria muito reduzida sem a UE. Os resultados das eleições mostram que alguns partidos foram menos virados para o futuro, votando para manter artificialmente vivos os transportes e a energia sujos e poluentes. As eleições de junho vão determinar quem vai mandar na Europa até 2029. Não podemos dar o progresso por garantido”.

    Evento público de apresentação da iniciativa

    Esta iniciativa será apresentada publicamente a 15 de abril entre as 13h e as 16h de Portugal.

    Para assistir ao evento deve ser feito o registo através deste link: https://tinyurl.com/scoreboardlaunch

    O evento decorrerá presencialmente no Press Club Brussels Europe, Rue Froissart 95, 1040 Bruxelles, Bélgica, mas será acessível online.

    1.    Mais informação sobre o Painel de Avaliação, as suas conclusões principais, a metodologia e os dossiers políticos analisados podem ser acedidos através deste link: https://tinyurl.com/scoreboardreport
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    Unilex, Regime Unificado dos Fluxos Específicos de Resíduos: rumo à economia circular e à responsabilidade alargada do produtor https://quercus.pt/2024/03/28/unilex-regime-unificado-dos-fluxos-especificos-de-residuos-rumo-a-economia-circular-e-a-responsabilidade-alargada-do-produtor/ Thu, 28 Mar 2024 15:19:15 +0000 https://quercus.pt/?p=19095 O UNILEX, Regime Unificado dos Fluxos Específicos de Resíduos, foi aprovado em Conselho de ministros a 29 de novembro de 2023, promulgado pelo Presidente da República a 11 de março de 2024, e publicado em Diário da República nesta terça-feira, dia 26 de março de 2024. Este diploma vem alterar os regimes de gestão de resíduos, de deposição de resíduos em aterro e gestão de fluxos específicos de resíduos sujeitos ao princípio da responsabilidade alargada do produtor.

    A QUERCUS considera a revisão e aprovação deste Diploma um passo fundamental na prossecução dos objetivos globais de transição para uma Economia Circular e Descarbonização, com previsão de melhorias na recolha de circuitos de resíduos que anteriormente se encontravam sem solução, bem como a diminuição de resíduos enviados para aterro. A implementação prática destas medidas constituiu um grande desafio, havendo ainda um grande caminho a percorrer no que diz respeito à recolha, tratamento e valorização de outros fluxos, como pequenas quantidades de resíduos de obras nos domicílios, pequenas quantidades de resíduos perigosos, nomeadamente com a presença de amianto, resíduos têxteis e ainda a necessidade de aumento de fiscalização de descargas ilegais de resíduos em vias públicas, com fraco resultado prático a nível de coimas.

    A QUERCUS destaca as seguintes principais alterações aprovadas no Diploma:

    • “A devolução aos municípios de 30 % do valor pago pelos mesmos a título de Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), caso demonstrem o investimento em projetos que promovam a reciclagem de biorresíduos e a reciclagem de resíduos de embalagem”. Nas entidades gestoras, a TGR “passa a ser determinada em função do custo médio associado à recolha e/ou à recolha e tratamento dos fluxos de materiais abrangidos”. Prevê-se ainda a “indexação das tarifas de resíduos aplicadas à efetiva produção de resíduos, no sentido de responsabilizar cada produtor pelos resíduos que efetivamente produz”.
    • A criação de um sistema de depósito e reembolso que consiste em pagar um depósito por uma embalagem e ser reembolsado na sua entrega, abrangendo as embalagens de bebidas de plástico e metal, mas não as de vidro.
    • Um regime de responsabilidade alargada do produtor (RAP) que abrange novos fluxos de resíduos e deverá estar operacional até 31 de dezembro de 2025. Um diz respeito à gestão de mobílias colocadas no mercado, colchões e respetivos resíduos, e outro aos resíduos de autocuidados de saúde no domicílio.
    • O licenciamento dos sistemas integrados de gestão de fluxos específicos com o prazo aumentado de cinco para dez anos, permitindo uma maior estabilidade a nível operacional. Especificamente no caso do Sistema de Gestão Integrado de Embalagens e de Resíduos de Embalagens (SIGRE), está previsto o alargamento das licenças às embalagens de origem não urbana, para além das de origem urbana atuais, potenciando o crescimento das taxas de recolha e tratamento dos resíduos recolhidos e enviados para reciclagem.
    • Que os Valores de Contrapartida pagos pelas entidades gestoras aos municípios e sistemas de gestão de resíduos urbanos (SGRU) passem a ter maior abrangência, contemplando não só o acréscimo de custos com a recolha seletiva, mas também todos os custos com impacto no fim de vida da embalagem. Esta medida reveste-se de máxima importância, por estar há muitos anos desfasada dos custos reais de recolha e triagem causando, na opinião da QUERCUS, uma enorme pressão financeira nos municípios.

    Já em 2022 a QUERCUS propôs medidas adicionais ao Plano Nacional de Gestão de Resíduos para 2030 e vai continuar a trabalhar no sentido de alterar positivamente o panorama de consumo e descarte atual, uma vez que o aumento da reciclagem, valorização e a diminuição da deposição em aterro não são suficientes ainda para resolver o grave problema ambiental a que assistimos atualmente: a escassez de recursos e as alterações climáticas.

    Todos os intervenientes da Sociedade desempenham um papel fundamental na Prevenção de Resíduos e numa real transição para a Economia Circular, com a alteração de hábitos.

    Lisboa, 28 de março de 2024

    A Direção Nacional da QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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    9º Encontro Nacional pela Justiça Climática decorre em Boticas de 5 a 7 de abril https://quercus.pt/2024/03/27/9o-encontro-nacional-pela-justica-climatica-decorre-em-boticas-de-5-a-7-de-abril/ Wed, 27 Mar 2024 10:39:14 +0000 https://quercus.pt/?p=19092 O Encontro Nacional pela Justiça Climática (ENJC) está de volta para a sua 9.ª edição e, desta vez, ruma a Boticas, no distrito de Vila Real, para reunir pessoas de todo o país. De 5 a 7 de abril, o município de Boticas irá acolher cerca de 15 eventos entre debates, workshops e concertos. Estes espaços convidarão à reflexão sobre a transição climática justa em Portugal e sobre as soluções para construir um presente e futuro mais justos e sustentáveis.

    Cerca de três dezenas de organizações juntaram-se para erguer este Encontro que parte de diferentes premissas: da compreensão da intrincada relação entre o clima e o oceano, da urgência de promover soluções de mobilidade sustentável e pública nas nossas comunidades, de combater a pobreza energética, do imperativo de abandonar de vez os combustíveis fósseis e atingir a neutralidade carbónica até 2030, fomentando sempre a capacitação e participação públicas.

    O ENJC é um evento anual que reúne ativistas, cientistas, líderes comunitários e cidadãos para debater e desenvolver estratégias para travar a crise climática, através de uma transição energética, alinhada com os prazos ditados pela ciência e direcionada para a justiça climática e social, que deve ser coordenada, equilibrada e não deixar ninguém para trás. Este é um espaço de partilha de conhecimentos e experiências, onde se pode ficar a conhecer as batalhas que se enfrentam, quem as está a travar e as soluções e caminhos a percorrer na luta pela justiça climática.

    A nona edição surge numa altura fundamental nas lutas do movimento climático em Portugal. A emergência que vivemos não se cinge apenas às questões ambientais ou climáticas; afeta todos os aspetos da nossa vida. Apesar disso, continuamos a deparar-nos com políticas públicas pouco ambiciosas e comunidades cada vez mais vulneráveis. O falhanço institucional e governamental deixa clara a necessidade da organização e da resistência da ação popular e cidadã para travar o caos climático, ecológico e social a que o atual modelo económico nos condena.

    Estamos numa altura em que a crise climática exige uma ação urgente, mas também a responsabilidade de optar por um caminho justo para a transição energética, que não reproduza o sistema e as narrativas que causaram os atuais níveis de destruição climática, ambiental, ecológica, social e económica. Nesse sentido, não podemos permitir uma extração de recursos minerais a qualquer custo. A exploração de lítio em Portugal não pode avançar sem considerar os seus impactos sociais, económicos, ecológicos e ambientais, bem como o legado ambiental, social, económico deixado para as gerações futuras. Além disso, não podemos apoiar uma exploração predatória que apenas visa a extração rápida de recursos minerais, sem garantir que todo o processo de transformação ocorra no país, criando uma cadeia de valor que não seria alcançada apenas com a abertura de uma mina. A política pública não pode ter uma visão simplista de curto prazo assente numa vertente dilapidadora dos recursos geológicos – que agora é apresentada com a bandeira verde de um suposto green mining (“mineração verde”, conceito manipulador que tenta criar a ilusão de uma atividade sem impactos). Devemos lutar por uma visão de respeito pela sustentabilidade e pelo território e pelas suas gentes no longo prazo.

    Com a escolha do local, o Encontro pretende demonstrar solidariedade com a luta dos movimentos locais pela preservação das suas culturas, práticas e modos de vida, em harmonia e simbiose com o seu meio. O Barroso foi, graças a estas práticas, classificado pelas Nações Unidas como Património Agrícola Mundial. As Nações Unidas reconheceram o papel fundamental deste território na preservação da biodiversidade, na descarbonização e na sustentação de um ambiente socioecológico saudável. As populações locais, que mantêm este território há séculos, sabem que a crise climática e ecológica não se combate destruindo regiões como esta, em prol do lucro de algumas empresas, mas sim preservando-as.

    Integram a organização do Encontro a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, Climáximo, Empregos para o Clima, Montalegre Com Vida, MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, OIKOS, Quercus, Sciaena, Último Recurso, UMAR, Unidos em Defesa de Covas do Barroso, XR Portugal e a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. O ENJC conta ainda com o apoio das seguintes entidades: Associação Dunas Livres, Associação Unidos pela Natureza, Coopérnico, Ecomood Portugal, GEOTA, GPSA – Preservação da Serra da Argemela, Instituto Marquês Valle Flor, MiningWatch Portugal/Observatório Ibérico da Mineração, Movimento SOS Serra d’Arga, Povo e Natureza do Barroso, Reboot, Rede para o Decrescimento, Scientist Rebellion Portugal, TROCA – Plataforma por um Comércio Internacional Justo, Veredas da Estrela e Youth Climate Leaders.

    As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através deste link. https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSedA2IokwNHlW4uMVC9aXAp7XYa1nkp_wQ_0TroVoao3fxbCw/viewform

    Site oficial: https://enjc.pt/

    27 de março de 2024

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    Recurso da Providência Cautelar para suspensão das deliberações das Assembleias Gerais de 2023 favorável à Direção Nacional da Quercus https://quercus.pt/2024/03/22/recurso-da-providencia-cautelar-para-suspensao-das-deliberacoes-das-assembleias-gerais-de-2023-favoravel-a-direcao-nacional-da-quercus/ Fri, 22 Mar 2024 18:11:35 +0000 https://quercus.pt/?p=19072 A Quercus informa que na sequência das notícias relativas à Providência Cautelar com o objetivo da suspensão das deliberações das Assembleias Gerais realizadas em 29 de abril de 2023, interposta pelo associado Paulo Mendes, cuja sentença em Primeira Instância julgou parcialmente procedente; o resultado do recurso apresentado pela Quercus foi favorável à Quercus.

    O Tribunal da Relação de Lisboa julgou o recurso procedente interposto pela Direção Nacional e, consequentemente, revogou a sentença emitida em  Primeira Instância, julgando o procedimento cautelar improcedente, por não estarem preenchidos todos os requisitos do artigo 380.º do CPC, mormente o dano apreciável.

    Lisboa, 22 de março de 2024

    A Direção Nacional da QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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    Estamos a recrutar Médico/a Veterinário/a para o CRASM – Estágio profissional https://quercus.pt/2024/03/22/estamos-a-recrutar-medico-a-veterinario-a-para-o-crasm-estagio-profissional/ Fri, 22 Mar 2024 17:32:40 +0000 https://quercus.pt/?p=19064 A Quercus é uma Organização Não Governamental de Ambiente (ONGA) portuguesa fundada a 31 de outubro de 1985 e constituída por cidadãos que se juntaram em torno do mesmo interesse pela Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais e na Defesa do Ambiente em geral. É uma associação independente, apartidária, de âmbito nacional, sem fins lucrativos com estatuto de utilidade pública.

    O/A técnico/a a contratar é para desempenhar funções na área da Medicina Veterinária no Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto (CRASM).

     

     

     

    Tarefas principais

    a) Atos médico-veterinários, como realização de exames físicos, estabelecimento de terapêuticas e participação em cirurgias;

    b) Apoio na gestão diária do Centro;

    c) Realização de necropsias e exames complementares, auxiliando na realização dos respetivos relatórios técnicos;

    d) Apoio na gestão de voluntários e outros estagiários;e) Apoio em investigação científica, nomeadamente articulação e envolvimento em projetos de investigação em áreas afins aos objetivos do CRASM; colaboração nos programas nacionais de monitorização de zoonoses e outros projetos no âmbito da rede de centros de recuperação de fauna e promover a investigação veterinária aplicada à conservação da natureza;

    f) Desenvolvimento de outras atividades pontuais que lhe sejam atribuídas por decisão do Coordenador ou da Direção Nacional.

     

    Requisitos

    • Licenciatura com mestrado integrado em Medicina Veterinária;
    • Boa preparação física;
    • Residência ou disponibilidade para viver na zona de influência do CRASM;
    • Conhecimentos de informática na ótica do utilizador;
    • Domínio falado e escrito das línguas portuguesa e inglesa;
    • Organizado/a, responsável e autónomo/a no cumprimento das tarefas atribuídas;
    • Caráter dinâmico, empreendedor, capaz de encontrar soluções para os problemas correntes de um projeto;
    • Capacidade de comunicação, trabalho em equipa e de relacionamento com voluntários e estagiários;
    • Capacidade de elaboração de relatórios técnicos e de materiais divulgativos;
    • Carta de condução e veículo próprio;
    • Disponibilidade full-time.

     

    É valorizada a experiência clínica com fauna selvagem e de voluntariado na área e em Centros de Recuperação de Fauna Selvagem.

     

    Condições de trabalho

    Condições do estágio profissional do IEFP, Programa ATIVAR.

    Apresentação de candidatura

    Todas as candidaturas devem conter curriculum vitae resumido (máximo de 3 páginas) e carta de motivação com mínimo de 3 referências, dirigido exclusivamente por correio eletrónico para quercus@quercus.pt com a referência “CAND_VET_CRASM” em assunto, até ao dia 7 de abril de 2024 inclusive. Não serão aceites candidaturas que não cumpram estes requisitos ou que sejam submetidas após esta data.

    Após a seleção curricular serão realizadas entrevistas.

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    O obstáculo nuclear para um futuro com energias renováveis e a eliminação gradual dos combustíveis fósseis https://quercus.pt/2024/03/20/o-obstaculo-nuclear-para-um-futuro-com-energias-renovaveis-e-a-eliminacao-gradual-dos-combustiveis-fosseis/ Wed, 20 Mar 2024 22:03:48 +0000 https://quercus.pt/?p=19058  

    Introdução

    Mais de três quartos das emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia (UE) provêm do nosso consumo de energia, pelo que é vital cessar a queima de combustíveis fósseis para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, a meta do Acordo de Paris. Juntamente com membros e especialistas externos, desenvolvemos o nosso cenário energético compatível com o Acordo de Paris (CAP), que proporciona um caminho robusto e baseado na ciência para o panorama energético da Europa. Com base neste trabalho, a CAN Europa defende a eliminação gradual do carvão até 2030, do gás até 2035 e um sistema energético 100% baseado em energias renováveis até 2040, o que exige a eliminação progressiva da energia nuclear até então.

     

    A disrupção da energia nuclear está a acontecer em muitos países, não apenas na Europa. No Dubai, durante a COP28, a CAN opôs-se veemente e denunciou os países que pretendiam apoiar e assinar o compromisso liderado pelos EUA, Reino Unido, França e outros 18 países para triplicar globalmente a energia nuclear nos próximos 25 anos. Este objectivo é muito superior ao elevado nível de cenários da Agência Internacional de Energia (AIE), já baseados em hipóteses improváveis e riscos, para distrair da triplicação das capacidades das Energias Renováveis que foi acordada por um grupo muito maior de países na COP28.

     

    Em 2023, houve um impulso alarmante e um aumento no apoio à energia nuclear no espaço político da UE. Este desenvolvimento está a criar uma tensão significativa entre os proponentes da suficiência energética e de um sistema de energia totalmente renovável, e marca uma regressão nos esforços para uma transição energética sustentável e justa. Embora os defensores da energia nuclear afirmem que a energia nuclear pode funcionar juntamente com as energias renováveis, está a tornar-se cada vez mais claro que a energia nuclear cria um obstáculo significativo aos investimentos na eficiência energética, à adoção das energias renováveis e à eliminação gradual dos combustíveis fósseis em três áreas: no debate político da UE, no planeamento do sistema energético e na descentralização.

     

    A Climate Action Network International, o chapéu global sob o qual a CAN Europa participa, com uma comunidade de quase 2.000 membros da sociedade civil, em mais de 130 países, mantém-se unida na oposição às centrais nucleares novas e existentes. Em 2020, revimos e aprovamos a Carta da CAN[1], o documento mais relevante para todos os membros da CAN, o secretariado internacional e os núcleos regionais, e listamos as estratégias para “Promover um futuro livre de energia nuclear”.

     

    O obstáculo no debate político

     

    O ponto de partida para uma nova tentativa de renascimento da energia nuclear foi a inclusão desta energia na taxonomia da UE em 2022, e pode ser vista como o modelo do lobby nuclear para as suas ambições futuras – criar um amplo debate político usando argumentos de “neutralidade tecnológica” e condições de concorrência equitativas e formar alianças com defensores dos combustíveis fósseis (neste caso, gás natural) a fim de reduzir a ambição por soluções sustentáveis.

    Desde então, uma campanha liderada pela França, manifestada através da “Aliança Nuclear”[2] dos 14 Estados-Membros, juntamente com as atividades de lobby da indústria nuclear, tem assoberbado a política energética e climática da UE nos últimos dois anos. Continuando a narrativa da “neutralidade tecnológica” e de “condições de concorrência equitativas”, esta missão teve como objectivo promover a energia nuclear em detrimento de uma transição para um sistema energético 100% baseado em energias renováveis, de uma legislação como a Diretiva Energias Renováveis, do Projeto do Mercado de Eletricidade e da Lei da Indústria “Net Zero”.

     

    Uma tentativa de reduzir a ambição renovável

     

    No contexto da revisão da Diretiva das Energias Renováveis (RED III), a França fez uma abordagem em 2023, apelando a uma “ponderação” de baixo carbono na meta de energias renováveis da UE, a fim de apoiar uma meta mais elevada de energia renováveis da UE para 2030, de 45%, onde as chamadas fontes de energia “de baixo carbono” são consideradas para estabelecer metas nacionais em matéria de energias renováveis. Embora tal não se tenha concretizado, obteve-se uma concessão para o hidrogénio renovável e foram criadas providências para facilitar a produção de hidrogénio nuclear – arriscando-se enfraquecer ainda mais um caminho tecnológico baseado em energias renováveis.

     

    A Comissão da UE lançou a sua proposta para a Lei da Indústria “Net Zero” (NZIA) em março de 2023 como uma resposta à Lei de Redução da Inflação (IRA) dos Estados Unidos. Embora a energia nuclear tenha sido incluída na lista de tecnologias consideradas como contribuindo para a descarbonização, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recusou-se a incluí-la na lista de “tecnologias estratégicas”, que poderiam receber apoio adicional[3]. A lista era limitada, para ser mais bem direcionada, a tecnologias como a solar, a eólica, o armazenamento de energia, as bombas de calor e as tecnologias de rede. O acordo político final levou à inclusão das “tecnologias de energia de fissão nuclear” como estratégicas, enquanto este debate permitiu que a lista se tornasse tão extensa que praticamente perde qualquer elemento estratégico.

     

    Atrasar a eliminação dos fósseis através de compensações sujas

     

    Durante a reforma do Projeto do Mercado de Electricidade, os promotores dos combustíveis nucleares e fósseis no Parlamento tentaram inviabilizar um acordo que apoiava as energias renováveis e a flexibilidade. No Conselho, devido ao enfoque da Aliança Nuclear nos Contratos para a Diferença (apoiados por alguns países dependentes do carvão), as negociações foram adiadas por vários meses e as conversações foram afastadas das energias renováveis, conduzindo a um acordo que apoia subsídios para centrais nucleares existentes e novas. reactores e um prolongamento dos subsídios às centrais eléctricas a carvão através de mecanismos de capacitação.

     

    Perder tempo e desviar a atenção

     

    À medida que o debate nuclear domina agressivamente as negociações políticas, os meios de comunicação social e o discurso público, desvia flagrantemente a atenção do avanço de soluções existentes, acessíveis e sustentáveis para uma transição energética. Este foco esmagador na energia nuclear não só ofusca, como representa o risco de descarrilar a transição energética europeia, dificultando o progresso no sentido de alinhar com o objectivo ambicioso, mas exequível, de um sistema de energia 100% renovável até 2040.

     

    Um obstáculo para um sistema de energia totalmente renovável

     

    A avaliação da CAN Europa das propostas dos Planos Nacionais de Energia e Clima destaca que nem um único plano dos Estados-Membros está alinhado com uma trajetória compatível com 1,5ºC, nem com os requisitos mínimos climáticos e energéticos da UE para 2030. É necessária uma maior ambição em termos de eficiência energética, poupança energética, energias renováveis e a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, enquanto os Estados-Membros apostam em falsas soluções para o desafio que enfrentam, como a energia nuclear.

     

    Tal como salientado na nossa análise do PNEC, a UE tem uma expansão inadequada das energias renováveis, um investimento manifestamente insuficiente na eficiência energética, prazos tardios para a eliminação progressiva do carvão e dependência do gás, enquanto países como a Bulgária, a República Checa, a Estónia, a França, a Hungria, os Países Baixos, a Polónia, a Roménia e a Eslovénia estão a considerar novas fontes nucleares que poderão nunca se materializar. Em 2023, a Suécia reviu a sua meta para 2040 de 100% de electricidade renovável para 100% de electricidade descarbonizada, para permitir a continuidade e a nova energia nuclear[4], e é agora claro que isso só pode acontecer com ajuda estatal directa[5]. A Itália, que votou contra a energia nuclear num referendo, está agora a investigar futuras fontes de energia nuclear, enquanto adia o abandono do carvão nos próximos 4 anos.

     

    A maior central nuclear da Europa, a Central Nuclear de Zaporizhzhia na Ucrânia, está atualmente ocupada pelos militares russos e pela Rosatom numa zona de guerra activa, mas não impediu a Ucrânia de incluir novas fontes de energia nuclear na sua reconstrução[6].

     

    Por outro lado, o cenário Compatível com o Acordo de Paris (PAC), enfatiza a electrificação baseada em energias renováveis, apelando a uma atenção determinada e redobrada para permitir um sistema energético da UE 100% baseado em energias renováveis até 2040, e não prevê a necessidade de energia nuclear na Europa.

     

    A energia nuclear é muito cara

     

    Quando comparada com as energias renováveis, a última análise do Relatório sobre a Situação da Indústria Nuclear Mundial, utilizando os dados da Lazard, determina que o custo nivelado da energia (LCOE) para novas centrais nucleares faz deste o gerador mais caro, com uma estimativa de quase quatro vezes mais caro do que a energia eólica em terra, enquanto a energia solar e eólica não subsidiada, combinadas com o armazenamento de energia (para garantir o equilíbrio da rede) é sempre mais barata do que a novas fontes de energia nuclear[7].

     

    Quando comparada com as poupanças energéticas, a análise da ONG húngara Clean Air Action Group destaca que é mais eficiente do ponto de vista económico investir na renovação de habitações para poupar energia do que na construção, operação e desmantelamento de um novo reator nuclear[8]. Estas conclusões foram confirmadas por um estudo separado da Greenpeace França, que demonstrou que ao investir 52 mil milhões de euros numa combinação de infra-estruturas eólicas terrestres/painéis fotovoltaicos em grandes telhados, seria possível evitar quatro vezes mais emissões de CO2 do que investindo o mesmo montante na construção de seis reatores nucleares EPR2 até 2050, enquanto a produção de eletricidade triplica. Ao investir 85 mil milhões de euros de subsídios governamentais na poupança de energia até 2033, seria possível evitar seis vezes mais emissões cumulativas de CO2 até 2050 do que com o programa de construção de seis reatores EPR 2. Isto também tornaria possível retirar quase 12 milhões de pessoas da pobreza energética numa década[9].

     

    Os projectos europeus recentes na Eslováquia, no Reino Unido, em França e na Finlândia demonstram o dramático aumento dos custos. A EDF admitiu que os custos da instalação nuclear britânica, Hinkley Point C, aumentaram para 53,8 mil milhões de euros para a central elétrica programada de 3,2 GW, mais do dobro do previsto em 2015 quando a central foi aprovada[10]. O projecto francês em Flamanville foi originalmente projetado para custar 3,3 mil milhões de euros quando começou a ser construído em 2007, mas desde então aumentou para 13,2 mil milhões de euros (16,87 mil milhões de euros em valores atuais)[11]. O reator finlandês de 1,6 GW do projeto Olkiluoto-3 custou 3 vezes mais do que o originalmente previsto, atingindo 11 mil milhões de euros[12]. Os reactores de segunda geração da Eslováquia, Mochovce 3 e 4, aumentaram os custos para 6,4 mil milhões de euros, face aos 2,8 mil milhões inicialmente estimados[13]. O presidente da Eslovénia anunciou que um novo reactor de 1,6 GW custaria 11 mil milhões de euros, à semelhança do exemplo finlandês, demonstrando que estes preços elevados vieram para ficar[14].

     

    Para financiar novos projetos e projetos em curso, a UE aprovou auxílios estatais para a energia nuclear, no caso da Hungria, da Bélgica e do Reino Unido[15], enquanto os governos nacionais procuram regimes de apoio. Apesar de fazer referências à neutralidade tecnológica, isto cria condições de concorrência desiguais, contra as energias renováveis. Dada a significativa lacuna de investimento para alcançar as metas climáticas para 2030[16], e o espaço fiscal limitado de muitos Estados-Membros, os investimentos em energia nuclear correm o risco de desviar recursos públicos essenciais para projetos com uma fraca relação custo-benefício comparativamente com alternativas de um sistema baseado em energias renováveis, reduzindo ao mesmo tempo a disponibilidade de recursos públicos para todas as outras componentes da transição energética. Esta escolha também não reduziria os preços para os consumidores no contexto da atual crise energética dos combustíveis fósseis.

     

    Por último, os custos seriam ainda maiores se fossem contabilizadas as “externalidades não pagas” suportadas pelos contribuintes e pelo público em geral, resultantes de riscos de acidentes nucleares que são impossíveis de segurar por intervenientes privados[17]. Os custos de desmantelamento de uma central nuclear, que podem custar entre 1 e 1,5 mil milhões de euros por 1000 MW[18], são frequentemente suportados pelo público, uma vez que estes custos são pouco considerados no planeamento de uma nova instalação nuclear[19]. O custo associado ao armazenamento de resíduos radioactivos durante centenas de milhares de anos é também frequentemente subvalorizado[20], juntamente com os custos associados às fugas radioactivas de fábricas ou instalações de armazenamento, como demonstrado pelas fugas radioactivas nas instalações de Sellafield no Reino Unido, causando tensões com a Irlanda e a Noruega[21]. Para reduzir os custos, pode-se esperar uma tentativa de redução dos padrões de segurança e ambientais, o que representa riscos para as comunidades, a natureza e a sociedade em geral, bem como um fardo para as gerações futuras.

     

    A nova construção nuclear é demasiado lenta

    Uma transição rápida requer a utilização de tecnologias e soluções existentes que possam ser implementadas mais rapidamente, tais como energias renováveis, principalmente solar e eólica, em termos de eficiência energética e flexibilidade do sistema. Durante anos, os novos projetos de energia nuclear na Europa têm sido afetados por atrasos[22] e, juntamente com uma força de trabalho sem a devida formação, são incapazes de apoiar a velocidade necessária de descarbonização. As novas centrais nucleares demoram normalmente 15 a 20 anos a construir, não conseguindo, portanto, dar resposta às necessidades imediatas de descarbonização até 2030[23]. Temos o exemplo dos seis novos reatores de França, cuja operadora estima que entrarão em funcionamento em 2040-2049, demasiado tarde para terem qualquer impacto significativo na redução de emissões necessária já agora, com vista a caminhos para 2050, e mais além, para uma futura economia sustentável[24].

    A decisão de construir o reator nuclear Hinkley Point C do Reino Unido foi anunciada em 2007 com data de início operacional em 2017, mas foi adiada várias vezes e agora está estimada para começar em 2031[25]. Na França, o projeto Flamanville está em construção há 16 anos e enfrenta ainda novos atrasos[26], enquanto o Olkiluoto na Finlândia levou 18 anos para se tornar operacional.

     

    Nuclear não apoia autonomia energética

    As unidades de energia nuclear também não conseguem passar num teste de “segurança energética” e contrariam o objetivo da RepowerEU de aumentar a autonomia[27], da Europa, dado que mais de 40% do urânio da UE é importado da Rússia e nenhum país da UE extrai atualmente urânio no seu território[28][29]. Embora o Cazaquistão seja encarado como uma alternativa, a sua indústria de urânio está diretamente ligada à Rosatom. Embora tenham sido impostas proibições de importação ao carvão e ao gás natural liquefeito russos, e o petróleo e o gás natural russos tenham sido impactados, o mesmo não aconteceu com o urânio.

     

    Um obstáculo para um futuro descentralizado

    A declaração para triplicar a energia nuclear até 2050[30], assinada por apenas 22 países, 5 dos quais não possuem reatores nucleares, à margem da COP28 descreve a energia nuclear como uma “fonte de energia limpa, estável e que pode ser regulada segundo as necessidades”, uma mensagem comum da indústria nuclear acostumada a argumentar contra um sistema com 100% de renováveis e o uso da energia nuclear como substituto da produção tradicional a partir de combustíveis fósseis[31]. Esta afirmação, no entanto, é falaciosa e está desatualizada.

    A Europa está a deixar um sistema energético altamente centralizado, rumo a um sistema descentralizado, digital e capaz de se ajustar de forma flexível às mudanças nos padrões de produção e consumo. Num sistema de energia 100% renovável, a necessidade de energia tradicional de “carga de base” é obsoleta e com a produção de energia distribuída, numa União Europeia muito mais interligada, a segurança do abastecimento é mais bem gerida.

     

    A produção de energia nuclear não é confiável

    As unidades de energia nuclear em toda a Europa revelaram-se pouco fiáveis ​​no fornecimento de energia quando necessário[32]. As condições climáticas futuras, como ondas de calor, secas, inundações e subida do nível do mar, apenas aumentam a probabilidade de futuras falhas de centrais nucleares e representam riscos adicionais para a segurança. Em 2022, em média, os reatores nucleares franceses tiveram 152 dias sem produzir. Mais de metade da frota francesa de reatores nucleares não esteve disponível durante pelo menos um terço do ano, um terço não esteve disponível durante mais de metade do ano e, 98% do ano, 10 reatores ou mais não forneceram qualquer energia, pelo menos, durante parte do dia.

    O mito da necessidade de carga de base nuclear tem sido desmascarado há anos. O sistema energético pode ser gerido de forma fiável e segura com 100% de energias renováveis ​​e flexibilidade do sistema[33].

    Bloqueio da integração de energias renováveis ​​na rede elétrica

    A inflexibilidade da energia nuclear[34], causada por limitações técnicas, requisitos de segurança e fatores económicos, impede a alimentação de eletricidade renovável na rede, causando congestionamento e redução da rede. O domínio da energia nuclear sobre a capacidade da rede pode bloquear a ligação de novos projetos de energias renováveis[35], onde mesmo planos anunciados e depois abandonados para uma nova unidade nuclear podem atrasar a ligação de projetos renováveis, levando ao uso contínuo de combustíveis fósseis. As estruturas de rede projetadas para energia nuclear centralizada e em grande escala tornam mais desafiadora, demorada e dispendiosa a introdução de energia renovável distribuída em pequena escala[36].

    Um exemplo disso pode ser encontrado na Roménia, onde os reatores Cernavodă 3 e 4 ocuparam capacidade de rede durante anos, bloqueando novos projetos de energias renováveis ​​na região de Dobrogea, a região com mais potencial para energia eólica do país. Os atrasos nos investimentos na rede, devido à incerteza de novas unidades nucleares, também significaram que hoje existem estrangulamentos de capacidade de implementação de energias renováveis.

    Borssele, a única central nuclear atual nos Países Baixos, está a competir por espaço na produção de eletricidade ao largo da costa marítima[37].

    Após Fukushima, as energias renováveis ​​foram impedidas de se ligar à rede no Japão, enquanto o governo considerava reiniciar os reatores, apesar da oposição pública ao reinício nuclear e do apoio às energias renováveis[38]. Em vez de aproveitar a oportunidade para investir em redes e integrar energias renováveis ​​há vinte anos, o Japão ainda hoje depende fortemente de combustíveis fósseis.

    Prolongando o inevitável com extensões nucleares

    Embora os governos europeus possam sentir-se tentados a prolongar os reatores nucleares existentes para além da sua vida útil inicialmente prevista, no contexto da eliminação progressiva do gás russo, as atualizações dispendiosas da frota nuclear envelhecida, tal como o investimento em novos, correm o risco de desviar o investimento de soluções mais rentáveis, tais como energias renováveis, eficiência energética e flexibilidade do sistema, além de correr o risco de reduzir os padrões de segurança e a segurança do abastecimento à medida que o envelhecimento das estruturas existentes aumenta as interrupções não planeadas[39].

    Qualquer prolongamento das centrais nucleares existentes corre o risco de uma exclusão contínua das fontes de energia renováveis ​​da rede elétrica, evitando os seus efeitos de redução dos preços no mercado.

     

    Os chamados “Reatores Modulares Pequenos”

    Os legisladores europeus são cada vez mais persuadidos pelas promessas vazias dos reatores modulares pequenos (RMP). Considerados mais flexíveis, descentralizados, mais pequenos e mais baratos do que os projetos nucleares existentes, levam os países a desperdiçar recursos públicos a favor de um produto inexistente, repleto das mesmas limitações que os seus antecessores[40], e apresentando uma fraca relação custo-benefício em comparação com alternativas existentes. A ênfase nos RMP corre o risco de atrasar o desenvolvimento de tecnologias de energias renováveis ​​já disponíveis neste momento, prolongando assim a utilização de combustíveis fósseis.[41] [42] [43]

    Sobrecarregados pelos mesmos elevados custos de capital, os RMP teriam de funcionar quase constantemente para reduzir as perdas, congestionando ainda mais a rede e tornando-os inúteis no fornecimento de energia de reserva necessária para as horas de ponta contra as energias renováveis ​​e o armazenamento de energia.

     

    A energia nuclear é muito arriscada e insegura

    A tecnologia nuclear acarreta inerentemente o risco de acidentes nucleares graves com a libertação de grandes quantidades de radioatividade, como demonstrado pelos acidentes catastróficos em Fukushima ou Chernobyl. Eventos meteorológicos extremos e mais frequentes devido às alterações climáticas criam riscos sem precedentes através de tempestades ou inundações que não são capturados nas normas de planeamento para centrais nucleares com base em frequências e gravidade históricas[44]. Eventos climáticos extremos também podem afetar indiretamente as centrais nucleares, como o rompimento de barragens acima das centrais nucleares ou a desconexão mais prolongada das redes elétricas após tempestades. Ataques cibernéticos, agressão militar, como, por exemplo, a ocupação da Central Nuclear de Zaporizhzhia pela Rússia e os ataques terroristas, como ataques de drones, também poderá levar a acidentes graves em centrais nucleares. Os resíduos nucleares continuam a representar um risco mundial para a saúde de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos, durante milhares de anos após a sua utilização na produção de energia. A gestão de qualquer futura instalação de armazenamento ainda estaria em risco de catástrofes naturais e de decisões das gerações futuras, ao passo que, atualmente, sem quaisquer soluções a longo prazo, os riscos estão cada vez mais a transferir-se para o armazenamento provisório que não foi planeado para o atual fornecimento e duração do armazenamento[45].

     

    Além da descarbonização

    Para uma maior ambição climática, as energias renováveis, a eficiência energética, o armazenamento, a interligação e a flexibilidade são os mais adequados para colmatar esta lacuna na produção e apoiar o aumento da eletrificação baseada nas energias renováveis, ao mesmo tempo que se eliminam gradualmente os combustíveis fósseis. Dada a fraca velocidade e os elevados custos dos futuros projetos nucleares, a dificuldade de construir várias unidades ao mesmo tempo e a realidade dos RMP, é pouco provável que a energia nuclear consiga cobrir qualquer parte significativa das necessidades energéticas da Europa até 2040.

    O futuro sistema energético será muito mais descentralizado e orientado para o consumidor ativo e para a flexibilidade, o que não constitui as condições ideais para novas centrais nucleares. Pelas razões acima expostas, é do interesse da indústria nuclear atrasar o progresso da Europa e manter em funcionamento o atual sistema energético centralizado e baseado em combustíveis fósseis, comprometendo os objetivos climáticos, na esperança de que os projetos possam materializar-se no futuro, e para padrões de segurança mais baixos para reduzir custos. A energia nuclear também está em conflito com um sistema energético baseado na propriedade democrática da produção de energia, o que não acontece com as energias renováveis.

    Não está em curso um verdadeiro debate democrático sobre a energia nuclear, mas sim uma captura pelos interesses geopolíticos e pelas corporações[46]. Os problemas em três esferas identificadas, o debate político, o planeamento do sistema energético e a descentralização, foram mapeados como áreas atuais e possíveis futuras onde os defensores da energia nuclear podem ser ativamente hostis às energias renováveis ​​e à eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. Devemos olhar para além da energia e da descarbonização e ter uma visão holística da energia nuclear, incorporando desvantagens como a segurança, o desperdício, a proliferação de armas, a dependência do urânio, a operação em zonas de guerra e a biodiversidade.

    Conclusão

    Com base na análise anterior, a CAN Europe conclui o seguinte:

    • A energia nuclear está a prejudicar as energias renováveis ​​devido às questões acima mencionadas e não deve ser encarada como uma alternativa ou parceira para as energias renováveis ​​na transição energética.
    • A nova energia nuclear na Europa é demasiado lenta e demasiado cara para contribuir significativamente para a descarbonização do sistema energético até 2040. Este caminho é uma distração que apenas atrasa a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a utilização de energias renováveis.
    • Os reatores modulares pequenos são uma tecnologia não comprovada e, tal como os projetos de reatores nucleares convencionais, são incapazes de contribuir significativamente para a descarbonização. Se desenvolvidas, estas unidades aumentariam o preço da eletricidade, os níveis de resíduos radioativos e arriscariam a proliferação de materiais nucleares.
    • A CAN Europa apela a um sistema de energia 100% renovável até 2040 e, portanto, é necessária a gestão de uma eliminação progressiva e desmantelamento da frota nuclear existente na Europa até 2040, o mais tardar, para garantir um futuro seguro e sustentável.
    • O prolongamento não deve desviar fundos públicos das energias renováveis ​​e de soluções de eficiência energética e impedir a integração local das energias renováveis. O prolongamento dos reatores nucleares existentes coloca em risco a segurança, uma vez que as unidades antigas são empurradas muito para além da sua vida útil original prevista.
    • Cada euro investido na energia nuclear é um euro não investido nas energias renováveis ​​e na eficiência energética. Por esta razão, o financiamento público deve permanecer inacessível à energia nuclear, uma vez que deve ser dada prioridade a soluções sustentáveis ​​e com boa relação custo-eficácia. Isto inclui o Quadro Financeiro Plurianual da UE e os fundos da UE, como o Fundo para uma Transição Justa, o Fundo de Modernização, o Fundo de Inovação, o InvestEU, etc., e investimentos do Banco Europeu de Investimento.
    • Os objetivos em matéria de energias renováveis ​​continuam a ser um instrumento essencial para a transição energética europeia e devem ser defendidos contra quaisquer tentativas de os enfraquecer através da inclusão da energia nuclear. Uma chamada diretiva de “baixo carbono” com metas de “baixo carbono” comprometeria a integração de energias renováveis, que já está francamente desviada, e impediria a UE de se alinhar com a redução de emissões do Acordo de Paris. Além disso, isto abre a porta dos fundos para outras soluções falsas, como o gás fóssil e a captura e armazenamento de carbono (CCS – carbon-capture and storage).
    • A energia nuclear e o gás fóssil deveriam ser excluídos da taxonomia da UE para atividades sustentáveis.

     

     

     

    [1] CAN Charta (2020).

    [2] FR, BE, BG, HR, CZ, EE, FI, HU, NL, PL, RO, SI, SE, UK (convidados), IT (observador)

    [3] Euractiv (2023) Von der Leyen: Nuclear not ‘strategic’ for EU decarbonisation.

    [4] Financial Times Sweden plans new law to enable nuclear plant construction (ft.com)

    [5]https://montelnews.com/news/a2186587-6772-4482-ba86-57c9b166bd23/government-must-share-risk-of-new-reactors-vattenfall

    [6] Reuters (2023) Ukraine to start building 4 new nuclear reactors this year.

    [7] Schneider et al. (2023), The World Nuclear Industry Status Report 2023. Pg 21.

    [8] Levegő Munkacsoport (2023).

    [9] Greenpeace (2023)

    [10]  De Standaard (2024).

    [11]  Reuters (2022).

    [12] AP News (2023).

    [13] Slovak Spectator (2023)

    [14] Euractiv (2023).

    [15] EU Commission (2017)EU Commission (2017), EU Commission (2014).

    [16] CAN Europe (2022).

    [17] Schneider et al. (2023). The World Nuclear Industry Status Report 2023. Pg. 382.

    [18] Diletta Colette Invernizzi, Giorgio Locatelli, Anne Velenturf, Peter ED. Love, Phil Purnell, Naomi J. Brookes,

    Developing policies for the end-of-life of energy infrastructure: Coming to terms with the challenges of decommissioning

    [19] Schneider et al. (2023). The World Nuclear Industry Status Report 2023. Pg. 368.

    [20] Schneider et al. (2023). The World Nuclear Industry Status Report 2023. From Pg. 376.

    [21] Guardian (2023).

    [22] O projeto finlandês Olkiluoto 3 levou 18 anos para ser desenvolvido, o francês Flamanville-3 está em construção há 16 anos e ainda enfrenta novos atrasos, e o Hinkley Point C, do Reino Unido, está enfrentando novos atrasos desde que o projeto foi anunciado em 2007.

    [23] Schneider et al. (2023), The World Nuclear Industry Status Report 2023.

    [24] Contexte (2021).

    [25] Guardian (2024). Hinkley Point C could be delayed to 2031 and cost up to £35bn, says EDF.

    [26] Reuters (2022) EDF announces new delay for Flamanville EPR reactor.

    [27] European Council on Foreign Relations (2023).

    [28] Uranium Atlas (2020), pg 26.

    [29] Analysis of ROSATOM activities (2022).Em 2022, A TVEL forneceu barras de combustível a 21 reatores nucleares na UE. Os 14 reatores de água pressurizada mais antigos do tipo VVER-440 são completamente dependentes da TVEL para produção de elementos combustíveis. Dois reatores na Finlândia e vários na Europa Ocidental (na Alemanha, Suíça, Suécia, Países Baixos e Reino Unido) também adquiriram elementos combustíveis da Rússia.

    [30]  United States Department of Energy (2023).

    [31]  Nucleareurope (2021).

    [32] World Nuclear Industry Status Report 2023, p. 105

    [33]  Energy Post (2016). Dispelling the nuclear baseload myth: nothing renewables can’t do better

    [34] Laka (2022). So how flexible is nuclear power in France now really?

    [35] Sovacool, B.K., Schmid, P., Stirling, A. et al. Differences in carbon emissions reduction between countries pursuing renewable electricity versus nuclear power. Nat Energy 5, 928–935 (2020). https://doi.org/10.1038/s41560-020-00696-3

    [36] University of Sussex (2020). Two’s a crowd: Nuclear and renewables don’t mix

    [37] Volkskrant (2022)

    [38] Reuters (2014). As Japan eyes nuclear restarts, renewables get shut out of grid

    [39] Schneider er al. (20230), The World Nuclear Industry Status Report 2023.

    [40]  Clean Technica (2023). The Nuclear Fallacy: Why Small Modular Reactors Can’t Compete With Renewable Energy

    [41] Institute for Energy Economics and Financial Analysis, David Schlissel, Small Modular Reactors – Too Untested, Too Expensive, Too Risky and Too Uncertain (2022).

    [42] Jim Green. Small modular nuclear reactors: a history of failure (2024).

    [43] A Argentina iniciou a construção de um protótipo de reator RMP 25-MWe PWR, CAREM-25 (Central Argentina de Elementos Modulares – um RMP de água pressurizada) perto da instalação de Atucha em fevereiro de 2014 (Relatório Mundial sobre a Situação da Energia Nuclear 2022). Ainda não está concluído e em operação e atualmente a operação está prevista para 2027. Mesmo com a atual estimativa de custo mais baixo de US$ 520 milhões, o custo unitário do projeto é de cerca de US$ 17.000/kW, aproximadamente o dobro da estimativa de custo do projeto mais caro. Reatores da Geração III.

    [44] Sarah M. Jordaan, Afreen Siddiqi, William Kakenmaster, Alice C. Hill; The Climate Vulnerabilities of Global Nuclear Power. Global Environmental Politics 2019; 19 (4): 3–13. doi: https://doi.org/10.1162/glep_a_00527

    [45] World Nuclear Waste Report (2019).

    [46] Heinrich Böll Stiftung, Jan Haverkamp (2023). How the European nuclear lobby undermines the EU’s energy future

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