Floresta Artigos – Quercus https://quercus.pt Mon, 03 Apr 2023 12:08:05 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Floresta Artigos – Quercus https://quercus.pt 32 32 Debate – RePENSAR as Faixas de Gestão de Combustível – 22 de março https://quercus.pt/2023/03/08/debate-repensar-as-faixas-de-gestao-de-combustivel-22-de-marco/ Wed, 08 Mar 2023 09:48:14 +0000 https://quercus.pt/?p=18016 Data: 22 de março de 2023

Local: Auditório Municipal de Penacova

Formato híbrido (presencial e online)

Organização: Quercus – ANCN e CM de Penacova

Media Partner: Green Savers

Enquadramento:

A necessidade na mudança dos critérios das FGC – Faixas de Gestão de Combustível, com vista à prevenção e minimização do impacto dos fogos rurais, é cada mais evidente. Custos incomportáveis para proprietários e entidades gestoras, como as autarquias locais, impactes da desmatação excessiva sobre a biodiversidade são alguns exemplos. Mas, o que está a condicionar a mudança? Que interesses em conflito? Que respostas para a transformação das práticas no terreno? Estas e outras perguntas serão o mote para uma discussão alargada segundo a perspetiva de vários atores: academia, entidades públicas e sociedade civil.

Inscrições gratuitas, mas obrigatórias, até dia 20 de março de 2023.

Link para o formulário: https://forms.gle/qdwS5po5suLuM3ww8

Programa disponível AQUI.

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Gestão Florestal Responsável https://quercus.pt/2021/03/08/gestao-florestal-responsavel/ Mon, 08 Mar 2021 16:32:49 +0000 https://quercus.pt/?p=14336 O FSC® (Forest Stewardship Council® ) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, reconhecida internacionalmente, que tem como finalidade a promoção de uma gestão florestal responsável no mundo inteiro. Foi criada na sequência da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável em 1992, como uma resposta às preocupações sobre a desflorestação global.

 

 

Certificações de Gestão Florestal e da Cadeia de Responsabilidade

 

Atualmente, a proteção dos recursos naturais é uma preocupação da sociedade em geral. Tendo em conta que as florestas se encontram entre os recursos naturais mais explorados, torna-se necessária a implementação de ferramentas que conduzam a uma gestão florestal responsável, ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável, assegurando as necessidades da geração presente sem comprometer as das gerações futuras, e à utilização responsável da matéria-prima proveniente da floresta, em todas as etapas de transformação do produto até chegar ao consumidor final.

 

É neste sentido que as certificações de gestão florestal e da cadeia de responsabilidade assumem particular relevância, permitindo um maior controlo dos recursos, sem perder de vista as preocupações ambientais e sociais da sociedade, assegurando a rastreabilidade da matéria-prima, desde a floresta gerida de forma responsável até ao consumidor final e garantindo que o material de origem florestal incluído no produto certificado FSC provém de florestas certificadas FSC.

 

 

Valor Acrescentado das Certificações para os Proprietários Florestais e Empresas

 

As certificações de gestão florestal e da cadeia de responsabilidade permitem aos proprietários florestais e às empresas certificadas demonstrarem o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social empresarial, atrair clientes e consumidores com preocupações ambientais e sociais, sensibilizar para a procura de produtos provenientes de florestas geridas de forma responsável e destacar seu compromisso com a gestão responsável das florestas.

 

 

Valor Acrescentado das Certificações para os Clientes e Consumidores

 

A certificação assegura aos clientes e aos consumidores que o produto de base florestal que está a comprar provém de uma floresta gerida de forma responsável, o que significa que a entidade gestora da floresta:

• Tem um maior controlo sobre os seus recursos florestais;
• Dá resposta às preocupações ambientais e sociais da sociedade sobre a floresta;
• Garante melhores condições de trabalho e de vida de quem trabalha e vive na floresta;
• Promove a manutenção e aumento da biodiversidade e de outros valores ecológicos;
• E promove a proteção das funções ambientais da floresta.

 

Apenas os proprietários/gestores florestais e as empresas que obtiveram a certificação FSC estão autorizados a utilizar os logótipos FSC nos produtos.

 

 

Consumo Responsável

 

Os rótulos FSC permitem aos clientes e consumidores reconhecer organizações e produtos certificados, permitindo a opção por compras responsáveis, contribuindo para um consumo ecológico.

 

Promova a Gestão Florestal Responsável e Contribua para o Consumo Ecológico!

 

Exija a Marca FSC nos Seus Produtos!

 

Mais informações na página electrónica do FSC Portugal https://pt.fsc.org/

 

 

 

Gráfica Fernandes & Terceiro, S.A apoia a Quercus nos seus 30 anos

 

Em Portugal, existem atualmente cerca de 20 gráficas com certificação da cadeia de responsabilidade FSC, sendo a gráfica Fernandes & Terceiro, S.A. pioneira na venda online de produtos certificados FSC, com a criação da plataforma de vendas online PrintNetF3 (www.printnetf3.com). Todos os produtos podem ser certificados FSC, nomeadamente: brochuras, revistas, livros, folhetos, cartazes, expositores, cartonagens, rótulos e outros materiais impressos. A gráfica Fernandes & Terceiro, S.A associa-se às comemorações dos 30 anos da Quercus, apoiando algumas das suas iniciativas mais relevantes.

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O que é uma Floresta Autóctone? https://quercus.pt/2021/03/08/o-que-e-uma-floresta-autoctone/ Mon, 08 Mar 2021 16:32:45 +0000 https://quercus.pt/?p=14337 Uma Floresta Autóctone é uma floresta de árvores originárias do próprio território. Neste caso, a floresta autóctone portuguesa, é toda a floresta formada por árvores originárias do nosso país, como é o caso dos carvalhos, dos medronheiros, dos castanheiros, dos loureiros, das azinheiras, dos azereiros, dos sobreiros, etc.

Montado azinhoPorque devemos dar importância às florestas autóctones?

• As florestas autóctones estão mais adaptadas às condições do solo e do clima do território, por isso são mais resistentes a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa, em comparação com espécies introduzidas;

• Ajudam a manter a fertilidade do espaço rural, o equilíbrio biológico das paisagens e a diversidade dos recursos genéticos;

• As florestas autóctones fazem parte do nosso ecossistema. São importantes lugares de refúgio e reprodução para um grande número de espécies animais autóctones, muitas delas também em vias de extinção;

• As florestas autóctones exercem um importante papel na regulação e melhoria do clima, bem como no sequestro de carbono da atmosfera contribuindo para a redução do efeito estufa;

• Regulam o ciclo hidrológico e a qualidade da água, formam solo e servem ainda de matéria-prima a produtos fundamentais na vida quotidiana;

• As florestas autóctones, embora de crescimento mais lento, quando bem desenvolvidas, são normalmente mais resistentes e resilientes aos incêndios florestais;

• Este aspecto, aliado ao fato destas espécies possuírem períodos de exploração mais longos, permitem o cumprimento dos objectivos de retenção de carbono previstos no protocolo de Quioto.

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A Importância dos Montados de Sobro em Portugal https://quercus.pt/2021/03/08/a-importancia-dos-montados-de-sobro-em-portugal/ Mon, 08 Mar 2021 16:32:41 +0000 https://quercus.pt/?p=14338 O Sobreiro (Quercus suber) é uma espécie florestal autóctone que se distribui pela zona ocidental da região Mediterrânica, onde se faz sentir a influência Atlântica, a qual é essencial em termos climáticos para diminuir as elevadas amplitudes térmicas e a secura estival características do clima mediterrânico.

 

Charneca-alentejanaDP

Estas características ocorrem sobretudo em Portugal, pelo que é no nosso País onde se encontra o óptimo ecológico do sobreiro que se encontra distribuído por todo o território continental nacional, com excepção em altitudes elevadas e zonas com temperaturas muito baixas no Inverno.

Os sobreiros ocorrem geralmente associados em povoamentos, formando os montados de sobro e sobreirais, que são ecossistemas florestais muito importantes tanto em termos ambientais como sócio-económicos.

Encontramos o Sobreiro com alguma frequência a Norte do Tejo em zonas onde dominam também o Castanheiro (Castanea sativa), os Carvalhos alvarinhos ou roble (Quercus robur), o Carvalho cerquinho ou português (Quercus faginea) e o Carvalho negral (Quercus pyrenaica), ocorrendo mais frequentemente no Alentejo e Beira Baixa associado em alguns locais à Azinheira (Quercus rotundifolia) onde forma os montados mistos de sobro e azinho.

 

No litoral Norte e Centro surge espontaneamente sob coberto do Pinhal, frequentemente com elevadas densidades que constitui verdadeiros povoamentos dominados. Também no interior do País se constata uma boa regeneração natural onde foi instalado nos últimos séculos a grande mancha de Pinheiro bravo (Pinus pinaster), sobretudo após os grandes incêndios florestais que têm dizimado a monocultura do Pinhal, facto que se deve essencialmente à sua adaptação natural ao fogo no ecossistema mediterrânico e também à sua prévia existência enquanto espécie primitiva que ocorria antes da conversão para o Pinhal. A própria casca do Sobreiro, a cortiça é um produto natural extremamente resistente ao fogo que protege a árvore nos incêndios, o que torna o Sobreiro numa das espécies florestais mais resistentes ao fogo.

 

Historial da subericultura

O Sobreiro foi uma das espécies primitivas da floresta portuguesa que mais importância teve pela sua ampla distribuição no Centro e Sul do país, contudo a expansão demográfica e o aproveitamento agrícola das terras mais férteis, foram ao longo dos séculos, reduzindo a área ocupada pela floresta primitiva, tendo o sobreiro, em muitas zonas sido preterido em detrimento por outras espécies devido essencialmente à produção de madeira como aconteceu com a expansão do pinhal inicialmente e com o eucaliptal posteriormente.

Apenas no Alto Alentejo, não existiu demasiada pressão e se conservou grande parte do coberto florestal primitivo dos sobreirais, à excepção da Serra da Ossa onde à décadas, milhares de hectares de montado de sobro e sobreiral foram destruídos por empresas de celulose para conversão na monocultura de eucalipto para produção de rolaria para a pasta de papel.

O Sobreiro é uma espécie florestal protegida por legislação em Portugal pelo menos desde a Idade Média devido ao seu interesse social, para manutenção da actividade cinegética inicialmente, sendo que no século passado existiu uma evolução na legislação de protecção devido sobretudo à salvaguarda das áreas suberícolas e ao seu interesse económico, todavia, recentemente o seu valor ambiental começou a ser reconhecido internacionalmente.

Com o início da utilização da cortiça como vedante a partir do século XVIII, o sobreiro passou a ser economicamente muito interessante. Foi a época em que nasceu a subericultura portuguesa e formaram-se os sistemas agrosilvopastoris conhecidos por “montados”, que podemos considerar como um exemplo da gestão florestal sustentável a nível global, sempre que efectuada correctamente.
Em Trás-os-Montes favoreceu-se a regeneração natural e semearam-se sobreiros na denominada “Terra Quente”, tendo surgido as novas zonas suberícolas de Mirandela e do Tua. Foram também repovoadas também as bacias do Tejo e do Sado.

Como resultado, entre 1874 e 2006, a área de povoamentos de Sobreiro e Azinheira triplicou, sobretudo à custa do sobreiro, dado que a área da azinheira diminuiu.

No período que decorreu de 1994 a 2002, foram criados mais de 90 000 ha de novos povoamentos de sobreiro, puros e mistos dominantes, e beneficiados cerca de 72 000 ha de povoamentos existentes.
De acordo com os dados do último Inventario Florestal Nacional – 2005-2006, da Direcção-Geral dos Recursos Florestais – DGRF, o Sobreiro, em povoamentos puros e mistos dominantes e jovens, ocupa 736 700 ha, passando a ser primeira espécie em termos de área ocupada em Portugal, constituindo também a maior área de sobreiro do Mundo.

 

Quadrofloresta
Fonte: Inventários Florestais Nacional da DGRF

 

 

A importância socio-económica

Portugal ainda é o maior produtor mundial de cortiça – em apenas 8% do território nacional produz-se mais de 50% da cortiça ao nível mundial.

A cortiça é a matéria-prima de uma actividade industrial, que transforma cerca de 70% do total produzido a nível global pela indústria corticeira, situação que faz do nosso País líder no sector.

A exportação de produtos de cortiça representa cerca de 3% do total das exportações nacionais e ronda os 900 milhões de euros anuais, o que faz do nosso País o maior exportador de cortiça e produtos de cortiça do mundo. É a única actividade económica em torna Portugal como líder mundial.

A gestão dos montados de sobro, com a exploração da cortiça gera também importantes rendimentos ao nível local e regional em parte do interior do País, pelo que é factor socio-económico que permite manter o emprego e o equilíbrio no mundo rural.

Para além da exploração da cortiça, destacam-se a criação de espécies autóctones produtoras de carne de qualidade e de leite que são a base de indústrias agro-alimentares de importância regional e local, a apicultura, a recolha de cogumelos comestíveis, a exploração de recursos cinegéticos e as actividades turísticas relacionadas com a Natureza, como o Turismo Rural, o Agro-turismo e o Eco-turismo que encontram nestes espaços um campo de desenvolvimento privilegiado.

 

montadosobro1DP

A Importância ambiental

Em termos ambientais os montados de sobro e os sobreirais, desempenham funções importantes na conservação do solo, na regularização do ciclo hidrológico e na qualidade da água, na produção de oxigénio e consequente sequestro do carbono da atmosfera, apresentando-se também como ecossistemas florestais mediterrânicos singulares, extremamente ricos em termos de biodiversidade que estão identificados entre os mais importantes para a conservação da natureza a nível nacional e europeu.

Só em termos de avifauna, existem nos montados mais de 120 espécies, algumas com estatuto vulnerável ou ameaçadas de extinção como a Águia de Bonelli, a Águia-imperial ou a Cegonha-preta. Também o Lince-ibérico ocorreu nos sobreirais e montados portugueses, e se existir no futuro a recuperação da sua população, poderá voltar a ocorrer em Portugal, dada a disponibilidade de habitat existente.

Estes bens ambientais produzidos ainda que dificilmente quantificáveis, apresentam-se como externalidades positivas suficientemente valiosas e com interesse para toda a Humanidade.

 

Associativismo florestal

Nas últimas décadas foi promovido o associativismo florestal, existindo actualmente, a nível nacional, cerca de 50 Associações de Proprietários e Produtores Florestais com expressão relevante nas zonas de produção suberícola, que contam com técnicos florestais que intervêm activamente junto dos seus associados, efectuando um contributo positivo para a gestão sustentável do montado e para a produção suberícola.

Espera-se que o esforço dispendido no último decénio na criação de novas áreas e na beneficiação das existentes, mesmo atendendo a alguma taxa de insucesso, se traduza não só no aumento da área de ocupação, mas também na qualidade dos povoamentos para produção.

Na área da transformação existem duas associações que representam o sector suberícola a APCOR e a AIEC as quais trabalham no desenvolvimento e promoção do sector.
Foi criada em 2004 a FILCORK, organização inter profissional da fileira da cortiça, desde a produção à transformação e comércio, que constitui um fórum privilegiado de concertação entre os diversos agentes intervenientes na fileira da cortiça, a qual deverá começar a desenvolver e valorizar a fileira.

 

Desafios e ameaças dos montados

 

Os montados portugueses apresentam algumas ameaças mas também novos desafios a considerar para o futuro.

Situações como o declínio dos montados devido a doenças e pragas, o aumento do risco de incêndio florestal face às alterações climáticas e expansão urbanística e a promoção de novos empreendimentos turísticos, podem afectar a integridade dos montados enquanto ecossistemas de elevada importância ambiental, colocando também em causa a única actividade económica em que Portugal é líder mundial, pelo que devem se unir esforços para manter o desenvolvimento sustentável dos montados.

Também em termos globais a utilização de vedantes sintéticos em substituição da rolha de cortiça natural em parte do sector vitivinícola pode fazer perigar a manutenção deste importante ecossistema que é o montado de sobro.

No entanto, a clara aposta da utilização da rolha de cortiça natural em vinhos de qualidade, associada à promoção da certificação da gestão florestal sustentável através do reconhecimento dos sistemas mundiais de certificação, como o FSC, traz novas esperanças à manutenção dos montados.

A distribuição do Sobreiro encontra-se próximo do litoral centro e Sul de Portugal, a qual está associada a uma grande pressão populacional e consequente especulação imobiliária, reflecte uma pressão urbanística, industrial e de projectos turísticos-imobiliários que atentam o ordenamento do território, situações que frequentemente são favorecidas através de licenciamentos e autorizações pelos Municípios e pelos últimos Governos de Portugal, existindo vários projectos em que a Quercus teve que recorrer aos tribunais administrativos para reposição da legalidade.

Existem também alguns problemas nos montados da Bacia Mediterrânica, nomeadamente com o chamado declínio dos povoamentos de sobreiro e também de azinheira em nalgumas zonas.

A investigação que tem sido realizada no nosso País e também em todos os países suberícolas onde o fenómeno ocorre, tem sempre concluído que as causas da mortalidade que se verifica nalgumas zonas residem num complexo de factores, muitos deles de origem antrópica, com a má gestão realizada em algumas propriedades, sendo as condições ecológicas um factor determinante no desencadear da situação, como o stress hídrico provocado por períodos de seca ou pluviosidade anormal que pode favorecer a propagação de doenças.

 

SilvopastoríciaDP

Um dos principais problemas encontra-se associado às más prácticas agrícolas na gestão de alguns montados, nomeadamente com fortes intervenções como a gradagem debaixo das copas com grades de discos pesadas que cortam as raízes pastadeiras superficiais, podendo fazer propagar doenças como os fungos patogénicos. Esta técnica cultural da gradagem a qual é tradicionalmente utilizada com alguma frequência, também destrói a regeneração natural com os novos sobreiros que nascem no sob coberto do montado, comprometendo a renovação e perenidade do montado.

 

Também as podas excessivas das árvores florestais, provocam feridas nos troncos que funcionam como portas de entrada para doenças e pragas, sem que exista um particular interesse dessa actividade na gestão dos montados, que não seja a obtenção de lenha.

 

Estão identificadas muitas medidas para minimizar o declínio e recuperar a vitalidade do arvoredo, as quais passam sobretudo a uma alteração de comportamentos na gestão de alguns montados.

É fundamental que os proprietários promovam junto dos trabalhadores agrícolas, a implementação das regras da gestão florestal sustentável, com o recurso também à aplicação das conhecidas boas práticas suberícolas na instalação de novos povoamentos, nas operações de poda, na extracção de cortiça, no aproveitamento do solo e na criação de gado sob coberto, dado que só assim é possível a subericultura portuguesa poderá manter a perenidade dos montados para as gerações vindouras.

Assim, torna-se fundamental que o Estado português defenda devidamente os montados de sobro promovendo o desenvolvimento sustentável e estratégico de um sector que é tão importante para a economia nacional, garantindo a perenidade deste ecossistema florestal.

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2011 – Ano Internacional das Florestas https://quercus.pt/2021/03/08/2011-ano-internacional-das-florestas/ Mon, 08 Mar 2021 16:32:37 +0000 https://quercus.pt/?p=14339 AIF2011 logoA Assembleia-Geral das Nações Unidas designou 2011 para o Ano Internacional das Florestas, com o tema “Celebrating Forests for People” ou “Florestas para Todos”. O objectivo é a promoção da conservação das florestas em todo o mundo, assim como a sensibilização da população para a importância que as florestas desempenham no desenvolvimento sustentável global.

Em Portugal, é a Comissão Nacional da UNESCO que vai dinamizar a comemoração, em articulação com a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, existindo uma Comissão Executiva com diversas entidades da Administração e da sociedade civil onde a Quercus está representada.

A UNESCO efectuou a apresentação oficial do Ano Internacional das Florestas no passado dia 2 de Fevereiro, nas Nações Unidas, em Nova Iorque, em simultâneo em Portugal, no Centro de Ciência Viva para a Floresta, em Proença-a-Nova. Neste dia destacou-se uma apresentação do professor Jorge Paiva sobre biodiversidade florestal e foi também criado o site oficial das comemorações www.florestas2011.org.pt, onde existe informação sobre a agenda, com actividades previstas e documentos diversos sobre a importância da floresta.

As Florestas são essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas e à vida humana: promovem a manutenção da biodiversidade, libertam oxigénio, armazenam o dióxido de carbono (principal gás com efeito de estufa), moderam as temperaturas, facilitam a infiltração da água no solo (e consequente reabastecimento dos lençóis subterrâneos ou aquíferos), fixam o solo e impedem a erosão. Estes serviços prestados pelo ecossistema constituem uma externalidade positiva da Floresta que deve ser valorizada, para que se possa evitar a sua destruição.

O problema das alterações climáticas confere actualmente à Floresta – devido essencialmente ao sequestro de carbono e produção de oxigénio – uma importância crucial no combate à crise ambiental global.

Em todo o Mundo tem havido uma diminuição acentuada da área ocupada pelas florestas naturais. Segundo a Greenpeace, 80% das florestas primárias (ou virgens) do planeta foram já degradadas ou destruídas.

Em Portugal, quase 40% da área do nosso território é ocupada por florestas, maioritariamente associada a monoculturas de pinheiro-bravo e eucalipto, mas também por montados de sobreiros e azinheiras protegidos, entre outros povoamentos florestais com reduzida expressão. Os carvalhais autóctones apenas ocupam 5% da área florestal e, apesar da sua importância ecológica, não têm qualquer estatuto de protecção, situação que devia ser alterada.

A Floresta representa também um papel relevante ao nível económico e social, sendo que actualmente representa quase 12 por cento das exportações portuguesas, entre as fileiras do eucalipto, do pinho e da cortiça.

Mas também existem diversas ameaças à floresta portuguesa, destacando-se os incêndios, doenças, pragas, expansão de invasoras lenhosas, as más práticas de gestão, o abandono do Mundo Rural e as alterações climáticas.

A desflorestação tem sido constante ao longo dos tempos, devido à reconversão de terrenos para a agricultura, a pastorícia, as monoculturas de eucalipto, à construção de estradas, fábricas, projectos imobiliários e barragens. Actualmente os agrocombustíveis são uma nova ameaça.

Torna-se fundamental melhorar o ordenamento florestal, com a promoção de uma floresta multifuncional, com espécies mais adaptadas ao clima e aos solos, como por exemplo os sobreiros, as azinheiras, os carvalhos, ou o freixo.

A Quercus tem promovido alguns projectos e acções com o objectivo de conservar as nossas florestas autóctones, os quais vão continuar neste Ano Internacional das Florestas, como as plantações do programa Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade, o programa de reciclagem de rolhas de cortiça – Green Cork, a Conservação dos Montados e a constituição de uma rede de Micro Reservas Biológicas, onde se destaca o Tejo Internacional e o restauro da floresta no Cabeço Santo; além destas iniciativas, estão a ser desenvolvidos projectos LIFE para a gestão de habitats e Conservação da Natureza.

 

As iniciativas do Ano Internacional das Florestas são mais uma forma de alertar a sociedade para a necessidade de efectuar uma gestão sustentável que vise a conservação de um ecossistema essencial para o planeta e para o bem-estar da Humanidade.

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Pulguinha-do-carvalho: uma praga para a floresta portuguesa https://quercus.pt/2021/03/08/pulguinha-do-carvalho-uma-praga-para-a-floresta-portuguesa/ Mon, 08 Mar 2021 16:32:34 +0000 https://quercus.pt/?p=14340 pulguinha1O verde exuberante do carvalho-alvarinho do Noroeste de Portugal desapareceu no passado Verão. Copas secas, folhas reduzidas ao esqueleto das nervuras, bosques de folhagem castanha como se tivesse chegado um Outono prematuro: estes são os sinais e o panorama deixados por uma praga de insectos que nunca havia atacado as florestas portuguesas com semelhante intensidade. Em Lafões e Celorico de Basto, onde prosperavam estes carvalhais, já praticamente não se encontra uma só destas árvores ainda saudável.

O agente biótico responsável por este enorme dano ecológico é um
insecto chamado Altica quercetorum (em vernáculo, “pulga” ou
”pulguinha-dos-carvalhos”), filiado na ordem dos coleópteros e na
família dos crisomelídeos, apresentando dimensões do insecto adulto entre 3,5 a 5,0 mm.

Uma vez sobre um hospedeiro, consome com
voracidade o parênquima foliar, isto é, os tecidos vivos entre as
epidermes e as nervuras das folhas. Quando encontra boas condições
biofísicas – invernos pouco húmidos, muita insolação – ocorre uma
 explosão demográfica e, para alimentar as suas imensas coortes, chega
a devorar mais de 95% da folhagem das árvores, deixando-as incapazes de 
fotossintetizar e de respirar devidamente. Não raras vezes chega a
ganhar alento para atacar também outras espécies como carvalhos-
pardos, sobreiros, cerquinhos, amieiros, aveleiras e salgueiros.

 

Embora a pulguinha-dos-carvalhos, por si só, dificilmente consiga matar o
hospedeiro, o facto é que o debilita de um modo que o deixa vulnerável
a toda a sorte de agentes patogénicos letais.

 

Abundante no centro e sul da Europa, foi encontrada pela primeira
vez em Portugal em 1896, na região de Vila Real, sem causar motivos para alarme. Durante o século XX e por todo o continente europeu raras vezes suscitou preocupações: as maiores infestações jamais notadas eram, até 1985, um ataque de 10 hectares na Alemanha e outro de 100 hectares na Áustria.
No início dos anos 1990, porém, soou o alarme na Galiza: invernos
anormalmente secos fizeram disparar uma onda de pragas desta “pulguiña
do carballo” (como é chamada em terras galaicas) – só no ano de 1993
, mais de 8000 hectares de carvalhal foram atingidos, causando estragos
sem precedentes.

 

Desde então os ataques reiteraram-se, a ponto de a
Xunta de Galicia reconhecer esta praga como um exemplo acabado de
perturbação ecológica fomentada pelas alterações climáticas, 
conferir-lhe oficialmente o estatuto de praga florestal, e incumbir
os serviços florestais públicos de combatê-la.

 

No território português, os primeiros ataques desta praga foram registados em 1991, sem necessidade de especiais medidas de defesa fitossanitária. Porém, face à paisagem confrangedora que em Agosto de 2009 formaram os carvalhais ressequidos de Lafões e de muitos outros locais do norte e centro do país, urge reconhecer oficialmente a ocorrência desta praga e encetar, quanto antes, o controlo apropriado. Quanto mais cedo as autoridades florestais o fizerem, melhor hão-de mitigar uma mais que provável propagação a outras regiões do país, e o eventual contágio a outras importantes espécies da nossa flora arbórea.

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Plantação Criar Bosques | 20 Janeiro ’18, Mafra https://quercus.pt/2021/03/08/plantacao-criar-bosques-20-janeiro-18-mafra/ Mon, 08 Mar 2021 16:30:40 +0000 https://quercus.pt/?p=14335 No próximo dia 20 de Janeiro, a Quercus – ANCN levará a cabo uma ação de plantação, no Campo de Futebol de S. Sebastião – Enxara do Bispo (coordenadas: 39°00’45.1″N 9°13’36.9″W), Mafra, pelas 10h00.

 

Esta ação, que se traduzirá na plantação de 1.000 árvores de espécies autóctones, resulta do apoio mecenático que a Areas Portugal- Restauração e Distribuição,S.A. disponibilzou ao projeto Criar Bosques.

 

Além da contribuição financeira, os colaboradores da empresa participarão na ação e, assim, juntar-se-ão aos demais voluntários que quiserem participar.

 

Neste sentido, convidamos quem estiver interessado a acompanhar-nos e ajudar a Associação a cumprir esta missão, que tem em vista repor a flora autóctone da zona.

 

Para participar, basta enviar um e-mail para criarbosques@quercus.pt com os seguintes dados: nome completo, nº do CC, data de nascimento e NIF, até quinta-feira (18 de janeiro).

 

Agradecemos a disponibilidade e esperamos por vós no sábado!

 

plantacao mafra 2018 01

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