Outubro 2020 – Quercus https://quercus.pt Wed, 03 Mar 2021 16:22:19 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Outubro 2020 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Dia Nacional da Água – Quercus ajuda consumidores a reduzir a fatura do consumo de água e energia https://quercus.pt/2021/03/03/dia-nacional-da-agua-quercus-ajuda-consumidores-a-reduzir-a-fatura-do-consumo-de-agua-e-energia/ Wed, 03 Mar 2021 16:22:19 +0000 https://quercus.pt/?p=9624 Bombas de calor e dispositivos sanitários são as novas categorias em www.topten.pt, ambas abrangidas pela comparticipação do Fundo Ambiental

 

Cada português consome, em média, 192 litros de água por dia, sendo a higiene pessoal diária responsável por uma fatia considerável deste consumo, em particular, sob a forma de água aquecida. Como tal, a sua poupança tem implicações diretas nas faturas mensais da água e da energia. De facto, a produção de água quente sanitária (AQS) representa cerca de 24% do consumo energético nas habitações portuguesas.

 

A aplicação de redutores de caudal nas torneiras e/ou nos duches, bem como a substituição destes dispositivos sanitários e de equipamentos de AQS, por modelos com maior eficiência hídrica e energética, são algumas das formas de alcançar a poupança de recursos.

 

Numa altura em que está a decorrer o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, apoiado pelo Fundo Ambiental, que permite, mediante candidatura, a obtenção de incentivos até 70 % na aquisição destes equipamentos, o portal www.topten.pt torna-se uma ferramenta muito útil.

 

Nesta vertente, o projeto Topten/HACKS faz a diferença, pois dá a conhecer aos cidadãos, através das suas mais recentes categorias, quer os dispositivos sanitários mais eficientes, quer as bombas de calor que têm a função de AQS.

 

Para a criação da nova categoria em www.topten.pt dedicada aos dispositivos sanitários – que abrange torneiras, chuveiros e redutores de caudal –, a Quercus contou com a importante colaboração da parceira ANQIP – Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais, enquanto criadora e gestora do rótulo nacional de eficiência hídrica.

 

O portal Topten.pt disponibiliza atualmente 17 categorias[1] e está em constante atualização. A seleção dos modelos segue um processo transparente e independente, sendo os dados recolhidos nos websites, catálogos e através de troca direta com os fabricantes. Os critérios de seleção aplicados são definidos a nível europeu, com base científica e legislativa.

 

O projeto HACKS, que se apoia na plataforma Topten, é financiado pelo Programa-Quadro de Investigação e Inovação – H2020, da União Europeia, que reúne 17 parceiros de 15 países.

 

 

O projeto recebeu financiamento do programa da União Europeia Horizonte 2020: investigação e inovação ao abrigo do contrato de subvenção nº 845231. O conteúdo apresentado é da inteira responsabilidade dos seus autores. Não reflete necessariamente a opinião UE. Nem a EASME, nem a Comissão Europeia, nem os parceiros deste projeto são responsáveis pelo uso que possa ser dado à informação aqui apresentada.

 

 

 


[1] Torneiras, chuveiros e redutores de caudal; bombas de calor; ventoinhas; aparelhos de ar condicionado; aspiradores; automóveis; congeladores e arcas; frigoríficos; fornos; impressoras; lâmpadas; monitores; máquinas de café; máquinas de lavar loiça; máquinas de lavar loiça; refrigeração profissional e televisores.

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Concentração pelo Encerramento da Central Nuclear de Almaraz, 10 Outubro, Guarda https://quercus.pt/2021/03/03/concentracao-pelo-encerramento-da-central-nuclear-de-almaraz-10-outubro-guarda/ Wed, 03 Mar 2021 16:22:09 +0000 https://quercus.pt/?p=9609 NO DIA DA XXI CIMEIRA LUSO-ESPANHOLA, O MOVIMENTO IBÉRICO ANTINUCLEAR CONCENTRA-SE PELO ENCERRAMENTO DA CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ

 

Vai-se realizar amanhã, dia 10 de Outubro, pelas 9.30 horas (hora portuguesa), na Alameda de Santo André, na Guarda, uma Concentração Ibérica Antinuclear que juntará ativistas ambientais dos dois países.

 

Esta concentração é organizada pelo Movimento Ibérico Antinuclear, que no dia e no local da realização da XXI Cimeira Luso-Espanhola pretende sensibilizar a opinião pública e os Governos dos dois países para os perigos que representa a Energia Nuclear, nomeadamente a continuidade em funcionamento da Central Nuclear de Almaraz e o projeto de exploração de urânio em Retortillo, junto à fronteira com Portugal.

 

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Mais uma vez, diversas organizações espanholas e portuguesas que lutam pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 km da fronteira com Portugal, vão-se juntar para exigir medidas mais firmes por parte dos dois Governos. Nesse sentido, o MIA – Movimento Ibérico Antinuclear pretende entregar aos representantes dos dois Governos uma carta que alerte para alguns dos principais problemas do Nuclear na Península Ibérica.

 

Para o MIA, a eventual continuação do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz pós 2020, corresponderia a uma decisão errada, irracional e de gravidade extrema, pois a mesma viabilizaria que a Central de Almaraz, totalmente envelhecida e obsoleta, continuasse a trabalhar e a colocar toda a Península Ibérica em risco até ao ano de 2028. A Central Nuclear de Almaraz está, atualmente, muito perto de atingir os 40 anos de idade e já deveria ter encerrado em 2010, com perto de 30 anos de funcionamento, e quando as condições de segurança já o exigiam. Contudo, esta Central, que está já a funcionar desde o início dos anos 80, acabou por não encerrar na data prevista – Junho de 2010 – devido ao facto do Governo Espanhol da altura ter, contrariamente às anteriores intenções, prolongado o prazo de funcionamento da Central por mais 10 anos, até Junho de 2020. Agora, os cidadãos ibéricos vêm-se de novo confrontados com mais um possível adiamento do funcionamento desta Central, desta vez por mais oito anos, facto que é inadmissível e contrário a tudo aquilo que tem sido manifestado pelos cidadãos de Espanha e de Portugal.

 

Para o MIA é indispensável que, caso o Governo Espanhol pondere renovar a licença desta Central Nuclear, realize a necessária e indispensável Avaliação de Impacte Ambiental Transfronteiriça, de modo a legitimar a eventual continuação em funcionamento desta Central Nuclear pós 2020, e uma vez que este é um projeto suscetível de produzir um impacte significativo em território português.

 

Lisboa, 9 de outubro de 2020

 

A Comissão Coordenadora do MIA em Portugal

 

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MIA – Movimento Ibérico Antinuclear

O MIA é um movimento composto por colectivos ambientalistas e instituições de Portugal e de todo o Estado Espanhol. Em Portugal integra cerca de 30 coletivos.

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Quercus declina convite para estar junto com o Ministro do Ambiente no restaurante McDonald’s e cria petição https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-declina-convite-para-estar-junto-com-o-ministro-do-ambiente-no-restaurante-mcdonalds-e-cria-peticao/ Wed, 03 Mar 2021 16:22:00 +0000 https://quercus.pt/?p=9608 A Quercus vem, publicamente, declinar o convite que recebeu para estar presente na apresentação dos compromissos de sustentabilidade ambiental da McDonald’s, um evento que contará com a presença do Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e da sua Secretária de Estado, Inês Costa, hoje, no Restaurante McDonald’s do Campo Grande.

 

Apesar da Quercus considerar louvável o esforço de determinadas entidades para reduzir o impacto ambiental ao longo da cadeia de valor, não nos é possível compactuar com a exibição pública do trunfo do Ministério do Ambiente, por parte de uma das empresas com maior impacte ambiental do setor alimentar do Planeta, numa operação que consideramos “greenwashing”: A McDonalds.

 

 

 

 

A sua política de sustentabilidade deixa muito a desejar. E justificamos:

  • – A McDonald’s é considerada uma empresa de precaridade salarial. A média de idades dos trabalhadores do mais famoso restaurante de fast food do mundo situa-se entre os 20 a 25 anos, sendo que 20% ainda estudam, e retiram o ordenado mínimo senão tiverem avaliações negativas de desempenho;
  • – A comida do tipo fast food afeta a saude, principalmente das crianças e dos jovens, pois reduz a qualidade da dieta e fornece escolhas insalubres, aumentando os riscos de obesidade;
  • – Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é responsável pelo desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de cancro. Para além de outras doenças a longo prazo como: a morte prematura, o diabetes, a doença cardíaca, a doença da bexiga de bílis, fígado gordo, artrite e outras desordens comuns;
  • – O frango para consumo na McDonald’s é proveniente de criações de aves com soja importada. Boa parte, vem da Amazônia boliviana e do Cerrado brasileiro – áreas que sofrem um rápido processo de desmatamento por causa destas plantações;
  • – A McDonalds é o maior comprador de carne do mundo adquirindo 350000 cabeças por ano. Contribui assim para o aquecimento global através da emissão de gases com efeito de estufa emitido pelo gado, assim como para a deflorestação de floresta tropical, o que poderia ajudar a combater o aquecimento global;
  • – Resíduos de embalagens são outro problema ambiental com o qual a McDonald’s lida Uma refeição na McDonald’s gera resíduos provenientes de: embalagem para hambúrguer; embalagem para batatas fritas; um copo para bebidas, com tampa e palhinha; napperon de tabuleiro; guardanapos e, quando se trata de uma refeição para criança – um brinquedo – na maioria das vezes de plástico e envolto em plástico.

Há muito trabalho a fazer para que a McDonald’s se transforme numa cadeia alimentar sustentável. As ações de greenwashing apenas servem para reduzir custos (para a cadeia) e aumentar a reputação ambiental, que na verdade não existe. É necessário despoletar a consciência de que a McDonald’s usa toneladas de embalagens desnecessárias todos os dias, que acabam na rua, no mar e enterradas em aterros sanitários. E é dos maiores influenciadores do aquecimento global, desmatamento de florestas tropicais e contribuidor de doenças infantis prematuras e obesidade.

 

A Quercus aproveita o ensejo para apelar à assinatura de uma petição, disponível a partir de hoje, para que a rede McDonald’s acabe com a distribuição do brinquedo em plástico nas refeições Happy Meal, substituindo-o, se a sua política de marketing entender que é mesmo necessário, por um em materiais naturais, reciclados e de baixo impacte ambienta ou o acesso a apps, por exemplo.

 

Petição disponível em: https://peticaopublica.com/?pi=PT103335

 

Lisboa, 12 de Outubro de 2020

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Quercus revê posição sobre construção do novo aeroporto complementar do Montijo https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-reve-posicao-sobre-construcao-do-novo-aeroporto-complementar-do-montijo/ Wed, 03 Mar 2021 16:21:57 +0000 https://quercus.pt/?p=9607 A atual Direção Nacional da Quercus, em exercício desde fevereiro de 2020, considera que a posição veiculada publicamente(1)(2)(3) em 2019 sobre o novo Aeroporto do Montijo não reflete a visão da maioria do universo de associados e membros dirigentes da associação. A Quercus considera ainda que, dada a importância da matéria em causa, a mesma merece uma análise mais profunda, alargada e participada entre dirigentes e técnicos, promovendo análise e discussão interna.

 

Neste sentido, reconhecendo a Quercus que na posição inicial, tornada pública no ano passado, não foram abordados temas essenciais, importa:

 

  • – questionar a alegada urgência do Governo na construção deste aeroporto, tendo em conta não só o contexto da crise climática, como até fatores de contexto económico(4);
  • – criticar o facto de o Governo tomar decisões contratuais e até as publicitar, antes de o processo de Avaliação de Impacte Ambiental estar concluído;
  • – fazer referência à necessidade de o processo incluir estudos de alternativas e alternativa zero, como é devido nos processos de Estudo de Impacte Ambiental, e à existência de estudos prévios noutros locais, que nem sequer foram a priori tidos em conta;
  • – referir a necessidade de se fazer uma Avaliação Ambiental Estratégica, instrumento previsto em diretiva própria(5) sendo imprescindível para a criteriosa aferição do impacto de um grande aeroporto-hub no desenvolvimento socioeconómico da região metropolitana de Lisboa e País (o novo aeroporto é de facto uma extensão do Aeroporto Humberto Delgado);
  • contextualizar este projeto em contraciclo com as políticas climáticas e respetivas metas de redução de emissões a atingir(6), e lembrar a questão do potencial aumento do nível das águas no estuário(7);
  • – incorporar referência a preocupações importantes de caracter técnico e de segurança, que vinham a ser levantadas por personalidades e organismos técnicos reconhecidos, com destaque para os riscos associados ao escasso comprimento da pista, aos ventos cruzados, às instalações industriais localizadas no Lavradio (algumas das quais classificadas sob a diretiva Seveso(8) e sobretudo os riscos de birdstriking (para termos uma breve noção, só um bando de milherangos Limosa limosa pode equivaler a 12 toneladas de biomassa(9));
  • – referir o facto de o EIA subvalorizar o potencial poluente das emissões provocadas pelas aeronaves, negligenciando os impactos sobre o estuário e uma ampla zona densamente povoada, como são os aglomerados urbanos do Lavradio, Baixa da Banheira e Vale da Amoreira(10);
  • – relativamente ao ruído, embora esse aspeto tenha sido o mais frisado anteriormente, há que apontar o enorme impacto não mitigável sobre áreas afetadas densamente povoadas (Baixa da Banheira e Vale da Amoreira) que, mesmo considerando as medidas de mitigação no edificado, prejudicará fortemente o ambiente exterior, incluindo em escolas e jardins de infância e no maior parque urbano da região, o Parque José Afonso, com 25 hectares(11). Importa também questionar a viabilidade prática da realização do isolamento acústico de cerca de 30.000 edifícios no prazo de dois anos;
  • – ponderar devidamente o impacto sobre a avifauna do estuário do Tejo e as suas rotas de migração e outros voos, impacto que não será provavelmente compensável pela aquisição de áreas de sapal e salinas, com potencial violação das Diretivas europeias Aves e Habitats, e considerar os conhecimentos de organizações especializadas(12).

 

Por outro lado, foram agora tidos em conta aspetos “novos” que vieram a ser levantados por outros organismos que participaram na consulta pública, nomeadamente o impacto sobre aspetos histórico-culturais relevantes, como a navegabilidade das embarcações típicas do estuário do Tejo(13), o que é também relevante no contexto do turismo sustentável no estuário.

 

Foi também tido em consideração que não é aceitável a tentativa por parte do Governo de alterar a lei, para impedir que os municípios que se opuseram tenham voz vinculativa no processo.

 

Finalmente, importa ter em conta o atual contexto da crise pandémica e económica, que veio pôr em causa a expansão aeroportuária, tendo já causado cortes orçamentais e redução de recursos humanos em várias companhias aéreas, incluindo a principal companhia low-cost interessada em operar no Montijo que, mesmo antes do surgimento da pandemia, já estava a reduzir pessoal(4). A pandemia, por outro lado, trouxe a promoção do trabalho e das reuniões em modo remoto, reduzindo deslocações e respetivas emissões, prevendo-se que estas práticas prevaleçam em grande medida no futuro, reduzindo a procura de voos.

 

Assim, reconhecendo todos estes fatores, a Quercus vem tornar público que a sua posição passou a ser desfavorável ao processo em curso relativo à construção do novo aeroporto, incluindo a emissão da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) pela APA, colocando-se assim ao lado e apoiando a posição das associações de defesa do ambiente que se têm manifestado contra e recorrido aos Tribunais(14).

 

Lisboa, 15 de Outubro de 2020

 

 

 

 

NOTAS E REFERÊNCIAS

 

(1) https://www.quercus.pt/comunicados/2019/setembro/5801-quercus-pedeparticipacao-publica-no-ambito-do-aeroporto-do-montijo-e-respetivas-acessibilidades

 

(2) https://expresso.pt/sociedade/2019-10-31-Aeroporto-do-Montijo.-Quercus-favoravel-a-parecer-se-medidas-de-minimizacao-de-impacto-forem-salvaguardadas

 

(3) https://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheAudicao.aspx?BID=113081

 

(4) Sobre a Ryanair e o Aeroporto do Montijo

https://zap.aeiou.pt/aeroporto-do-montijo-pode-ficar-dependente-da-ryanair-149963
https://www.publico.pt/2019/08/01/economia/noticia/patrao-ryanair-admite-despedir-900-pessoas-1881980
https://tvi24.iol.pt/economia/transportes/ryanair-vai-encerrar-base-de-faro-a-partir-de-janeiro
https://www.tsf.pt/portugal/economia/ryanair-despede-mais-de-250-trabalhadores-12199137.html

 

(5) https://apambiente.pt/index.php?ref=17&subref=147

https://www.publico.pt/2018/08/21/sociedade/noticia/associacao-zero-envia-queixa-a-comissao-europeia-sobre-aeroporto-no-montijo-1841599

https://hubalvercaportela.com/avaliacao-ambiental-estrategica/

 

(6) https://www.jn.pt/mundo/clima-leva-tribunal-a-travar-terceira-pista-no-aeroporto-de-heathrow–11863836.html

https://www.dn.pt/mundo/ambientalistas-travam-expansao-do-aeroporto-de-heathrow-em-londres-11864504.html

 

(7) https://plataformacivicaba6nao.pt/2019/11/04/apa-desvaloriza-e-ignora-estudos-cientificos-sobre-risco-de-subida-do-nivel-dos-rios-e-oceanos/

 

(8) A diretiva 96/82/CE, conhecida como Diretiva Seveso, é uma diretiva europeia que impõe os Estados-Membros da União Europeia de identificar as zonas industriais apresentando riscos de acidentes graves. A diretiva, instituída no dia 1 de Junho de 1982, foi modificada no dia 24 de Dezembro de 1996 e alterada pela diretiva 2003/105/CE do dia 16 de Dezembro de 2003.

 

(9) https://eco.sapo.pt/2020/01/23/montijo-vai-ter-a-pista-mais-curta-de-todos-os-aeroportos-nao-chega-para-avioes-da-ryanair
https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/montijo-vai-ter-a-pista-mais-curta-de-todos-nao-chega-para-avioes-mais-pesados-da-ryanair-11739271.html
https://plataformacivicaba6nao.pt/
https://wadertales.wordpress.com/2019/12/23/tagus-estuary-for-birds-or-planes

 

(10) Um estudo desenvolvido no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e no Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade, publicado ainda em setembro de 2019 na revista científica Atmospheric Pollution Research, analisou as emissões de poluentes bastante tóxicos conhecidos como partículas ultrafinas, resultantes da combustão nos motores dos aviões. Concluiu haver uma relação clara entre os movimentos aéreos e os níveis de partículas emitidos, afetando fortemente a qualidade do ar na zona envolvente aos aeroportos (no caso o Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa). Mesmo a 1 km de distância do início da pista, a concentração de partículas atinge valores muito elevados, que aumentam em função do número de vos e da velocidade do vento.
Ver em: https://www.cense.fct.unl.pt/news-events/study-shows-ufps-affect-air-quality-around-lisbon-airport

 

(11) Parecer do Município da Moita (o concelho mais afetado pelo ruído – ver capítulo 6)

https://www.cm-moita.pt/cmmoita/uploads/writer_file/document/4738/proposta_149_xii_2019___anexo.pdf

 

(12) https://www.publico.pt/2020/02/04/video/aeroporto-montijo-200-mil-aves-estuario-tejo-mitigacao-havera-20200130-145227

 

(13) O EIA não valoriza de todo um dos impactos sobre o património cultural: tendo-se focado nos valores arqueológicos, deixou de fora o impacte sobre valores patrimoniais culturais e identitários ainda vivos do estuário do Tejo. Trata-se da “Marinha do Tejo”, a coleção de embarcações típicas à vela e construídas em madeira, características do estuário do Tejo, grande parte das quais ancoradas na margem sul, sobretudo no Concelho da Moita. Dentro das maiores e mais emblemáticas embarcações, contam-se os varinos Boa Viagem e Amoroso (propriedade do Município da Moita e Seixal, respetivamente), além do Bote Leão (Mun. Alcochete), que fazem inúmeros passeios com turistas e residentes. Só no Município da Moita são na ordem de vários milhões de euros os investimentos feitos com dinheiros públicos nacionais e europeus, sobretudo através do FEDER, em ancoradouros e outros projetos de valorização do património ribeirinho e náutico, além de uma candidatura a Património Imaterial da UNESCO focando as técnicas de construção e reparação das embarcações típicas, que pretende garantir o futuro do único estaleiro que ainda desenvolve esta arte, em Sarilhos Pequenos. Recentemente as pinturas populares dos barcos típicos do Tejo figuraram nos finalistas da iniciativa da RTP Sete Maravilhas da Cultura Popular. Por outro lado, a Associação Marinha do Tejo apresentou um relatório à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no qual aponta riscos para a navegabilidade das embarcações tradicionais no Tejo no quadro no novo aeroporto do Montijo. Os barcos maiores e portanto com mastros mais altos, só poderão navegar à noite. Ou seja, na prática, nunca.

 

Ver sobre este assunto em:

Parecer do Município da Moita (Capítulos 10 e 11):

https://www.cm-moita.pt/cmmoita/uploads/writer_file/document/4738/proposta_149_xii_2019___anexo.pdf

 

Plano Estratégico Turismo Região de Lisboa (2020-2024): “(…)  incentivo à utilização de embarcações tradicionais como imagem turística do Rio Tejo (Fragatas, Varinos, Faluas, Cangueiros, Botes, entre outros)”

https://www.lisboa.pt/fileadmin/atualidade/noticias/user_upload/Relatorio_Final_Plano_Estrategico-2020-2024_compressed.pdf

 

Barcos tradicionais do Tejo em candidatura a património imaterial da Unesco

https://www.publico.pt/2018/06/25/local/noticia/moita-candidata-barcos-tradicionais-do-tejo-a-patrimonio-imaterial-1835767

 

Pinturas dos barcos finalistas das Sete Maravilhas da Cultura Popular:

https://www.cm-moita.pt/pages/970?news_id=6229

https://www.cm-moita.pt/cmmoita/uploads/writer_file/document/5763/pinturas_tradicionais_em_embarcacoes_logo_finalistaregional.pdf

 

Embarcações tradicionais condenadas a navegar à noite:

https://www.osetubalense.com/ultimas/2020/03/13/vinci-sem-alternativas-bote-leao-boa-viagem-e-amoroso-condenados-a-navegar-a-noite/

 

(14) “Oito organizações portuguesas de defesa do Ambiente entregaram no Tribunal Administrativo do círculo de Lisboa uma acção que pede a anulação da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o Aeroporto do Montijo”
https://www.publico.pt/2020/06/04/sociedade/noticia/accao-pede-anulacao-declaracao-impacto-ambiental-aeroporto-montijo-ja-entrou-tribunal-1919380
https://observador.pt/2020/06/04/associacoes-ambientais-poem-governo-em-tribunal-por-causa-de-aeroporto-do-montijo/

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Prémio Quercus 2020 distingue projeto Plasticus maritimus da biológa Ana Pêgo e a Biodiversity4all – Associação Biodiversidade para todos https://quercus.pt/2021/03/03/premio-quercus-2020-distingue-projeto-plasticus-maritimus-da-biologa-ana-pego-e-a-biodiversity4all-associacao-biodiversidade-para-todos/ Wed, 03 Mar 2021 16:20:06 +0000 https://quercus.pt/?p=9601 A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, Organização Não Governamental de Ambiente com maior intervenção à escala nacional, comemora hoje, dia 31 de outubro, o seu 35º aniversário. Com o atual estado que vivemos, as comemorações do seu aniversário serão pautadas por atividades maioritariamente via digital. Durante os meses de outubro, novembro e dezembro serão realizadas as “Quercus – EcoTalks”.

 

Na comemoração dos seus 35 anos de história, a Quercus decidiu atribuir o Prémio Quercus 2020 à Associação Biodiversidade Para Todos, mais conhecida por BioDiversity4all, pelo trabalho meritório que esta tem realizado na área da biodiversidade e também à biológa e beachcomber Ana Pêgo, autora do Projeto “Plasticus maritimus”.

 

O Prémio Quercus foi instituído com o objetivo de distinguir entidades, empresas ou cidadãos que se evidenciem na defesa do ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável.

 

Prémio Quercus 2020 / Categoria Individual: Ana Pêgo – Projeto “Plasticus maritimus

Estima-se que desde a década de 50 já foram produzidos 8,3 mil milhões de toneladas de plástico e apenas 9% foram reciclados. Por outro lado, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente refere que cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos de plástico são lançadas para os Oceanos a cada ano, o equivalente a um camião cheio de lixo a cada minuto, demorando entre 200 a 400 anos a desaparecer na natureza.

 

Os impactes do plástico no contexto marinho têm confirmado a morte de milhares de crias de aves marinhas no Pacífico que, por engano, são alimentadas pelos progenitores com resíduos de plásticos de pequenas dimensões que não se degradam no seu aparelho digestivo.

 

Por outro lado, os microplásticos (pequenas partículas de plástico), um ingrediente comum em muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal como são demasiado pequenos para serem filtrados pela rede de esgotos, acabam nos rios e mares, entrando na cadeia alimentar dos animais e dos seres humanos.

 

É por isso urgente unir esforços para reduzir o consumo de plásticos de uso único, responsabilizar quem os coloca no mercado pelo seu correto encaminhamento e promover ações de limpeza das praias e outros locais afetados pela acumulação destes resíduos maioritariamente trazidos pelos oceanos.

 

Os mares e oceanos são uma grande riqueza para Portugal, temos que os cuidar e preservar para garantir a nossa sustentabilidade futura. Há verdadeiros protetores deste habitat e a nossa premiada é um destes exemplos.

Ana Pêgo passeia há vários anos pelas praias de Cascais à procura de plástico que transforma em arte para nos fazer pensar sobre o presente e o futuro dos oceanos. Bióloga marinha de formação, criou o projeto “Plasticus maritimus”, um reportório de resíduos em plástico que recolheu ao longo destes anos e que transformou em algo artístico, jogando com os tamanhos, formas e cores. Diversos são os exemplos que vai recolhendo, muitos com dezenas de anos, e que vai utilizando enquanto ferramenta pedagógica nos ateliers para crianças, escolas e famílias na Fundação Calouste Gulbenkian, quando visita escolas, ou mesmo em exposições.

 

Tudo começou em 2014 com a escultura “Balaena plasticus” um esqueleto de baleia-de-barbas, feito com 250 peças de plástico branco, com cerca de 10 metros de comprimento, apanhados na orla costeira de Almada e Cascais, que desenvolveu em parceria com Luís Quinta. Aqui era possível encontrar desde garrafões de lixívia, embalagens de iogurte ou esferovite.

 

Balaena plasticus contou com o apoio da Câmara Municipal de Almada e exposta, pela primeira vez, na Praça da Liberdade, no âmbito da “Semana Verde, no âmbito do Dia Mundial do Ambiente, com o objetivo de sensibilizar a população para a poluição marinha.

 

Esta instalação esteve também no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental da Costa de Caparica, no âmbito da exposição “Mar Sem Lixo, Oceanos de Vida”; na exposição internacional “Lixo Marinho: um Problema Global” do projeto europeu MARLISCO (Marine Litter in European Seas: Social Awareness and CO-Responsibility); e em 2018 no Jardim das Oliveiras no Centro Cultural de Belém, no âmbito do ciclo “No fundo Potugal é Mar”.

 

Esta escultura foi premiada com o “B Green Innovation Award”, no Greenfest 2015″.

 

Da Balaena plasticus rapidamente veio a criação do Plasticus maritimus, com a missão de sensibilizar para o grande problema que é o aparecimento de uma nova espécie nos habitats marinhos – o plástico. Ana cria um nome científico para o plástico que tem invadido mar e áreas costeiras de todo o mundo e lança uma campanha de alerta que tem mobilizado desde logo diversas entidades e particulares, criando uma vontade de limpar as praias.

 

Recentemente, este projeto deu origem ao livro Plasticus maritimus – uma espécie invasora”, assinado por Ana Pêgo e Isabel Minhós Martins com ilustrações de Bernardo P. Carvalho, uma obra já traduzida em diversos idiomas.

Ver episódio da rubrica “Minuto Verde” sobre o Livro Plasticus maritimushttps://vimeo.com/307669350
Ver episódio da série “Bora Ambientar” sobre o Plasticus maritimushttps://www.youtube.com/watch?v=K6J2-xxaXUw&t=14s

 

Prémio Quercus 2020 / Categoria coletiva: Biodiversity4all – Biodiversidade para Todos – O reconhecimento da promoção da ciência cidadã ao serviço da biodiversidade

No passado dia 19 de outubro de 2020, foi divulgado o relatório do estado da Natureza na Europa, emitido pela Agência Europeia do Ambiente. O relatório, referente ao período 2012 e 2018, informa que 81% dos habitats e 63% das espécies da Europa estão em declínio e enfrentam um futuro incerto se nada for feito para impedir a sua degradação. 39% das 463 espécies de aves que habitam na Europa estão num estado pobre ou mau.

 

Quanto a Portugal, apenas 24% dos habitats estão em bom estado de conservação, 72% estão em estado inadequado ou mau, e 4% estão em situação desconhecida. Os habitats em pior estado de conservação são as florestas, com apenas 4% em bom estado, e os habitats costeiros com 12.5%. Além disto, cerca de 80% dos habitats nacionais em estado desfavorável tendem a degradar-se ainda mais se nada for feito para o evitar.

 

Anteriormente, a Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES) tinha também avisado sobre o estado alarmante de perda de biodiversidade a nível global, e em setembro último emitiu um relatório que concluiu que o declínio da biodiversidade não tem precedentes, mas que ainda é possível atuar.

 

Há várias causas para a perda de biodiversidade, mas sem uma forte consciência e a mobilização dos cidadãos, será difícil proteger a natureza e as espécies maravilhosas de seres vivos que connosco habitam o planeta Terra.

A Associação Biodiversidade Para Todos, mais conhecida por BioDiversity4all, assumiu como sua missão “unir o maior número de pessoas no conhecimento da biodiversidade”. É uma associação portuguesa sem fins lucrativos, criada em 2011, e que convida qualquer pessoa a tornar-se num naturalista, registando as suas observações de espécies, compartilhando com outros naturalistas e trocando ideias sobre as suas descobertas. A Biodiversity4all promove a aplicação Inaturalist, que permite ao interessado registar online as espécies que encontra e fotografa e interagir com milhares de outros naturalistas, bastando para isso ter um telemóvel. A plataforma conta já com centenas de milhares de observações registadas pelos participantes.

 

A Biodiversity4all conta ainda com o apoio de muitos especialistas profissionais e promove também os BioBlitz, eventos de campo para registo de espécies, que duram normalmente cerca de um dia.

 

A associação apresenta os fundadores e órgãos sociais com discrição, preferindo dar destaque aos cidadãos naturalistas, às suas observações e identificação de espécies e aos seus projetos. A Biodiversity4all criou até um espaço próprio para acolher os projetos de quem pretende iniciar a sua própria iniciativa de ciência cidadã, como por exemplo manter um registo das aves que existem no seu bairro, ou registar os polinizadores de determinada área, etc.. Os projetos permitem assim agrupar as observações com as de outras pessoas em BioDiversity4All.

 

Por isso, e reconhecendo o trabalho da Associação Biodiversidade para Todos, Biodiversity4All, na promoção da ciência cidadã ao serviço da sensibilização para a biodiversidade, decidimos em 2020, atribuir-lhe o Prémio Quercus, na presença da sua Presidente da Direção e co-fundadora, a bióloga Patrícia Tiago.

 

Parabéns!

 

https://www.biodiversity4all.org/

 

Lisboa, 31 de outubro de 2020

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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