Janeiro 2019 – Quercus https://quercus.pt Wed, 03 Mar 2021 16:39:09 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Janeiro 2019 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Acordo para a construção do Novo Aeroporto de Lisboa no Montijo é irresponsável e inaceitável https://quercus.pt/2021/03/03/acordo-para-a-construcao-do-novo-aeroporto-de-lisboa-no-montijo-e-irresponsavel-e-inaceitavel/ Wed, 03 Mar 2021 16:38:02 +0000 https://quercus.pt/?p=9722 Coligação C6 critica Governo pelo acordo assinado hoje com a ANA/Vinci, que considera ser mais um passo irresponsável, uma vez que o projeto ainda não tem a Avaliação de Impacte Ambiental concluída

 

 

A Coligação C6, que integra as maiores associações de defesa do ambiente nacionais – ANP/WWF, GEOTA, FAPAS, LPN, QUERCUS e SPEA vem hoje, dia de assinatura do acordo para a construção do Novo Aeroporto de Lisboa no Montijo, criticar mais uma vez o Governo Português pelo decurso do processo, uma vez que considera que este tem sido gerido de forma irresponsável e sem respeito pelos passos necessários e legais obrigatórios.

 

O Governo Português avançou com a hipótese da reconversão da Base Aérea Militar do Montijo em infraestrutura aeroportuária de apoio à região de Lisboa e Vale do Tejo (Solução Portela +1), sem a necessária e obrigatória Avaliação de Impacte Ambiental estar concluída e sem comparar todas as alternativas possíveis.

 

Hoje, com a assinatura do acordo para a construção do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no Montijo e, ainda antes de esta opção ser devidamente avaliada do ponto de vista ambiental, o Governo dá mais um passo para tornar o projeto uma inevitabilidade, facto que a Coligação C6 considera inaceitável.

 

As Associações da Coligação C6 recordam ao Governo que o processo de Avaliação de Impacte Ambiental não é uma formalidade para justificar a decisão e que antes pelo contrário, o Estudo de Impacte Ambiental completo e exaustivo é uma necessidade que deverá fundamentar as decisões do executivo. Consideram ainda que o discurso político de opção tomada a todo custo coloca uma pressão inadmissível nos processos em curso, exigindo aos promotores os estudos em tempos recorde, que invariavelmente acabam por ser insuficientes e superficiais.

 

A Coligação C6 lembra que qualquer opção para a construção do NAL apresenta diversos riscos ambientais, sociais e económicos e que todos devem ser devidamente estudados, ponderados e discutidos publicamente. E por isso, exige ao Governo Português que espere pelas avaliações ambientais necessárias para tomar as suas decisões, respeitando assim a legislação em vigor e os procedimentos lógicos e necessários. Se avançarem decisões políticas sem o necessário suporte ambiental, a C6 garante que fará tudo ao seu alcance para reverter os processos e proteger o interesse público.

 

 

Lisboa, 8 de janeiro de 2019

 

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Concentração Ibérica Antinuclear contas as Minas de Urânio em Salamanca https://quercus.pt/2021/03/03/concentracao-iberica-antinuclear-contas-as-minas-de-uranio-em-salamanca/ Wed, 03 Mar 2021 16:36:59 +0000 https://quercus.pt/?p=9721 Dia 19 de janeiro – 16.00h (hora portuguesa)

Barragem de Saucelle – Freixo de Espada à Cinta

 

Vai-se realizar no próximo dia 19 de Janeiro, pelas 16.00 horas (hora portuguesa), na Barragem de Saucelle (fronteira de Portugal com Espanha), em Freixo de Espada à Cinta, uma Concentração Ibérica Antinuclear que juntará ativistas ambientais dos dois países. Esta concentração é organizada conjuntamente pela Plataforma espanhola Stop Uranio de Salamanca e as associações portuguesas QUERCUS e AZU, tendo o apoio do Movimento Ibérico Antinuclear, da Coordenadora “No a la Mina de Urânio” e da ATMU. O objetivo principal da iniciativa é sensibilizar da opinião pública para os perigos que representa a abertura dos projetos de exploração de urânio na região de Salamanca.

 

Agora que 21 anos passam desde o desastre de Aznalcóllar, é importante recordar que o desenvolvimento de projetos de mineração de urânio a céu aberto do outro lado da fronteira pode representar um tremendo risco para a vida do rio Douro e dos seus habitantes. Apenas com o funcionamento normal das instalações projetadas para Retortillo, Salamanca (mina de urânio e fábrica de concentrados), o rio Yeltes, afluente do rio Douro, ficaria extremamente contaminado, segundo um estudo encomendado pela WWF a dois cientistas da Universidade de Castilla La Mancha.

 

No caso deste projeto avançar, Portugal também seria impactado com a poeira radioativa e o gás radão emitidos pelas minas de urânio que a Berkeley Minera planeia abrir em Retortilo, Salamanca. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, o projeto de exploração mineira de urânio em Retortillo é “suscetível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal”, pela proximidade com a fronteira, e tendo em “atenção a direção dos ventos” de Este e Nordeste.

 

Mais uma vez, e apesar de ser óbvio que Portugal sofreria as consequências de uma potencial exploração mineira de urânio em Salamanca, as administrações espanholas não consultaram o país vizinho, nem submeteram a consulta pública transfronteiriça os distintos projetos de mineração de urânio em Salamanca, ignorando assim os tratados assinados entre os dois países. A organização conjunta desta Concentração Ibérica pretende, por isso, dar a conhecer à opinião pública portuguesa e espanhola a problemática e os perigos que implica a instalação de minas de urânio e uma fábrica de concentrado no Campo Charro de Salamanca.

 

As três Associações defendem que é necessário que o processo de licenciamento das minas de urânio na zona de Salamanca seja suspenso de imediato e que o Governo Espanhol encare a questão com seriedade e não autorize definitivamente a exploração de urânio nesta região.

 

 

O programa da iniciativa

 

Os ativistas ambientais ibéricos irão concentrar-se às 16.00h (hora portuguesa) do Sábado, dia 19 de Janeiro, na Barragem de Saucelle (fronteira de Portugal com Espanha), em Freixo de Espada à Cinta na, formando um cordão humano que ligará as duas margens do rio Douro, em sinal de defesa desde importante recurso. No caminho para Freixo de Espada à Cinta, a comitiva portuguesa irá fazer uma paragem na zona de Retortillo, onde os trabalhos de preparação do projecto avançaram com mais vigor.

 

Durante a tarde, a partir das 16.00h (hora portuguesa) na Barragem de Saucelle, Freixo de Espada à Cinta, as três associações e todas as outras organizações e cidadãos que se queiram juntar, divulgarão os perigos que ameaçam Portugal e Espanha, no caso de se confirmar a abertura das instalações radioativas em Salamanca, e serão distribuídos folhetos informativos a todos os que circularem no local. No final da iniciativa, cerca das 17.00h (hora portuguesa), será realizada uma Conferência de Imprensa pelas Associações organizadoras.

 

Cartaz_Concentração_Freixo_EC_-_Janeiro_19.jpg

 

 

A Plataforma Stop Uranio de Salamanca

 

A Direção Nacional da QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

A Direção da AZU – Associação Ambiente em Zonas Uraníferas

 

 

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Quercus alerta para corte de sobreiros sem autorização na Herdade dos Cadouços, em Abrantes https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-alerta-para-corte-de-sobreiros-sem-autorizacao-na-herdade-dos-cadoucos-em-abrantes/ Wed, 03 Mar 2021 16:36:29 +0000 https://quercus.pt/?p=9720 A Quercus foi alertada para o corte de cerca de 80 sobreiros verdes, sem autorização, na Herdade de Cadouços, em Abrantes.

 

A Herdade de Cadouços é uma propriedade com cerca de 489 hectares, e localiza-se junto de Água Travessa, na freguesia da Bemposta, concelho de Abrantes e atualmente encontra-se à venda, pertencendo ao fundo FUNGERE – Grupo Novo Banco – Gestão de Ativos.

 

 

Do que foi possível apurar, existirá autorização do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) para abate de 34 sobreiros decrépitos, mas por indicações de um responsável da empresa foram cortados cerca de 80 sobreiros verdes sem que o abate tenha sido autorizado pela Autoridade competente.

 

A situação apresenta alguma gravidade dado o corte ter sido efetuado num povoamento de sobreiros protegido e também por existir pretensão de novas plantações de eucaliptos em áreas de vinha e pinhal na mesma propriedade.

 

A Quercus já alertou o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR e os serviços do ICNF para que sejam apuradas responsabilidades sobre o corte ilegal dos sobreiros e também no sentido de evitar novas situações que contribuam para a degradação do montado.

 

Cadouços3.JPG

 

 

Lisboa, 23 de janeiro de 2019

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Quercus considera inaceitável a inexistência de Planos de Ação de Ruído para a Ponte 25 de Abril e Ponte Vasco da Gama https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-considera-inaceitavel-a-inexistencia-de-planos-de-acao-de-ruido-para-a-ponte-25-de-abril-e-ponte-vasco-da-gama/ Wed, 03 Mar 2021 16:36:09 +0000 https://quercus.pt/?p=9719 Intervenção de manutenção em curso na Ponte 25 de Abril não resolve os elevados níveis de emissões sonoras que afetam diariamente mais de 180.000 pessoas na área metropolitana de Lisboa

 

Nove anos depois de aprovado o Mapa Estratégico de Ruido da Ponte 25 de Abril, e três anos e meio após a aprovação do Mapa de Estratégico de Ruído da Ponte Vasco da Gama, ainda não foram elaborados (e aprovados) os respetivos Planos de Ação exigidos pelo Regulamento Geral do Ruído (Decreto-lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro) e na Directiva 2002/49/CE de 25 de Junho de 2002. A Quercus considera que a empresa concessionária, Lusoponte, está em incumprimento grave da Lei Nacional e da Directiva Europeia.

 

A Quercus, no momento em que teve início a maior intervenção de reparação e manutenção na Ponte 25 de Abril dos últimos 20 anos, vem denunciar a insuficiência da mesma e a grave lacuna no que deveria ser uma intervenção que contemplasse também a diminuição e mitigação dos elevados níveis de emissões sonoras da Ponte 25 de Abril.

 

A Directiva Europeia relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente (transposta para direito nacional no Decreto-Lei n.º 146/2006 de 31 de Julho) prevê e exige (artigo 7.º e 8.º) a obrigatoriedade dos Estados-membros assegurarem, quer a elaboração de mapas estratégicos de ruído (até 30 de junho 2007), quer a definição de planos de ação destinados a gerir os efeitos do ruido (até 18 de julho de 2008).

 

O Regulamento Geral de Ruído indica expressamente, no artigo 19.º, que as infra-estruturas de transporte, novas ou em exploração, estão sujeitas aos valores limite fixados no artigo 11.º, ou seja, as zonas mistas não devem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 65 dB(A) Lden, e superior a 55 dB(A) Ln; as zonas sensíveis não devem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 55 dB(A) Lden, e superior a 45 dB(A) Ln.

 

 

Ponte 25 de Abril e Ponte Vasco da Gama

 

A Quercus voltou a consultar o sítio eletrónico da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no sentido de perceber se existem avanços no que respeita ao cumprimento (incumprimento) da lei vigente sobre ruído, e respetivas emissões de ruido da Ponte 25 de Abril e Ponte Vasco da Gama, ambos da responsabilidade da empresa concessionária, Lusoponte.

 

O Mapa Estratégico de Ruído da Ponte 25 de Abril assume desde logo que, “A Ponte 25 de Abril constitui uma via muito importante de tráfego rodo-ferroviário (…), que se desenvolve em zona com densidade populacional elevada, pelo que se coloca a necessidade de análise cuidada das implicações em termos de afectação ambiental; entre os diversos factores de afectação, o ruído assume importância muito relevante.”

 

Do mesmo modo, as considerações efetuadas para a Ponte 25 de Abril podem e devem estendem-se à Ponte Vasco da Gama, ao que acresce a elevada sensibilidade ecológica e ambiental do Estuário do Tejo, na zona do Montijo e Alcochete.

 

Relativamente ao Mapa Estratégico de Ruido da Ponte 25 de Abril, é identificada uma “singularidade específica” (e relevante), a existência da grelhagem do tabuleiro da ponte. É também facilmente percetível que a existência da grelhagem central do tabuleiro é a característica da Ponte que mais contribui para os elevados níveis de emissões sonoras da ponte, ao que designaram genericamente “Efeito de Ponte”, o que se entende como uma tentativa de estabelecer um patamar mínimo de emissões sonoras do qual não é possível baixar.

 

É possível verificar que diariamente cerca de 100.520 pessoas estão expostas às emissões de ruído da Ponte 25 de Abril, e cerca de 80.000 pessoas na Ponte Vasco da Gama, sendo que destas, entre 928 e 6.218 pessoas estão expostas a ruído em que é excedido Lden= 65 dB(A); e 928 e 8.538 pessoas estão expostas a ruído em que é excedido Ln= 55 dB(A), nas duas pontes em análise..

 

 

A Lusoponte espera silenciosamente o fim da concessão da Ponte 25 de Abril para fugir às suas responsabilidades

 

Adicionalmente à análise anterior, é no entender da Quercus inaceitável a não existência dos Planos de Ação que deveriam ter resultado dos Mapas Estratégicos de Ruído de cada ponte, sendo que esta obrigatoriedade deveria ser assegurada pela APA.

 

É oportuno relembrar que, de acordo com notícia veiculada (Jornal Sol) a consultora americana Parsons, reitera em proposta informal que “o problema do ruído (na Ponte 25 de Abril)só poderá ser resolvido substituindo todo o pavimento, tirando todas as vigas, e colocando uma laje sem grelhas. Mas era preciso mais: implicava a estabilização da obra ao vento com vigas de rigidez.”

 

A Quercus entende que, a Lusoponte não pode continuar a fugir às suas responsabilidades. A inação sobre estas questões, para além de continuar a afetar negativamente os habitantes vizinhos das pontes, irá premiar a Lusoponte aquando o término do atual contrato de concessão da Ponte 25 de Abril(após 24 de março de 2030), uma vez que ao não cumprir com as suas obrigações, estas passaram para a responsabilidade do Estado, e o futuro concessionário ganhará posição negocial.

 

A Quercus entende que esta é a principal razão pela qual o Mapa Estratégico de Ruido da Ponte 25 de Abril, elaborado em 2009 nunca deu origem a um Plano de Ação, uma vez que este teria de conter obrigatoriamente a intervenção no tabuleiro, intervenção esta que a Lusoponte irresponsavelmente pretende debandar.

 

No que respeita à Ponte Vasco da Gama, o Plano de Ação é também ele urgente, e por tal incompreensivelmente inexistente, considerando os graves efeitos das emissões sonoras nas populações expostas.

 

A Quercus não pode deixar de responsabilizar a APA pela inação na exigência do cumprimento da lei nestas duas infraestruturas rodoviárias estruturantes, e exige que sejam tomadas todas as medidas e ações para a salvaguarda do ambiente e da saúde da população exposta às emissões de ruído das pontes.

 

À Lusoponte, a Quercus exige o cumprimento integral das suas obrigações e responsabilidades, sem subterfúgios e esquecimentos seletivos.

 

Na defesa do ambiente e da saúde e bem-estar das populações expostas, a Quercus tomará todas as ações que considere necessárias e imprescindíveis para obrigar a Lusoponte a cumprir o Regulamento Geral do Ruido e a Diretiva Europeia 2002/49/CE, não excluindo o recurso aos tribunais e às Instituições Internacionais.

 

 

Lisboa, 23 de janeiro de 2019

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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