Julho 2017 – Quercus https://quercus.pt Wed, 03 Mar 2021 18:15:37 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Julho 2017 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Quercus quer banir totalmente e definitivamente os sacos de plástico em Portugal https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-quer-banir-totalmente-e-definitivamente-os-sacos-de-plastico-em-portugal/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:37 +0000 https://quercus.pt/?p=10480 DIA INTERNACIONAL SEM SACOS DE PLÁSTICO: Segunda-feira, 3 de Julho de 2017

Portugal consome anualmente 2 mil milhões de sacos de plástico

 

 

A medida do anterior governo de taxar os sacos de plástico foi inicialmente positiva, mas rapidamente se revelou insuficiente. Depois de uma inicial diminuição do consumo de sacos de plástico, os portugueses acabaram por se habituar a pagar os sacos e o seu consumo está a aumentar novamente.
A Quercus defende que de uma vez por todas o Governo tome medidas para banir total e definitivamente o uso de sacos de plástico.

 

Estão comprovados e amplamente divulgados os efeitos nefastos dos sacos de plástico no ambiente, em especial em meio marinho, com envenenamento, asfixia e morte de peixes, animais e aves marinhas. Existe também, uma cada vez maior frequência de notícias que dão conta da entrada do plástico na cadeia alimentar do Homem, com presença dos plásticos no peixe consumido e até no sal de cozinha.

 

Para além disso, a medida de taxar o uso de sacos de plástico, nunca abrangeu os sacos que são utilizados dentro dos supermercados para embalar a fruta, legumes, carne, etc., o que faz com que na prática cada consumidor acabe por utilizar dezenas de sacos de plástico gratuitos sempre que vai fazer compras.

 

 

Em Portugal consomem-se anualmente 2 mil milhões de sacos de plástico.

 

Segundo a Quercus, o controlo dos sacos nunca foi efetivo nas pequenas superfícies, no pequeno comércio, nas feiras e nos mercados.

 

Durante a participação na última conferência das Nações Unidas sobre o clima COP 22 realizada em 2016 em Marraquexe – Marrocos, a delegação da Quercus teve oportunidade de visitar um supermercado que, como todos em Marrocos, não utiliza sacos de plásticos.

 

João Branco, presidente da Quercus comentou: “Fiquei espantado com a facilidade com que a sociedade Marroquina vive sem utilizar sacos de plástico. Isso é visível nas ruas pela ausência de lixo relacionado com os sacos. Se Marrocos conseguiu banir os sacos de plástico não há qualquer motivo para que estes não sejam também banidos em Portugal. Haja vontade política.”

 

Neste Dia Internacional sem sacos de plástico, a Quercus reitera a necessidade de terminar definitivamente com o uso deste produto, tão prejudicial para o ambiente, e que já se percebeu não diminuir o seu consumo com a mera aplicação de taxas ou de políticas que continuem permissivas a velhos hábitos tão prejudiciais para o planeta.

 

 

Lisboa, 2 de julho de 2017

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Concelhos de Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra não tinham Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios aprovados https://quercus.pt/2021/03/03/concelhos-de-pedrogao-grande-e-castanheira-de-pera-nao-tinham-planos-municipais-de-defesa-da-floresta-contra-incendios-aprovados/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:33 +0000 https://quercus.pt/?p=10479 Quercus quer disponibilização pública de todos os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), no sítio da internet do ICNF e de todos os Municípios

 

incendioOs Municípios de Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra não têm os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios aprovados. A Quercus tem alertado que a execução destes planos são essenciais para a prevenção de grandes incêndios e definição da atuação dos meios de combate no terreno.

 

 

A Quercus lamenta que só mais de uma semana após a ocorrência dos incêndios esta informação tenha sido disponibilizada à imprensa.

 

Os Municípios, por seu lado, têm a obrigação legal de elaborar e fazer cumprir o Plano Municipal de Defesa de Florestas Contra Incêndios (PMDFCI) e o Plano Operacional Municipal (POM), o que tem sido negligenciado na maioria dos municípios nacionais, com consequências graves a vários níveis.

 

Os PMDFIC dos Municípios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e outros deviam ter sido apresentados pelas respetivas Comissões Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios para aprovação do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, contudo, e segundo o ICNF, tal não ocorreu.

 

A Quercus alerta que se toda a legislação de defesa da floresta contra incêndios fosse cumprida, com a execução das medidas de gestão no terreno, o combate aos incêndios seria facilitado. A Quercus espera que o Governo e os Municípios atuem em conformidade no sentido da aprovação, implementação e disponibilização pública de todos os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), no portal do ICNF e de todos os Municípios.

 

Lisboa, 2 de julho de 2017

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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IFAW lança campanha para a proibição do comércio de marfim na Europa Quercus é o parceiro desta iniciativa em Portugal https://quercus.pt/2021/03/03/ifaw-lanca-campanha-para-a-proibicao-do-comercio-de-marfim-na-europa-quercus-e-o-parceiro-desta-iniciativa-em-portugal/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:27 +0000 https://quercus.pt/?p=10478 Quercus é o parceiro desta iniciativa em Portugal

 

 

O Fundo Internacional para o Bem-estar Animal (IFAW), em colaboração com a Quercus, lança hoje, dia 3 de Julho, uma nova campanha para acabar com a venda de marfim na Europa.

 

A venda de marfim ameaça dezenas de milhares de elefantes em África que continuam a ser abatidos de forma lenta e desumana, desequilibrando populações inteiras destes emblemáticos animais. Portugal, como outros países da UE, continua a comercializar marfim em mercados, leilões e online, estimulando o interesse para esta matéria-prima em mercados asiáticos e encobrindo, com o marfim antigo, a caça ilegal que se mantém todos os dias no coração de África.

 

Num estudo recente conduzido pela IFAW, os cidadãos entrevistados em quinze Estados-Membros mostraram-se a favor de uma proibição total de todo o marfim na UE. “Com os elefantes a serem abatidos a um ritmo alarmante, o marfim não deve continuar a ser visto como um objeto desejável” refere Sonja Van Tichelen, Diretora da IFAW-UE, “Sentimo-nos encorajados ao ver que 90% dos entrevistados não desejam comprar produtos de marfim”. Neste estudo, apenas 42% dos inquiridos estavam cientes de que os elefantes eram brutalmente mortos pelo marfim e 24% desconheciam que os elefantes morrerem pelas suas presas.

 

Para a IFAW e a Quercus, só existe uma forma de controlar esta situação – enquanto cidadãos europeus, é urgente pedir ao Governo e à Comissão Europeia que encerrem todos os mercados de marfim da UE para interromper a mortandade de elefantes. Assista ao vídeo e assine a petição para mostrar o seu apoio.

 

Sobre a IFAW (International Fund for Animal Welfare)

 

Fundada em 1969, a IFAW dedica-se à proteção de animais, tendo projetos em mais de 40 países. A IFAW resgata animais em perigo, trabalha na prevenção de maus tratos a animais e na proteção de espécies e habitats. Para mais informações, visite www.ifaw.org. Siga-nos em @IFAWEU e Facebook/IFAW

 

Sobre a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

A Quercus é a ONG de Ambiente mais representativa em Portugal, contando com cerca de 10.000 associados, 150 dirigentes, 450 voluntários, 18 Núcleos Regionais e 30 projetos na área do Desenvolvimento Sustentável, Defesa do Ambiente e Conservação da Natureza. É uma associação de âmbito nacional, sem fins lucrativos, independente e com o Estatuto de Utilidade Pública. Para mais informações, visite www.quercus.pt

 

 

Nota 

 

O comércio de marfim põe atualmente em perigo dezenas de milhares de elefantes, abatidos de forma lenta e cruel, com armas concebidas para abater animais de 80 Kg, em vez de 5000 Kg. Cinco milhões de anos de evolução produziram esta espécie sensível, altamente inteligente e social, que agora se encontra ameaçada pelo insaciável desejo de insustentável riqueza.

 

O marfim continua a ser vendido em muitos países da União Europeia, em mercados, leilões, casas de antiguidades e online. Com o passado histórico que liga Portugal a África, o nosso país é detentor de uma grande coleção de marfim trabalhado e não trabalhado com tendência a re-entrar no mercado europeu. Este comércio de marfim na UE serve muitas vezes de cobertura para a caça ilegal e estimula a procura deste material nos países do Sudoeste Asiático.

 

Atualmente, os regulamentos da UE permitem o comércio de marfim sob determinadas condições para marfim antigo[1] e pré-Convenção[2].

 

Apesar das encorajadoras medidas tomadas pela UE, é convicção da IFAW que existem ainda muitas lacunas, como as expostas na recente campanha, que necessitam de ser abordadas para ser possível travar o rápido declínio das populações de elefantes.

 

A Comunidade Internacional reconheceu este problema, tendo adotado duas importantes resoluções que exigem o encerramento do mercado interno de marfim na 17ª reunião da Conferência das Partes Signatárias da CITES (CoP17) e no Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

 

A China, o maior destino mundial de marfim, proibiu recentemente a maioria das importações comerciais de marfim, assumiu o compromisso de encerrar o seu mercado de marfim até o final de 2017 e apelou à UE que adotasse também uma posição mais forte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[1] Espécimes “trabalhados” adquiridos antes de 3 de Março de 1947.

 

[2] Espécimes “trabalhados” or “em bruto” adquiridos antes da data de entrada em vigor da CITES (1980, em Portugal) ou do Regulamento Europeu para o Comércio de Fauna Selvagem (1996) no país onde é feita a transacção.

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Quercus marcará presença no ARCHISUMMIT 2017 https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-marcara-presenca-no-archisummit-2017/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:22 +0000 https://quercus.pt/?p=10477 06 e 07 de Julho, em Lisboa

 

 

Lisboa, 05 de Julho de 2017 – O único SUMMIT Internacional de Arquitetura em Portugal vai realizar-se em Lisboa já nos próximos dias 06 e 07 de Julho na cidade de Lisboa.

 

morada ecologica 2A Quercus como associação de defesa do ambiente vem pronunciar-se sobre a necessidade de entregar a disciplina arquitetura, aos arquitetos. Estará presente no Archi Summit, que conta com nomes internacionalmente conhecidos na arquitetura, como Siza Vieira ou Valerio Olgiati, entre outros.

 

A Quercus, em parceria com o Portal da Construção Sustentável, será responsável por uma exposição de materiais para a construção, produzidos através de produtos reciclados, como exemplo de boa prática ambiental e que contribui para uma arquitetura mais sustentável.

 

Lembra ainda que a área de arquitetura, é uma das áreas onde existem mais desempregados em Portugal, existindo mais de duas dezenas de cursos superiores de arquitetura. Pelo que, é necessário entregar a estes profissionais a exclusividade de fazerem arquitetura, a bem da sociedade e do ambiente.

 

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Quercus pede aumento da incorporação de materiais reciclados nos edifícios de 5% para 25%, https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-pede-aumento-da-incorporacao-de-materiais-reciclados-nos-edificios-de-5-para-25/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:12 +0000 https://quercus.pt/?p=10476 SEMINÁRIO no ARCHI SUMMIT sobre a incorporação de materiais reciclados na ARQUITETURA

 

Tijolos ecologicos 290212Lisboa, 06 de Julho de 2017 – Á margem do único SUMMIT Internacional de Arquitetura em Portugal, que se realiza em Lisboa nos próximos dias 06 e 07 de Julho, a Quercus em parceria com o Portal da Construção Sustentável, organizam um Seminário dia 7 de julho que mostra as opções de materiais reciclados para a construção existentes no mercado português e apelam ao aumento da meta de incorporação de materiais reciclados de 5% para 25%, com o objetivo de escoar os produtos produzidos a partir de processos de reciclagem.

 

Os resíduos produzidos na construção e demolição de edifícios constituem a grande maioria dos resíduos produzidos na União Europeia, entre 25% – 30% (i.e. 900 milhões de toneladas) e devido ao impacte ambiental que geram, e ao seu potencial de reutilização e reciclagem, foi estabelecida uma meta de reciclagem obrigatória de 70% até 2020, facto que potenciou a sua identificação como fluxo de resíduo prioritário e à publicação um Protocolo Europeu com requisitos para a sua gestão.

 

A situação na Europa é muito heterogénea, a taxa de reciclagem e reutilização deste tipo de resíduos varia entre menos de 15% (caso de Portugal, Espanha e Grécia) e mais de 90% (Dinamarca, Alemanha e Holanda).

 

Apesar de Portugal ter, desde 2008, regulamentação específica para a gestão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) a quantidade de resíduos reutilizados e reciclados é ainda diminuta (<15%), mais de 70% destes resíduos são encaminhados para destinos ilegais e a quantificação sobre o cumprimento das metas de reciclagem é feita com valores de deposição de resíduos ao abrigo de projetos de recuperações paisagística de antigas pedreiras e areeiros, muito diferente do conceito de reciclagem propriamente dito.

 

Por outro lado, embora haja uma diversificada oferta de materiais reciclados ou que incorporam matérias primas recicladas no mercado português, a obrigatoriedade de incorporação de materiais reciclados na construção e reabilitação de edifícios é de apenas 5% e não existe conhecimento sobre o seu cumprimento efetivo. No entanto, a Quercus considera que existem condições para aumentar esta meta, quer ao nível da oferta de materiais reciclados, quer ao nível da possibilidade de incorporação na construção, e considera que já é altura de aumentar esta meta de 5% para 25%, aproximando-nos assim de países europeus como a Holanda e a Alemanha.

 

O setor da construção é responsável pelo consumo de 50% dos recursos naturais, pela produção de mais de 50% dos resíduos, pelo consumo de mais de 40% de energia (nos países industrializados, sendo em Portugal cerca de 20% da energia total do país) e produzidas cerca de 35% das emissões de gases com efeito de estufa de CO2.

 

A Direção Nacional da Quercus- Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Portugal na cauda da Europa no que diz respeito a poluição por metais pesados em meio hídrico https://quercus.pt/2021/03/03/portugal-na-cauda-da-europa-no-que-diz-respeito-a-poluicao-por-metais-pesados-em-meio-hidrico/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:07 +0000 https://quercus.pt/?p=10475 Quercus apela aos Eurodeputados para a redução destas emissões 

 

metais pesados Periodic Table Heavy Metals CalloutEstações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Região Metropolitana do Porto são responsáveis por 6,4 % da poluição com metais pesados de toda a União Europeia. Quercus acredita que é tempo de limitar as emissões de metais pesados nas ETAR’s, preparando os processos para uma maior filtragem dos contaminantes carcinogénicos, e evitar os impactes na saúde das populações.

 

 

Segundo o último relatório tornado público pela Agência Europeia do Ambiente sobre os poluentes libertados pelo sector industrial na europa em 2015, Portugal ocupa o segundo e terceiro lugar do pódio no que diz despeito à libertação de metais pesados em meio hídrico.

 

A ETAR de Leça da Palmeira em Matosinhos ocupa o 2º lugar deste preocupante ranking com 3,5 % da poluição total com metais pesados da EU e a ETAR de Gaia (Litoral) ocupa o 3º ligar do ranking com 2,9 % da poluição total com metais pesados da EU.

 

Estas duas estações de águas residuais libertaram no Ambiente cerca de 20 toneladas de metais pesados como o chumbo, mercúrio, níquel e cádmio, que apesar de cumprirem os limites determinados na legislação Europeia, não deixam de contaminar a cadeia alimentar, uma vez que possuem efeitos carcinogénicos e podem provocar danos do foro renal na saúde das populações afetadas.

 

Neste sentido, a Quercus considera que é tempo de adotar sistemas de tratamento mais eficazes na filtragem destes componentes e de implementar limites de descarga mais restritivos para os metais pesados e outros tipos de contaminantes com impacte ambiental e para a saúde.

 

A Quercus vai sensibilizar os Eurodeputados para esta problemática, apelando a um contributo na revisão da legislação europeia no que respeita às descargas de poluentes no meio hídrico.

 

É preocupante que esta situação ocorra numa zona adensamento povoada e com grande tradição de prática balnear.

 

Para além dos já conhecidos perigos dos metais pesados que são das substâncias mais perigosas para o homem, para peixes e animais, esta situação é ainda mais preocupante por se tratar de uma região muito povoada e com grande atividade turística ligada ao mar e ao consumo de peixe, facto que levou a Quercus a questionar a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, sobre o cumprimentos dos requisitos de descarga de contaminantes nas ETAR referenciadas.

 

A Quercus apela ao governo para que faça deste assunto uma prioridade nacional sob pena da região do Porto poder vir a ser afetada na sua imagem tanto a nível nacional como internacional.

 

Lisboa, 10 de julho de 2017

 

A Direção Nacional da Quercus- Associação Nacional de Conservação da Natureza

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O Governo está a contribuir para o agravamento da desflorestação em Portugal https://quercus.pt/2021/03/03/o-governo-esta-a-contribuir-para-o-agravamento-da-desflorestacao-em-portugal/ Wed, 03 Mar 2021 18:15:01 +0000 https://quercus.pt/?p=10474 Depois de em 2016 ter aprovado o licenciamento de quatro centrais a biomassa florestal “residual”, o Governo acaba de atribuir licenciamento a outras quatro unidades fabris. Assim, só no decurso da presente legislatura foram atribuídas licenças a um total de oito unidades fabris para queima de material orgânico de origem florestal.

 

 

 

 

Captura de ecra 2017 07 12 as 16.59.22

 

Estes investimentos privados dispõem de remuneração garantida por parte de Estado. Importa ter em conta que a ligação entre as centrais a biomassa florestal residual e a redução do risco de incêndio florestal foi já desmistificada pelo Parlamento, em 2013.

 

 

 

 

Os factos a ter em conta:

 

1. A disponibilidade potencial de biomassa de origem florestal, seja de sobrantes de operações de silvicultura (limpezas, desramações e desbastes) ou de exploração florestal (abate de arvoredo), seja de resíduos das indústrias de transformação de material lenhoso está estimada em 2,2 milhões de toneladas por ano.

 

DISPONIBILIDADE POTENCIAL DE BIOMASSA FLORESTAL

 

Captura de ecra 2017 07 12 as 17.03.22

 

Dando como corretos tais valores, importa ter em consideração que o consumo efetivo de biomassa florestal para energia, em 2013, já se situava acima dos 3 milhões de toneladas anuais. O licenciamento das oito novas centrais vai fazer aumentar a pressão sobre os ecossistemas florestais, designadamente sobre o arvoredo, o que pode acarretar um impacto negativo ao nível da desflorestação já em curso no país (equivalente à área do concelho de Lisboa a cada ano que passa).

 

Importa ter em conta que a balança comercial de produtos de origem florestal é já hoje consideravelmente negativa, sobretudo pelo impacto das importações de madeira em bruto e de cortiça.

 

De acordo com o INE, através das últimas Contas Económicas da Silvicultura publicadas, em 2016 o país despendeu cerca de 110 milhões de Euros na importação de madeira em bruto, essencialmente para as indústrias da madeira.

 

2. No processo de licenciamento das centrais a biomassa florestal “residual”, para a área potencial de abastecimento por parte destas unidades fabris, não é efetuada avaliação de impacto ambiental, seja ao nível dos solos, dos recursos hídricos, da fauna e da flora, incluindo sobre o arvoredo. Esta é uma lacuna que contribui, propositadamente ou não, para uma subavaliação do impacto ambiental associado às centrais termoelétricas a biomassa florestal “residual”, sobretudo para as desligadas de circuitos silvo-industrias de madeira serrada, de madeira triturada e de cortiça.

 

3. O Governo, no âmbito das 12 medidas (pacote legislativo) a que designou por “reforma da floresta”, definiu o regime jurídico para a construção e exploração, pelos municípios, de centrais dedicadas à produção de energia a partir da biomassa florestal, seja elétrica ou de calor. Estas unidades poderão injetar até 15 megawatts de eletricidade na rede pública. Estas unidades podem vir a ser exploradas por entidades privadas. Efetivamente, no caso da utilização da biomassa florestal residual, a prudência e o bom senso aconselham o recurso ao princípio do “small is beautiful”. Todavia, para além da aposta numa rede de proximidade, de âmbito municipal, o Governo insiste em unidades fabris de grande volume, economicamente inviáveis sem subsidiação pública e ambientalmente perigosas, por colocarem em causa a sustentabilidade dos espaços florestais, aumentando o risco já evidente de sobre-exploração dos recursos naturais, contribuindo, tal como os incêndios rurais, para a degradação dos solos.

 

 

4. Sendo Portugal caraterizado, em parte significativa do seu território, por solos pobres, com baixos teor e de matéria orgânica, a extração de sobrantes de limpezas, desramações e de alguns tipos de desbastes, em nada contribui para alterar esta situação. Muito pelo contrário, a extração deste tipo de materiais antes pode agravar a situação, o que, para a compensar, gerará avultados custos no futuro Com efeito, são várias as alternativas de gestão de combustíveis em áreas arborizadas ou de matos, e consequente diminuição do risco de propagação dos incêndios rurais. Entre elas está a que envolve a utilização de sobrantes como fertilizante orgânico, designadamente pelo seu estilhaçamento e espalhamento nos solos. O fogo controlado, em locais apropriados, é ainda uma alternativa com menores custos associados face às rendas garantidas às centrais termoelétricas a biomassa florestal “residual”.

 

Mesmo que com a atribuição de remunerações garantidas às alternativas apontadas, os montantes associados ficariam associados aos agricultores e proprietários florestais, com as consequências dai decorrentes para a sustentabilidade da sua atividade e permanência das suas famílias em meio rural.

 

madeira centrais biomassaAssim, a QUERCUS e a ACRÉSCIMO, no que respeita à redução dos riscos associados à propagação dos incêndios rurais através da utilização da biomassa de origem florestal, sugerem ao Governo:

 

• A aposta em soluções que não acarretem remunerações garantidas a privados, a assumir pelas futuras gerações, e quando não envolvam diretamente agricultores e produtores florestais, mais ainda, quando os impactos sobre os incêndios rurais estão por comprovar, como é o caso das centrais termoelétricas a biomassa “residual”, desligadas dos circuitos silvo-industriais;

 

• A aposta em soluções de valorização da biomassa florestal de dimensão municipal, ou seja, de curta distância, essencialmente focada na produção de energia calorífica e destinada, prioritariamente, a equipamentos públicos e sociais;

 

• A criação de uma entidade reguladora que, para além da intervenção nos mercados de produtos florestais, tenha intervenção direta no mercado da biomassa florestal, atuando preventivamente sobre situações de concorrência imperfeita;

 

• O reforço da capacidade fiscalizadora, ao nível da autoridade florestal nacional, concretamente para a atuação em casos de sobre-exploração dos ecossistemas florestal, impedindo o agravamento da já considerável desflorestação que percorre o país.

 

Lisboa, 12 de Julho de 2017 A Direção Nacional da QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza A Direção da ACRÉSCIMO – Associação de Promoção ao Investimento Florestal

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Dia 13 de Julho – Dia do Agricultor https://quercus.pt/2021/03/03/dia-13-de-julho-dia-do-agricultor/ Wed, 03 Mar 2021 18:14:53 +0000 https://quercus.pt/?p=10473 Quercus assinala este dia, destacando o papel fundamental do Agricultor na conservação dos solos, paisagem e recursos naturais

 

 

dia do agricultorLisboa, 13 de Julho de 2017 – Desde sempre, a agricultura teve um papel preponderante na vida das populações humanas. O Homem tornou-se sedentário desde que se tornou agricultor e até as primeiras trocas comerciais foram feitas em bens alimentares. O agricultor foi acompanhando as diferentes fases da agricultura e as práticas ancestrais agrícolas foram-se implementando – com base em muita observação e respeito pela natureza e solos. Ao longo de 10 mil anos, o desenvolvimento das técnicas da agricultura foram-se desenvolvendo com base em conhecimento empírico.

 

Contudo, no século passado, com a justificação de matar a fome à crescente população mundial, a agricultura passou a ser uma atividade massificada e uma grande parte dos agricultores foram substituídos por máquinas.

 

Passaram-se a usar mais pesticidas, fertilizantes químicos de síntese e métodos agressivos de preparação do solo, assim como se intensificou o desgaste e a contaminação do solo, o aparecimento de monoculturas, pragas, doenças, menos variedades agrícolas, e mais gastos energéticos.

 

Acompanhando esta tendência, a população mais rural migrou para as cidades e o sector primário foi sendo substituído pelos outros sectores. Com a entrada de Portugal na União Europeia, e a adesão à Política Agrícola Comum (PAC), os alimentos começaram a ser distribuídos a preços baixos, vindos de explorações onde eram produzidos de forma pouco amiga do ambiente e visando apenas o factor económico. O agricultor, para poder singrar neste mundo, precisaria de entrar nesta moda, sendo muitas vezes ridicularizado aquele que mantinha as práticas de outrora, aquelas que preservavam a conservação do solo, produções em regimes extensivos, utilização de variedades regionais, entre outras.

 

Em Portugal, e segundo o Instituto Nacional de Estatística, o agricultor tipo é o seguinte: é do sexo masculino, tem 63 anos, apenas completou o 1º ciclo do ensino básico, tem formação agrícola exclusivamente prática e trabalha nas atividades agrícolas da exploração cerca de 22 horas por semana. O seu agregado familiar é constituído por 3 indivíduos e o rendimento provém maioritariamente de pensões e reformas1

 

Nos últimos anos, verificou-se um aumento do número de mulheres e do nível de formação. Aproximadamente 1/5 dos produtores trabalha a tempo inteiro nas atividades agrícolas da exploração, o que representa um aumento face a 1999. Apenas 6% dos produtores obtêm o rendimento exclusivamente da atividade da sua exploração agrícola, enquanto 84% declara que o seu rendimento é formado maioritariamente por outras origens como por exemplo reformas e pensões, em cerca de 64 % dos casos. A mão-de-obra agrícola obra realiza 80% do trabalho agrícola.

Nos últimos anos, verificou-se também uma maior eficiência dos índices de mecanização e a reorientação de alguns sistemas produtivos pecuários para a extensificação, comprovada pela diminuição de efetivos e pelo aumento da superfície forrageira, assistiu-se, nos últimos 10 anos, a um decréscimo do volume de trabalho agrícola (-31% de Unidades de Trabalho Ano (UTA) = 1 800 horas). Estes dados foram observados em 2009 – últimos dados oficiais.

 

No entanto, nos últimos 5 anos tem-se assistido à chegada de novos rurais – agricultores que estão a revolucionar a agricultura – com novas técnicas, novos produtos, estando como consequência as exportações de produtos agrícolas a crescer. Está a aparecer toda uma nova geração que está a criar startups e a aventurar-se em novos produtos agrícolas, apostando na exportação, numa escala nunca imaginada. Os novos agricultores têm mais formação, estão mais informados, são mais dinâmicos e obtém maior vantagem das novas tecnologias e da abertura dos mercados. A produção agrícola atingiu, no ano passado, 6,84 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre, valor verificado com menos agricultores.

 

 

As novas tendências e a agricultura de futuro

 

Tendencialmente, com a chegada destes novos agricultores ao meio rural, a Quercus congratula-se com o facto de existir, como consequência, mais respeito pelo Ambiente, menos mobilização do solo e um uso sofisticado da rega. Isto embora ainda existam maus exemplos verificados, tais como olivais intensivos, grandes áreas de culturas protegidas (estufas), uso excessivo de pesticidas, técnicas erosivas e utilização de OGM – Organismos Geneticamente Modificados.

 

Hoje em dia, o agricultor tem uma abordagem mais empresarial, com grande enfoque na qualidade e valorização do seu produto. Ser agricultor em Portugal passou a ser prestigiante. Desta forma, é necessário, na próxima revisão da PAC, envolver os agricultores que estão interessados ​​em fazer parte da solução e não do problema. Para começar a incentivar os agricultores a trabalharem com a natureza, em vez de contra ela. é igualmente tempo para deixar de matar pragas para se começar a lidar com elas.

 

A Europa também exorta as instituições europeias e os decisores nacionais a utilizarem os princípios apresentados na Declaração da Sociedade Civil sobre a Reforma das Políticas Agrícolas Europeias “Boa Alimentação, Boa Agricultura – Agora!” (the Civil Society Statement on the Reform of European Agricultural Policies “Good Food, Good Farming – Now!), como base para o processo de reforma da Política Agrícola pós-2020.

 

A Quercus espera que a nova PAC incentive os agricultores a usarem boas práticas de conservação dos solos, paisagem e recursos naturais e seja estimulada de uma vez por todas a agricultura familiar, bem como o consumo de alimentos que tenham uma baixa pegada ecológica.

 

1 – Fonte :https://www.ine.pt/xportal/

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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