Abril 2017 – Quercus https://quercus.pt Wed, 03 Mar 2021 18:07:05 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Abril 2017 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Petição europeia pede ação do governo para reduzir mortes devido a carvão tóxico Bruxelas, Bélgica Lisboa, 04 de Abril de 2017 – De acordo com um relatório divulgado recentemente, a aplicação de limites eficazes para a poluição do ar pode salvar mais de 20.000 vidas por ano, mas alguns governos nacionais estão a ameaçar vetar as medidas da UE para combater a poluição tóxica. poluição do arUma petição europeia lançada hoje pede aos governos que protejam a saúde dos cidadãos e o meio ambiente através da adoção de um documento europeu sobre as normas ambientais denominado “BREF LCP revisto” (documento de referência sobre as melhores técnicas disponíveis). A petição exige também que os governos protejam a saúde dos seus cidadãos, impondo limites rígidos à poluição tóxica do carvão. Um relatório recente [1] mostrou como os novos limites de poluição poderiam ajudar a reduzir o número anual de mortes prematuras causadas pela queima de carvão de 22.900 para 2.600 mortes. As novas normas são o resultado de anos de negociações entre o governo, a indústria e os representantes de ONGs. Esperava-se que a sua adoção fosse uma formalidade, mas a pressão da indústria levou vários Estados-Membros a ameaçar vetar as novas regras na fase final. [2] Os principais grupos ambientais europeus, o Gabinete Europeu do Ambiente (EEB), a Rede de Ação Climática (CAN) da Europa, a Aliança da Saúde e do Ambiente (HEAL) e a WWF associaram-se à organização WeMove.EU para lançar a petição. A petição que está disponível em inglês, alemão, francês, italiano e polaco, será entregue aos ministros antes de uma votação crucial dos governos nacionais numa reunião da ComissãoEuropeia a 28 de abril. Tal como já tinha comunicado anteriormente, a Quercus reitera a sua posição desfavorável ao uso do carvão como fonte de energia e reafirma a necessidade de se caminhar para fontes de energias mais limpas que proporcionam uma melhor qualidade do ar e, portanto, da saúde dos cidadãos. A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza ____________________________________________________________________________ Nota aos editores: [1] Ver: lifting europe’sdarkcloud: howcuttingcoalsaves lives e fichas específicas para cada país. [2] Uma carta revelada evidenciou que um grupo de cinco países escreveu ao Comissário Vella em setembro do ano passado exigindo que o BREF LCP revisto fosse adiado. Os Ministros do Reino Unido, da Polónia, da República Checa, da Finlândia e da Grécia escreveram que era necessário evitar um “custo financeiro desproporcionado ou encargos técnicos para a indústria”. No entanto, a atualização dos padrões já está atrasada em mais de dois anos e o atraso na sua implementação já causou mais de 54.000 mortes adicionais e quase 150 mil milhões de euros em custos de saúde associados – um fardo para os contribuintes em toda a Europa. De facto, os benefícios públicos serão significativamente mais elevados, uma vez que os padrões também se aplicarão a mais de 2.000 outras grandes centrais de combustão não-carvão na UE e também estabelecer limites de descarga mais rigorosos para os poluentes da água. https://quercus.pt/2021/03/03/peticao-europeia-pede-acao-do-governo-para-reduzir-mortes-devido-a-carvao-toxico-bruxelas-belgica-lisboa-04-de-abril-de-2017-de-acordo-com-um-relatorio-divulgado-recentemente-a/ Wed, 03 Mar 2021 18:07:05 +0000 https://quercus.pt/?p=10442 Apresentação formal foi no dia 3 de Abril no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Lumiar

 

20170403 153045A FPBIO – Federação Portuguesa de Agricultura Biológica – foi criada no início de Janeiro de 2017 com a missão de representar politicamente as organizações federadas junto dos políticos nacionais e instâncias comunitárias assim como outras organizações. A apresentação da FPBIO aconteceu hoje, dia 3 de Abril, pelas 16h00, no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Lumiar.

 

No momento em que está em curso a Estratégia e Plano de Ação Nacional para a Agricultura Biológica, a revisão da Regulamentação Europeia da Agricultura Biológica e em que tem ainda início a discussão da futura Politica Agrícola Comunitária (2020-26), é altura destas organizações representadas na FPBIO assumirem um papel politico determinante no futuro da Alimentação e Agricultura Biológica Nacional contribuindo para a Soberania e Segurança Alimentar Nacional.

 

A federação é composta pela AGROBIO – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, pela BIO AZÓRICA – Cooperativa de Produtores Biológicos (Açores), BIOPROTEC – Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica, COPADONORDESTE – Cooperativa de Produtos Agrícolas (Macedo de Cavaleiros), ESAC – Escola Superior Agrária de Coimbra; ORGANICA – Associação de Consumidores da Madeira, QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza.  A missão principal é representar politicamente as organizações federadas junto das instituições políticas nacionais e instancias comunitárias e outras organizações no âmbito da promoção e divulgação da agricultura biológica nacional.

 

Na apresentação formal da FPBIO esteve presente o Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar Pedro Delgado Alves, assim como os sete dirigentes das associações fundadoras: Jaime Ferreira da Agrobio, Mónica Oliveira da Bioazórica, Cláudia Vasconcelos da Organica, João Branco da Quercus, Luís Mendes da Bioprotec, Clarisse Ledesma da Copadonordeste e o presidente da ESAC, João Noronha.

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Mais de 20.000 vidas podem ser salvas, se houver limites eficazes para a poluição do ar https://quercus.pt/2021/03/03/mais-de-20-000-vidas-podem-ser-salvas-se-houver-limites-eficazes-para-a-poluicao-do-ar/ Wed, 03 Mar 2021 18:06:35 +0000 https://quercus.pt/?p=10441 Petição europeia pede ação do governo para reduzir mortes devido a carvão tóxico

 

 

Bruxelas, Bélgica

 

Lisboa, 04 de Abril de 2017 – De acordo com um relatório divulgado recentemente, a aplicação de limites eficazes para a poluição do ar pode salvar mais de 20.000 vidas por ano, mas alguns governos nacionais estão a ameaçar vetar as medidas da UE para combater a poluição tóxica.

 

poluição do arUma petição europeia lançada hoje pede aos governos que protejam a saúde dos cidadãos e o meio ambiente através da adoção de um documento europeu sobre as normas ambientais denominado “BREF LCP revisto” (documento de referência sobre as melhores técnicas disponíveis). A petição exige também que os governos protejam a saúde dos seus cidadãos, impondo limites rígidos à poluição tóxica do carvão.

 

Um relatório recente [1] mostrou como os novos limites de poluição poderiam ajudar a reduzir o número anual de mortes prematuras causadas pela queima de carvão de 22.900 para 2.600 mortes.

 

As novas normas são o resultado de anos de negociações entre o governo, a indústria e os representantes de ONGs. Esperava-se que a sua adoção fosse uma formalidade, mas a pressão da indústria levou vários Estados-Membros a ameaçar vetar as novas regras na fase final. [2]

 

Os principais grupos ambientais europeus, o Gabinete Europeu do Ambiente (EEB), a Rede de Ação Climática (CAN) da Europa, a Aliança da Saúde e do Ambiente (HEAL) e a WWF associaram-se à organização WeMove.EU para lançar a petição. A petição que está disponível em inglêsalemãofrancêsitaliano e polaco, será entregue aos ministros antes de uma votação crucial dos governos nacionais numa reunião da ComissãoEuropeia a 28 de abril.

 

Tal como já tinha comunicado anteriormente, a Quercus reitera a sua posição desfavorável ao uso do carvão como fonte de energia e reafirma a necessidade de se caminhar para fontes de energias mais limpas que proporcionam uma melhor qualidade do ar e, portanto, da saúde dos cidadãos.

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Nota aos editores:

[1] Ver: lifting europe’sdarkcloud: howcuttingcoalsaves lives e fichas específicas para cada país.

[2] Uma carta revelada evidenciou que um grupo de cinco países escreveu ao Comissário Vella em setembro do ano passado exigindo que o BREF LCP revisto fosse adiado. Os Ministros do Reino Unido, da Polónia, da República Checa, da Finlândia e da Grécia escreveram que era necessário evitar um “custo financeiro desproporcionado ou encargos técnicos para a indústria”. No entanto, a atualização dos padrões já está atrasada em mais de dois anos e o atraso na sua implementação já causou mais de 54.000 mortes adicionais e quase 150 mil milhões de euros em custos de saúde associados – um fardo para os contribuintes em toda a Europa. De facto, os benefícios públicos serão significativamente mais elevados, uma vez que os padrões também se aplicarão a mais de 2.000 outras grandes centrais de combustão não-carvão na UE e também estabelecer limites de descarga mais rigorosos para os poluentes da água.

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Quercus aplaude decisão dos eurodeputados sobre eliminação progressiva dos óleos vegetais nos biocombustíveis até 2020 https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-aplaude-decisao-dos-eurodeputados-sobre-eliminacao-progressiva-dos-oleos-vegetais-nos-biocombustiveis-ate-2020/ Wed, 03 Mar 2021 18:05:04 +0000 https://quercus.pt/?p=10395 Hoje o Parlamento Europeu encorajou a Comissão Europeia a eliminar progressivamente o uso de óleos vegetais nos combustíveis, preferencialmente até 2020

 

biocombustivelLisboa, 04 de abril de 2017 – Grupos de todo o espectro político apoiaram a resolução, pedindo o fim dos incentivos aos biocombustíveis que causam o desflorestamento e a drenagem de zonas húmidas, como o óleo de palma, a soja e a colza. Esta resolução, que teve por base um relatório de iniciativa sobre o óleo de palma e o desflorestamento, foi aprovada por grande maioria (640 a favor, 20 contra e 28 abstenções), e envia um sinal evidente de que o Parlamento quer uma rápida eliminação dos biocombustíveis produzidos a partir de culturas alimentares, na nova proposta da Directiva de Energias Renováveis (RED, na sigla em inglês).

 

O biodiesel produzido a partir de óleo vegetal virgem, que é o mais utilizado no mercado europeu (80% em 2015), é responsável por mais 80% de emissões do que o próprio gasóleo. Esta avaliação tem como base as emissões durante o ciclo de vida do biodiesel, incluindo as emissões pelas alterações indirectas do uso do solo (ILUC, na sigla em inglês), que ocorrem quando solos de cultivo novos ou existentes passam a ser usados para a produção de biocombustíveis, deslocando assim o seu uso actual. As consequências deste fenómeno são a desflorestação e a drenagem de zonas húmidas, para tornar as terras disponíveis para o cultivo, libertando estes sumidores de carbono.

 

O óleo de palma é o biocombustível mais poluente, cujas emissões de gases com efeitos de estufa são três vezes mais elevadas do que as do gasóleo. O seu uso intensivo tem acelerado a sua produção, principalmente no Sudeste Asiático, mas também na América Latina e em África, causando óbvios prejuízos ambientais. De acordo com dados da OILWORLD de 2015, os depósitos dos automóveis e os camiões foram o destino principal (46%) do óleo de palma usado na Europa.

 

Cristina Mestre, responsável do T&E por biocombustíveis, afirmou: “A UE tem que eliminar todos os incentivos que criem artificialmente a procura de óleos vegetais no sector dos transportes. Qualquer solução que envolva apenas a proibição de óleo de palma ignora o facto de este ser simplesmente substituído por colza ou soja, que produzem igualmente emissões mais elevadas do que o gasóleo. A Comissão Europeia sabe agora que tem o apoio político para adoptar uma rápida eliminação de combustíveis produzidos a partir de culturas alimentares.”

 

O relatório não é juridicamente vinculativo mas é um bom ponto de partida para as futuras negociações e discussões sobre a reformulação da RED, lançada pela Comissão em Novembro de 2016.

 

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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“Consulta Pública” ao armazenamento individualizado de resíduos nucleares junto à Central de Almaraz termina hoje https://quercus.pt/2021/03/03/consulta-publica-ao-armazenamento-individualizado-de-residuos-nucleares-junto-a-central-de-almaraz-termina-hoje/ Wed, 03 Mar 2021 18:01:38 +0000 https://quercus.pt/?p=10394 Quercus considera este processo uma farsa e condena a atitude dos Governos Espanhol e Português, bem como a inoperacionalidade de Bruxelas

 

almarazNo final do mês de Fevereiro deste ano, e sob iniciativa de Bruxelas, o Governo Espanhol e o Governo Português chegaram a um acordo relativamente à queixa de Portugal na Comissão Europeia sobre a construção de um armazenamento individualizado (ATI) de resíduos nucleares junto à Central Nuclear de Almaraz, localizada na Extremadura Espanhola, junto à fronteira com Portugal.

 

A Quercus considerou na altura que este poderia ser um primeiro passo que iria ao encontro das revindicações dos milhares de cidadãos portugueses e espanhóis, e do que a Quercus tem vindo a defender, uma vez que era claro que Portugal tinha sido indevidamente ultrapassado na questão do licenciamento do ATI, dado que não existiu uma avaliação de impactes ambientais transfronteiriça, como a legislação comunitária obriga em projetos deste género.

 

Mas já na altura, a Associação considerava que esta medida tinha uma caráter essencialmente politico e era insuficiente, uma vez que não respondia às verdadeiras expectativas da sociedade portuguesa, e não dava garantias suficientes que a Declaração de Impacte Ambiental favorável à construção do ATI, emitida pelo Governo Espanhol, fosse revogada e que Portugal pudesse assim participar num real processo de consulta pública.

 

Contudo, o desenrolar do processo veio a revelar-se ainda mais confrangedor e inaceitável. Não existiu na verdade até agora qualquer suspensão nos trabalhos de construção do ATI junto à Central de Almaraz, nem se assistiu a qualquer capacidade de intervenção de Portugal nos processos relacionados com esta Central. Muito menos existiu qualquer revogação da Declaração de Impacte Ambiental favorável à construção do ATI por parte do Governo Espanhol, com o necessário reinício da avaliação de impacte ambiental, o que seria indispensável num processo que fosse sério e credível.

 

 

A “consulta pública”

 

O que existiu, até ao dia de hoje, foi um lamentável processo conhecido por “consulta pública”, mas que não o é na verdade, pois não tem nenhum tipo de validade legal, não vincula o Governo Espanhol, nem Português, e sobretudo não é realizado da forma que deveria ser. Com efeito, em qualquer processo de avaliação de impacte ambiental, a consulta pública é realizada e, só depois disso, a decisão final é tomada. No caso em concreto do ATI assistimos a uma subversão completa desta ordem, com a decisão final que já está tomada pelo Governo Espanhol e só depois disso, a existência então de uma “consulta pública” em Portugal. Para além disso, toda a documentação disponibilizada agora omite qualquer referência aos impactes do projecto em Portugal e repete a informação já disponibilizada anteriormente em Espanha.

 

Por estes motivos, a Quercus considera todo o processo de pseudo “consulta pública” um falhanço completo e uma autêntica farsa e não vai compactuar com o mesmo, tendo em sinal de protesto entregue esta mesma posição no site do “Participa.pt”, como forma de exercer a sua participação pública. De igual modo, e pelas mesmas razões, ao longo das últimas semanas, a Quercus não desenvolveu nenhum tipo de esforço para que os seus dirigentes, técnicos ou sócios participassem no processo em curso.

 

A Quercus responsabiliza obviamente o Governo Espanhol e o Governo Português pelo insucesso da participação pública portuguesa nesta denominada “consulta pública”, que se deveu sem dúvida à forma pouco efetiva e credível como foi idealizada. Mas, sobretudo, culpa a Comissão Europeia pela inação e pela forma como não conseguiu, ou não quis, dar seguimento à queixa apresentada por Portugal, e impôs uma solução ao nosso país que não protege os interesses nacionais.

 

 

O momento político atual

 

Depois do Governo Espanhol ter dado parecer favorável ao projeto apresentado pelo consórcio Iberdrola, Endesa Generación e Gas Natural, que explora a Central Nuclear de Almaraz, para executar e montar o ATI junto a esta Central, e das empresas terem vindo a público confirmar que pretendem que a Central não encerre no prazo definido (2020), suspeita-se cada vez mais que o Governo Espanhol possa dar autorização para a Central continuar em funcionamento por mais dez ou vinte anos, constituindo-se assim Almaraz como um dos maiores perigos para toda a Península Ibérica e Europa.

 

Face à passividade que os vários Governos Portugueses têm revelado ao longo dos anos sobre este assunto, a Quercus considera fundamental que o atual Governo demonstre firmeza na defesa dos interesses nacionais junto de Espanha e diga claramente que o Governo Português quer ser consultado sobre tudo o que tenha a ver com a Central Nuclear de Almaraz. Mas mais importante que tudo é que diga de uma forma inequívoca que o nosso país não quer esta Central a funcionar depois de 2020 e que a mesma deve encerrar, no máximo, por esta altura.

 

Uma vez mais, a Quercus, associação nacional que segue mais de perto a temática de Almaraz desde há cerca de quinze anos, vai continuar junto de diversas organizações espanholas e portugueses, a lutar e a exigir o encerramento desta Central Nuclear, por todos os riscos que a mesma comporta.

 

 

Lisboa, 7 de Abril de 2017

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

As Direções dos Núcleo Regionais de Portalegre e de Castelo Branco da  Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Consumo energético dos eletrodomésticos europeus baixou quase 30% entre 2004 e 2015 https://quercus.pt/2021/03/03/consumo-energetico-dos-eletrodomesticos-europeus-baixou-quase-30-entre-2004-e-2015/ Wed, 03 Mar 2021 18:01:20 +0000 https://quercus.pt/?p=10393 Quercus apoia monitorização mais exigente do mercado

 

 

selo toptenNovo estudo do projeto Topten, projeto do qual a Quercus é responsável em Portugal, revela a evolução da eficiência energética de três eletrodomésticos – frigoríficos, máquinas de lavar roupa e secadores de roupa – no mercado europeu, entre 2004 e 2015.

 

A União Europeia (UE) aprovou recentemente a criação de uma base de dados, onde serão registadas as informações dos produtos à venda no mercado europeu, o que facilitará não só a sua monitorização, mas também a troca de informações entre autoridades fiscalizadoras e o processo de revisão das etiquetas energéticas.

 

 

Frigoríficos e combinados

 

Segundo o estudo realizado, entre 2004 e 2015, o consumo energético anual dos aparelhos de refrigeração diminuiu 26%. Porém, ao nível da UE, a venda de equipamentos de classe A+++ é ainda pouco expressiva, correspondendo apenas a 5% em 2015. Já o preço médio de venda destes aparelhos aumentou 8%.

 

O estudo concluiu que a elevada eficiência dos aparelhos de refrigeração com classe superior permite a obtenção de poupanças consideráveis, embora o preço de venda mais elevado faça com que esses benefícios possam não ser imediatos. É ainda observado que o comportamento das famílias, na utilização destes aparelhos (abertura de portas, definição da temperatura, localização do aparelho, etc.), é potencialmente responsável pelo agravamento do seu consumo energético real.

 

Os regulamentos de etiquetagem energética e conceção ecológica destes aparelhos têm evoluído desde então e encontram-se agora em revisão até ao final do ano. Espera-se que, nesta revisão, sejam eliminados os chamados “coeficientes de correção” atribuídos a determinadas funcionalidades e características, pois acabam por beneficiar o Índice de Eficiência Energética (IEE) dos aparelhos, e ainda que as subcategorias destes aparelhos sejam reduzidas e simplificadas.

 

 

Máquinas de lavar roupa

 

Segundo os dados de 2004 a 2015, o consumo energético diminuiu 27% e o consumo de água cerca de 15%. Admite-se que parte desta redução energética possa no entanto dever-se à alteração, em 2011, do método de cálculo da eficiência energética, e não à melhoria técnica e optimização dos programas de lavagem. A classe energética dominante nas vendas de máquinas de lavar roupa é a A+++, com 55% em 2015. Embora com uma representatividade sempre decrescente, as capacidades iguais ou inferiores a 6kg são ainda as mais vendidas na Europa, com 36% em 2015. Curiosamente, o preço médio de venda deste eletrodoméstico na Europa decresceu 8%.

 

O estudo salienta que o facto das marcas terem tendência a aumentar a capacidade das máquinas se deve, muito provavelmente, ao objetivo de obterem melhores níveis de eficiência energética, devido à atual fórmula de cálculo do IEE favorecer capacidades maiores. Esta tendência não reflete uma mudança nos hábitos das famílias, que continuam a fazer lavagens com cargas de 4kg em máquinas de maior capacidade. As diferenças no consumo médio anual de água e energia entre as três classes energéticas, atualmente permitidas, é reduzido, pelo que o preço do aparelho com a classe mais elevada pode retardar a obtenção de benefícios. Por outro lado, vários estudos indicam que as famílias não usam os programas normais de lavagem considerados no cálculo do IEE e recorrem a temperaturas inferiores, o que significa que, nesses casos, os consumos reais são mais reduzidos face aos declarados na etiqueta.

 

Seria desejável que a revisão em curso dos regulamentos tivesse em consideração que uma classe energética muito eficiente, numa máquina sobredimensionada, não se reflete necessariamente em poupança, mas sim em desperdício de eletricidade e água. É ainda necessário definir programas normais de lavagem adaptados às necessidades reais das famílias.

 

Secadores de roupa

 

A redução do consumo energético destes aparelhos entre 2004 e 2015 foi de 27%, embora não tenha sido constante, tendo em conta o pico ocorrido em 2008. Para além da alteração no método de cálculo da eficiência energética destes equipamentos, registou-se uma importante melhoria pela introdução da tecnologia de bomba de calor (que ocupa as classes A a A+++). A classe B foi a mais vendida (33%) na Europa, em 2015, mas a classe A++ apresenta valores próximos (28%). À semelhança das máquinas de lavar roupa, a capacidade dos modelos tem vindo a aumentar e, em 2015, 46% das vendas correspondia a modelos de 7kg. O preço de venda também subiu 32% neste período, provavelmente devido à nova tecnologia introduzida.

 

O estudo refere que o aumento da capacidade estará relacionado com o registado nas máquinas de lavar roupa. Os secadores convencionais de classe B (mínima desde Novembro 2015 para novos modelos) consomem cerca de 50% mais energia do que os que têm bomba de calor. Mesmo considerando os preços mais elevados, os modelos A+++ são os que permitem maiores poupanças aos consumidores. A compra e frequência de utilização destes aparelhos varia consideravelmente na Europa, sendo que em Portugal a procura é baixa, tendo em conta o nosso clima ameno.

 

Os regulamentos dos secadores de roupa serão novamente revistos até ao final deste ano, e as classes inferiores a A+ serão banidas do mercado.

 

 

Classes energéticas voltarão ao intervalo A-G

 

O Parlamento Europeu e o Conselho chegaram recentemente a acordo sobre a revisão da normativa de Etiquetagem Energética, que deverá entrar em vigor em Setembro de 2017. Os principais aspetos aprovados são:

 

□     Reposição da escala inicial A-G, eliminando as classes A+, A++ e A+++. A introdução das novas etiquetas decorrerá até 2020, no caso dos eletrodomésticos e televisores e, possivelmente, só após 2030 para os aparelhos de aquecimento;

□     Criação de uma base de dados de registo dos produtos à venda no mercado para facilitar as atividades de fiscalização, monitorização e reescalonamento, que deverá estar operacional a partir de Janeiro de 2019;

□     Criação de uma base de dados pública para ajudar os consumidores a comparar a eficiência energética dos produtos;

□     Estabelecimento de regras sobre as atualizações de software e os aparelhos “inteligentes”, proibindo a utilização de dispositivos manipuladores.

 

 

Sobre o estudo

 

O estudo foi financiado pela ADEME (Agência Francesa do Ambiente e do Controlo da Energia) e tem como objetivo mostrar a relevância da monitorização sistemática, com base em dados de venda fidedignos. Os dados de vendas e as características dos frigoríficos, máquinas de lavar roupa e secadores de roupa, na Europa-21, foram adquiridos à GfK, para o período 2004-2015, e têm como base a informação declarada na etiqueta.

 

O Topten.pt está inserido no projeto Topten Act e reúne 17 parceiros de 16 países.

 

topten uniao europeia

 

Lisboa, 07 de Abril de 2017

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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QUERCUS integra projeto piloto de gestão participativa do Parque Natural do Tejo Internacional https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-integra-projeto-piloto-de-gestao-participativa-do-parque-natural-do-tejo-internacional/ Wed, 03 Mar 2021 17:59:20 +0000 https://quercus.pt/?p=10390 tejo intLisboa, 18 DE ABRIL DE 2017 – Desde meados dos anos oitenta que a Quercus em conjunto com a sua congénere ADENEX da Estremadura Espanhola, lançou uma campanha internacional para a criação de uma zona protegida ao longo do troço fronteiriço do rio Tejo. Treze anos depois, parte dessa área foi finalmente classificada como Parque Natural do Tejo Internacional.

 

A Quercus tem vindo a promover a recuperação de habitats e espécies nesta zona, promovendo ações de educação e sensibilização ambiental, turismo de natureza, ações de reflorestação e recuperação de linhas de água, um alimentador de abutres, remoção de espécies exóticas invasoras, devoluções à natureza de espécimes recuperados, entre muitas outras iniciativas. Este trabalho tem sido feito em parceira e sinergicamente com outros atores locais, moradores, associações locais, municípios, empresas e autoridades públicas.

 

O Projeto Piloto tem como propósito estabelecer e consolidar um modelo de gestão participativo, colaborativo e articulado no PNTI, assim como, instituir um fórum perene de concertação de estratégias na gestão do Parque Natural. A convite da secretaria de estado a Quercus irá representar as ONGA na direção desta área protegida.

 

Pretende-se instituir uma dinâmica de gestão de proximidade, em que as diferentes entidades colocam ao serviço das Áreas Protegidas, o que de melhor têm para oferecer no quadro das suas competências e atribuições, pelo que se adotará, de forma progressiva, um modelo de gestão participativo, colaborativo e articulado.

 

Hoje em Vila Velha de Rodão é assinado o protocolo de formalização deste projeto piloto com a presença do primeiro-ministro. A Quercus espera que este projeto piloto possa contribuir para a melhoria da eficiência de gestão das áreas protegidas para que possam cumprir os seus objetivos de conservação e desenvolvimento sustentável.

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Quercus adere ao Manifesto AntiNuclear do MIA e vai participar na Manifestação do dia 10 de Junho em Madrid https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-adere-ao-manifesto-antinuclear-do-mia-e-vai-participar-na-manifestacao-do-dia-10-de-junho-em-madrid/ Wed, 03 Mar 2021 17:58:49 +0000 https://quercus.pt/?p=10389 cartaz manifestoLisboa, 20 de Abril de 2017 – A indústria nuclear já manifestou a sua intenção em alargar o funcionamento das centrais nucleares para além dos 40 anos do seu projecto inicial. A ENEL-ENDESA, IBERDROLA e GAS NATURAL – FENOSA,  irão solicitar a renovação das licenças de exploração entre este ano e o próximo. A Central Nuclear de Almaraz será a primeira a pedir a extensão da sua licença  a partir de 8 de Junho, depois dela será a de Vandellos a 26 de Julho de 2017 e Cofrents  a 20 de Março de 2018. Seguem-se Asco I e II a partir de Outubro de 2018. E a última será Trillo a partir de 17 de Novembro de 2021.

 

No passado 30 de Novembro (de 2016) foi modificado o regulamento do Conselho de Segurança Nuclear (CSN) para desvincular a autorização da renovação do funcionamento do requisito de revisão técnica das condições de segurança de cada reactor, o que abre a porta a que o governo do Partido Popular possa conceder esta autorização sem uma revisão das condições de segurança.

 

Face a estas intenções da indústria nuclear o MOVIMENTO IBÉRICO ANTINUCLEAR ( MIA) e as organizações subscritoras deste manifesto, vêm recordar que:

 

A energia nuclear é uma tecnologia que foi desenvolvida por motivos militares, e cujo crescimento só foi possível graças ao apoio económico e político dos governos, sendo um pilar essencial da proliferação nuclear. Uma energia que se converteu desde a sua origem numa fonte de transferência continua de recursos dos cidadãos para as grandes multinacionais e os bancos.

 

A energia nuclear é cara, suja e perigosa. Os graves acidentes que têm ocorrido ao longo da história, como os de Harrisburgo, Chernobyl ou Fukushima são a evidência do risco que a energia nuclear implica. Um risco sempre presente e que necessita de enormes investimentos económicos em matéria de segurança e que aumentam exponencialmente os custos da energia nuclear. Além disso a produção de milhares de toneladas de resíduos radioactivos que mantêm a sua toxicidade durante milhares de anos, hipoteca a vida das futuras gerações. Tudo isto converte a nuclear numa energia demasiado cara em termos sociais, ambientais e energéticos.

 

O funcionamento de Centrais Nucleares até aos 60 anos constitui um risco inadmissível já que os acidentes são mais prováveis num parque nuclear envelhecido. E a radioactividade  ignora fronteiras, uma fuga em qualquer dos reactores e sobretudo em Almaraz, por exemplo, afectaria seriamente Portugal.

 

Este alargamento do período de funcionamento das Centrais Nucleares implicaria também um aumento considerável dos resíduos radioactivos para gerir. E os de alta actividade  ficam activos milhares de anos e para eles não existe forma de gestão aceitável.

 

Deve-se iniciar o desmantelamento da central de Garoña imediatamente, e  não conceder mais nenhuma autorização para alargar o prazo das restantes. Será precisamente a central de Almaraz a primeira que, antes do 10 de Junho, solicitará o seu prolongamento, uma central cujos reactores têm uma potência equivalente a 5 vezes a de Garoña e que gera grandes lucros para as empresas suas proprietárias, Iberdrola, Gas Natural Fenosa e Endesa, apesar de funcionar com uma segurança degradada.

 

A única razão para este alargamento nuclear é continuar a obtenção de lucros milionários através da facturação eléctrica e outras subvenções que todos custeamos. A sua mera existência leva a um bloqueio do desenvolvimento das energias renováveis, que são a garantia de um sistema energético 100% renovável e em articulação com a eficiência energética, sustentável. Além de que o seu desmantelamento é uma enorme oportunidade para prever um desenvolvimento alternativo para as regiões das nucleares.

 

O projecto de construção de um cemitério nuclear em Villar de Cañas (Cuenca) em terrenos inapropriados e com um risco geológico inadmissível é outro dos despropósitos do actual governo e mostra a incapacidade de enfrentar um debate transcendente como é o da gestão destes resíduos altamente perigosos.

 

Um debate que tem sido ignorado também em Salamanca onde apesar da oposição, da enorme oposição dos vizinhos e da hipoteca que tal significará para toda a zona de Yeltes, os governos de Espanha e de Castela-a-Velha e Leão atribuíram autorizações para a que seria a única mina de urânio a céu aberto da Europa. E sem sequer esperar que todas as tramitações estivessem finalizadas  a multinacional australiana Berkeley (com um longo historial de atentados às terras e aos direitos dos aborígenes australianos!) começou a arrasar o território e a arrancar azinheiras centenárias, para explorar uma jazida cuja única rentabilidade é no mercado financeiro. Estas actividades devem ser paradas.

 

Face a estas intenções, as organizações, colectivos e activistas anti-nucleares solicitarão no próximo 10 de Junho em Madrid o fim das ampliações e um calendário de encerramento nuclear.

 

Deverá ser o Parlamento Espanhol a aprovar uma lei que fixe um calendário de encerramento das Centrais Nucleares e que ponha fim à energia nuclear em Espanha e desde logo na Península Ibérica.

 

Solicitamos ao governo espanhol que não renove nenhuma autorização para a continuação do funcionamento das centrais e proceda ao desmantelamento de Garoña.

 

Solicitamos ao governo português que se mantenha firme, na linha das posições do Parlamento português e de largas dezenas de autarquias, no empenho pelo encerramento de Almaraz.

 

Solicitamos que não se esconda da cidadania este debate fundamental para impulsionar um modelo energético justo e sustentável. Um modelo 100% renovável só é possível com o abandono da energia nuclear.

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Quercus e Câmara Municipal de Grândola promovem libertação de aves selvagens recuperadas, nos dias 25 de Abril e 1 de Maio https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-e-camara-municipal-de-grandola-promovem-libertacao-de-aves-selvagens-recuperadas-nos-dias-25-de-abril-e-1-de-maio/ Wed, 03 Mar 2021 17:58:15 +0000 https://quercus.pt/?p=10351 Bubo buboLisboa, 20 de Abril de 2017- A Quercus e a Câmara Municipal de Grândola associam-se nos dias 25 de Abril e 1 de Maio, promovendo em conjunto a libertação de aves selvagens recuperadas no CRASSA (Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André).

 

No dia 25 de Abril, serão devolvidas à natureza uma Garça-real (Ardea cinérea), uma Cegonha-branca (Ciconia ciconia) e uma Gaivota-argêntea (Larus michahellis). A libertação tem início às 9:30h, na aldeia do Carvalhal, e conta com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Grândola (António Figueira Mendes), o Presidente da Direcção Nacional da Quercus – ANCN (Eng.º João Branco), o Presidente da Junta de Freguesia do Carvalhal (Eng.º Ricardo Costa), o Presidente da Associação Nacional de Vigilantes da Natureza (Eng.º Francisco Correia) e elementos do SEPNA – GNR (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana). Esta ação é apoiada pela Junta de Freguesia de Carvalhal.

 

No dia 1 de Maio, em Grândola, no Eco Parque Montinho da Ribeira, pelas 11 horas, serão libertados um Bufo-real (Bubo bubo), a maior rapina noturna portuguesa, e um Bútio-vespeiro (Pernis apivorus), uma ave de rapina pouco comum.

 

Todas estas aves foram recolhidas pelo SEPNA de Grândola e posteriormente recuperadas no CRASSA – Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André, da Quercus, gerido pela Quercus e da tutela do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas).

 

Pretende-se com estas ações sensibilizar a população para a importância da conservação da natureza e, simultaneamente, ao devolver à liberdade estas aves selvagens, invocar simbolicamente os valores fundamentais da democracia, associados à comemoração dos dias 25 de Abril e 1 de Maio.

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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