Julho 2016 – Quercus https://quercus.pt Wed, 03 Mar 2021 18:52:31 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Julho 2016 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Quercus preocupada com o desempenho da Ecopilhas https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-preocupada-com-o-desempenho-da-ecopilhas/ Wed, 03 Mar 2021 18:52:31 +0000 https://quercus.pt/?p=10824

Pode comprometer a meta de recolha de pilhas para 2016

 


A Ecopilhas nos últimos 3 anos viu estagnar a recolha de Pilhas e Acumuladores Portáteis (PAP).
 Considerando que esta entidade representa cerca de 70% do mercado de PAP a Quercus está preocupada, pois pode colocar em causa a meta de recolha de 45% estipulada para 26 de setembro do corrente ano que Portugal tem que cumprir.

 

Avaliando os dados disponíveis sobre estes resíduos, sendo que os oficiais da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reportam só ao ano de 2013 e os restantes resultam da consulta dos Relatórios Anuais de Atividade das respetivas entidades gestoras, temos:

 

Ano 2013 2014 2015
Toneladas/% Mercado Recolhas % Mercado Recolhas % Mercado Recolhas %
Ecopilhas 1433 409 27 1430 368 26 1251 325 24
Amb3e 108 45 28 173 44 38 188 83 56
ERP 139 52 37 279 78 42 316 119 49
APA 1727 485 31
Totais 1680 489 31 1882 490 28 1802 616 35
Meta nacional/comunitária± 45%

± A meta/objetivo nacional de recolha é de 45%, até 26 de setembro de 2016, decreto lei n.º 173/2015, de 25 de agosto

 

 

Aplicando a fórmula de cálculo prevista no decreto lei n.º 6/2009 [taxa de recolha = 3xR6/(V4+V5+V6)], as 3 entidades gestoras criadas para a gestão de PAP, a Ecopilhas, Amb3e e ERP, no conjunto em 2015 recolheram 35%.

 

A meta de 26 de setembro pode estar em causa se a entidade gestora com maior fatia no mercado não conseguir entretanto um aumento significativo. Na realidade a Amb3e e a ERP ultrapassaram largamente a meta de 25% de 2015 e também já a meta de 45% prevista para 2016, sendo que a Ecopilhas falhou a meta de 2015.

 

A Quercus vai questionar o Ministério do Ambiente sobre esta situação, nomeadamente qual o trabalho entretanto desenvolvido junto das 3 entidades gestoras, em particular com a Ecopilhas, que tem maior peso de mercado, para que daqui a 2 meses Portugal não falhe as metas de recolha de PAP.

 

O Estado Português, através do Ministério do Ambiente, está obrigado pela legislação (DIRECTIVA 2006/66/CE) a controlar anualmente as taxas de recolha e devem enviar relatórios à Comissão no prazo de seis meses a contar do fim do ano civil em causa. De reforçar que, para a Quercus, é um péssimo indicador a APA só ter os dados de 2013 disponíveis online.

 

Lisboa, 20 de julho de 2016

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Quercus apela ao Ministro da Agricultura para que Portugal defenda a saúde e o ambiente https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-apela-ao-ministro-da-agricultura-para-que-portugal-defenda-a-saude-e-o-ambiente/ Wed, 03 Mar 2021 18:52:24 +0000 https://quercus.pt/?p=10823 Disruptores endócrinos em discussão na Europa

 

 

disruptores pesticidas endocrinos hormonalesO perigo dos disruptores endócrinos para a saúde e o ambiente

 

Os disruptores endócrinos são compostos químicos que alteram o normal funcionamento hormonal de animais e humanos, estando no entanto presentes em numerosos produtos usados no nosso dia a dia, ou em atividades setoriais, como é o caso de muitos pesticidas usados na agricultura. De facto, alguns dos casos mais bem documentados de disrupção endócrina na vida selvagem e, recentemente, em humanos, estão relacionados com o uso de pesticidas agrícolas e outros biocidas. Por isso, os critérios que definem se determinada substância tem ou não um efeito de disruptor endócrino, têm merecido crescente atenção por parte de organizações ligadas à saúde e ao ambiente.

 

Investigadores em todo o mundo, incluindo a Organização Mundial de Saúde, a Rede Europeia de Cientistas para a Responsabilidade Social e Ambiental (ENSSER) e a Sociedade de Endocrinologia (www.endocrine.org), têm alertado, há anos, para os perigos para a saúdedecorrentes da exposição aos disruptores endócrinos (EDC) mesmo que em pequenas doses.Se a exposição se der em fases iniciais do crescimento e desenvolvimento humano, nomeadamente embrião, feto e crianças, estas substâncias podem causar efeitos como deformações nos órgãos sexuais, infertilidade, obesidade, efeitos no comportamento, neurodegenerescência e/ou perturbações cognitivas [1]. Os custos em despesa pública com este tipo de doenças estão estimadas, na Europa, em milhares de milhões de euros[2].

 

Critérios em discussão na Europa; “risco” não é sinónimo de “perigo”

 

A 15 de junho de 2016, um ano e meio depois do fim da data estabelecida, a Direção Geral da Saúde da Comissão Europeia anunciou os critérios para os disruptores endócrinos e as correspondentes alterações à legislação[3]. Para grande desilusão de muitos, o Comissário da Saúde, VytenisAndriukaitis propôs critérios pouco razoáveis que envolverão anos de estudos para provar que uma dada substância com indícios de ser disruptor endócrino tem efetivamente esse efeito. Além disso, tornou possível que uma substância que já tenha sido identificada como disruptor endócrino possa continuar no mercado se o “risco” for considerado “negligenciável”, como sucederá com o bisfenol A. Agricultores, ambiente e consumidores continuarão expostos a estas substâncias.

Face a esta situação, alguns estados-membros, nomeadamente França, Dinamarca e Suécia já manifestaram a sua oposição através de uma carta aberta [4].

 

O Parlamento Europeu, o Conselho Europeu e a Comissão Europeia já tinham acordado, nos regulamentos 1107/2009 e 528/2012, que as autorizações deste tipo de produtos deverão “garantir um elevado nível de proteção da saúde humana, saúde animal e ambiente” (PPPR, Art. 1º) e, por isso, devem ser baseadas na perigosidade dos mesmos. Portanto, os disruptores endócrinos com efeitos mutagénicos, carcinogénicos e tóxicos para a reprodução deveriam ser proibidos em formulações de pesticidas agrícolas e outros biocidas. Todavia, em pleno desrespeito pela legislação e excedendo os seus poderes legais, a Comissão modificou o texto do regulamento e substituiu a expressão “baseado no perigo” por “baseado no risco”.

 

 

Comissário Europeu dá preferência aos interesses setoriais em detrimento da saúde e do ambiente

 

Estamos perante o resultado claro de um ambiente de pressão extrema proveniente da indústria, do mercado dos produtos fitofarmacêuticos e de alguns setores agrícolas. De novo é invocado o “monstro” da fome e da desvantagem competitiva para a agricultura europeia decorrente da proibição de determinados pesticidas (PAN Europe Impact Assessment Report, Capítulo 3)[5]. A indústria e o mercado atingiram, claramente, os seus objetivos: o Comissário da Saúde deu preferência aos interesses do mercado internacional e da indústria, em vez da proteção da saúde e do ambiente.

 

Quercus apela a uma posição mais exigente de Portugal

 

O próximo encontro do Comité Científico de Plantas, Animais, Alimentação e Forragens (cuja representação portuguesa é feita através do Ministério da Agricultura) decorrerá em princípio no final do Verão, com uma eventual votação acerca dos critérios dos disruptores endócrinos. Por isso, a Quercus e a PAN endereçaram uma carta ao Ministro da Agricultura (Anexo), deixando expressa a sua preocupação neste campo bem como um apelo para que Portugal defenda concretamente:

 

– A remoção do termo “risco negligenciável”;

– Uma definição mais abrangente dos disruptores endócrinos, para

poder abranger mais produtos químicos[6];

– O início imediato de testes em todos os pesticidas, para avaliação de

propriedades de disrupção endócrina.

 

Lisboa, 21 de julho de 2016

 

A Direção da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 


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Quercus aplaude novos limites para transporte rodoviário mas lamenta exceção para aviões e navios https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-aplaude-novos-limites-para-transporte-rodoviario-mas-lamenta-excecao-para-avioes-e-navios/ Wed, 03 Mar 2021 18:52:17 +0000 https://quercus.pt/?p=10822 Divulgada estratégia europeia para descarbonizar transportes

 

carrosFoi divulgada ontem em Bruxelas a Estratégia da União Europeia (UE) para uma mobilidade de baixas emissões [1], a qual inclui novos limites de emissão de dióxido de carbono (CO2) para novos veículos ligeiros de passageiros e comerciais, abrangendo, pela primeira vez, os novos veículos pesados.

 

Apesar de aplaudir este passo importante na descarbonização dos transportes, a Quercus considera que o plano da Comissão Europeia (CE) peca por não alargar essa mesma ambição a setores largamente poluentes, como a aviação e o transporte marítimo internacional.

 

Estes novos padrões de eficiência de combustível (e emissões CO2 associadas) para o período pós-2020, aplicáveis aos veículos rodoviários, darão uma ajuda fundamental para que os Estados-membros cumpram as respetivas metas climáticas para 2030, também elas confirmadas hoje.

 

A Europa segue, assim, os passos de outros países, como os EUA, a China, o Japão e o Canadá, ao introduzir limites de emissão de CO2 também para os camiões, cujos padrões de eficiência de combustível se encontravam estagnados há mais de 20 anos.

 

 

Portagens variáveis de acordo com o consumo de combustível

A Quercus congratula-se com o compromisso da CE em actuar neste setor dos transportes durante o presente mandato, estabelecendo um sistema de portagens para veículos pesados que tenha em conta a sua eficiência no consumo de combustível.

 

Esta decisão sobre os veículos pesados segue o exemplo do que já é praticado na Califórnia, EUA, em que os fabricantes são incentivados a colocar no mercado veículos de zero ou ultrabaixas emissões, em conjunto com mecanismos de medição de emissões na estrada.

 

A aplicação de medidas semelhantes na UE poderá trazer mais competitividade e variedade no mercado dos veículos elétricos, que atualmente não existe. Os veículos “zero emissões” serão indispensáveis para descarbonizar completamente os transportes rodoviários até 2050.

 

 

Biocombustíveis agrícolas e gás natural não são solução

 

O compromisso para a eliminação “gradual” dos biocombustíveis de produção agrícola é também bem-vindo, na opinião da Quercus, mas só deverão ser conhecidos mais detalhes sobre este processo aquando da publicação, no final deste ano, da política europeia sobre bioenergia para o pós-2020.

 

Por outro lado, é surpreendente o facto da CE continuar a apoiar a circulação de camiões movidos a gás natural enquanto solução pan-europeia de longo prazo, tendo em conta os recentes dados sobre o seu elevado custo e baixo potencial de redução de emissões.

 

 

Aviação, transporte marítimo e ferroviário ficaram “esquecidos”

 

No entanto, estas reduções das emissões nos veículos rodoviários acabam por ser ‘anuladas’ pelo aumento das emissões dos aviões e do transporte marítimo, onde não tem havido nenhuma ambição ou ação eficaz da UE. Para além disso, a Comissão Europeia abdicou da sua responsabilidade e liderança junto de organizações internacionais sob a alçada das Nações Unidas, como a Organização da Aviação Civil Internacional e a Organização Marítima Internacional, cuja ação tem sido insuficiente.

 

É particularmente decepcionante que a CE não tenha proposto qualquer medida significativa para revitalizar o transporte ferroviário de passageiros, uma ferramenta fundamental na descarbonização e eletrificação dos transportes.

 

 

Primeiro passo positivo, mas é preciso ir mais além

 

A CE distribuiu hoje as metas de redução das emissões de CO2 para 2030 pelos Estados-membros e prometeu ajudar através de uma maior atuação europeia no setor dos transportes. O plano é bom, mas só irá funcionar se houver capacidade de passar das promessas à ação.

 

Por outro lado, o facto desta iniciativa de descarbonização dos transportes deixar de fora setores vitais como a avião e o transporte marítimo, é também um ponto negativo. Os navios petroleiros de casco duplo, os combustíveis navais com baixo teor de enxofre e os preços do carbono para a aviação são todas políticas com selo europeu. Há, por isso, que revelar ambição e não deixar que as emissões provenientes dos aviões e navios ‘substituam’ as emissões do transporte rodoviário.

 

É importante reforçar que a redução das emissões de COno setor dos transportes ajudará não só no combate às alterações climáticas, mas também permitirá resultados positivos a outros níveis, como a dependência energética, a redução das despesas com energia e a criação de empregos.

 

Lisboa, 21 de Julho de 2016

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Notas para os editores:

 

[1] Comunicação da Comissão Europeia sob o título “Uma Estratégia Europeia para uma mobilidade de baixas emissões”: http://ec.europa.eu/transparency/regdoc/rep/1/2016/EN/1-2016-501-EN-F1-1.PDF

(2)Comunicado da Comissão Europeia:  http://ec.europa.eu/transparency/regdoc/rep/1/2016/EN/1-2016-501-EN-F1-1-ANNEX-1.PDF

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Antecipar aumentos da quota pode colocar em risco recuperação da sardinha https://quercus.pt/2021/03/03/antecipar-aumentos-da-quota-pode-colocar-em-risco-recuperacao-da-sardinha/ Wed, 03 Mar 2021 18:52:10 +0000 https://quercus.pt/?p=10821 A Plataforma de Organizações Não Governamentais sobre a Pesca (PONG-Pesca*) expressa o seu agrado pelos sinais de recuperação da sardinha ibérica mas alerta para o risco do aumento da quota já este ano poder comprometer essa recuperação. Para a PONG-Pesca, seguir o parecer do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (CIEM) é a opção que permite limitar os riscos e ter maiores garantias de uma recuperação do stock. O valor indicado pelo CIEM para 2016 – 12.000 toneladas – implica um esforço adicional por parte do sector, mas que será recompensado já em 2017, ano para o qual o mesmo organismo estima uma quota de 23.000 toneladas.

 

No passado dia 15 de julho, representantes da PONG-Pesca estiveram presentes na reunião da Comissão de Acompanhamento da Sardinha, realizada na Secretaria de Estado das Pescas, onde foi discutido o parecer do CIEM para a sardinha ibérica, publicado no dia 14 de julho de 2016**. Nesse parecer, a quota para 2016 foi revista com base nos resultados das mais recentes campanhas de investigação levadas a cabo pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e pelo seu congénere espanhol. O valor aconselhado é de 12.000 toneladas, ou seja, inferior ao definido por Portugal e Espanha no início do ano – 14.000 toneladas. Por outro lado, o parecer agora publicado estabelece uma recomendação para 2017 que confirma os sinais de recuperação que o stock está a demonstrar – 23.000 toneladas.

 

A PONG-Pesca defende a adoção dos valores apontados pelo CIEM, pois o aumento de biomassa registado para a sardinha verifica-se sobretudo em sardinhas ainda juvenis. É essencial permitir que estas atinjam a idade adulta nos próximos 2-3 anos para que haja uma melhoria efetiva do estado do stock. Assim, permite-se que este estabilize em quantidades necessárias para permitir uma pesca sustentável nos próximos anos e assegurar as importantes funções que a espécie desempenha nos ecossistemas marinhos da costa portuguesa.

 

No entanto os governos de Portugal e Espanha terão proposto à Comissão Europeia um aumento da quota ainda para 2016 para as 17.000 toneladas. A PONG-Pesca contesta esta decisão, e alerta para os riscos que ela acarreta.

 

“Tudo o que queremos é que os sinais de recuperação que a sardinha está a dar sejam confirmados. Numa situação tão frágil como a que o stock atravessa, um aumento da quota ainda em 2016 pode invalidar os esforços feitos até aqui e por em causa a sua recuperação efetiva.” disse Gonçalo Carvalho, coordenador da PONG-Pesca.

 

«“Sabemos que o sector tem feito sacrifícios e não aumentar a quota este ano seria mais um. Mas ao seguir as recomendações do CIEM estaremos a dar a melhor hipótese à sardinha de recuperar, com a certeza que já em 2017 esse esforço será recompensado com um aumento significativo de quota.”, acrescentou o mesmo responsável.

 

Lisboa, 22 de Julho de 2016

 

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Quercus junta-se a 40 organizações ambientalistas espanholas na luta contra a importação de gás de xisto na Europa https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-junta-se-a-40-organizacoes-ambientalistas-espanholas-na-luta-contra-a-importacao-de-gas-de-xisto-na-europa/ Wed, 03 Mar 2021 18:52:06 +0000 https://quercus.pt/?p=10820 Depois do porto de Sines ter recebido, em Abril passado, o primeiro carregamento de gás de xisto norte-americano, chegou ontem, 23 de Julho ao porto de Mugardos, em Espanha, um segundo carregamento vindo também dos EUA.

 

A Quercus, que há uns meses reforçou os perigos e desvantagens associados ao fracking e ao gás de xisto, subscreveu uma declaração assinada por 40 organizações e plataformas espanholas, denunciando a possibilidade de outros Estados-membros da União Europeia começarem a importar gás de xisto sob a forma de gás natural liquefeito (GNL).

 

Numa declaração conjunta, disponível, entre outras, na página da ONG ‘Ecologistas en Acción’, as associações ambientalistas receiam que este seja o ponto de partida para a importação massiva deste combustível do outro lado do Atlântico.

 

Por outro lado, em plenas negociações do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), em processo negocial há três anos, a Europa parece ser um destino claro para os carregamentos de GNL vindos dos EUA.

 

Do lado da Europa, parece haver receptividade, tal como demonstra a ‘Estratégia da União Europeia para o Gás Natural Liquefeito e o Armazenamento de Gás’, onde é feito o apelo ao investimento em infra-estruturas, como gasodutos e no reforço da capacidade de armazenamento e regaseificação.

 

Portugal deverá estar na rota destas importações, dada a importância estratégica do porto de Sines. Além de ser o porto mais próximo da costa norte-americana, tem capacidade para albergar navios de grandes dimensões.

 

A Quercus concorda com as restantes signatárias desta declaração quando afirmam que a aposta no gás de xisto ou a sua importação na forma de GNL vai na direção oposta à que seria necessária para cumprir as metas climáticas europeias e o espírito do Acordo de Paris.

 

Lisboa, 23 de julho de 2016

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Dia Nacional da Conservação da Natureza – 28 de Julho https://quercus.pt/2021/03/03/dia-nacional-da-conservacao-da-natureza-28-de-julho/ Wed, 03 Mar 2021 18:52:01 +0000 https://quercus.pt/?p=10819 Portugal deve intervir mais ativamente no sentido de minorar as ameaças à conservação dos peixes de água-doce nacionais

 

 

verde

Hoje, dia 28 de Julho, comemora-se o Dia Nacional da Conservação da Natureza. Neste dia, apesar de várias serem as problemáticas, no âmbito da Conservação da Natureza, para as quais se poderia alertar, a Quercus decidiu destacar no entanto, a questão da conservação dos peixes de água-doce como o tema central deste ano. Nesta área em concreto, a Quercus tem vindo a divulgar e a envidar esforços no sentido de promover diversas ações minimizadoras de impactes negativos sobre os cursos de água nacionais, assim como recuperar algumas das espécies de peixes de água-doce criticamente ameaçadas. Agora, é altura de também o Estado Português investir mais e melhor nesta área.

O crescimento demográfico exponencial, as infraestruturas turísticas e as atividades de produção tem levado à drenagem e à poluição de zonas húmidas, responsáveis pela destruição de numerosos habitats, colocando em risco a riqueza faunística e florística que estes ecossistemas albergam. No fundo, todas as ações e atividades passíveis de provocar alterações significativas nos sistemas aquáticos e ribeirinhos e a sua desnaturalização constituem ameaças às espécies autóctones e endémicas.

Os cursos de água nacionais enfrentam fortes pressões, encontrando-se sujeitos a séria degradação. Situações como as descargas de efluentes industriais ou pecuários, contaminantes dos cursos de água, o aumento inevitável de verões prolongados e com pouca ou nenhuma chuva, colocam enormes ameaças à sobrevivência dos organismos fluviais, nomeadamente do grupo dos peixes. A estas ameaças acresce a presença e proliferação de animais ou plantas de espécies exóticas, invasoras, com efeitos devastadores para as populações nativas.

Considera-se a construção de barragens como a maior ameaça e com elevadíssimos impactes negativos nas espécies de peixes dulçaquícolas, em particular se se considerar todos os impactes provocados desde a sua construção, o que por si só implica a perda de grandes áreas de habitats a montante e a jusante. Acresce a estes impactes o efeito de barreira, provocando a fragmentação e o isolamento de populações das diferentes espécies com consequente descontuidade das populações.

 

 

 

 

 

 

Peixes de água-doce ameaçados

Dentro das espécies de peixes de água-doce presentes nos ecossistemas fluviais portugueses, destacam-se algumas espécies endémicas cuja situação é de elevado risco de ameaça e que tem sido objeto de medidas especiais de conservação: a boga do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis), a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai) e o saramugo (Anaeceprys hispanica).

A Quercus está ativamente a intervir através de medidas minimizadoras que constituem ações no sentido de contrariar as ameaças para estas e outras espécies e intervindo em duas frentes, sendo que numa delas reproduz exemplares destas espécies em cativeiro e efetua ações de repovoamento. Noutras situações em que existem habitats destas espécies muito degradados, realiza ações de recuperação de linhas de água para posterior reintrodução dos espécimes reproduzidos.

 

 

 

 

 

O papel do Estado Português

Contudo, é igualmente necessário que o Estado Português invista mais e melhor nesta área, de modo a que seja ainda possível recuperar algumas destas espécies seriamente ameaças de extinção. Algumas dessas medidas de conservação passam pela melhoria da qualidade da água dos nossos cursos de água, através da construção de mais infraestruturas de tratamento de efluentes domésticos e industriais, e pela consolidação e renaturalização das suas margens. Também o restabelecimento da conectividade fluvial, um controlo mais eficaz sobre a pesca ilegal e medidas de erradicação das espécies invasoras seriam fundamentais ao sucesso de um sério plano de recuperação dos peixes de água-doce que deveria ser implementado a nível nacional.

Salienta-se que a Quercus continuará a colaborar ativamente, contribuindo com projetos e iniciativas em parceria com outras entidades públicas e privadas, para que a área da conservação da natureza e da biodiversidade seja uma prioridade numa vertente de atribuição de financiamentos na política pública de ambiente. Para além disso, a Quercus manterá a sua natural e histórica estratégia de educação dos mais jovens e de sensibilização para as questões ambientais e de conservação da natureza junto de toda a sociedade portuguesa.

 

Lisboa, 28 de Julho de 2016

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Dia Internacional do Tigre – 29 de Julho https://quercus.pt/2021/03/03/dia-internacional-do-tigre-29-de-julho/ Wed, 03 Mar 2021 18:51:54 +0000 https://quercus.pt/?p=10818 Quanto tempo falta para a extinção deste Felino majestoso?

 

 

 

tigres 1 3Os tigres, contrariamente ao que é comum pensar-se, não existem em África em estado selvagem, mas apenas em cativeiro. Os tigres selvagens habitam sim em florestas dotadas de árvores e de uma vegetação alta e densa, que lhes permita camuflarem-se e protegerem-se do sol ou que lhes facilitem a proximidade da água e das suas presas. Na natureza podem ser localizados em locais como Amur-Heilong,Himalaias Orientais,Bornéu, Sumatra ou noGrande Mekong. (IUCN, 2016).

 

Esta espécie é geralmente solitária com bases prioritárias, como por exemplo, a disponiblilidade de uma extensa área territorial. Esta necessidade varia consoante as presas necessárias para se alimentarem. (Gandra, 2015)

 

Sabe-se que até ao inicio do século XX era possível encontrar 9 subespécies distintas de tigre: Tigre-de-java (Panthera tigris sondaica),Tigre-de-Bali (Panthera tigris balica), Tigre-Cáspio ou Tigre-Persa (Panthera tigris virgata), Tigre-da-Sumatra (Panthera tigris sumatrae), Tigre-Siberiano (Panthera tigris altaica), Tigre-de-Bengala (Panthera tigris tigris), Tigre-do-Sul da China (Panthera tigris amoyensis), Tigre-da-Indochina (Panthera tigris corbetti) e Tigre-Malaio (Panthera tigris jacksoni).  Infelizmente as três  primeiras referidas anteriormente não sobreviveram, tendo sido extintas e mais três delas estão em risco de extinção (Gandra, 2015) .

 

 

familia de tigres

Figura 1: Diferentes subespécies do Tigre (WWF, 2016)

 

Segundo a WWF (2016), o número de tigres finalmente demonstrou uma tendência positiva, passando de 3200 para 3890 exemplares, nos estudos mais recentes. Embora estes dados sejam animadores, é de extrema importância referir que no século passado foram registados cerca de 100.000 tigres na natureza. Estas estatísticas vêm reforçar a necessidade de continuidade da protecção desta espécie.

 

É referido ainda pela WWF que a extinção destes felinos se deve a diversas causas como a destruição do seu habitat (para construções de estradas ou outras obras) ou as alterações de habitat devido à pressão agrícola ou à procura de madeira nas florestas onde os tigres habitam. Desde o século passado os tigres perderam cerca de 93 % do seu habitat.

 

A Quercus recorda que as alterações climáticas são uma fonte de preocupação devido ao aumento do nível do mar. Esta consequência ameaça principalmente as florestas da costa do Oceano Índico, que contêm o maior número de exemplares de felinos. Prevê-se a destruição, quase total, do habitat dos tigres aí residentes até 2070, se for mantido o avanço atual.

 

A causa mais combatida tem como foco a intervenção humana, desde a caça furtiva ao conflito territorial da espécie com as populações. Enquanto as populações humanas se expandem, os tigres são obrigados a reduzir o seu território, gerando um conflito entre a espécie e outros animais ou mesmo com os habitantes locais, acabando estas situações maioritariamente em tragédia.

 

Mais do que um predador respeitado, o tigre é conhecido pela sua beleza rara. A caça ilegal é justificada pelo padrão invulgar da pele, para o uso de partes do corpo para medicina popular (nunca foi provado a sua eficiência) ou a prova de “bravura” de quem os persegue.

 

Nesta data a Quercus lembra que é urgente promover projetos e impedir o novo declínio dos tão aclamados felinos, como foi o consagrado no ano de 2010 através do Dia do Tigre. Anunciado em St. Petersburg e celebrado entre 13 países, este delineamento teve como principal objetivo duplicar o número de exemplares registados nos países que se comprometeram nesta importante disputa.

 

Quase dois anos depois foi criada o Global Tiger Recovery Program Implementation Plan 2013-14, um dos grandes marcos para a luta contra a extinção, que tem como base a cooperação internacional entre diferentes entidades tais como: CITES-Secratariat (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora), GEF (Global Environment Facility), IFAW-WTI (International Fund for Animal Welfare -Wildlife Trust of Indi), INTERPOL (International Police), KWF (Forest Work and Technology), WCS (Wildlife Conservation SocietyThe World Bank GroupSCBI Smithsonian Conservation Biology Institute), WWF (World Wildlife Found), UNDP (United Nations Development Programe). (IUCN, 2013-14).

 

Lisboa, 29 de Julho de 2016

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Dia Mundial dos Vigilantes da Natureza – 31 de Julho https://quercus.pt/2021/03/03/dia-mundial-dos-vigilantes-da-natureza-31-de-julho/ Wed, 03 Mar 2021 18:51:49 +0000 https://quercus.pt/?p=10817 Quercus apela à contratação de mais Vigilantes da Natureza e à valorização da carreira

Quercus associa-se à APGVN – Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza

 

 

 

No dia 31 de Julho, comemora-se o Dia Mundial dos Vigilantes da Natureza. Conhecido como World Ranger Day, este dia é ainda pouco conhecido em Portugal.
O objetivo da data é homenagear o trabalho de todos os vigilantes da natureza de todo o mundo, na conservação da flora e fauna selvagem. Este dia foi celebrado pela primeira vez em 2007 pelo 15º aniversário da IRF. Em Portugal atribui-se ao Serviço Nacional de Parques, Reservas e Património Paisagístico, a responsabilidade de criação e gestão de um Corpo de Vigilantes da Natureza.
A Quercus considera que estes profissionais são fundamentais para a proteção da Natureza devido ao seu conhecimento do terreno e dos habitats, e apela ao governo melhores condições e mais contratação de profissionais para esta área.
A falta de vigilantes da natureza deixa muitos milhares de hectares de áreas protegidas sem fiscalização e existem áreas com mais de 26 mil hectares entregues a apenas um vigilante da natureza.
A Quercus lembra que, além da fiscalização das construções ilegais, é aos vigilantes da natureza que compete impedir o abate ilegal de árvores, controlar as actividades de caça e pesca e monitorizar algumas espécies protegidas, pelo que é urgente uma maior contratação nesta área.
A Quercus e a Associação Nacional de Guardas e Vigilantes da Natureza estão a preparar um protocolo de colaboração mútua para criar sinergias em ações de conservação da Natureza e que será assinado no decorrer de 2017.

Lisboa, 31 de Julho de 2016
 
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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