Novembro 2013 – Quercus https://quercus.pt Wed, 03 Mar 2021 19:48:10 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Novembro 2013 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Nova área sobre ‘resíduos’ em ecocasa.pt quer promover gestão mais sustentável junto dos consumidores https://quercus.pt/2021/03/03/nova-area-sobre-residuos-em-ecocasa-pt-quer-promover-gestao-mais-sustentavel-junto-dos-consumidores/ Wed, 03 Mar 2021 19:48:10 +0000 https://quercus.pt/?p=11292 Com o arranque, hoje, da 5ª edição da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos – iniciativa que se estende até 24 de novembro – a página na Internet do Projeto EcoCasa da Quercus passa a ter disponível uma sexta área temática, dedicada à gestão sustentável dos resíduos, alargando assim a intervenção do projeto a uma componente fundamental na sensibilização do cidadão com vista à implementação de hábitos mais sustentáveis de consumo e gestão de recursos no quotidiano.

 

 

Com o lançamento desta área, passará a estar disponível em www.ecocasa.pt uma nova seção dedicada à Gestão de Resíduos, na qual será possível consultar informações, conselhos e esclarecimentos relativos às diversas fileiras de resíduos, sobre o correto encaminhamento a dar em cada caso (abrangendo a reciclagem e a compostagem) e quais as entidades competentes. Por outro lado, esta área procura também sensibilizar para a necessidade de reduzir a produção de resíduos, oferecendo conselhos na ótica do consumo racional, adaptado às necessidades, e promovendo também a reutilização de materiais.

 

De forma a dar consistência ao trabalho de sensibilização e informação que o Projeto EcoCasa tem vindo a desenvolver já há vários anos, esta nova área permitirá fundamentar e aprofundar as intervenções junto da sociedade civil – abrangendo o público escolar, empresas e administração pública – de forma mais integrada com as restantes áreas onde já intervém. Por outro lado, esta será também uma oportunidade de concertar futuras parcerias e colaborações com entidades públicas e privadas para atuar no setor, criando sinergias com vista a uma maior sensibilização pública deste tema.

 

De acordo com dados da Agência Portuguesa do Ambiente, do total de resíduos urbanos produzidos em Portugal continental em 2011, 84,4% corresponde à recolha indiferenciada e 15,6% à recolha seletiva. Apesar do decréscimo na produção nacional de resíduos urbanos nos últimos dois anos, também comprovado pelos dados oficiais e em grande parte consequência da quebra no consumo, é importante manter a aposta na sensibilização dos cidadãos para uma redução, correta gestão e encaminhamento de resíduos, independente da sua situação financeira.

 

Sobre o Projeto EcoCasa da Quercus

Criado em 2004, o Projeto EcoCasa trabalha de forma permanente ao nível da sensibilização e educação ambiental com vista à poupança de recursos a nível doméstico.

 

Tendo-se focado inicialmente nos temas da eficiência energética, energias renováveis e construção sustentável, alargou rapidamente o seu âmbito de intervenção, passando a desenvolver conteúdos e ações noutras áreas do quotidiano, como o consumo de água, a mobilidade, o consumo sustentável e agora a gestão de resíduos. Além de toda a informação disponível para consulta na página oficial do projeto, em www.ecocasa.pt, estão igualmente acessíveis diversos simuladores de poupança, de modo a que os cidadãos possam calcular os seus consumos a vários níveis e avaliar os respetivos potenciais de poupança.

 

Lisboa, 16 de novembro de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Portugal é o 3º país com melhor desempenho climático entre os 58 países mais industrializados https://quercus.pt/2021/03/03/portugal-e-o-3o-pais-com-melhor-desempenho-climatico-entre-os-58-paises-mais-industrializados/ Wed, 03 Mar 2021 19:48:02 +0000 https://quercus.pt/?p=11291 Climate Change Performance Index (CCPI) é um instrumento inovador que traz maior transparência às políticas climáticas internacionais. O índice é da responsabilidade da organização não governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de Ação Climática. A Quercus, que integra este Rede, colaborou na avaliação qualitativa pericial efetuada a Portugal. O anúncio é feito hoje, 18 de novembro, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP19), que está a ter lugar em Varsóvia, na Polónia.

 

Portugal ficou classificado em 6º lugar (onde os 3 primeiros não foram atribuídos) em termos de melhor desempenho relativamente às políticas na área das alterações climáticas. Esta é uma classificação que compara o desempenho de 58 países que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia. Na prática, Portugal é o 3º melhor país, na medida em que, tal como ano passado, os três primeiros lugares estão vazios, por se considerar não haver por agora nenhum país merecedor do pódio no que respeita à proteção do clima. O objetivo do índice é aumentar a pressão política e social, nomeadamente nos países que têm esquecido o trabalho nacional no que respeita às alterações climáticas. Já no ano passado, Portugal tinha obtido o terceiro lugar do índice. Porém, uma revisão recente dos dados pela Agência Internacional de Energia fez com que, nos resultados do ano anterior, Portugal ocupasse efetivamente na quarta posição.

 

A metodologia revista é centrada principalmente em indicadores objetivos: 80% da avaliação é baseada em indicadores de emissões (30% função dos valores de emissões e 30% função da evolução recente das emissões), eficiência (5% relacionado com nível de eficiência energética e 5% com a evolução recente), e ainda o recurso a energias renováveis (8% em função da evolução recente e 2% função do peso do total de energia primária de fontes renováveis). Os restantes 20% baseiam-se na avaliação de mais de 250 peritos dos países analisados, tendo a Quercus intervindo neste critério. O CCPI2014 foca-se particularmente na questão da política nas áreas das energias renováveis e eficiência energética, por se considerar que estas são as principais vias para a mitigação das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), e considera também as emissões associadas à desflorestação.

 

Tal como no ano passado, há, na opinião dos peritos, uma insatisfação generalizada em relação às medidas tomadas por cada país para assegurarem, à escala global, um aumento de temperatura inferior a 2ºC, em relação à era pré-industrial.

 

Portugal consegue o melhor resultado de sempre

 

Neste nono ano do CCPI, Portugal consegue o melhor lugar de sempre, subindo uma posição, pela redução no uso de combustíveis fósseis, fomentada pelo contexto de crise, e pelos resultados da política energética, devido principalmente ao investimento nos últimos anos em energias renováveis.

 

Portugal obtém neste índice de 2013 a classificação geral de “bom”, não havendo nenhum país com “muito bom”. Nos critérios ‘nível de emissões’, ‘evolução de emissões’ e ‘energias renováveis’ o resultado foi “moderado”; nos critérios ‘evolução da eficiência’ e ‘política climática’, o resultado foi “bom”. Pela consistência de valores nos vários critérios e por comparação com os outros países, o resultado final foi considerado “bom”, permitindo a Portugal um lugar no pódio.

 

Na crise, Portugal e Grécia com dois caminhos diferentes

 

Os países europeus mais afetados pela crise económica têm, no entanto, um comportamento diversificado em termos de política energética e climática. Portugal é um exemplo de como lidar com a crise económica, obtendo resultado das políticas climáticas e reduzindo a dependência de recursos, lucrando com investimentos, feitos em governos anteriores, em áreas chave, como as energias renováveis, ainda que alguns destes investimentos comprometam a biodiversidade e a integridade de áreas classificadas e relevantes para a conservação da natureza. Por enquanto, Portugal melhorou a sua posição, a qual pode estar contudo ameaçada pela política menos construtiva do atual governo, que já abrandou alguns dos investimentos benéficos, em particular nas energias renováveis. Sob os efeitos da crise e do controlo económico da “troika”, a Grécia abandonou todas as políticas climáticas. A Irlanda, por sua vez, também piorou três lugares neste índice.

 

Países marcantes no índice

 

Se, por um lado, o índice é calculado com base em dados que mostram termos atingido um pico de emissões, nota-se que o crescimento das mesmas é feito apenas à custa da China (80% da responsabilidade nos últimos 10 anos), e não do resto do mundo, cuja tendência é da estabilização. A China, com a implementação de políticas energéticas mais sustentáveis, poderá assim vir a fazer toda a diferença. Existe porém a ameaça de novas fontes de emissão de dióxido de carbono, como a exploração do gás de xisto, em particular nos Estados Unidos da América.

 

Os melhores lugares (a começar no 4º lugar, dada a ausência dos três primeiros) foram para três países europeus – a Dinamarca, o Reino Unido e Portugal (considerado uma surpresa), à frente ainda da Suécia (7ª). A Alemanha saiu do “topten”, ocupando agora o 19º lugar, muito penalizada pela atitude que tem tomado em decisões de política climática à escala europeia, na área do comércio de emissões e da melhoria de eficiência dos automóveis. Os piores países são o Canadá, Irão, Cazaquistão e Arábia Saudita.

 

A Dinamarca apresentou o melhor desempenho pela sua recente tendência de redução das emissões e por uma política climática considerada excecionalmente positiva. Na União Europeia, a Holanda sobe 18 posições graças às políticas do novo governo, a Polónia é a penúltima (45º lugar), e no fundo da tabela está a Grécia, com o pior desempenho (47º lugar).

 

O desempenho da China melhorou oito lugares (de 54º para o 46º lugar) e mostra sinais positivos pois, apesar do aumento de emissões, está a conseguir separá-lo do crescimento do PIB, tendo grandes investimentos em energias renováveis e estando a limitar o uso do carvão, sobretudo por causa dos enormes problemas com a qualidade do ar. A Índia volta a recuar seis lugares, dada a forte tendência de aumento das suas emissões. Os Estados Unidos da América mantêm o 43º lugar, à custa da crise económica e também da redução do uso de carvão.

 

 


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Varsóvia, 18 de novembro de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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ONGs de Ambiente Internacionais e Movimentos Sociais abandonam a Conferência do Clima em Varsóvia https://quercus.pt/2021/03/03/ongs-de-ambiente-internacionais-e-movimentos-sociais-abandonam-a-conferencia-do-clima-em-varsovia/ Wed, 03 Mar 2021 19:47:56 +0000 https://quercus.pt/?p=11290 Às 14h de hoje (hora local em Varsóvia, mais uma do que em Lisboa), dia 21 de novembro, um grupo das principais organizações não governamentais internacionais de ambiente e de desenvolvimento sairam das negociações sobre alterações climáticas que estão a decorrer em Varsóvia, na COP19, em protesto pelo esperado insucesso do encontro. Greenpeace, Oxfam, WWF, Actionaid, Amigos da Terra, a Confederação Sindical Internacional e o grupo da campanha 350.org abandonaram o estádio nacional onde decorre o evento.

 

É a primeira vez que uma saída em massa de uma Conferência das Partes acontece.

 

A Conferência de Varsóvia, que deveria ter sido um passo importante na transição justa para um futuro sustentável, está virtualmente a caminho de não levar a qualquer decisão significativa. De facto, as ações de muitos países ricos em Varsóvia estão diretamente a menosprezar a própria Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, que é em si um processo multilateral relevante que deve ser bem sucedido se quisermos resolver a crise climática global.

 

A Conferência de Varsóvia tem colocado os interesses da indústria poluente acima dos cidadãos do planeta.

As organizações e movimentos representativas de todos os cantos do planeta decidiram sair voluntariamente das negociações climáticas em Varsóvia, a bem de um melhor uso do tempo. Assim, o objetivo é mobilizar as pessoas para forçarem os seus governos a tomarem a liderança para uma ação climática séria.

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, como organização nacional, e em linha com a posição da Rede de Ação Climática Europeia, não abandonará a conferência por se considerar que associações nacionais europeias têm conseguido, até agora, um papel relevante na definição das políticas de energia e clima. A Quercus está solidária e de acordo com este protesto único e muito significativo que a sociedade civil mostra junto da inércia dos países.

Varsóvia, 21 de novembro de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Quercus e EPAL assinalaram o Dia da Floresta Autóctone com plantação de 625 árvores junto à Albufeira de Castelo do Bode https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-e-epal-assinalaram-o-dia-da-floresta-autoctone-com-plantacao-de-625-arvores-junto-a-albufeira-de-castelo-do-bode/ Wed, 03 Mar 2021 19:47:50 +0000 https://quercus.pt/?p=11289 A Quercus e a EPAL associaram-se para assinalar o Dia da Floresta Autóctone, com uma ação de reflorestação a 23 de Novembro, na área envolvente à Albufeira de Castelo do Bode. A iniciativa, que teve lugar pelas 10 horas, visou contribuir para o restauro das zonas devastadas pelos incêndios de verão, com a plantação de 625 árvores e arbustos autóctones.

 

Os terrenos intervencionados estão integrados na Zona de Intervenção Florestal de Aldeia do Mato (freguesia de Aldeia do Mato, concelho de Abrantes) e possuem uma área de aproximadamente 5.000 m2, estando prevista a sua valorização com várias espécies de árvores e arbustos, entre as quais o carvalho-português (Quercus faginea), pilriteiro (Crataegus monogyna), zelha (Acer monspessulanum) e madressilva (Lonicera implexa).

 

Esta iniciativa contou com a presença de colaboradores da EPAL e da Quercus e decorre no âmbito da parceria estabelecida entre estas entidades, com o objetivo de promover a proteção da qualidade da água da Albufeira de Castelo do Bode, a mais importante reserva estratégica de água do país e principal área de captação de água da EPAL.

 

Com esta ação, a EPAL pretende contribuir para reduzir a sua pegada ecológica, investindo no restauro do equilíbrio biológico natural da floresta autóctone e na sustentabilidade dos ecossistemas da área contígua à Albufeira de Castelo do Bode. O objetivo é melhorar a prestação de serviços (benefícios) dos ecossistemas, como a água de excelente qualidade, o sequestro de carbono (cerca de 2,75 toneladas de CO2 em 40 anos), a regulação do ciclo de nutrientes, a protecção do solo e a prevenção da propagação de fogos.

 

De acordo com José Manuel Sardinha, presidente da EPAL “a Albufeira de Castelo do Bode assegura 70% da água fornecida pela EPAL fazendo todo o sentido implementar ações que valorizem ambientalmente as suas condições naturais e que propiciem o aumento da biodiversidade, cuja perda é hoje considerada uma das maiores ameaças ambientais a nível global” concluindo que “esta iniciativa de voluntariado é um investimento no capital natural da região com um impacto positivo na qualidade da água da albufeira, do ar e dos solos, em benefício de todos”.

 

 

Lisboa, 22 de novembro de 2013

 

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Dia da Floresta Autóctone: Ação comemorativa juntou músicos nacionais na plantação de árvores autóctones no Gerês https://quercus.pt/2021/03/03/dia-da-floresta-autoctone-acao-comemorativa-juntou-musicos-nacionais-na-plantacao-de-arvores-autoctones-no-geres/ Wed, 03 Mar 2021 19:47:44 +0000 https://quercus.pt/?p=11288 Foi no Campo do Gerês em Terras de Bouro, em pleno coração do Minho e, em particular, do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que a Quercus realizou uma das suas ações comemorativas do Dia da Floresta Autóctone. O evento “2º Encontro Green Cork/Floresta Comum – I Jornadas Técnicas sobre os Carvalhos” decorreu nos dias 23 e 24 de Novembro, coincidindo com a comemoração do Dia da Floresta Autóctone. O programa incluiu comunicações, debates, degustações de produtos da floresta, apanha de sementes e uma ação de plantação com os músicos Rui Reininho e Simão Praça.

O “2º Encontro Green Cork/Floresta Comum – 1ª Jornadas Técnicas sobre os Carvalho” foi co-organizado pela Quercus em colaboração com a entidade financiadora ATAHCA – Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem Cávado e Ave, a Associação de Compartes do Campo do Gerês, o Município de Terras de Bouro, a Ordem dos Biólogos, a AMO Portugal e a UTAD.

 

Esta parceria surgiu com o objetivo de se fomentar a reflexão sobre a importância da preservação, valorização e incentivo à plantação de espécies autóctones e a divulgação dos carvalhos na sua importância para a economia local, a fauna e flora a ele associada e as manchas de carvalhais no território.

 

A ação de plantação de carvalhos irá decorrer no sábado e terá início às 14h30, com a presença dos músicos Rui Reininho, músico e vocalista dos GNR, e Simão Praça, dos Turbo Junkie.

 

O evento realizar-se-á no formato de uma Ação de Formação para professores, com a duração de 15 horas acreditada pela Ordem dos Biólogos para todos os grupos disciplinares.

 

A participação é GRATUITA, mediante inscrição, que inclui o almoço de sábado, pausas para café e todas as atividades.

 

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Conferência ONU sobre clima termina em Varsóvia: caminho frágil para um acordo global ambicioso em 2015 https://quercus.pt/2021/03/03/conferencia-onu-sobre-clima-termina-em-varsovia-caminho-fragil-para-um-acordo-global-ambicioso-em-2015/ Wed, 03 Mar 2021 19:47:39 +0000 https://quercus.pt/?p=11287 Após uma maratona negocial de quase duas semanas e já depois do período previsto, terminou em Varsóvia, no passado dia 23 de novembro, a 19ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, sem se conseguir os compromissos necessários para uma acordo climático ambicioso em 2015.

 

 

Objetivos frustrados

 

Os países desenvolvidos e em desenvolvimento perderam uma oportunidade em Varsóvia para definir um caminho claro para aceitar um acordo climático ambicioso e vinculativo em Paris, no final de 2015. Ao não conseguir traçar um calendário que dê tempo suficiente para se ir atingindo consensos, transformando 2014 num ano decisivo (o ano da ambição), e ao não se darem indicações claras sobre o nível de exigência das ofertas de limitação de emissões de cada um dos países (compromissos deram lugar a contributos), podemos vir a ter um final de insucesso semelhante à conferência de Copenhaga em 2009. Mais ainda, não se deu relevo suficiente às ações imediatas até ao ano 2020 para se evitar o contínuo aumento das emissões de gases com efeito de estufa à escala global, tornando-se assim mais difícil inverter a tendência de subida que conduzirá a um aquecimento superior a 2 graus Celsius por comparação com a era pré-industrial.

 

Na Conferência foram assegurados os compromissos de financiamento de longo prazo, em particular para o Fundo Verde para o Clima, essenciais para permitir a muitos países lidar com a adaptação a um clima em mudança, bem como apoiar tecnologias menos poluentes, investimentos em energias renováveis e eficiência energética. Quanto a perdas e danos, um princípio que considera que os países desenvolvidos que contribuíram para um histórico de emissões responsável pelas alterações climáticas poderão vir a suportar parte dos custos, foi criado o mecanismo internacional de Varsóvia que no futuro enquadrará esta questão.

 

Relativamente ao REDD+, um esforço para criar um valor financeiro para o carbono armazenado nas florestas, incluindo para além do REDD (Redução de Emissões por Desflorestação e Degradação Floresta), a conservação e gestão sustentável das florestas, conseguiu-se um compromisso de 280 milhões de dólares.

 

As grandes desilusões

 

O Japão, com a justificação de não poder recorrer à energia nuclear, ao invés de um limite inicialmente traçado de redução em 25% entre 1990 e 2020, prevê aumentar em 3% as suas emissões no mesmo período. A Austrália, que não enviou nenhum ministro à reunião, tomou um conjunto de decisões à escala nacional que desmantelam grande parte da política climática em curso. O Canadá ao investir nas areias betuminosas, será sempre um campeão de uso de combustíveis fósseis, tendo sido o único país a abandonar o Protocolo de Quioto. Além disso, não só não cumpriu as metas de redução de emissões anunciadas antes da Conferência em Copenhaga, como tem, com esta postura, atrasado o avanço de outros países nas negociações.

 

O papel da Europa

 

Embora a União Europeia (UE) tenha tido diversas iniciativas, não conseguiu fornecer os incentivos necessários para desbloquear as discussões sobre ações climáticas de curto prazo. Poderia tê-lo feito, movendo a sua meta de redução das emissões até 2020 para 30% e proporcionando uma promessa ambiciosa de financiamento climático. Porém, os Estados-Membros, com destaque para os obstáculos da própria organizadora da Conferência (a Polónia), não conseguiram chegar a acordo sobre tais iniciativas.

 

Alguns Estados-Membros fizeram anúncios individuais de financiamento para preencher a lacuna no Fundo de Adaptação, mas tudo isso não foi suficiente para convencer os países desenvolvidos e em desenvolvimento menos ambiciosos para aceitar a proposta da UE de colocar compromissos de redução de emissões em cima da mesa ainda em 2014. No Conselho europeu de ambiente em Março do próximo ano, ao traçar metas ambiciosas para 2030, a Europa pode incentivar e desafiar países como a China e os Estados Unidos a também trazerem compromissos para a Cimeira de Líderes Climáticos organizada pelo Secretário-Geral da ONU a 23 de Setembro de 2014.

 

E Portugal?

 

Portugal ao ter ficado classificado em 3º lugar no índice de performance climática dos países industrializados, foi considerado um exemplo de como lidar com a crise económica, obtendo resultado das políticas climáticas e reduzindo a dependência de recursos, lucrando com investimentos, feitos em governos anteriores, em áreas chave, como as energias renováveis, ainda que alguns destes investimentos comprometam a biodiversidade e a integridade de áreas classificadas e relevantes para a conservação da natureza. Por enquanto, Portugal melhorou a sua posição, a qual pode estar contudo ameaçada pela política menos construtiva do atual governo, que já abrandou alguns dos investimentos benéficos, em particular nas energias renováveis. É fundamental também que Portugal defenda limites ambiciosos de redução de emissões para a Europa e apoie legislação em prol do clima – ultimamente Portugal tem tido diversas tomadas de posição pouco progressistas nesta matéria, nomeadamente no que se refere à política de biocombustíveis, emissões de automóveis e gases fluorados.

 

Organizações Não-Governamentais descontentes

 

Na quinta-feira, dia 21 de novembro, um grupo das principais organizações não-governamentais internacionais de ambiente e de desenvolvimento saiu das negociações em protesto pelo esperado insucesso do encontro, facto que aconteceu pela primeira vez. As associações consideraram que um processo multilateral relevante deve ser bem-sucedido se quisermos resolver a crise climática global, mas com os países a colocarem determinados interesses acima dos cidadãos do planeta, nunca haverá decisões satisfatórias, ficando sempre muito aquém do necessário, como em parte aconteceu em Varsóvia.

 

Mais informações emhttp://varsovia.blogs.sapo.pt

 

 

Varsóvia, 23 de novembro de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Desafios do ambiente em debate na conferência AXA/Quercus esta 6ª feira, 29 Novembro, às 9h00, em Lisboa https://quercus.pt/2021/03/03/desafios-do-ambiente-em-debate-na-conferencia-axa-quercus-esta-6a-feira-29-novembro-as-9h00-em-lisboa/ Wed, 03 Mar 2021 19:47:33 +0000 https://quercus.pt/?p=11286 O presente e o futuro do Ambiente, suportado pelo conceito de Economia Verde, é o tema em debate na última conferência-debate do ciclo AXA/Quercus, que acontece a 29 de novembro, sexta-feira, a partir das 9h00, no Edifício sede da AXA, no Parque das Nações.

 

A encerrar este ciclo, que juntou centenas de participantes ao longo de quatro edições, esta conferência conta com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, em representação do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.

 

Identificar obstáculos e delinear metas concretas para a adoção de medidas e comportamentos mais produtivos e sustentáveis; e debater as melhores formas de integrar medidas e práticas de transformação/reconversão ecológica no dia-a-dia das empresas e das famílias, no presente e no futuro, são alguns dos principais objetivos desta conferência, que tem como tema de fundo a “Economia Verde”.

 

Os temas serão expostos por um vasto painel de intervenientes entre os quais se destaca a participação de Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, com a intervenção “Balanço das políticas ambientais e perspetivas futuras”.

 

Ao painel de intervenientes, entre outros, juntam-se Nuno Sequeira, presidente da Quercus; Alexandra Aragão, professora da Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra e Rui Berkeimer, coordenador do Centro de Informação de Resíduos da Quercus; bem como Rodrigo Castro, do AUDAX – Centro de Empreendedorismo do ISCTE; Fernanda Pargana, secretária-geral do BCSD Portugal e Vânia Proença, investigadora no IN+, Instituto Superior Técnico, num espaço de debate moderado por António José Teixeira, director da SIC Notícias.

 

Esta conferência tem entrada gratuita, sujeita a inscrição prévia através do email quercus@quercus.pt.

 

 


 

PROGRAMA (inscrição gratuita – no limite da capacidade da sala)

 

9h30 | Boas-vindas
João Leandro, Presidente da AXA Portugal
Nuno Sequeira, Presidente da Quercus

 

Abertura
Paulo Lemos, Secretário de Estado do Ambiente

 

10h15 | Desafios presentes e futuros
Nuno Lacasta, Balanço das políticas ambientais e perspetivas futuras, Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
Alexandra Aragão, Direito e danos aos serviços ecossistémicos, Professora da Faculdade de Direito, Universidade de Coimbra
Rui Berkeimer, Resíduos: um desafio para 2020! Coordenador do Centro de Informação de Resíduos da Quercus

 

Apresentação de caso prático:
O papel da comunicação e educação nos desafios futuros
Carla Castelo, Programa ‘Economia Verde, SIC Notícias – Comunicação de boas práticas e soluções inovadoras, Jornalista da SIC e Coordenadora do programa

11h15 | Coffee Break / eco@networking

11h15 | Debate: Do direito de usufruir dos benefícios oferecidos pelo Ambiente ao dever de o proteger e defender. Economia Verde – presente ou futuro, conceito ou realidade?

 

Intervenientes:
Fernanda Pargana, Secretária-Geral do BCSD Portugal
Paulo Bracons, Diretor Geral de Marketing da AXA Portugal
Rodrigo Castro, AUDAX – Centro de Empreendedorismo do ISCTE
Vânia Proença, Investigadora no IN+, Instituto Superior Técnico

 

Moderador:
António José Teixeira, Diretor da SIC Notícias

 

 


 

Sobre a AXA Portugal
Com 731 colaboradores, a AXA Portugal oferece serviços e soluções adaptadas às necessidades dos seus Clientes, em matéria de produtos e serviços de seguros, poupança e património, desenvolvendo a sua atividade com uma alargada rede de distribuição constituída por espaços comerciais e mediadores de Norte a Sul do país. Integra o Grupo AXA, cuja presença mundial ocupa um lugar de destaque no setor, sendo considerada pelo 5.º ano consecutivo como a melhor marca mundial de seguros (ranking best global brands – interbrand). Sob uma marca única, a AXA leva aos seus Clientes, em todo o mundo, a promessa de os proteger e ajudar na realização dos seus projetos, em cada etapa da vida.
Saiba mais em www.axa.pt.

 

Sobre a Quercus
A Quercus é uma Organização Não Governamental de Ambiente, independente, apartidária, de âmbito nacional, sem fins lucrativos e constituída por cidadãos que se juntaram em torno do mesmo interesse pela Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais e na Defesa do Ambiente em geral, numa perspectiva de desenvolvimento sustentado, tendo vindo a
ocupar na sociedade portuguesa um lugar construtivo na defesa das múltiplas causas ambientais. A Quercus foi fundada em 31 de Outubro de 1985.
Mais informações em www.quercus.pt

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Quercus apelou a Durão Barroso para Comissão Europeia rever Diretiva sobre Combustíveis https://quercus.pt/2021/03/03/quercus-apelou-a-durao-barroso-para-comissao-europeia-rever-diretiva-sobre-combustiveis/ Wed, 03 Mar 2021 19:47:24 +0000 https://quercus.pt/?p=11285 A Quercus apelou esta semana, através de uma carta enviada ao Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para que seja rapidamente concluída a revisão da Diretiva sobre a Qualidade dos Combustíveis, cuja implementação tem sido adiada desde a sua aprovação em 2009. É fundamental que esta revisão tenha em conta o impacte climático de fontes de petróleo não convencional, desde a extração até ao consumo, por comparação com o petróleo convencional.

 

Na semana após as negociações internacionais da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Varsóvia, só a Comissão poderá evitar que a União Europeia comprometa a transição para uma economia mais verde pelo uso destes combustíveis fósseis mais poluentes, e fragilize a sua liderança em negociações sobre políticas climáticas.

 

Enquanto parte integrante do Pacote Energia-Clima, a Diretiva-Quadro sobre Qualidade dos Combustíveis (FQD) estabelecia uma meta de redução das emissões de GEE dos combustíveis convencionais (gasolina e gasóleo) em 6% até 2020, pelos fornecedores de combustíveis(1).

 

Por falta de disposições relativas à implementação do art.º 7ª, a Comissão Europeia (CE) apresentou em outubro de 2012 uma proposta de revisão(2) que pretendia introduzir dois elementos fundamentais:

 

• por um lado, estabelecia valores específicos de emissões GEE, tendo por base o seu ciclo de vida para diferentes fontes de petróleo (convencional e não convencional, como o obtido a partir de areias betuminosas, petróleo de xisto e carvão líquido);

 

• por outro, introduzia a comunicação obrigatória das origens e emissões associadas a cada tipo de combustível distribuído pelos fornecedores.

 

Entre as fontes de petróleo não convencional, destacam-se as areias betuminosas (ou betume natural na designação técnica), o petróleo de xisto e o carvão líquido. Na Europa, apenas as refinarias espanholas estão preparadas para extrair petróleo a partir de fontes não convencionais (como areias betuminosas importadas da Venezuela). Outros países, como o Canadá e os EUA, têm interesses económicos e poderão exportar estes combustíveis mais poluentes para a Europa, se não forem tomadas medidas. O processo de extração e refinação de petróleo a partir das areias betuminosas implica grandes emissões de GEE, cerca de 23% superiores ao petróleo convencional.

 

Um estudo(3) divulgado em 2013 pelas consultoras Carbon Matters e CE Delft mostra que a proposta da Comissão poderia trazer vantagens ambientais pela redução das emissões na ordem das 19 milhões de toneladas (Mton) de CO2 por ano, o equivalente a retirar mais de 7 milhões de automóveis das estradas europeias por ano. O estudo salienta ainda que poderiam ser evitadas mais 60 Mton CO2 por ano, se fosse cumprida a meta de redução de emissões em 6% em 2020.

 

Jody Williams, laureada com o Prémio Nobel em 1997 e presidente da Nobel Women Initiative, reuniu em Bruxelas com a Comissária para a Ação Climática, Connie Hedegaard, sobre os impactes associados à exploração destes combustíveis fósseis mais poluentes, na sequência do envio, em outubro passado, de uma carta assinada por vários laureados Nobel(4)(5) aos Comissários Europeus e Ministros do Ambiente.

 

A Quercus apelou, assim, a Durão Barroso para tomar medidas durante o presente mandato, por considerar que a revisão desta Diretiva constitui uma medida fundamental para descarbonizar o transporte rodoviário e assegurar o cumprimento dos objetivos de redução das emissões no setor dos transportes.

 

Lisboa, 28 de novembro de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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