Março 2012 – Quercus https://quercus.pt Thu, 04 Mar 2021 15:18:51 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Março 2012 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Quercus aplaude Declaração de Impacto Ambiental “desfavorável” à Refinaria Balboa https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-aplaude-declaracao-de-impacto-ambiental-desfavoravel-a-refinaria-balboa/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:51 +0000 https://quercus.pt/?p=11669  

Depois de vários anos de contestação ao projeto de construção da Refinaria Balboa, na Extremadura Espanhola, a Quercus congratula-se com a decisão do Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente espanhol, que emitiu hoje uma Declaração de Impacto Ambiental “desfavorável” ao referido projeto.

 

Na opinião da Quercus, esta decisão foi a mais acertada e vem ao encontro daquilo que foram as posições assumidas conjuntamente por esta Associação e muitas outras, quer de Portugal, quer de Espanha, que sempre consideraram que este projeto, a ser implementado, traria sérios impactes negativos do ponto de vista ambiental, nomeadamente ao nível da qualidade da água da bacia hidrográfica do Guadiana, emissão de gases com efeito de estufa, emissão de poluentes e partículas, produção de resíduos perigosos e danos consideráveis na paisagem e nos ecossistemas circundantes, incluindo no Parque Nacional de Doñana.

Também do ponto de vista económico e social, o projeto apresentava-se completamente desintegrado da área onde se pretendia inserir, dado que a região não necessita de uma instalação industrial pesada deste tipo, poluidora e geradora de conflitos sociais, mas sim de uma produção agrícola de qualidade, baseada em critérios de diferenciação e respeito ambiental, de um turismo sustentável e de uma valorização do seu rico património histórico e cultural.

A Quercus, reconhecendo o património comum que existe entre Portugal e Espanha e os valores que ligam a Extremadura Espanhola ao Interior Alentejano, incita a Junta da Extremadura a aceitar esta decisão do Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente espanhol e, em conjunto com os empresários locais, levar por diante um plano de desenvolvimento sustentável para a região, que terá certamente o apoio da larga maioria dos seus cidadãos.

Lisboa, 29 de Março de 2012

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
A Direção dos Núcleos Regionais de Portalegre e de Beja/Évora da Quercus – ANCN

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Quercus alerta para o risco de incêndio elevado devido às condições climáticas https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-alerta-para-o-risco-de-incendio-elevado-devido-as-condicoes-climaticas/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:46 +0000 https://quercus.pt/?p=11671 A Quercus alerta para a ocorrência de grandes incêndios nesta época de primavera, devido ao risco de incêndio (elevado a extremo) em parte do território, associado às condições climáticas da seca e ventos de Leste. Nos últimos dias existiram vários grandes incêndios e esteve a arder a Mata Nacional do Gerês, junto da Mata de Albergaria, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.

 

 

O incêndio que foi controlado recentemente na zona da Bouça Mó, na Mata Nacional do Gerês, concelho de Terras de Bouro, afetou uma área de carvalhal alvarinho e medronhal com mais de uma centena de hectares, junto à Reserva Biogenética do Conselho da Europa, local com elevada diversidade biológica, integrado também no Sítio de Importância Comunitária das Serras de Peneda-Gerês.

 

 

A previsão do risco de incêndio considera um aumento para o dia de amanhã, o que poderá estar associado à ausência de precipitação no inverno, com situação atual de seca extrema e severa em grande parte do país e também aos ventos de Leste que se fazem sentir.

 

 

Os meios devem continuar de prevenção, dado que os reacendimentos são frequentes e podem ser perigosos para a floresta e no caso concreto para o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

 

 

Região Norte continua impedida de candidaturas ao PRODER para Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI)

 

 

A Direção Regional de Florestas do Norte da Autoridade Florestal Nacional (AFN), entidade tutelada pelo Ministério da Agricultura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT), ainda não conseguiu definir e publicar os componentes das “Redes de Defesa da Floresta Contra Incêndios” (DFCI), nomeadamente a “Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustíveis” e os “Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustível” para toda a região Norte do país.

 

A definição das “Redes de Defesa de Floresta Contra Incêndios” (DFCI) é uma obrigação legal do Estado Português, por força do Decreto-Lei nº124/2006,com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 17/2009. Devido ao facto de não terem sido definidas, nem publicadas, as componentes destas Redes, toda a região Norte está impedida de se candidatar a ajudas no âmbito do PRODER para a Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI), cujo financiamento está limitado às intervenções em áreas de rede primária e a outras áreas com estas relacionadas (nomeadamente mosaicos e ligações à rede secundária).

 

 

A Quercus considera que não existe explicação para esta situação e questiona as prioridades do MAMAOT na prevenção de incêndios. Já em outubro do ano passado tínhamos alertado para esta grave situação devido a não existirem ações de gestão de combustíveis, o que podia agravar os incêndios em 2012.

 

 

Quercus apela à não utilização do fogo nos espaços rurais

 

 

A Quercus apela à população para evitar o uso do fogo em queimadas e fogueiras no espaço rural, devido às condições climatéricas existentes, com risco de incêndio acima de elevado em grande parte do país, com a temperatura a aumentar, a vegetação muito seca, baixos níveis de humidade e aos ventos secos de Leste, que criam condições favoráveis à propagação de incêndios.

 

 

Lisboa, 28 de março de 2012

 

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Filme ‘LORAX’ desafia escolas a trocarem Rolhas por Folhas até 22 de Maio https://quercus.pt/2021/03/04/filme-lorax-desafia-escolas-a-trocarem-rolhas-por-folhas-ate-22-de-maio/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:42 +0000 https://quercus.pt/?p=11672 Lorax’, a personagem que dá nome ao filme de animação 3D desta Páscoa, é por excelência um defensor acérrimo das árvores e da preservação da natureza e por isso não podia deixar de se associar ao projeto de reciclagem de rolhas de cortiça Green Cork com o objetivo de mobilizar as escolas nacionais a recolherem para reciclagem o maior número possível de rolhas. O concurso “Rolhas que dão Folhas” promovido pelo Continente no âmbito do projeto Green Cork da Quercus, prolongou, por via deste reforço de peso, a data de entrega de rolhas a passatempo até 22 de maio.

 

‘Rolhas que dão Folhas’ é um desafio dirigido a crianças de todos os jardins infantis e escolas EB1 e EB2/3 do país, convidadas a inscreverem a sua escola no site do Continente e a recolherem o máximo possível de rolhas de cortiça. Após a recolha devem colocar as rolhas em sacos de plástico da marca e entregá-las nos hipermercados do grupo até ao dia 22 de Maio de 2012. Cada saco cheio dá direito a um vale, sendo os prémios são atribuídos às escolas que tiverem mais vales por aluno.

 

As rolhas recolhidas no âmbito da campanha ‘Rolhas que dão folhas’ são enviadas para reciclagem, sendo o valor angariado revertido a favor do projeto de reflorestação Floresta Comum da Quercus.

 

O desafio ‘Rolhas que dão folhas’ tem estado a envolver 840 escolas e mais de 300 mil alunos.

 

Pelas árvores e por uma maior sensibilização de crianças e adultos para as problemáticas relacionadas com a conservação do meio ambiente, o ‘Lorax’ faz tudo e por isso a Universal Pictures associa-se à campanha com o apoio institucional do filme.

 

cartaz loraxLORAX e José Fidalgo esta quarta-feira no Continente do Colombo para divulgar o desafio

Esta quarta-feira, 28 de Março, o actor José Fidalgo, que dobra a personagem O’Hare no filme, marca presença, pelas 18H00 no Continente do Centro Comercial Colombo. Uma iniciativa que visa a divulgação da ação com o apoio institucional do “LORAX”.

 

O filme ‘LORAX’

Após o sucesso de ‘Horton e o Mundo dos Quem’,  o universo literário do Dr. Seuss volta a ser recriado em animação informática com ‘LORAX’.

Ted, um jovem idealista, tenta encontrar a única coisa que consiga garantir-lhe a afeição da rapariga dos seus sonhos. Para isso, ele tem de descobrir a história do Lorax, uma criatura rabugenta mas encantadora que luta para proteger o seu mundo.

‘LORAX’ é dirigido por Chris Renaud, um dos realizadores de «Gru – O Maldisposto», e produzido por Chris Meledandri, que já fora responsável por «Horton e o Mundo dos Quem», outra adaptação da obra de Dr. Seuss.

 

 

logos PR Lorax2

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Quercus condena aprovação da construção da Barragem de Veiguinhas no Parque Natural de Montesinho https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-condena-aprovacao-da-construcao-da-barragem-de-veiguinhas-no-parque-natural-de-montesinho/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:38 +0000 https://quercus.pt/?p=11673 É com profunda preocupação que a Quercus vê a emissão de uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável à construção da Barragem de Veiguinhas no coração do Parque Natural de Montesinho, que afectará uma zona prioritária em termos de conservação da fauna e da flora a nível nacional e internacional.

 

A construção da barragem de Veiguinhas afectará uma área que, em termos de ordenamento do território e biodiversidade, apresenta um dos mais elevados graus de importância para a conservação da fauna e da flora a nível nacional e internacional, importância esta que se encontra bem patente no zonamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho (POPNM).

A QUERCUS considera inadmissível a afectação deste território de espécies emblemáticas do Parque Natural de Montesinho como o Lobo, o Veado, a Lontra e a Toupeira-de-água, tanto mais que existem várias alternativas ao projecto fora e dentro do Parque Natural de Montesinho.

Recorde-se que o mesmo projecto teve já parecer negativo em 2005, pela 3ª vez, devido à afectação dos valores naturais do Parque Natural de Montesinho, sendo por isso caso para perguntar agora: o que mudou no Parque Natural de Montesinho? A resposta é: Nos valores naturais do Parque, nada mudou, por enquanto.

O que mudou pelo visto s foi a crescente perda de importância da Conservação da Natureza e Biodiversidade, com o próprio Estado a fazer tábua rasa do imperativo constitucional de defesa do Ambiente e a demitir-se da sua obrigação legal de decidir utilizando critérios técnicos objectivos.

O Parque Natural de Montesinho é o elemento mais importante para o desenvolvimento turístico da região de Bragança e a sua afectação poderá ter implicações para a economia da região ainda não quantificadas.

Existem várias alternativas ao projecto sendo que a alternativa de abastecimento de água a partir da barragem do Azibo já tinha sido aprovada pela Agência Portuguesa do Ambiente em 2005.

Deste modo as alternativas ao projecto são:

– Barragem do Azibo;
– Barragem de Parada;
– Barragem de Rebordãos;
– Alteamento da Barragem de Gostei, sem a construção de Veiguinhas;
– Alteamento da barragem de Serra Serrada.

Não foi também efectuado qualquer estudo para poupança e racionalização do consumo de água em Bragança que poderia resolver os problemas de abastecimento de água, em vez das soluções baseadas no aumento do consumo de água e na expansão do betão dentro das áreas protegidas.

Na nossa opinião há também clara violação de legislação nacional e comunitária como as Leis de Protecção ao Lobo-ibérico; bem como a legislação de protecção de habitats.

A QUERCUS apela a todos os cidadãos e em particular aos cidadãos da região de Bragança para que se oponham a mais esta grave destruição do Património Natural Transmontano e relembra que o modelo de desenvolvimento praticado até à data manteve a Região de Bragança como uma das menos desenvolvidas de Portugal e da Europa.

A área está também classificada nomo Rede NATURA 2000 – Sítio de Importância Comunitária Montesinho – Nogueira” e Zona de Protecção Especial (ZPE) para Aves Selvagens das “Serras de Montesinho – Nogueira”

Lisboa, 25 de Março de 2012

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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No Dia Mundial da Água, a Quercus apresenta os principais problemas da gestão dos recursos hídricos em Portugal https://quercus.pt/2021/03/04/no-dia-mundial-da-agua-a-quercus-apresenta-os-principais-problemas-da-gestao-dos-recursos-hidricos-em-portugal/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:33 +0000 https://quercus.pt/?p=11674 No Dia Mundial da Água, que se assinalou a 22 de Março, a Quercus apresentou os principais problemas na gestão da água e dos recursos hídricos em Portugal, elencando um conjunto de medidas que faltam ainda cumprir e vários impactes ambientais que constituem uma ameaça.

Planos de Gestão de Região Hidrográfica ainda não aprovados

 

Os Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) que, de acordo com o estipulado na Directiva-Quadro da Água, deveriam ter entrado em vigor em 2009, ainda não foram aprovados, encontrando-se a decorrer neste momento os procedimentos de consulta pública.

Os PGRH pretendem e devem ser um documento estratégico na gestão das bacias hidrográficas e as suas directrizes deverão reflectir-se na realidade prática dos diversos utilizadores dos recursos hídricos. No entanto, face à conjuntura económica e à nova realidade institucional, falta saber como vão os PGRH, cuja elaboração teve início num contexto bastante diferente do actual, dar resposta às dificuldades económicas que a Administração Central e o País atravessam.

Plano Nacional da Água continua atrasado

Também o Plano Nacional da Água continua muito atrasado, dado que deveria ter sido publicado em 2010. É por demais evidente a urgência da sua concretização, pois trata-se de um instrumento de gestão das águas, de natureza estratégica, que estabelece as grandes opções da política nacional da água e os princípios e as regras de orientação dessa política, a aplicar pelos Planos de Gestão de Bacias Hidrográficas e por outros instrumentos de planeamento e gestão dos recursos hídricos.

Metas de saneamento ainda longe do objectivo

De acordo com informação do Relatório sobre a Sustentabilidade do Sector da Água, aprovado recentemente pela Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, as metas constantes no PEAASAR II (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais) para 2012 ainda se encontram longe do objectivo proposto, registando-se um desvio de 9% na drenagem e de 19% no tratamento de águas residuais.

Descargas poluentes frequentes nas linhas e massas de água

Verificam-se ainda muitos casos de descargas ilegais provenientes de indústrias ou de instalações agro-pecuárias, sem que estes casos sejam devidamente punidos pelas entidades competentes. A fiscalização efectuada nem sempre é eficaz, verificando-se com frequência uma desarticulação entre as várias entidades com competências de fiscalização.

Casos emblemáticos como as descargas recorrentes na Ribeira dos Milagres, ou outros, como o recente caso de descargas no Rio Tejo na Freguesia de Santana, em Nisa, e no Rio Almonda, demonstram claramente uma ineficácia das autoridades competentes na resolução destes flagelos.

A Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais (ENEAPAI), aprovada em 2007, ainda não produziu quaisquer efeitos práticos, necessitando de uma adaptação urgente à realidade e conjuntura económica actuais.

Degradação dos rios e das suas margens

Verifica-se, de uma forma infelizmente demasiado generalizada, a degradação das margens dos cursos de água, com deposição de resíduos nas suas margens, proliferação de espécies invasoras e ocupação indevida dos leitos de cheia. A clarificação das competências das várias entidades e dos utilizadores envolvidos é crucial para a resolução deste problema.

Perda de conectividade dos rios provocada por infra-estruturas hidroeléctricas

A instalação de infra-estruturas hidroeléctricas diversas nos cursos de água afectam de forma muito significativa a conectividade e a ligação ao longo dos mesmos. Estas infra-estruturas não só afectam os caudais dos rios, como contribuem muito significativamente para a degradação da qualidade da água e impedem a passagem de peixes migratórios, muitos destes com elevado valor económico. A título de exemplo, refira-se que o PGRH do Tejo regista que todas as massas de água a jusante de infra-estruturas hidráulicas apresentam má qualidade. Um estudo da Autoridade Florestal Nacional (AFN) refere que, de entre as várias passagens para peixes existentes em Portugal, uma parte significativa não funciona, apresenta deficiências de funcionamento ou não cumpre os objectivos propostos. Os dispositivos de passagens para peixes, podendo ajudar a minimizar o problema causado pela barreira que constitui uma infra-estrutura hidroeléctrica, não constituem por si só um garante eficaz da conectividade dos rios. Por outro lado, as infra-estruturas hidroeléctricas têm um impacte muito significativo na retenção de sedimentos e na alteração da hidromorfologia dos rios, com graves consequências ao nível da erosão costeira.

Tendo em conta os problemas apresentados, verifica-se que foram atribuídas várias concessões para infra-estruturas hidroeléctricas, sejam as constantes no Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH), sejam as resultantes dos concursos para mini-hídricas lançados em Setembro do ano passado, ainda antes da entrada em consulta pública dos PGRH. Exemplo emblemático deste último caso é a construção de uma mini-hídrica no Rio Mondego que irá inviabilizar a escada de peixes existente no açude de Coimbra. Uma vez mais, assistimos à concretização de projectos com um potencial de dano significativo para os cursos de água, previamente aos processos de planeamento e gestão adequados.

Incumprimento da Convenção de Albufeira

São recorrentes os relatos de falta de água no Rio Tejo, em particular junto à fronteira com Espanha. Em pleno período de seca, a escassez de água no Rio Tejo e os diminutos caudais que se registam à entrada em Portugal vêm uma vez mais demonstrar a necessidade urgente da revisão da Convenção de Albufeira.
Outro factor de preocupação é o anunciado transvase Tejo-Segura, que tem sido veiculado inúmeras vezes por diversos meios de comunicação em Espanha, mas em relação ao qual as autoridades nacionais não parecem ter nem informação, nem posição oficial.

Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água ainda sem implementação

A Quercus vem recordar de novo a necessidade e a urgência, para mais tendo em conta que grande parte do país atravessa um período de seca extrema, da implementação do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA), que tem como principal finalidade a promoção do uso eficiente da água em Portugal, especialmente nos sectores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos. Recordamos que o PNUEA foi aprovado em 2005, pela Resolução do Conselho de Ministros nº 113/2005, de 30 de Junho, mas por vários motivos, entre os quais a inércia dos diferentes decisores ao longo destes anos, não foi ainda implementado.

Com efeito, um conjunto de medidas de poupança que foram devidamente listadas e avaliadas no referido Programa deveriam estar já há alguns anos em aplicação nos sectores da agricultura (o maior consumidor e com maior desperdício, com cerca de 80% do consumo total de água em Portugal), do abastecimento de água de consumo humano e da indústria. As acções constantes no PNUEA são fundamentais para reduzir os custos das entidades e dos consumidores e deviam fazer parte de uma estratégia de desenvolvimento sustentável do país e de uma melhor preparação para épocas de seca, como a que agora atravessamos.

Lisboa, 22 de Março de 2012

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Quercus celebra o dia com várias iniciativas em todo o País https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-celebra-o-dia-com-varias-iniciativas-em-todo-o-pais/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:29 +0000 https://quercus.pt/?p=11675 No passado dia 21 de Março, a Quercus celebrou o Dia Mundial da Floresta com várias iniciativas que visam a sua protecção e conservação, sensibilizando para a sua importância, quer ao nível dos valores naturais que as florestas encerram, quer ao nível dos serviços ambientais que prestam a toda a humanidade.

 

As Florestas são essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas e à vida humana: promovem a manutenção da biodiversidade, libertam oxigénio, armazenam o dióxido de carbono (principal gás com efeito de estufa), moderam as temperaturas, facilitam a infiltração da água no solo (e consequente o reabastecimento dos lençóis subterrâneos ou aquíferos), fixam o solo e impedem a erosão. Estes serviços prestados pelos ecossistemas constituem uma externalidade positiva da Floresta que deve ser valorizada, para que se possa evitar a sua destruição. A sua capacidade de sequestro de carbono e a produção de oxigénio conferem-lhe uma importância crucial no combate ao problema das alterações climáticas.

A Quercus irá ao longo desta semana, e através das suas diversas estruturas nacionais e regionais, organizar e participar em diversas iniciativas integradas nas comemorações do Dia Mundial da Floresta que pretendem sensibilizar a sociedade portuguesa para a importância da conservação das Florestas.

Apresentação do projecto “Floresta Comum” – dia 21 de Março, às 10 horas em Coimbra

No dia 21 de Março, realizou-se na Mata Nacional do Choupal, em Coimbra, a apresentação do projecto “Floresta Comum”, projecto que pretende ser um incentivo à reflorestação do país com espécies autóctones e que será realizado numa parceria a ser desenvolvida entre a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e a ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses. Este evento contará com as presenças do Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo, do Presidente da Direcção Nacional da Quercus, Nuno Sequeira, da Associação Nacional de Municípios Portugueses, representada por Artur Trindade, da Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade e da Autoridade Florestal Nacional, Paula Sarmento, e ainda do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo. Após a apresentação do projecto será formalizado o protocolo de colaboração entre as três entidades dinamizadoras.

Com árvores autóctones, oriundas essencialmente dos Viveiros Florestais do Estado, será criada uma Bolsa Nacional de Árvores Autóctones, provenientes exclusivamente de sementes portuguesas. Para concretizar este objectivo, serão contactados todos os municípios portugueses, aos quais é realizado um convite para que sejam apresentados projectos de florestação ou projectos educativos que versem sobre o tema da floresta, incentivando a participação da comunidade. Analisadas as candidaturas que comprovadamente demonstrem interesse e possuam as competências e meios necessários para proceder ao plantio e cuidado de florestas autóctones, serão anualmente distribuídas árvores e arbustos de forma gratuita aos projectos e instituições que vejam os seus projectos aprovados.

Todo o projecto estará construído em torno de um envolvimento entre os vários organismos do Estado, Autoridade Florestal Nacional e Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, autarquias mas também da sociedade civil no seu todo, que pode participar não só através da recolha de rolhas de cortiça para reciclagem através do projecto GreenCork da Quercus, mas também com o envolvimento das entidades locais na formulação de candidaturas e obtenção de árvores. Em breve será divulgado um novo site e um regulamento do projecto, sendo possível a partir desse momento, proceder-se à submissão das candidaturas. Mais informações poderão ser obtidas em: http://www.condominiodaterra.org/pt/envolva-se/floresta-comum/

Construção de pirâmide de rolhas de cortiça – dia 21 de Março, às 10 horas em Lisboa

No mesmo dia, realizou-se também, na Praça Luís de Camões, em Lisboa, pelas 10 horas, e com a presença de cerca de duas centenas de alunos de algumas das escolas que têm colaborado com o projecto GreenCork, a construção de uma pirâmide de rolhas de cortiça, cercada por pequenas árvores do projecto Floresta Comum.

Esta acção de sensibilização para a reciclagem de rolhas de cortiça está inserida no projecto GreenCork da Quercus, e é realizada em parceria com a Associação Ambientalista Verde Foi Meu Nascimento, que tem desenvolvido o trabalho com as escolas e muitas empresas de restauração na área da Grande Lisboa. Com as várias toneladas de rolhas recolhidas nos últimos meses resultantes desta parceria, tomaram-se já nesta época de plantação, com o projecto Floresta Comum, várias iniciativas de reflorestação, nomeadamente na Escola Profissional Agrícola D. Dinis (Paiã) e na Serra da Carregueira.

Outras acções a realizar no país – Portalegre, Ourém, Melides e Guarda

Das várias acções de sensibilização relativas ao Dia Mundial da Floresta que a Quercus está a realizar ao longo desta semana, são de destacar ainda as actividades de educação ambiental que se realizam em escolas do distrito de Portalegre ao longo da semana, com palestras sobre o tema e a construção de caixas-abrigo para fauna florestal e as iniciativas no dia de hoje em Ourém que incluem uma mini-peça de teatro, actividades de trabalhos manuais e um percurso interpretativo.

Também durante o dia de hoje se irá realizar em Melides uma actividade de sensibilização dirigida à comunidade escolar sobre a temática da importância das espécies autóctones, e no próximo dia 24 de Março no distrito da Guarda, um percurso pedestre até ao Castanheiro de Guilhafonso, um símbolo do património florestal da região.

Lisboa, 21 de Março de 2012

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Estado do açude de Abrantes impede peixes de fazer migração do rio Tejo https://quercus.pt/2021/03/04/estado-do-acude-de-abrantes-impede-peixes-de-fazer-migracao-do-rio-tejo/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:25 +0000 https://quercus.pt/?p=11676 Na sequência de denúncias de alguns cidadãos sobre o estado em que se encontra o açude de Abrantes, a Quercus deslocou-se ao local e pôde constatar que, devido ao facto de existir um caudal anormalmente baixo no rio Tejo, o dispositivo de passagem para peixes deixou de funcionar e existe um desnível de mais de um metro na estrutura que impede a passagem dos peixes migradores para montante, situação que prejudica a sua reprodução.

 

Perante este facto, é fundamental que as entidades competentes avaliem eventuais soluções que possam mitigar ou resolver alguns dos efeitos da má concepção do equipamento e permitir, se possível, o restabelecimento da conectividade longitudinal do curso de água e da migração dos peixes. Para tal, a Quercus contactou quer a ARH do Tejo (Administração da Região Hidrográfica do Tejo), quer a AFN – Autoridade Florestal Nacional, no sentido de se estudarem medidas de rápida implementação para que se possam criar condições para que os peixes consigam transpor o obstáculo existente.

Açudes colocam em risco espécies migradoras
Este é mais um entre as dezenas de açudes deste género que continuam a ser instalados nos nossos cursos de água, sem qualquer avaliação dos impactes negativos sobre os habitats e as espécies, para satisfazerem unicamente necessidades estéticas e de lazer. Salienta-se que, na generalidade dos casos, estes são mal concebidos (o açude de Abrantes é um dos exemplos), pois alteram o regime de caudais e impedem a conectividade fluvial, com implicações ao nível da redução das populações dos peixes, em especial sobre as espécies migradoras. Face a esta situação, e considerando que a AFN – Autoridade Florestal Nacional (futuramente ICNF) possui competências e um vasto conhecimento técnico em matéria de recursos aquícolas nas águas interiores, a Quercus não percebe porque é que esta entidade não é consultada com carácter vinculativo quanto à instalação destes equipamentos nos nossos cursos de água, de forma a evitar que proliferem estruturas mal concebidas e com impactes significativos sobre as espécies piscícolas, algumas com interesse económico, nomeadamente o Sável ou a Lampreia-marinha.

 

 

O açude de Abrantes foi uma obra realizada com recurso a Fundos Comunitários (FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – 45%) e a Fundos Nacionais (Ministério do Ambiente – 25% e Município de Abrantes – 30%), que foi concluída no ano de 2007, tendo custado cerca de 10,5 milhões de euros. A Quercus lamenta que, com estes investimentos públicos, tanto o Estado Português como a União Europeia acabem por promover impactes negativos sobre as espécies migradoras – muitas delas em regressão acentuada – quando têm obrigação de as proteger, de acordo com o previsto em legislação nacional e comunitária, e com consequências muito nefastas na economia da região que também depende destes recursos.

Lisboa, 20 de Março de 2012

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 


Acude Abrantes 13-3-2012

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Utilização incorreta dos eletrodomésticos pode aumentar o seu consumo em 40% https://quercus.pt/2021/03/04/utilizacao-incorreta-dos-eletrodomesticos-pode-aumentar-o-seu-consumo-em-40/ Thu, 04 Mar 2021 15:18:20 +0000 https://quercus.pt/?p=11677 Decorreu hoje, 13 de Março, pelas 15h00, na Casa da Baía, em Setúbal, a apresentação de resultados do Projeto ECOSAVE, que juntou cerca de 50 pessoas, entre agências de energia, entidades públicas, empresas e consumidores. Este projeto analisou o impacte real da utilização dos eletrodomésticos no consumo de energia, cuja fatia no consumo total de uma habitação é de 33%.

 

 

Até que ponto a eficiência energética na compra pode ser anulada pelos hábitos incorretos dos utilizadores?

 

 

Foi a pergunta a que o projeto EcoSave se propôs a responder, e que o Prof. Carlos Banha, do Instituto Politécnico de Setúbal desenvolveu durante a sua intervenção. Foram apresentadas várias situações em que o comportamento influencia negativamente o consumo dos equipamentos. Por exemplo, abrir a porta do frigorífico de forma brusca pode fazer aumentar 16% do consumo do mesmo. No caso do forno, os testes mostraram que leva cerca de 20 minutos a temperatura do forno cair cerca de 100ºC e portanto é viável desligar o forno 10 a 15 minutos antes do cozinhado estar pronto. As simulações realizadas mostraram ainda que lavar a roupa a 60ºC pode gastar 3 vezes mais energia do que um programa de lavagem de roupa a frio.

 

 

Orlando Paraíba, coordenador do projeto, fez a apresentação do projecto e das ferramentas daí resultante: sitio na internet (www.ecosave.org.pt), simulador e guia de informação ao consumidor. Acrescentou ainda que estão a ser visitadas mais de 350 lojas do segmento, nas quais se irão distribuir 40 mil brochuras relativas ao projeto, abrangendo também formação aos vendedores sobre a utilização eficiente de eletrodomésticos.

 

 

Em representação da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), esteve Cristina de Barros, que mostrou a importância do Plano de Promoção para a Eficiência no Consumo (PPEC), evidenciando que o benefício dos projectos corresponde a 9 vezes o investimento realizado pelo PPEC.

 

 

João Francisco, do Instituto Politécnico de Setúbal e Valter Sousa, da DECO, vieram mostrar como é importante consumidores informados para conseguir a alcançar uma melhor gestão do consumido de energia.

 

 

Rui Bento da Míele veio mostrar como os fabricantes também podem ter um papel importante na eficiência energética pela inovação tecnológica dos eletrodomésticos, com a redução do consumo de energia no seu funcionamento e outras medidas como a utilização de fontes renováveis de água quente, pela ligação de máquinas de lavar aos painéis solares de aquecimento de água.

 

Breve descrição da metodologia dos ensaios

Através de ensaios experimentais desenvolvidos pela Escola Superior de Tecnologia de Setúbal simulou-se o aumento do consumo de energia causado por más práticas em seis eletrodomésticos: frigorífico combinado, arca congeladora, forno, máquinas de lavar roupa, de secar roupa e de lavar loiça. Os resultados obtidos serviram de base a um simulador online, disponível em www.ecosave.org.pt, que permite calcular a influência da utilização dos equipamentos no seu consumo de energia. Foi também elaborado um guia informativo, a ser distribuído gratuitamente em lojas de eletrodomésticos, juntas de freguesia e bibliotecas, nos concelhos abrangidos pelo projecto (Alcochete, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Moita, Montijo, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sintra).

 

 

Coordenação e Parceiros

 

Este projecto é coordenado pela ENA, Agência de Energia e Ambiente da Arrábida e financiado pelo PPEC, Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Elétrica (PPEC), promovido pela ERSE. Como parceiros de projeto, o EcoSave conta com a colaboração da AMES (Agência Municipal de Energia de Sintra), AMEC (Agência Municipal de Energia de Cascais), OEINERGE (Agência Municipal de Energia de Oeiras), S.ENERGIA (Agência Regional de Energia do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete), AMESEIXAL (Agência Municipal de Energia do Seixal), da Quercus – A.N.C.N. e da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.

 

 

Setúbal, 13 de Março de 2012

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