Dezembro 2012 – Quercus https://quercus.pt Thu, 04 Mar 2021 14:12:51 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Dezembro 2012 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Quercus preocupada com demissões na IGAMAOT https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-preocupada-com-demissoes-na-igamaot/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:51 +0000 https://quercus.pt/?p=11510 ilegalA recente notícia da demissão do Dr. Pedro Portugal Gaspar, Inspetor-Geral da IGAMAOT (Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território), assim como também de duas Subinspetoras-gerais deste Organismo, deixa a Quercus muito preocupada sobre as razões que levaram a este desfecho, na medida em que apenas passaram nove meses sobre a tomada de posse destes dirigentes e não foram até ao momento apresentadas nenhumas razões válidas para o sucedido.

 

Na opinião da Quercus, estas demissões são preocupantes porque surgem numa altura em que se caminha para o final do processo de reestruturação funcional e organizativa do MAMAOT, que dura já há mais de um ano e meio, e numa fase em que se levantam dúvidas em relação à estratégia futura do Ministério para esta área em particular. Por outro lado, o Inspetor-geral que agora vai cessar funções sempre demonstrou muita abertura para colaborar com a Quercus na análise de denúncias e na melhoria da fiscalização ambiental, postura contrária à do seu antecessor, que sistematicamente evitou a realização de reuniões com esta Associação.

 

A Quercus está pois dececionada e apreensiva com este desenlace e face à situação que atualmente se vive na IGAMAOT, enviou hoje mesmo um ofício à Srª Ministra do Ambiente, solicitando esclarecimentos sobre esta situação e pedindo que o assunto seja abordado na reunião que lhe foi solicitada e para a qual não obteve ainda resposta. Considera a Quercus que é necessário que se proceda rapidamente à substituição do Inspetor-geral demissionário, para que não ocorra uma situação de paralisação do funcionamento desta importante entidade como aquela que se verificou na Agência Portuguesa do Ambiente aquando da substituição dos seus dirigentes.

 

É igualmente importante que o novo responsável pela IGAMAOT mantenha uma postura de diálogo e de transparência com as Associações Não-Governamentais de Ambiente, como aquela que caracterizou a atuação do Dr. Pedro Portugal Gaspar e dos seus mais diretos colaboradores, de modo a que os cidadãos se sintam envolvidos na vida pública e vejam refletido nas ações do Estado o resultado da sua participação cívica, ao nível de uma área tão sensível como o Ambiente.

 

A Quercus considera que a IGAMAOT e os outros departamentos do Estado responsáveis pela fiscalização ambiental são fundamentais para o desenvolvimento da economia, pois ao atuarem com eficiência vão impedir a atividade de empresas ilegais que têm vindo a proliferar no País e que não contribuem de forma relevante para as receitas do Estado, mas apenas degradam o Ambiente e levam as empresas cumpridoras à falência. Considera também que é tempo dos responsáveis políticos entenderem que com uma adequada fiscalização e uma resposta eficaz às denúncias dos cidadãos, ganha o Ambiente, mas também ganha a economia, o emprego e as contas públicas.

 

Lisboa, 19 de Dezembro de 2012

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 

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Máquinas de café com melhor desempenho energético no mercado nacional chegam a Topten.pt https://quercus.pt/2021/03/04/maquinas-de-cafe-com-melhor-desempenho-energetico-no-mercado-nacional-chegam-a-topten-pt/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:44 +0000 https://quercus.pt/?p=11511 maquinas cafe“Máquinas de café” é a mais recente categoria do projeto Topten.pt, uma ferramenta online gerida pela Quercus que divulga, desde 2007, os eletrodomésticos e equipamentos de maior eficiência energética do mercado português, em diversas categorias de produtos. Em contagem decrescente para o Natal, altura em que o consumo deste tipo de produtos tende a aumentar, a Quercus lança esta categoria no sentido de sensibilizar os consumidores para opções de compra mais responsáveis. Sendo um eletrodoméstico com crescente presença nas habitações dos portugueses, tem também uma cada vez maior oferta no mercado, com uma notória diversificação dos modelos e marcas comercializados.

Esta categoria divulga os modelos de máquinas de café com maior eficiência energética ao nível do mercado nacional, podendo esta consulta ser feita, para já, em duas subcategorias – máquinas automáticas e máquinas de cápsulas – estando prevista para breve o lançamento de uma terceira, dedicada às máquinas manuais.

Tratando-se de uma categoria recente, neste momento estão apenas distinguidos nove modelos e representadas três marcas (Jura, Electrolux e DeLonghi), estando prevista uma nova atualização da categoria no início de 2013, altura em que a Quercus espera ter acesso aos dados de consumo relativos aos modelos das restantes marcas, que serão depois selecionados em função dos critérios definidos no portal.

Recomendações na utilização e manutenção

A escolha de uma máquina de café de elevada eficiência energética é um fator relevante se considerarmos que estes equipamentos, além de uma utilização regular, são muitas vezes deixados em modo de standby, consumindo mesmo sem estar em funcionamento. Estima-se, aliás, que este modo contribua, em conjunto com a função de manutenção da temperatura da água, para 75% do seu consumo de eletricidade.

Esta é uma das razões pelas quais são também apresentados, nesta e nas demais categorias de produtos, recomendações relativas à compra, instalação, utilização, manutenção e fim de vida das máquinas. Tendo em conta que, ao longo da sua vida útil, a utilização de uma máquina de café está geralmente associada à produção de resíduos (cápsulas, filtros, pastilhas), são ainda dados conselhos no que respeita ao correto encaminhamento dos mesmos (reciclagem ou compostagem).

O Topten.pt está inserido no Euro-Topten Max, um projeto europeu financiado pelo Intelligent Energy Europe, que reúne 21 parceiros de 18 países na tentativa de mostrar aos consumidores que estes têm um papel ativo no combate às alterações climáticas, através das escolhas que fazem no seu dia-a-dia em termos de impacto ambiental. Esta pretende ser também uma ferramenta de pressão junto dos fabricantes, para incentivar a uma melhoria contínua dos equipamentos fabricados.

Em Portugal, o projeto é gerido pela Quercus e apoiado pela ADENE – Agência para a Energia, podendo ser consultado em www.topten.pt.

Lisboa, 14 de dezembro de 2012

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Onze anos do Douro Património Mundial: como o Estado não vai cumprir os compromissos com a UNESCO https://quercus.pt/2021/03/04/onze-anos-do-douro-patrimonio-mundial-como-o-estado-nao-vai-cumprir-os-compromissos-com-a-unesco/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:38 +0000 https://quercus.pt/?p=11512 tuaComemora-se em 2012 onze anos que o Alto Douro Vinhateiro foi inscrito pela UNESCO na lista de sítios Património da Humanidade. Infelizmente, este aniversário é marcado pela farsa da suposta compatibilidade da barragem de Foz Tua com a classificação do Património Mundial.

O mais recente relatório da UNESCO sobre o Alto Douro, resultante da missão de Agosto 2012, é dúbio: por um lado reconhece que a barragem implica a perda de valores muito importantes, criticando duramente o Estado Português pelo processo que levou à sua aprovação e início de obras; por outro lado, não exige a paragem imediata dessas obras (contrariando a recomendação da equipa técnica da própria UNESCO em Maio 2012).

Estas posições aparentemente antagónicas coexistem no mesmo relatório, resultando num conjunto de condições muito exigentes que o Estado Português deveria cumprir até 1 Fevereiro 2013.

 

Portugal não vai conseguir cumprir satisfatoriamente essas exigências:

1. A UNESCO considera que o Alto Douro Vinhateiro é altamente vulnerável a agressões, tanto pelos impactes cumulativos de infra-estruturas como barragens, linhas eléctricas e estradas, como por impactes incrementais resultantes da ausência de políticas de gestão. Exige por isso a criação de um Plano de Gestão da zona, com força de lei. Esse plano anda a ser preparado nos gabinetes, sem ouvir as partes interessadas. Se o Estado cumprir o prazo (improvável) será inevitavelmente em detrimento das populações e da economia local;

2. A UNESCO exige conhecer e pré-aprovar soluções para o enterramento da central eléctrica, para a subestação e para a linha de muito alta tensão. Ainda não existem projectos para nenhuma destas componentes, e é certo que nenhum deles será avaliado e finalizado até Fevereiro;

3. A UNESCO reconhece o papel da ferrovia na paisagem cultural do Alto Douro Vinhateiro, e critica fortemente o processo que levou à inutilização da Linha do Tua. Diz expressamente que a solução de mobilidade proposta pela EDP e pelo Governo não satisfaz as necessidades, quer das populações locais quer do turismo, e exige uma solução alternativa (leia-se: a reposição da ferrovia). Exige ainda a reposição da navegabilidade do Douro;

4. Se, contra toda a evidência, as exigências da UNESCO vierem a ser cumpridas, isso terá um sobrecusto elevado — pelas nossas estimativas, cerca de 150 M€ além dos 300 M€ antes previstos.
Esse sobrecusto irá inevitavelmente ser pago por todos os cidadãos portugueses, traduzindo-se um encargo futuro na ordem dos 3000 M€, ou um acréscimo de 2% no custo da electricidade (pago na factura ou nos impostos). Parar a barragem agora seria muito mais barato, cerca de metade do custo das medidas adicionais exigidas pela UNESCO;

5. Em Agosto 2012, a UNESCO foi muito condescendente para com o Estado Português e a EDP, fazendo uma interpretação minimalista das suas próprias competências; p.e. ignorou as exigências de gestão sustentável dos sítios e a salvaguarda da zona de transição (que engloba boa parte do Vale do Tua). É pouco provável que esta permissividade se mantenha. Há um risco real de o Alto Douro entrar na lista do “Património em Risco”, e eventualmente ser desclassificado, devido à subserviência do Estado Português ao lobby do betão e do electrão. (Em 2009 o Vale do Elba foi desclassificado por causa de uma simples ponte)

6. Mesmo cumprindo as exigências da UNESCO, a barragem de Foz Tua provocará danos brutais e irreversíveis nas perspectivas de desenvolvimento local (especialmente no sector turístico), na paisagem, no património e nos ecossistemas.

Salvemos o Tua e o Alto Douro Património Mundial — pare-se a barragem do Tua já

 

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Nova Espécie de Lampreia nas Ribeiras do Concelho de Ourém https://quercus.pt/2021/03/04/nova-especie-de-lampreia-nas-ribeiras-do-concelho-de-ourem/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:34 +0000 https://quercus.pt/?p=11513 lampreia quercusFoi recentemente divulgado que foram identificadas três novas espécies de lampreia em Portugal, por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Universidade. de Évora e do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, as quais ocorrem nas bacias hidrográficas do Vouga, Nabão e Sado, sendo que uma das espécies, a Lampreia do Nabão [(Lampetra auremensis) de Auren = Ourém em latim], é exclusiva desta sub-bacia afluente da margem direita do Rio Tejo.

De salientar que, já em 1989, no “Estudo Ecológico da Ribeira de Seiça” realizado pelo Eng.º Pedro Cortes, com a ajuda do Professor Carlos Almaça da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, se referia que havia sido identificada uma pequena lampreia. “A descoberta provável duma nova espécie para a península Ibérica foi talvez a maior descoberta deste trabalho”, regozijava-se o autor. Porém, na altura esta lampreia acabou por ser classificada como Lampetra planeri (Lampreia-de-riacho), pensando-se que seria uma população isolada de outras existentes em Espanha e em outros países do norte da Europa. Constata-se hoje que a dedução do Eng. Pedro Cortes estava correcta e estamos na presença de uma nova espécie.

Também foi este “Estudo Ecológico da Ribeira de Seiça”, que esteve na origem da criação do actual Núcleo da Quercus, sugerindo-se no mesmo que fosse criada uma Associação de Estudo e Protecção da Ribeira de Seiça. Com o decorrer do tempo e posta de lado a possibilidade de se criar o Grupo Ecológico de Ourém, em Janeiro de 1990 foi fundado o Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus, com sede regional em Ourém.

No início dos anos 90 do século passado, durante o período de desova das lampreias, o qual ocorre na primavera, era habitual dinamizarem-se acções do denominado “Projecto Lampreia”, visando inventariar as populações de lampreias e efectuar uma monitorização que permitisse ter mais informação sobre a biologia e a ecologia da espécie e contribuir para a conservação dos bosques ribeirinhos e do leito das ribeiras.

Esta espécie agora identificada apresenta uma áreas de distribuição “muito restritas e fragmentadas” e com populações diminutas na sub-bacia do Nabão, nas ribeiras do Norte do Concelho de Ourém, devendo como tal ser classificadas como “Criticamente em Perigo” de extinção.

Agora que se reconheceu que esta lampreia é exclusiva do Norte do Concelho de Ourém, situação que traz acrescidas responsabilidades a todos os cidadãos do Concelho e demais entidades para a sua conservação para o futuro, a Quercus apela à necessidade de se conservarem as florestas ribeirinhas e os leitos dos curso de água em toda a bacia hidrográfica, para que não subsistam ameaças que coloquem a espécie no limiar da extinção.

Ourém, 11 de Dezembro de 2012

A Direcção do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus

 

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Governo cede aos interesses imobiliários e autoriza mais um empreendimento no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina https://quercus.pt/2021/03/04/governo-cede-aos-interesses-imobiliarios-e-autoriza-mais-um-empreendimento-no-parque-natural-do-sudoeste-alentejano-e-costa-vicentina/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:30 +0000 https://quercus.pt/?p=11514 costavicentinaO Governo Português aprovou no dia 30 de novembro a implantação do “Projeto de Desenvolvimento Turístico e Ambiental de Vila Formosa”, localizado no concelho de Odemira, junto a Vila Nova de Milfontes. Trata-se de uma ocupação de 55 hectares com área urbanizada, onde se prevê a existência de um hotel, dois aldeamentos turísticos e um equipamento de animação autónoma destinado à prática desportiva e à animação de eventos temáticos, tudo isto em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), Zona de Proteção Especial para as Aves (ZPE) e Sítio de Importância Comunitária, ambos denominados “Costa Sudoeste” e constituintes da Rede Natura 2000.

Esta má decisão do atual Governo aproveita as possibilidades criadas pela inclusão de um parágrafo no Regime Transitório da Resolução do Conselho de Ministros n.º 11-B/2011, de 4 de fevereiro – o n.º 8 do Art.º 87.º * – que instituiu o Regulamento do PNSACV (ver descrição abaixo), um estratagema do anterior Governo para beneficiar claramente os promotores que tentam, há muitos anos, urbanizar o que ainda resta da Costa Alentejana e Vicentina.

Mais, ao longo deste estranho processo tentou-se passar a mensagem de que estamos perante um projeto benéfico para o Ambiente quando, na realidade, se trata de mais um ato doloso de destruição dos valores naturais protegidos, onde também pontuam alguns atropelos e ilegalidades evidentes, mais concretamente:

– o projeto situa-se no interior da zona costeira (até 2 Km da costa), onde não são se permite a instalação de novos espaços edificados, facto que é omitido ou negado de forma incompreensível;
– destruir-se-á o habitat de espécies da flora e da fauna que ocorrem no local, nomeadamente a planta de conservação prioritária Ononis hackelii e o Rato de Cabrera;
– existirão impactes sobre o estuário do Mira (preveem-se dois ancoradouros para barcos de recreio) e sobre a paisagem local, já hoje muito urbanizada;
– não se cumpre um dos seis objetivos específicos do Regulamento do Plano de Ordenamento do PNSACV, definidos na alínea f) do nº 4 do Art.º 2.º “Conter a expansão dos espaços edificados fora dos perímetros urbanos, privilegiando a requalificação do património construído existente.”
– desvalorizam-se as normas orientadoras do Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo e violar-se-á o disposto no Plano Diretor Municipal de Odemira;
– serão desafetados terrenos agrícolas inseridos na Área de Intervenção Específica do Perímetro de Rega do Mira, convertendo área com potencial agrícola em espaço urbanizado;
– não foram apresentadas alternativas de localização, como prevê a legislação de Avaliação de Impacte Ambiental, segundo a qual a avaliação de alternativas, incluindo a alternativa zero (de não adoção do projeto em avaliação), tem que ser realizada obrigatoriamente, para mais tratando-se de um projeto inserido numa área classificada.

Pelo exposto acima se comprova que se trata de mais um projeto que afeta a gravemente a integridade do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que contraria os instrumentos de gestão territorial existentes e que, no caso de ser aprovado, colocará em risco, uma vez mais, a imagem do Estado Português e os compromissos perante a União Europeia, já que a Costa Sudoeste integra a Rede Natura 2000. Acresce ainda que esta decisão política vem insistir, incompreensivelmente, num desajustado modelo de desenvolvimento turístico-imobiliário que potencia o endividamento externo do país e eleva o risco de ser seguido o exemplo dos empreendimentos do Grupo Carlos Saraiva (Herdade do Salgados e outros) ou o projeto Parque Alqueva (liderado pelo empresário José Roquette): a falência e o passivo ambiental.

Perante a gravidade dos impactes que se anteveem e o contexto que levou a esta situação de exceção, a Quercus vai efetuar uma queixa à Comissão Europeia por violação das Diretivas Habitats e Aves e está a avaliar a possibilidade de agir judicialmente para repor a legalidade e evitar mais este atentado contra a integridade do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Lisboa, 12 de dezembro de 2012

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
A Direção do Núcleo Regional do Litoral Alentejano da Quercus


 

* Art.º 87º
(…) 8 — Em casos excepcionais e até 31 de Dezembro de 2012, quando estejam em causa empreendimentos turísticos que ocupem, total ou parcialmente, uma área de intervenção específica de carácter turístico prevista na carta de gestão do POPNSACV constante do anexo III do Decreto Regulamentar n.º 33/95, de 11 de Dezembro, aditado pelo Decreto Regulamentar n.º 9/99, de 15 de Junho, que não sejam abrangidos por uma área de intervenção específica do presente plano e que se localizem fora da zona costeira, pode ser autorizada a derrogação dos limiares previstos nas alíneas b) a g) do n.º 4 do artigo 56.º, após avaliação de impacte ambiental, sendo admissíveis as tipologias de empreendimentos turísticos previstas no regime jurídico da instalação, exploração e funcionamento dos empreendimentos turísticos.
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COP18: Quioto continua mas compromissos e ambição ficam muito aquém do necessário https://quercus.pt/2021/03/04/cop18-quioto-continua-mas-compromissos-e-ambicao-ficam-muito-aquem-do-necessario/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:26 +0000 https://quercus.pt/?p=11515 doha destaque

Conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas aprova Pacote de Doha no Qatar após maratona negocial

Na Conferência de Doha, os governos ficaram aquém das decisões necessárias para evitar o caminho para alterações climáticas catastróficas. O pacote de Doha desilude e trai o nosso futuro. Os elementos importantes para lidar com um clima em mudança ficam bastante aquém do necessário.

 

Enquanto o planeta aquece e eventos meteorológicos extremos passam a ser a norma, o intervalo entre os atuais esforços para reduzir as emissões de carbono e o que a ciência diz serem necessários é cada vez maior.

 

Doha deveria ser uma fase de transição nas negociações do clima a caminho de um novo acordo em 2015 e de maior ambição, mas infelizmente não se evoluiu para um mundo mais seguro e com maior equidade, assegurando-se apenas os sinais vitais para continuar um trabalho que está cada vez mais atrasado. Os receios relativos a uma Presidência da Conferência que poderia não desenvolver os trabalhos da forma mais eficaz vieram a confirmar-se, a par da enorme divergência nalgumas matérias entre países como os Estados Unidos da América, a China, e muitos países menos desenvolvidos e mais frágeis. A União Europeia teve dificuldades de negociação nalgumas áreas importantes como os créditos de emissão não utilizados de alguns países, tendo-se destacado pela negativa a Polónia que curiosamente acolherá em Varsóvia esta reunião anual em Novembro de 2013.

Foram tomadas decisões relevantes, como seja a continuação do Protocolo de Quioto até final de 2020, mas há muitos assuntos associados que saíram fragilizados e que que poderão constituir precedentes para a negociação do futuro acordo a ser definido até 2015. Os países em desenvolvimento, em particular os mais pobres e vulneráveis, continuam a ver o seu futuro comprometido. Discutiram-se durante horas detalhes irrelevantes quando eram precisas decisões e avanços em várias vertentes por parte de todos os países.

O egoísmo e a avaliação de curto prazo de cada um dos países e/ou grupos de países vai assim continuar a pôr em causa o desenvolvimento sustentável e o futuro das próximas gerações.

Protocolo de Quioto continua até 2020

Um dos aspetos mais decisivos nesta Conferência em Doha era a continuação do Protocolo de Quioto cujo primeiro período de cumprimento termina agora no final de 2012. Com os Estados Unidos da América de fora desde sempre, o Canadá fora desde o ano passado e agora a Rússia, o Japão e também a Nova Zelândia que se mantêm em Quioto mas sem metas de redução, foi difícil definir o novo enquadramento até final de 2020. Apesar de Quioto estabelecer novas objetivos de redução para um grupo de países praticamente limitado à Europa e Austrália, as regras para este segundo período de cumprimento são muito importantes como ponto de partida ou comparação para o futuro acordo que se perspetiva para 2015. Aprovou-se a possibilidade de qualquer país desenvolvido, mesmo fora de Quioto, poder participar no mecanismo de desenvolvimento limpo – projetos nos países em desenvolvimento que se traduzem numa redução de emissões de carbono. Aspetos como a transferência do excesso de créditos de emissão dos países desenvolvidos entre períodos de cumprimento foi um dos pontos relevantes da discussão, tendo-se ficado aquém do desejado cancelamento destes direitos não usados, obrigando assim a um verdadeiro esforço de redução de emissões.

Novo Acordo para 2015 e esforço de redução até 2020

Na conferência de Durban o ano passado ficou decidido que um dos objetivos fundamentais é concretizar em 2015 um acordo envolvendo todos os países, a entrar em vigor em 2020, havendo também medidas de mitigação das emissões a serem implementadas até 2020. As conclusões aprovadas em Doha estabelecem duas linhas de trabalho correspondentes às duas vertentes referidas, com um calendário definido de reuniões para 2013. Porém, ao não fixar objetivos concretos e ambiciosos desde já, dificilmente vamos conseguir contrariar o percurso que vários estudos demonstraram nas últimas semanas de um aumento previsível de 4 graus Celsius em relação à era pré-industrial, e já com consequências dramáticas para as populações e para o ambiente.

Financiamento / Perdas e danos

O financiamento foi uma das vertentes mais críticas da negociação, na medida em que não se estabelecem metas intermédias para a partir de 2020 se garantir 100 mil milhões de dólares por ano para o Fundo Climático Verde destinado à adaptação e também à mitigação, para além do valor inicial até ao final de 2012, de 30 mil milhões de dólares, ainda estar longe de ser atingido. A crise económica levou a que não houvesse grandes compromissos nesta matéria, apesar de alguns anúncios de países desenvolvidos durante a Conferência e que foram devidamente registados.

Uma outra matéria prende-se com a necessidade de reforçar a cooperação internacional e o conhecimento para entender e reduzir perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança do clima. O estabelecimento de um programa de trabalho para lidar com perdas e danos associados com os impactes das mudanças climáticas nos países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis ​​aos efeitos adversos da mudança do clima é um assunto crucial, a que os Estados Unidos se opuseram por considerar que poderá ter custos elevadíssimos para os países principalmente responsáveis pelas alterações climáticas.

O processo é muito vago e estava na altura de aumentar a ambição, mas não houve mudanças políticas profundas. É preciso trabalhar para as populações e não para os poluidores. De Doha não há cortes significativos nas emissões e não se vê o dinheiro. É preciso estar com os países pobres e vulneráveis. É preciso desafiar e envolver a economia (o capital e a indústria) e mudar a política de países como os
EUA que bloquearam o processo em várias vertentes.

Mais uma vez, salvou-se o processo (e bem), mas ainda não se salvou o clima.

A Quercus relatou e comentou todo o processo negocial através do blog http://doha.blogs.sapo.pt.

Doha, 8 de Dezembro de 2012

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Quercus divulga as impressoras/multifunções e monitores com maior eficiência energética no mercado português https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-divulga-as-impressoras-multifuncoes-e-monitores-com-maior-eficiencia-energetica-no-mercado-portugues/ Thu, 04 Mar 2021 14:12:21 +0000 https://quercus.pt/?p=11516 logo topten sem fundo copy

 

A Quercus continua a acompanhar as novidades do mercado nacional e atualizou, este mês de dezembro, mais duas categorias de produtos do projeto Topten.pt, ambas relativas a material de escritório: impressoras/multifunções e monitores. O Topten é uma ferramenta online que dá a conhecer os modelos mais eficientes à venda no mercado português, em várias categorias de produtos.

 

 

 

Impressoras e Multifunções

 

Com a atualização desta categoria, passa a ser 137 o número total de modelos de impressoras e multifunções, encontrando-se distribuídos por 10 subcategorias, de acordo com o tipo de impressão pretendida (a laser ou jato de tinta e a cores ou monocromático).

 

Além da eficiência energética, a seleção dos modelos ponderou o desempenho relativo a outros indicadores, como a velocidade de impressão ou os consumos em modo off-mode e de hibernação.

 

No total, são distinguidas 12 marcas(1) nesta categoria, sendo a Canon, a HP e a Samsung as mais representadas.

 

Monitores

 

Também a categoria dos “monitores” foi atualizada, tendo aqui aumentado para 7 o número de subcategorias, que permitem realizar a pesquisa de acordo com várias dimensões da diagonal do ecrã. O total de 71 modelos representados nesta categoria distribuem-se por 14 marcas(2), sendo a Philips, a Dell e a Asus as três que reúnem mais modelos selecionados.

 

Os critérios de seleção para esta categoria foram também revistos, tendo aumentado o nível de exigência, para o consumo em modo ligado.

 

Recomendações também atualizadas

 

Além da consulta dos produtos mais eficientes em cada categoria, os consumidores têm também à sua disposição conselhos específicos para cada grupo de produtos. No caso das duas categorias em causa, foram revistas as recomendações, incentivando a uma utilização mais eficiente deste tipo de equipamentos, pela anulação de consumos desnecessários (standby e off-mode) e pela limitação das impressões ao exclusivamente necessário, com um menor gasto possível de recursos (papel e tinta).

 

O Topten.pt está inserido no Euro-Topten Max, um projeto europeu financiado pelo Intelligent Energy Europe, que reúne 21 parceiros de 18 países na tentativa de mostrar aos consumidores que estes têm um papel ativo no combate às alterações climáticas, através das escolhas que fazem no seu dia-a-dia em termos de impacto ambiental. Esta pretende ser também uma ferramenta de pressão junto dos fabricantes, para incentivar a uma melhoria contínua dos equipamentos fabricados.

 

Em Portugal, o projeto é gerido pela Quercus e apoiado pela ADENE – Agência para a Energia, podendo ser consultado em www.topten.pt.

 

Lisboa, 6 de dezembro de 2012

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 


 

Notas:

 

(1) Impressoras/Multifunções: Brother, Canon, Dell, Develop, Epson, HP, KONICA MINOLTA, Kyocera, Rex Rotary, Ricoh, Samsung, Xerox
(2) Monitores: ASUS, BenQ, Dell, EIZO, FUJITSU, HP-Compaq, iiyama, Lenovo, LG, NEC, PHILIPS, Samsung, TERRA, ViewSonic

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Quercus sugere medidas para um Natal com menor impacto ambiental e financeiro
 https://quercus.pt/2021/03/04/%e2%80%a8quercus-sugere-medidas-para-um-natal-com-menor-impacto-ambiental-e-financeiro%e2%80%a8/ Thu, 04 Mar 2021 14:10:34 +0000 https://quercus.pt/?p=11509  

natalComo já é habitual nesta época festiva, a Quercus apresenta alguns conselhos simples para um Natal ambientalmente mais responsável e também económico, um fator fundamental na época de crise que atravessamos. A aplicação de alguns destes conselhos, relacionados maioritariamente com práticas de consumo sustentável, permitirá constatar que cuidar do Ambiente é, muitas vezes, sinónimo de poupar no orçamento familiar.

 

Da decoração à ceia
– Quem adquiriu uma árvore de Natal em vaso deve tentar mantê-la durante o resto do ano, embora a solução preferível seja uma árvore artificial que pode ser sempre reutilizada;
– A iluminação da árvore ou da varanda deve ser desligada durante a noite ou quando não está ninguém em casa. Uma escolha energeticamente eficiente são as lâmpadas de tecnologia LED, que permitem uma poupança de energia de aproximadamente 70% face às opções convencionais;
– Os adereços natalícios devem ser bem preservados e guardados até ao próximo ano, de modo a permitir a sua reutilização;
– Não comprar nem colher azevinho silvestre, pois é uma espécie em perigo, sendo tal prática é punida por lei. Uma alternativa ecológica pode ser a criação de uma coroa de azevinho através da reutilização de materiais;
– Para a ceia de Natal, preferir bacalhau ou outras espécies de média e grande dimensão, a produtos nacionais ou regionais, pouco embalados, adquiridos no comércio local e, se possível, de origem biológica e/ou do provenientes de redes de comércio justo;
– Para evitar desperdício de alimentos, deve ser feita uma lista de compras; já a quantidade de embalagens pode ser também reduzida confeccionando a maior parte dos pratos e sobremesas em casa;
– Os materiais descartáveis devem ser evitados, pelo que a louça lavável e os atoalhados de tecido devem ser utilizados para uma mesa mais ecológica.

 

Dar presentes sem gastar muito
– Na compra dos presentes, deve-se privilegiar produtos úteis, duráveis, educativos, com pouca embalagem e inócuos em termos de substâncias perigosas;
– Na oferta de prendas alimentares, a escolha deverá recair sobre produtos de origem nacional (vinhos, azeite, artesanato, doçaria tradicional, frutos secos), sendo que já é considerável a oferta dos mesmos em modo de produção biológica;
– Na oferta de equipamentos elétricos e eletrónicos, é importante pesquisar previamente quais marcas mais seguras e ambientalmente mais sustentáveis. Isto pode ser feito na página da Greenpeace e do projeto Topten.pt da Quercus;
– Em época de contenção de despesas, o truque do “amigo secreto” permite que todos recebam uma prenda, estipulando-se um valor máximo para a sua compra;
– Os cheques-prenda já disponíveis em inúmeras lojas (livrarias, teatros; lojas de roupas ou de outros bens) são uma boa solução para quando não se tem a certeza do que comprar;
– De modo a reduzir a quantidade de resíduos, o papel de embrulho e os sacos para as prendas devem ser reutilizados sempre que possível;
– Na oferta de produtos de perfumaria, cosmética ou higiene pessoal, escolher aqueles que não fazem testes em animais, consultando a listagem disponibilizada pela Liga Portuguesa dos Direiros do Animal.
– Uma opção de prenda poderá ser a oferta de uma inscrição como sócio de associações cívicas (como por exemplo Associações de defesa do Ambiente) ou de um donativo a uma determinada causa (apadrinhando um animal selvagem, por exemplo);
– Além das prendas à família e amigos, é possível ajudar quem mais precisa sem gastar dinheiro, seja através de campanhas de solidariedade social ou recorrendo às plataformas de doações, oferecendo objetos que já perderam utilidade;
– Sempre que possível, devem ser utilizados os transportes públicos nas deslocações às compras, reforçando-se aqui a mais-valia de comprar perto de casa.

 

Depois do Natal, resíduos no sítio certo
– O papel de embrulho e adereços devem ser preservados, bem como embalagens e caixas de prendas que possam ser utilizados mais tarde para arrumação ou até novas prendas;
– A separação seletiva das embalagens – papel/cartão, plástico, metal – devem ser feita também nesta altura, embora seja essencial aguardar uns dias até depositá-las no ecoponto mais próximo, de modo a evitar grandes acumulações nos contentores;
– O conselho anterior aplica-se também aos lixo indiferenciado que deve ser depositado com cautela e apenas em contentores com capacidade, devendo-se antes comprovar que o município está a fazer recolha de lixo durante estes dias;
– As pilhas não devem ser deitadas no lixo indiferenciado, mas sim nos pontos de recolha específica, como o Pilhão ou o Repilha. As pilhas recarregáveis são uma alternativa económica e ecológica;
– No que às limpezas diz respeito, é fundamental, tal como durante todo o ano, reduzir a quantidade e perigosidade dos produtos, preferindo os biodegradáveis e/ou em recargas.

 

Apesar da sua maior importância numa época de grande consumo como o Natal, grande parte destes conselhos aplicam-se ao nosso quotidiano e por isso devem ser seguidos durante todo o ano.

Fica o desafio aos portugueses para, em 2013, refletirem que boas práticas ambientais podem ainda incluir nos seus hábitos, de modo a tornar o seu dia-a-dia mais sustentável.

 

A Quercus deseja a todos um excelente Natal e um ano de 2013 muito ecológico!

 

Lisboa, 21 de Dezembro de 2012

 

A Direção Nacional da 
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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