Maio 2011 – Quercus https://quercus.pt Thu, 04 Mar 2021 16:00:52 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Maio 2011 – Quercus https://quercus.pt 32 32 EcoFamílias-Água de Coimbra avança para segunda fase https://quercus.pt/2021/03/04/ecofamilias-agua-de-coimbra-avanca-para-segunda-fase/ Thu, 04 Mar 2021 16:00:52 +0000 https://quercus.pt/?p=11905 Começou no passado dia 23 de Maio o segundo período de visitas às dez famílias de Coimbra que estão a participar no programa EcoFamílias-Água, desenvolvido pela Quercus naquela região em parceria com a Águas de Coimbra. Após uma primeira visita de avaliação dos hábitos de consumo de água e de monitorização dos mesmos, nesta segunda etapa serão instalados redutores de caudal nos dispositivos onde se verificou uma maior frequência de utilização, seja na cozinha, seja na casa de banho (torneiras e chuveiros).

 

 

De acordo com a monitorização efectuada, observou-se que cada elemento das famílias participantes tem um consumo médio diário de 150 litros, um valor bastante superior ao consumo médio diário nacional de 78 litros por habitante, segundo dados do “Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água”.

 

Iniciado em Fevereiro de 2011, o programa EcoFamílias-Água pretende acompanhar os consumos reais de água ao nível doméstico, de modo a perceber como estes se distribuem pelos diferentes usos e avaliar, a partir daqui, os potenciais de poupança de água das famílias participantes.

 

A metodologia utilizada permite avaliar comportamentos, hábitos de consumo e identificar oportunidades de melhoria da eficiência na utilização da água. O acompanhamento directo das famílias tem sido um factor fundamental na sensibilização do consumidor para as questões ligadas ao consumo de água no sector doméstico.

 

Com o intuito de fazer esta sensibilização noutras zonas do país, a Quercus já desenvolveu edições semelhantes do programa EcoFamílias-Água na região do Algarve, do Oeste e em Mafra, em parceria com entidades locais.

 

 

Lisboa, 20 de Maio de 2010

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Calendário venatório promove gestão danosa e ilegal dos recursos naturais https://quercus.pt/2021/03/04/calendario-venatorio-promove-gestao-danosa-e-ilegal-dos-recursos-naturais/ Thu, 04 Mar 2021 16:00:48 +0000 https://quercus.pt/?p=11904 Foi recentemente publicada a Portaria 147/2011, que regulamenta o exercício da caça no que diz respeito às espécies cinegéticas, aos processos de caça, ao calendário venatório e aos limites diários de abate. Esta portaria, aprovada por Governo de gestão, representa um retrocesso de mais de 20 anos na gestão sustentável da caça, apresentado erros grosseiros e falhas legais inadmissíveis.

 

Portaria para período venatório 2011 até 2014

 

Como aspecto negativo desta portaria assinala-se, desde logo, o facto de fixar o calendário venatório por um período de 3 anos, quando desde sempre foi o mesmo fixado anualmente. A caça é um recurso natural, estando dependente dos ciclos periódicos naturais, pelo que não se podem fixar por períodos tão longos como um triénio elementos como as espécies cinegéticas, os efectivos e os locais para abate, quando podem ocorrer alterações imprevistas, como já aconteceu no passado com os incêndios florestais, secas, etc.

 

Caça continua a contaminar com chumbo

 

Há muito que é reconhecido o papel negativo do chumbo nas aves. Estas, ao ingerirem grãos de areia e pequenas pedras para ajudar a digestão, acabam por também ingerir as pequenas esferas de chumbo dos cartuchos usados na caça. Daí resulta a intoxicação conhecida por saturnismo com efeitos diversos na saúde das aves podendo levar à sua morte. Calculando os largos milhões de cartuchos usados anualmente na caça no nosso País, são muitas as toneladas de chumbo que ano após ano se vão acumulando nas nossas áreas naturais, com especial impacte nas zonas húmidas. Estima-se que a utilização de chumbo nas munições provoca anualmente a morte de 2,6 milhões de patos por envenenamento na América do Norte. Actualmente a utilização do chumbo na caça às aves aquáticas está proibida em vários países (EUA, França, Espanha). Estudos recentes obtiveram valores de envenenamento que chegam perto dos 60% para o Pato real (para alguns períodos) em Portugal, ficando provada a ocorrência de mortalidade devido a este facto em Portugal. A Quercus considera que tem sido positiva a proibição da sua utilização começando de forma gradual pelas zonas húmidas dentro das áreas classificadas sendo, contudo, claramente insuficiente. Com a portaria agora publicada, vai permitir-se que, por mais 3 anos, perdure a contaminação por chumbo em todas as outras zonas húmidas e restante território nacional, ao contrário do objectivo expressamente assumido em sentido contrário no preâmbulo da Portaria, que reconhece a grande incidência de saturnismo, pelo que a Quercus defende a interdição imediata e total do uso de chumbo como munição em todo o território nacional, a semelhança de outros países como a Bélgica, Holanda, Dinamarca e Noruega.

 

Caça ao Melro inaceitável e perigosa

 

Pela primeira vez em 20 anos, e sem qualquer alegação de índole científica ou outra, é permitida a caça a esta espécie – 40/dia por caçador !. O melro ocorre com maior frequência em áreas urbanas e peri-urbanas, muitas vezes no espaço rural nos limítrofes das aldeias (onde não se pode caçar a menos de 250 metros da casa mais próxima). A caça a esta espécie não apresenta qualquer fundamentação científica, nem mesmo cultural pelo que a Quercus defende a sua retirada imediata da listagem de espécies cinegéticas. A caça a esta espécie poderá mesmo constituir um perigo em termos de segurança, dada a sua ocorrência em zonas habitadas. A Quercus defende também que seja retirada da listagem de espécies cinegéticas a Gralha Preta, pois pode ser confundida com espécies protegidas e ameaçadas como o Corvo e a Gralha-de-bico-vermelho.

 

Moratória em defesa da Rola 

 

Dada a regressão acentuada das populações de Rola-comum – mais de 50% nos últimos 20 anos – é inaceitável o facto de a caça a esta espécie começar a 15 de Agosto, quando ainda existem alguns juvenis no ninho e, pontualmente, ovos de posturas tardias ou segundas posturas. A Quercus defende a suspensão da caça a esta espécie de modo a favorecer a recuperação das respectivas populações.

Também o período de caça aos patos que se sobrepõe ao período de reprodução e de migração pré-nupcial destas espécies, pelo que a respectiva caça deveria iniciar-se na segunda quinzena de Setembro.

 

Ilegalidades face à EU 

 

Esta portaria apresenta, assim, violações ao regime legal comunitário, nomeadamente á Directiva Aves, comprometendo a preservação da biodiversidade e a promoção da conservação da natureza, propondo-se a Quercus apresentar queixa nesse sentido junto das competentes instâncias da União Europeia.

 

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Financiamento pela indústria interfere nos estudos sobre alimentos trangénicos https://quercus.pt/2021/03/04/financiamento-pela-industria-interfere-nos-estudos-sobre-alimentos-trangenicos/ Thu, 04 Mar 2021 16:00:43 +0000 https://quercus.pt/?p=11906 Investigadores da Universidade Católica Portuguesa publicaram um artigo científico* onde se verifica que interesses comerciais influenciaram publicações sobre os riscos para a saúde de alimentos geneticamente modificados. Está demonstrado que os interesses da indústria têm repetidamente afastado a investigação científica do seu primordial objectivo de difundir conhecimento independente.

 

Houve, no passado, sobretudo em investigações sobre o tabaco, o álcool e os medicamentos, claros indícios de perigos para a saúde pública que foram encobertos, enquanto eram exageradas as vantagens ou inocuidade publicadas em estudos que recebiam dinheiro de multinacionais, ou elaborados por cientistas funcionários dessas multinacionais.

 

O sector das sementes geneticamente modificadas tem enorme potencial comercial, exigindo investimentos económicos extraordinários. Gualter Baptista, porta-voz da Plataforma Transgénicos Fora, esclarece: “Na procura dos lucros, estas indústrias não se abstiveram de praticar a intimidação, tentando desacreditar cientistas críticos e, simultaneamente, impedir avaliações de riscos independentes.” O estudo agora publicado por investigadores portugueses é, pois, muito oportuno, e esclarece ainda uma outra dimensão deste assunto: o facto de os estudos financiados pela indústria ou envolvendo cientistas empregados pela indústria produzirem tendencialmente conclusões favoráveis à comercialização do produto, ao contrário das conclusões a que se chega em estudos não dependentes desse condicionamento financeiro.

 

O estudo mostra igualmente que mais de metade (52%) dos 94 artigos analisados não indicaram a fonte de financiamento e, mais importante ainda, que nestes artigos pelo menos um dos autores tinha ligações à indústria (73% do total). Por outro lado, em 84% dos artigos em que o financiamento era indicado nenhum dos autores tinha ligações à indústria. Além disso, confirmou-se que nos artigos que não indicaram a fonte de financiamento foi maior a frequência de conclusões favoráveis à indústria. É evidente que os estudos ligados à indústria não têm como objectivo colocar a ciência e a tecnologia acima dos interesses privados.”

 

Até a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla inglesa) da União Europeia (UE), cuja tarefa é, precisamente, a avaliação independente da segurança dos organismos geneticamente modificados (OGM), inclui membros com ligações à indústria. Felizmente, a EFSA foi publicamente confrontada com os seus casos de conflito de interesses”, acrescenta Gualter Baptista.

 

Assim, no contexto das negociações em curso sobre a reforma da EFSA, é necessário que:

 

  • Seja nomeado um novo Painel para os OGM, com novos membros rastreados quanto à sua independência relativamente aos interesses da indústria;
  • A análise dos OGM seja financiada pela indústria mas contratada pela EFSA, sob seu exclusivo controlo;
  • Seja realizado uma reavaliação científica de todos os OGM aprovados na UE até à data, com base exclusivamente em genuína investigação independente.

 

* Referência do artigo com o estudo:

Diels, J. et al., 2011. Association of financial or professional conflict of interest to research outcomes on health risks or nutritional assessment studies of genetically modified products. Food Policy, 36(2), pp.197-203. Disponível em http://www.stopogm.net/webfm_send/503

 

A revista Food Policy é a revista científica mais citada na área da economia e política agrícolas.

 

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A Plataforma Transgénicos Fora é uma estrutura integrada por doze entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; CAMPO ABERTO, Associação de Defesa do Ambiente; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras. Para mais informações contactar Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.“>info@stopogm.net ou www.stopogm.net

 

 

Mais de 10 mil cidadãos portugueses reiteraram já por escrito a sua oposição aos transgénicos.

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Em causa o reconhecimento pelos sistemas de certificação florestal sustentável FSC e PEFC https://quercus.pt/2021/03/04/em-causa-o-reconhecimento-pelos-sistemas-de-certificacao-florestal-sustentavel-fsc-e-pefc/ Thu, 04 Mar 2021 16:00:39 +0000 https://quercus.pt/?p=11907 A Quercus tem detectado diversos problemas na gestão da Altri Florestal S.A. (ex – Silvicaima), decorrentes do planeamento florestal promovendo impactes ambientais significativos, nomeadamente sobre a erosão dos solos, falta de compartimentação das monoculturas de eucalipto e afectação de espécies protegidas, permanecendo ainda assim com certificação de sistemas de gestão florestal sustentável.

 

A Quercus tem verificado algumas questões que não se enquadravam numa gestão florestal responsável e, apesar de ter contactado a Altri Florestal e sobretudo a sua auditora Sativa, quase nada foi alterado continuando a re-certificarem a Altri Florestal.

 

Os vários problemas encontram-se associados aos novos projectos de rearborização, que efectuam uma exploração super intensiva, que visa unicamente a maximização da produção, com a instalação de vastas áreas de monocultura de eucalipto sem salvaguardar algumas condicionantes, nomeadamente:

– Promoção de grandes áreas de mobilização de solos que provocaram uma erosão acentuada;

– Plantação, em algumas situações, de centenas de hectares de povoamentos em continuidade, sem que fossem instaladas faixas com espécies folhosas mais resistentes ao fogo para facilitar a Defesa da Floresta Contra Incêndios (entre 20 e 50 hectares), conforme refere a regulamentação legal (Portaria n.º 528/88 e Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndio – SNDFCI);

– Abate e depreciação de sobreiros protegidos sem autorização, pela exploração e gestão efectuadas em algumas situações;

– Situações de plantação de eucaliptos junto a linhas de água temporárias, em domínio hídrico;

– Instalação de uma grande cerca com arame farpado, para vedar a propriedade do Galisteu, dentro da área de protecção do Parque Natural do Tejo Internacional, sem passagens para fauna selvagem, apresentando risco para espécies como o veado.

 

Quercus considera que a gestão da Altri Florestal não deve estar certificada

 

Recentemente surgiram vários problemas de gestão com ilegalidades num novo projecto de rearborização de Vale Mouro com 280 hectares junto à A1 no concelho da Azambuja, onde foram detectados 2 bulldozers a mobilizarem o solo de alto abaixo, segundo as linhas de maior declive em encostas com mais de 25% de inclinação (em parte incluídas na REN – Reserva Ecológica Nacional), o que provocou o aumento da erosão dos solos sobre as linhas de água, situação que, para além de tecnicamente incorrecta, é manifestamente ilegal de acordo com a Portaria n.º 528/88, sendo completamente inaceitável actualmente numa gestão florestal responsável.

 

Neste contexto, a Quercus comunicou por diversas vezes à auditora Sativa que, em virtude de não se terem constatado “alterações às situações alertadas desde o passado ano e dada a gravidade desta situação, considera que não deverá ser renovado o certificado FSC à Altri Florestal, devendo mesmo ser retirado o actual.”

 

A Quercus lamenta que, perante os diversos alertas à empresa auditora Sativa (Programa Woodmark  de Certificação Florestal da organização Soil Association), com tantas evidências sobre a má gestão da Altri Florestal, violando diversos princípios e critérios do FSC, começado pelo incumprimento do Princípio 1 – Obediência às Leis e aos Princípios do FSC, até ao Princípio 10 sobre as plantações, passando pelos impactes ambientais sobre os recursos, a Altri Florestal tenha sido re-certificada FSC pela Sativa, o que revela uma grande fragilidade e falta de rigor na auditoria de re-certificação, assim como da própria implementação do sistema FSC no nosso país.

 

Apesar da Quercus apoiar a iniciativa nacional do FSC Portugal, considera que, para poder continuar a apoiar o sistema do FSC, as empresas que efectuam uma gestão como a que a Altri Florestal tem efectuado não podem estar certificadas, sob pena do sistema poder entrar em descrédito e de ser injusto para quem cumpre os princípios e critérios da gestão florestal responsável.

 

Quercus efectua posição pública e apela à auditoria do FSC Internacional

 

Face à gravidade do problema, e independentemente de se reconhecer que existem áreas correctamente geridas e florestas de alto valor de conservação preservadas, a Quercus solicitou à Direcção do FSC Internacional e ao seu órgão de acreditação ASI que efectue uma auditoria autónoma ao processo de certificação em curso, que envolve a Altri Florestal e a auditora Sativa.

 

De forma a ilustrar as situações problemáticas da gestão da Altri Florestal, foi preparado um documento (em anexo), onde estão inseridas diversas imagens com a respectiva legenda.

 

 

Lisboa, 9 de Maio de 2011

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Quercus exige o encerramento de Almaraz e a aposta na poupança e em novas alternativas energéticas https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-exige-o-encerramento-de-almaraz-e-a-aposta-na-poupanca-e-em-novas-alternativas-energeticas/ Thu, 04 Mar 2021 16:00:35 +0000 https://quercus.pt/?p=11908 Fez, no passado dia 26 de Abril, um quarto de século que ocorreu o acidente na central nuclear de Chernobil, na Ucrânia, que em 1986 fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. Já em 1979 tinha existido um acidente grave na central nuclear de Three Mile Island nos Estados Unidos da América, EUA, e neste momento ainda não se conhece a dimensão real do acidente da central nuclear de Fukoshima no Japão, sendo contudo já certo que este terá sido um dos mais graves da história.

 

Temos assim os três maiores acidentes nucleares em três dos países mais avançados nas tecnologias da indústria nuclear e é importante pois, reflectir sobre os problemas de segurança inerentes a este tipo de centrais.

 

Energia nuclear contrária ao princípio da precaução

 

Em Portugal tem existido um consenso sobre a não construção de centrais nucleares – Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear. É importante que o nosso país continue a seguir o princípio da precaução. Este princípio, que está na base das estratégias e políticas do desenvolvimento sustentável, aconselha-nos a agir de maneira a evitar danos potencialmente catastróficos ou irreversíveis para o ambiente e para a saúde humana, ainda que não tenhamos todos os dados em cima da mesa para aferir a gravidade da situação. Em suma, o princípio da precaução leva-nos a agir antecipadamente quando existem sinais claros da possibilidade de ocorrência de um problema, ainda que não tenhamos toda a informação ou toda a certeza sobre o mesmo.

 

A opção pela fissão nuclear é contrária a este princípio e põe em causa a norma ética da equidade intra e inter-geracional, sendo que à luz dos actuais conhecimentos não é uma solução energética aceitável, quer do ponto de vista dos seus impactes no ambiente, quer na saúde humana.

 

Um ciclo pouco virtuoso

 

É fundamental olhar para o nuclear como um todo: os problemas estão no início do ciclo, nas explorações de urânio que causam problemas ambientais e de saúde graves em todo o mundo. Em Portugal várias décadas após o fim da exploração deste minério, sobretudo na zona centro do país, os problemas não foram completamente diagnosticados e por isso estão ainda longe de estar resolvidos. Existem mais de quarenta minas abandonadas que continuam a poluir a água e os solos e a afectar as populações vizinhas.

 

No final do ciclo também ainda não se conhece um destino estável e seguro a dar aos resíduos nucleares, que se mantêm potencialmente nocivos durante muitos anos, sendo que alguns elementos mantêm a sua radioactividade durante milhares de anos.

 

O fabrico de bombas atómicas e de armas contendo urânio está também intimamente associado à energia nuclear e é um perigo que continua a pairar sobre a humanidade e o planeta Terra, sendo urgente a eliminação de todo este tipo de armamento para um mundo de paz.

 

O marco dos 25 anos após Chernobil

 

Na semana dos 25 anos do acidente de Chernobil, a Quercus ANCN promove, em parceria com o MUNN, Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN) e a AZU, Associação de Ambiente em Zonas Uraníferas, um debate sobre as alternativas ao nuclear, a exploração de urânio em Portugal e o encerramento das centrais nucleares em Espanha, especificamente a de Almaraz, junto ao Tejo, a 100km de Portugal, que já ultrapassou o período previsto de funcionamento e, não obstante, viu há alguns meses prolongado em 10 anos o seu período de actividade.

 

A iniciativa, que decorrerá no dia 29 de Abril, consistirá na exibição no cine-teatro de Nisa, pelas 21h00, do documentário “Energias sem fim”, sobre a situação das energias alternativas em Portugal, seguida de um debate. O debate contará com as presenças de:

– António Eloy, CEEETA, Centro de Estudos em Economia da Energia, dos Transportes e do Ambiente

 

  • António Minhoto, Presidente da AZU;
  • Gabriela Tsukamoto, Presidente Município de Nisa;
  • Nuno Sequeira, Presidente da Direcção Nacional da Quercus;
  • Paca Blanco Diaz, Plataforma Antinuclear Cerrar Almaraz;
  • Paco Castejón, especialista em energia nuclear;
  • Paulo Bagulho, Movimento Urânio em Nisa Não.

 

As propostas da Quercus

 

Há muitos anos que a Quercus defende que a aposta deve ser na poupança energética e no uso mais eficiente da energia. Esta é a estratégia mais barata e mais rápida para atingir os objectivos desejados – diminuir a importação de petróleo, gás natural e carvão e reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.

 

Em complemento é ainda fundamental apostar nas energias renováveis, as únicas que são inesgotáveis e gratuitas, bastando apenas desenvolver as tecnologias para as podermos aproveitar, com a vantagem de o podermos fazer de forma descentralizada.

 

 

Lisboa, 25 de Abril de 2011

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 

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9 a 12 Junho – Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova https://quercus.pt/2021/03/04/9-a-12-junho-salvaterra-do-extremo-idanha-a-nova/ Thu, 04 Mar 2021 16:00:32 +0000 https://quercus.pt/?p=11919 Saiba aqui tudo sobre o Salva a Terra – Eco-Festival de Música organizado pela Quercus, a realizar-se entre os dias 9 e 12 de Junho de 2011, em Salvaterra do Extremo (Idanha-a-Nova). Com este Eco-Festival pretende-se angariar fundos para o CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco.

 

2011 Segunda edição: o que mudou

 

Este é o segundo festival organizado pela Quercus – Castelo Branco e pela Velha Gaiteira, nesta edição, os organizadores decidiram levar o festival até ao mundo rural, desenvolvendo todas as actividades na Aldeia de Salvaterra do Extremo, permitindo assim aos participantes desfrutarem do património natural e humano de uma das mais emblemáticas e sensíveis aldeias da Beira Baixa e do Parque Natural do Tejo Internacional. Esta edição contará com o apoio do Município de Idanha-a-Nova, da Freguesia de Salvaterra do Extremo e de outros mecenas particulares.

 

Missão do Salva a Terra

 

A principal missão do Salva a Terra – Ecofestival de Música pelo Ceras, é angariar fundos que permita aos voluntários do CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco, continuar a desenvolver e melhorar o seu trabalho, através da aquisição melhores meios para recuperar um número crescente de animais selvagens. A funcionar sobre uma base de trabalho voluntário desde 1999, o CERAS já recuperou mais de 1300 animais selvagens, tendo uma taxa de sucesso superior a 50%.

 

Pretendemos também incrementar os valores da solidariedade, da cooperação e do voluntariado, incutindo nos participantes uma consciencialização ambiental e solidária, tendo sempre como pano de fundo a conservação e defesa da vida silvestre.

 

 

Actividades previstas

 

Além dos concertos em diversos palcos (Igreja, palco Pôr-do-sol, e palco Terra) os participantes irão usufruir de conferências, percursos interpretativos na natureza, cinema documental, workshops temáticos nas áreas do ambiente, música e danças tradicionais.

 

Horário

Quinta: 16:00-4:00

Sexta e Sábado: 9:00-4:00

Domingo: 9:00-16:00

 

Preços

Bilhete Geral: 38€

– desconto 5% para grupos > 10 pessoas)

– desconto de 1€ se vier de transportes públicos

Bilhete Diário: 15€

Bilhete Familiar (2 adultos e duas crianças com idade inferior a 12 anos): 40€

 

Inscrições e modo de pagamento:

Aqui

 

Mais informações:

Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.“>salva.a.terra@gmail.com

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