Agosto 2010 – Quercus https://quercus.pt Thu, 04 Mar 2021 16:17:10 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Agosto 2010 – Quercus https://quercus.pt 32 32 Quercus apela ao fim da caça de espécie em forte regressão https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-apela-ao-fim-da-caca-de-especie-em-forte-regressao/ Thu, 04 Mar 2021 16:17:10 +0000 https://quercus.pt/?p=12095 A Rola-comum (Streptopelia turtur) é uma espécie migradora e estival que está a desaparecer a um ritmo galopante em Portugal e na Europa. Outrora, distribuia-se pelo País, principalmente no Norte, ocorrendo em áreas florestadas e em terrenos agrícolas adjacentes. A destruição do habitat, a caça excessiva e a perseguição nas áreas de nidificação e invernação, parecem estar na origem da sua acentuada regressão. Segundo dados recentemente veiculados pela SPEA, a situação da espécie na Europa é muito grave, estimando-se que a tenha decrescido 66% nos últimos 20 anos e 23% nos últimos 10 anos.

 

Apesar da espécie apresentar o estatuto de “Pouco preocupante” no Livro Vermelho dos Vertebrados publicado em 2005, situação que contrasta com estatuto de “Vulnerável” atribuído em 1990, a Quercus considera que os dados conhecidos aconselham a que se estabeleça uma proibição durante alguns anos para que possa haver recuperação das populações.

 

Por outro lado, na data prevista para a abertura da caça à rola – 22 de Agosto – é provável a existência de muitas rolas em nidificação ainda com crias no ninho, situação que, se for conjugada com a quantidade e extensão dos incêndios florestais que têm ocorrido em Portugal, provocarão uma grande quebra ainda maior na já debilitadas populações de rola-comum selvagens.

 

Posto isto, a QUERCUS considera inadmissível que, no Ano Internacional da Biodiversidade, não seja tida em consideração a situação da espécie e se permita que a caça a encaminhe para a extinção.

 

A QUERCUS apela pois ao Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e à Ministra do Ambiente que proíbam, com carácter de urgência, a caça à rola-comum, de modo a prevenir a extinção desta magnífica espécie. Solicita-se igualmente que a espécie seja monitorizada nos próximos anos para avaliar os seus efectivos populacionais.

 

 

Lisboa, 18 de Agosto de 2010

 

A Direcção Nacional Quercus-Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Até 19 de Setembro – Lisboa https://quercus.pt/2021/03/04/ate-19-de-setembro-lisboa/ Thu, 04 Mar 2021 16:17:06 +0000 https://quercus.pt/?p=12094 A Quercus, através do Grupo de Formação e Educação para a Sustentabilidade, estará presente na Feira Alternativa 2010 que é já uma tradição na cidade de Lisboa e está de volta para a sua sexta edição dias 17, 18 e 19 de Setembro no Jardim Tropical de Lisboa, em Belém.

 

Esta é uma boanotícia para os simpatizantes de modos de vida saudáveis e alternativos, que esperam visitar a cada ano as novidades do mercado nas áreas da alimentação natural, ecologia e sustentabilidade, artesanato ambiental, turismo rural, medicinas e terapias alternativas e desenvolvimento pessoal.

 

Mais uma vez a Feira Alternativa vai transformar-se num verdadeiro festival de divulgação de novas ideias através da exposição de produtos e serviços, palestras, workshops, aulas, espectáculos e partilha de experiências.

 

O ambiente dinâmico e inspirador é conhecido e referido pelos cerca de 21.000 visitantes que anualmente visitam o certame.

 

A Feira Alternativa 2010 continua de mãos dadas com a Educação Ambiental onde mais uma vez a Quercus, através do Grupo de Formação e Educação para a Sustentabilidade, para além da presença com um Expositor para divulgação de informação e materiais da associação, à semelhança de anos anteriores, vai promover actividades de educação ambiental para os mais pequenos, todos os dias ao início da tarde.

 

 

Programação e outras informações, em www.terraalternativa.com

 

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Quercus reitera necessidade de apostar na prevenção https://quercus.pt/2021/03/04/quercus-reitera-necessidade-de-apostar-na-prevencao/ Thu, 04 Mar 2021 16:17:02 +0000 https://quercus.pt/?p=12093 O que é que falhou em Portugal, na defesa da floresta contra incêndios, 7 anos após a catástrofe do Verão de 2003? Nesse ano foi divulgado um documento com as “Propostas da Quercus para Prevenir e Minimizar os Incêndios Florestais” que identificou os principais problemas da floresta portuguesa. Hoje, sete anos volvidos, apesar de algumas melhorias no sistema de coordenação e combate aos incêndios florestais, a aposta na prevenção continua a tardar para a gestão e conservação da floresta portuguesa.

 

Ordenamento florestal

 

O ordenamento e gestão da floresta são os elementos base na prevenção dos incêndios. Contudo, é difícil ordenar o que não se conhece. A ausência de um cadastro actualizado e rigoroso é um dos principais problemas estruturais que condiciona a gestão e o ordenamento florestal. Assim, é urgente (hoje, como já o era há 7 anos atrás) a elaboração de um novo cadastro geométrico da propriedade rústica, que sirva de base para o desenvolvimento de uma política florestal promotora do associativismo e da gestão da estrutura minifundiária de grande parte da área florestal do Norte e Centro do país.

 

As ZIF’s – Zonas de Intervenção Florestal, enquanto áreas de gestão conjunta, ainda não estão devidamente operacionalizadas no terreno, devido em parte à burocracia associada e à falta de financiamento da gestão florestal.

 

A integração de medidas de planeamento e ordenamento florestal na revisão dos Planos Municipais de Ordenamento do Território é essencial, devendo ser dada particular atenção à necessidade de conter a dispersão urbanística nos espaços florestais. Esta dispersão urbanística acaba também por levar à dispersão dos meios de combate a incêndios na defesa das pessoas e dos seus bens materiais, promovendo o aumento da área ardida de floresta. Esta situação acaba por ser apenas mais uma das consequências graves da manifesta dificuldade que o País tem em ordenar, de forma coerente, o seu território.

 

Aliás, Portugal parece particularmente empenhado em destruir a sua própria floresta, autorizando diversos projectos de urbanização em áreas condicionadas, nomeadamente áreas de montado de sobro e azinho e florestas litorais.

 

Justifica-se a realização de um novo Inventário Florestal Nacional, recorrendo às actuais tecnologias de informação geográfica, para apresentação de informação detalhada e actualizada sobre as espécies que ocupam o território, definindo claramente as áreas de povoamentos, de matos, assim como os jovens povoamentos em regeneração natural que frequentemente são incluídos na área de matos, devendo ser a informação disponibilizada para acesso público.

 

Diversificação da paisagem

 

A diversificação da paisagem no espaço rural é um elemento fundamental na política de prevenção de incêndios, devendo, por isso, ser o objectivo central de planos e medidas que visem o ordenamento e gestão da floresta nacional. Assim, deve-se apostar na silvicultura preventiva sustentável, adaptada às condições ecológicas locais, tendo em consideração o tipo de solos, os declives, o clima regional, o coberto vegetal, com toda a biodiversidade associada. Existe a necessidade efectiva de reduzir a biomassa nas áreas mais sensíveis ao fogo com a criação de faixas de gestão de combustível, recorrendo às diversas técnicas ajustadas a cada local.

 

A aposta na diversificação da floresta através de uma correcta gestão da sucessão ecológica e da utilização de espécies de folhosas autóctones mais resistentes ao fogo (carvalhos e sobreiros, entre outras espécies folhosas) e intercalando espaços florestais com espaços agrícolas, é estratégico para preparar a nossa floresta para resistir aos incêndios.

 

Não obstante este conhecimento, qualquer deslocação pelo País revela aquilo que tem vindo a ser feito nos últimos anos a este nível. De facto, a maioria das áreas ardidas nas últimas décadas está sem qualquer gestão, mas continuam as plantações de vastas monoculturas de eucalipto, sem intercalar com espécies autóctones mais resistentes, o que aumenta substancialmente o risco de propagação de incêndios.

 

Educação Cívica

 

A utilização do fogo ao longo do tempo apresenta uma forte componente cultural, mas deve ser muito cautelosa no Verão, dado que os comportamentos negligentes como o lançamento de pontas de cigarros acesas para a berma das estradas, ateamento de fogueiras e lançamento de foguetes, apesar de proibidos no período crítico do Verão, continuam a acontecer contribuindo com cerca de metade das causas dos incêndios.

 

O crime de incêndio florestal apenas foi introduzido no Código Penal em 2007 – a pena máxima é de 12 e 10 anos de prisão (dolo e negligência, respectivamente), mas deve haver maior rigor na aplicação de penas de prisão efectiva (ou trabalho comunitário, quando justificado), para que o efeito preventivo e dissuasor da norma seja verdadeiramente eficaz.

 

A aposta na educação cívica e ambiental é fundamental para promover uma alteração dos comportamentos de risco actualmente existentes, dado que não se pode usar o fogo nos espaços florestais no período crítico do Verão.

 

Contudo, esta educação deve ir para além dos comportamentos preventivos, devendo estimular-se a educação ambiental com a participação de todos na vigilância da floresta e de todos os comportamentos que a possam colocar em risco.

 

Urge também a divulgação do número de emergência 112 (antigo número de protecção da floresta 117). Na sua vida diária habitual os cidadãos poderão dar um contributo importante, sendo apenas necessário alertarem as situações detectadas de fogos nascentes ou comportamentos de risco negligente, como as queimadas no Verão.

 

Fiscalização e Vigilância

 

A eficácia da fiscalização relativamente a todas as regras de ordenamento e gestão aprovadas para os espaços florestais, com especial ênfase nas áreas ardidas, é outro elemento fundamental.

 

Financiamento

 

Nos últimos dias têm vindo a público questões relacionadas com os apoios financeiros à floresta portuguesa que parecem demonstrar que só se fala da floresta quando esta arde. Logo que começam as primeiras chuvas e o tema sai da agenda dos meios de comunicação social, começam as dificuldades em ultrapassar velhos problemas de burocracia e desconhecimento. É urgente agilizar o acesso às verbas previstas no Fundo Florestal Permanente e no PRODER para a gestão da floresta portuguesa. Sabe-se que o investimento em floresta autóctone, mais adaptada e resistente ao fogo, tem um retorno financeiro mais longo do que a aposta em espécies de crescimento rápido. Assim, é fundamental apoiar mais a plantação e gestão da floresta autóctone, quer em termos financeiros, quer através de apoio técnico.

 

Erosão, qualidade da água e alterações climáticas

 

Com os incêndios e maior área ardida, aumenta o risco de erosão, o risco de cheias, uma diminuição da qualidade da água principalmente com as primeiras chuvadas após o incêndio, havendo ainda emissões consideráveis de gases com efeito de estufa e uma alteração do uso do solo. Mais ainda, reduzem-se potencialidades económicas e a fruição da paisagem. A adopção de medidas estruturais que podem preparar a floresta portuguesa para resistir melhor aos incêndios é fundamental para uma política eficaz de Portugal no combate e minimização destas diferentes componentes ambientais, com particular relevo no que respeita ao combate à desertificação e  às alterações climáticas e de promoção da qualidade dos recursos hídricos.

 

Aposta na Prevenção

 

Torna-se assim evidente que continua a faltar uma clara e forte aposta na prevenção, apoiando a gestão da floresta e a sua vigilância, para que não se fale só da floresta quando está a arder, mas dando a importância que a mesma merece ao longo de todo o ano.

 

 

Lisboa, 25 de Agosto de 2010

 

A Direcção Nacional da Quercus-ANCN

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Fábrica prevista em Rede Natura junto ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros https://quercus.pt/2021/03/04/fabrica-prevista-em-rede-natura-junto-ao-parque-natural-das-serras-de-aire-e-candeeiros/ Thu, 04 Mar 2021 16:16:58 +0000 https://quercus.pt/?p=12092 Termina amanhã a fase de consulta pública da Avaliação de Impacte Ambiental de uma Fábrica de Cimento em Rio Maior, a qual está inserida no Sítio da Rede Natura – Serra de Aire e Candeeiros. Dada a gravidade da proposta a Quercus manifesta-se contra a construção de uma nova cimenteira junto ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

 

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De acordo com o próprio Estudo de Impacte Ambiental, a “Fábrica de Cimento de Rio Maior irá inserir-se numa zona de relativa proximidade à Serra dos Candeeiros, sujeita a várias classificações, designadamente Sítio de Interesse Comunitário – SIC das Serras de Aire e Candeeiros e o Parque Natural da Serras de Aire e Candeeiros”.

 

Em rigor está integrada no Sítio de Importância Comunitária – Serras de Aire e Candeeiros da Rede Natura 2000, conforme Decisão da Comissão Europeia, junto do limite do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, situação que consideramos inaceitável.

No local previsto já existe uma pedreira activa. No entanto, podem ser afectados habitats na envolvente, a qual deve manter a área conservada, e há um acréscimo de impactes o que contraria claramente o estatuto de protecção definido.

 

A área encontra-se no Maciço Calcário Estremenho e está condicionada pela Reserva Ecológica Nacional – REN e de acordo com o Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 63-B/2008, a construção de uma fábrica de cimento não é um uso ou acção compatível com os objectivos de protecção ecológica e ambiental, e de prevenção e redução de riscos naturais de áreas integradas na REN. Consideramos que o projecto está em desconformidade com o regime jurídico da REN.

 

Esta Fábrica de Cimento de Rio Maior está prevista a 2Km a Noroeste da Cidade de Rio Maior, o que é demasiado próximo do aglomerado populacional, considerando também o regime de ventos.

 

O estudo refere a probabilidade dos impactes negativos locais na fase de exploração, com a degradação da qualidade do ambiente marginal, sobretudo devido às emissões poluentes e à produção de resíduos.

 

Algumas da pedreiras referidas no estudo como complementares ao projecto distam mais de 20 km, pelo que o transporte de matéria-prima necessária agrava de forma muito significativa as emissões de CO2 e de outros poluentes.

 

As cimenteiras são grandes emissoras de CO2 e por isso tem de estar integrada numa estratégia nacional onde a alocação tem que seguir um plano e objectivos claros. Este projecto devia referir as condicionantes esperadas relativas a Atribuição de Licenças de emissão de CO2, para novas instalações para o período 2008 -2012 (PNALE II) e acima de tudo na situação pós-2012, integrando as limitações a que Portugal estará sujeito.

 

Foram analisados os impactes das emissões mas, no entanto, apenas se referem os parâmetros PM10, SO2, NOx e COV. As emissões do dióxido de enxofre (SO2) são oriundas da laboração da fábrica e podem ser problemáticas em termos de impactes a nível regional não só na qualidade do ar e qualidade de vida das populações, mas também na afectação sobre a vegetação. As partículas poderão ser agravadas na exploração das pedreiras e no transporte de matéria-prima e produto.

 

O estudo não refere os impactes dos poluentes como os metais pesados, dioxinas e furanos, situação que é inaceitável.

 

Conclusão:

 

A Quercus considera que os impactes previstos, com afectação do Sítio de Importância Comunitária – Serra de Aire e Candeeiros da Rede Natura 2000, da Reserva Ecológica Nacional numa zona limítrofe ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, são inaceitáveis e contrariam um desenvolvimento sustentável.

 

Já existem seis fábricas de cimento em Portugal e com a crise existente no sector imobiliário/construção que é estruturante e não apenas conjuntural, por exemplo com excesso de habitações à venda, considera-se desnecessária a instalação desta nova fábrica de cimento.

 

Em termos de emissões não está devidamente estudado os impacte que poderá ter na qualidade do ar em termos gerais e principalmente para a Cidade de Rio Maior que está demasiado próxima.

 

Neste sentido, a Quercus considera que este anteprojecto não é sustentável, emitindo parecer desfavorável à construção da Cimenteira em Rio Maior.

 

Lisboa, 26 de Agosto de 2010

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e

A Direcção do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus

 

 

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Balanço intermédio Quercus: 2010 muito melhor que 2009 https://quercus.pt/2021/03/04/balanco-intermedio-quercus-2010-muito-melhor-que-2009/ Thu, 04 Mar 2021 16:16:51 +0000 https://quercus.pt/?p=12091 Através da consulta efectuada pela Quercus na sexta-feira, dia 27 de Agosto, ao sítio na internet do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos do Instituto da Água, das 493 praias / zonas balneares (417 costeiras ou transição e 76 interiores), apenas 19 apresentaram pelo menos uma análise imprópria. 18 das praias apresentaram apenas uma análise imprópria até agora, tendo a zona balnear do INATEL em Albufeira apresentado 3 análises impróprias.

 

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Do total de 19 praias com pelo menos uma análise imprópria, 7 são interiores e as restantes costeiras. Algumas análises impróprias foram recolhidas no início da época balnear, sendo que as piores semanas foram a 2ª de Junho e a 4ª de Julho (com 3 análises impróprias identificadas em todo o país).

 

Apenas duas praias estiveram interditas durante espaços de tempo muito curtos (Carvoeiro em Lagoa durante três dias e Pego Fundo em Alcoutim, nos dois primeiros dias da época balnear). De momento, nenhuma praia está interdita.

 

Note-se ainda que no próximo dia 31 de Agosto, 11 praias terminam já a sua época balnear.

 

Nova legislação justifica o êxito mas é necessário esperar por avaliação interanual

 

Há novas regras relativas à qualidade da água das praias, estabelecidas pela Directiva 2006/7/CE de 15 de Fevereiro de 2006 que foi transposta pela Decreto-Lei nº 135/2009, de 3 de Junho. Enquanto anteriormente se falava de análises boas, aceitáveis e más, actualmente a classificação é de apenas água própria ou imprópria para banhos. Os próprios parâmetros analisados são diferentes.

 

Por diversas razões, entre elas a má qualidade da água, mas também devido a problemas de ordenamento, erosão, requalificação, entre outras, conta-se um total de 52 praias que deixaram de ser classificadas como zonas balneares em 2010 face a 2009.

 

Entre as 52 zonas balneares desclassificadas, 9 estiveram interditas e 4 com má qualidade no ano de 2009; esta retirada de praias com maiores problemas é, na nossa opinião, a responsável pela melhoria global dos resultados. No ano passado, o balanço efectuado pela Quercus a meio de Julho indicava já que 22 praias apresentavam pelo menos uma análise na altura classificada como má (actualmente equivalente à uma água imprópria para banhos).

 

Só no final da época balnear, e analisando o histórico das análises entre dois e quatro anos, é que será possível uma classificação final da qualidade de cada uma das praias, de acordo com o previsto na legislação.

 

Quercus apresenta queixa a Comissão Europeia

 

O Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território permitiu a concessão de quatro praias do concelho de Cascais: Conceição, Duquesa, Pescadores e Rainha: duas delas não foram consideradas zonas balneares na anterior época balnear de 2009 (Pescadores e Duquesa), uma foi interdita (Rainha) e outra apresentou má qualidade (Conceição).

 

Compreendendo que, à partida, tenham sido resolvidos os problemas de poluição que têm afectado as referidas praias, é certo que para efeitos do cumprimento da legislação nacional e de comunicação à Comissão Europeia, tais praias não fazem parte da listagem de zonas balneares publicada pela Portaria nº 267/2010 de 16 de Abril, devendo assim ser desaconselhada de forma clara a prática balnear. Contudo, tal não está a acontecer.

 

Como se entende facilmente, não faz qualquer sentido a presença de toldos e outras infra-estruturas, bem como de um nadador-salvador. É também incompreensível a colocação de uma bandeira amarela, que permite assim tomar banho – solução acordada entre a Câmara Municipal e o Ministério do Ambiente – num ambiente idêntico a qualquer zona balnear. Estamos a falar de um acto sancionado pelo Ministério do Ambiente, que todavia não classificou as referidas praias como zona balneares, nomeadamente através da Comissão especializada para o efeito,

 

A Quercus considera que há uma violação do disposto no Decreto-Lei nº 135/2009, de 3 de Junho, no que respeita ao seu Artigo 4º, onde se afirma que “A emissão de títulos de utilização de recursos hídricos relativos à prática balnear só pode incidir sobre zonas relativas a águas balneares identificadas nos termos do presente artigo.”. Isto é, o estabelecimento de uma concessão em zona em tudo idêntica a uma zona balnear contradiz o disposto no referido Decreto-Lei, podendo esta situação replicar-se nomeadamente em todas as 52 zonas balneares desclassificadas como tal de 2009 para 2010.

 

No que respeita à legislação europeia, consideramos haver incumprimento nestas quatro praias do concelho de Cascais, dos artigos 3º (relativo à identificação das zonas balneares), 12º (relativo à informação ao público, que neste caso fica sem saber as praias em causa são ou não zonas balneares) e 13º (relativo ao relatório com identificação das zonas balneares), da Directiva 2006/7/CE de 15 de Fevereiro. Com base nestes factos, a Quercus apresentou hoje uma queixa à Comissão Europeia, através da sua representação em Lisboa.

 

Quercus apela a responsabilidade da população

 

Por razões de segurança e saúde (nomeadamente qualidade da água), entre outras, devem apenas ser utilizadas zonas balneares classificadas como tal. Há uma extensa zona costeira e muitos quilómetros de margens de rios e albufeiras que não devem ser utilizados para banhos, dado não terem vigilância adequada, não se conhecerem os riscos para a saúde pública associados à água, e não disporem das infra-estruturas mínimas de apoio a um correcto uso de uma praia.

 

 

Lisboa, 27 de Agosto de 2010

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Emissões atingiram 1 milhão de toneladas de CO2 equivalente https://quercus.pt/2021/03/04/emissoes-atingiram-1-milhao-de-toneladas-de-co2-equivalente/ Thu, 04 Mar 2021 16:16:46 +0000 https://quercus.pt/?p=12090 Desde 2008, inclusive, que os incêndios merecem uma outra atenção porque a diferença entre a ocupação do solo em 1990 e em cada um dos anos do cumprimento do Protocolo de Quioto (2008 a 2012) vai ser contabilizada nas emissões a que Portugal tem direito.

 

Por exemplo, um solo sem uso agrícola ou florestal em 1990 que agora esteja ocupado com floresta contribui de forma positiva para reduzir as emissões, pela sua função como sumidouro (retirada de carbono da atmosfera). Já uma área florestal que tenha entretanto sido alvo de um incêndio e não tenha havido regeneração natural suficiente, para voltar a ser considerada floresta, ou que tenha sido transformada em área edificada (ou urbana), contará negativamente em relação a 1990.

 

Portugal, no inventário de emissões que é comunicado à Convenção das Nações Unidas, infelizmente só contabiliza a floresta (povoamentos) ardida e não os matos (cuja função de sumidouro e as emissões resultantes da combustão são relevantes). Aliás esta distinção é algo polémica e não é fácil – muitos matos já com altura e grau de desenvolvimento considerável não são assim avaliados.

 

Calculando apenas com base na floresta ardida e até 15 de Agosto de 2010, e recorrendo aos factores de emissão usados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na submissão às Nações Unidas relativa a 2008, as emissões de gases com efeito de estufa associadas aos incêndios florestais foram de 520 mil toneladas de CO2 equivalente (soma do CO2 com outros gases de estufa e respectivos potenciais de aquecimento global). Já considerando o total de área ardida englobando floresta e matos, e tendo por base valores médios de biomassa e de emissões de acordo com estudos do Prof. Doutor José Cardoso Pereira (ISA/UTL), o valor deverá ter atingido 1,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Recorrendo à estimativa através da APA, os valores de emissões estão claramente subestimados. Usando o valor médio de acordo com Cardoso Pereira, o valor deverá estar, pelo contrário, um pouco sobrestimado, dado que em 2010 a proporção de matos ardidos em relação a povoamentos foi maior que em anos anteriores.

 

A relação entre área de povoamento florestal e área do que se considera mato (e que muitas vezes corresponde já a uma floresta jovem resultante de plantação ou principalmente de regeneração natural) pode ser determinante, de acordo com a metodologia usada na quantidade obtida de emissões de gases com efeito de estufa. Há assim uma incerteza grande inerente à forma de cálculo das emissões da floresta, como as diferentes metodologias apresentadas anteriormente revelam.

 

Tomando por válido o cálculo de 1,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente, e para efeitos de comparação, tal corresponde a aproximadamente 29 milhões de automóveis a fazerem a deslocação Lisboa-Porto por auto-estrada.

 

As emissões dos incêndios em anos críticos desde 2003

 

Em 2003, ano de grandes incêndios com 425 mil hectares ardidos, foi reportado à Convenção sobre Alterações Climáticas 10 milhões de toneladas de CO2 equivalente referente aos fogos em 286 mil hectares afectando povoamentos florestais. Em 2005, outro ano bastante negro, onde arderam 339 mil hectares, dos quais 213,5 mil foram povoamentos, as emissões reportadas foram de 5 milhões de CO2 equivalente.

 

Para comparação, é conveniente saber-se que Portugal em 2008 reportou um total de aproximadamente 75 milhões de toneladas de emissões de gases com efeito de estufa originados em todos os sectores. Neste ano os fogos em povoamentos florestais representaram 197 mil toneladas de CO2 equivalente.

 

Portugal fez uma aposta clara em utilizar este sector para o cumprimento do Protocolo de Quioto, pelo que no médio/longo prazo, também por esta razão, é necessário um melhor conhecimento científico das emissões associadas, uma maior capacidade de recolha exaustiva de dados e uma aposta numa melhor gestão florestal e em povoamentos de floresta autóctone, que não ardem com a facilidade dos povoamentos em monocultura de pinheiro e também de eucalipto.

 

A mudança de uso do solo associada aos incêndios (nomeadamente a passagem de floresta de produção ou natural, a matos) constitui uma diminuição dos sumidouros em Portugal, tornando mais oneroso o cumprimento do Protocolo de Quioto.

 

A adicionar ao método de cálculo com as incertezas associadas, existe também uma incapacidade de quantificação da área florestal e sua tipologia para Portugal em 1990. Para a floresta poder entrar na contabilidade de emissões, é necessário um levantamento rigoroso para se determinar a área de povoamentos florestais, matos, agricultura, bem como de outros tipos de uso do solo em 1990 e poder compará-la com a ocupação recente, em cada um dos anos de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-2012). Esta comparação que tem de estar terminada após o período de cumprimento, está a revelar-se complicada, pela dificuldade em termos de informação cartográfica/fotografia aérea que permita identificar com confiança o tipo de ocupação existente.

 

 

Lisboa, 28 de Agosto de 2010

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Ampliação de Pedreiras Junto do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros https://quercus.pt/2021/03/04/ampliacao-de-pedreiras-junto-do-parque-natural-das-serras-de-aire-e-candeeiros/ Thu, 04 Mar 2021 16:16:41 +0000 https://quercus.pt/?p=12089 Termina hoje a fase de consulta pública da Avaliação de Impacte Ambiental da ampliação de duas pedreiras localizadas em Casal Farto, freguesia de Fátima, no concelho de Ourém, as quais tem contribuído para a degradação paisagística junto do limite do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

 

Está prevista a ampliação de duas pedreiras, nomeadamente “Serradinha da Pena” da Virabloco e a ampliação da pedreira do “Casal Farto” da Rovigaspares, numa área cuja exploração teve início depois de 2002 com a destruição de pinhal e de azinhal protegido, as quais apesar da forte contestação foram licenciadas pela Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo, do Ministério da Economia.

 

Existem junto da localidade do Casal Farto 12 pedreiras num raio de 1Km, exploradas a partir de 2002, numa área com mais de uma dezena de hectares, no entanto, apesar de obrigatório não existiu uma Avaliação de Impacte Ambiental, não tendo portanto sido considerados os impactes cumulativos das actividades extractivas sobre o ambiente, ordenamento do território e sobre os aglomerados urbanos mais próximos.

 

O próprio Estudo de Impacte Ambiental da Ampliação da Pedreira “Casal Farto”, reconhece que “uma vez que a exploração extravasou a área licenciada, a Rovigaspares desencadeou o processo de regularização da pedreira…”, ou seja para além da destruição inicial da floresta, provocada pelas pedreiras na área que foi licenciada a empresa explorou fora da área licenciada, o que é manifestamente ilegal, conforme se pode constatar através de fotografia aérea. Esta área de expansão está classificada no PDM de Ourém como “Espaço com potencial para futura exploração” da Indústria Extractiva e em Reserva Ecológica Nacional, no entanto, foi já intervencionada, situação que só pode ter ocorrido devido à manifesta falta de fiscalização das autoridades, nomeadamente da Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território, a qual devia ter meios suficientes para actuação.

 

Também a área da Pedreira da Serradinha da Pena já foi intervencionada para exploração de pedra, antes do início deste processo de Avaliação de Impacte Ambiental.

 

Desta forma estes processos constituem uma fraude para tentar legalizar a ampliação já iniciada, devido à falta de fiscalização das autoridades.

 

Neste sentido, a Quercus considera que estes processos não estão em conformidade, dado que já não permitem avaliar os impactes ambientais destas explorações, pelo que manifesta o seu parecer desfavorável.

 

Ourém, 30 de Agosto de 2010

 

A Direcção do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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UNICRE reduz pegada ecológica em 21% https://quercus.pt/2021/03/04/unicre-reduz-pegada-ecologica-em-21/ Thu, 04 Mar 2021 16:16:36 +0000 https://quercus.pt/?p=11954 A UNICRE foi a primeira empresa nacional de capitais privados a subscrever com a Quercus um compromisso de redução e compensação da sua pegada ecológica, comprometendo-se, ao longo de cinco anos, a implementar um plano que promove a eficiência dos recursos, das energias renováveis e do investimento em “capital natural”. Neste âmbito encontra-se, neste momento, a apoiar a restauração de um troço do rio Alcabrichel, situado na área geográfica de Torres Vedras.

 

A Quercus efectuou uma análise aos primeiros dois anos de aplicação das medidas de redução implementadas pela UNICRE e concluiu que, de 2008 para 2009, é notória a redução da Pegada Ecológica. O resultado alcançado – uma redução na ordem dos 21% – teve origem, em grande parte, nos decréscimos dos consumos nos serviços, mobilidade e electricidade.

 

Como evoluiu a pegada ecológica da UNICRE

 

Em 2009 a Pegada Ecológica da UNICRE, de acordo com a metodologia aplicada às categorias energia, resíduos, água e recursos florestais correspondeu a cerca de 353,21 hag (hectares globais). O consumo de energia, com incidência nos consumos de electricidade e serviços é uma das componentes mais significativas, correspondendo a 51,40% da Pegada.

 

Ao nível dos resíduos produzidos, a UNICRE operou uma diminuição muito significativa, situada nos 13,6%. Este resultado advém da alteração dos processos e no ajustamento dos fluxos de trabalho interno da empresa que resultaram, por exemplo, na menor utilização e circulação do papel entre os vários departamentos.

 

A análise pormenorizada revelou que a categoria dos “serviços” foi a que mais contribuiu para a redução da pegada. Dentro desta categoria, as áreas do correio e transporte de encomendas, por um lado, e da assistência técnica, com uma redução estimada de 23% e 42%, respectivamente apresentaram, em termos relativos, os maiores contributos para a obtenção do resultado final. O quadro comparativo, em anexo, revela em detalhe a contribuição de cada categoria e a respectiva evolução de 2008 para 2009.

 

Salvar a Boga do Oeste no rio Alcabrichel

 

Para além das acções dentro da empresa as acções de contra-pegada da UNICRE incluem acções no exterior, com voluntários, trabalhadores da empresa e respectivas famílias a ajudarem na reabilitação de um troço do rio Alcabrichel, com vista a criar condições para o repovoamento do ruivaco do Oeste (Achondrostoma occidentale), espécie endémica de Portugal que se encontra criticamente em perigo de extinção.

 

No dia 1 de Dezembro, 55 voluntários da UNICRE, incluindo o actual Presidente, Fernando Adão da Fonseca, sob a assessoria técnica da Quercus, realizarão acções de plantação de 2.000 arbustos e árvores autóctones, iniciando os processos de renaturalização das margens do rio. O projecto em execução conta com a colaboração dos proprietários locais, com vista à realização de acções de remoção de infestantes, nomeadamente da cana (Arundo donax), que será reutilizada para instalação de taludes e vegetação, estabilização das margens, diversificação do leito e construção de fundões que conservarão a água no Verão, bem como de leitos de cascalho adequados à desova e possível instalação de deflectores e refúgios. Estão também a ser inventariados os focos de poluição, com impacto nos cursos de água, procurando sensibilizar as comunidades e os agentes económicos locais para a necessidade de se adoptarem comportamentos mais correctos para com o ambiente.

 

A Quercus, através da subscrição de compromissos semelhantes ao celebrado com a UNICRE, pretende que os ecossistemas e toda a actividade que assegura a sua manutenção e restauração, se traduzam num activo contabilizáveis no âmbito das rubricas que medem o desenvolvimento económico e o impacto ambiental. Esta nova fórmula de actuação e mensurarão terá de envolver os cidadãos, as empresas e as entidades públicas nacionais.

 

Lisboa, 29 de Novembro de 2009

 

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Sobre a Unicre

 

Fundada em 1974, a Unicre é o maior especialista português em soluções de pagamentos, ocupando um lugar de destaque em termos europeus.

 

Sob a marca REDUNICRE, é detentora, em Portugal, da maior rede de aceitação de cartões de pagamentos automáticos, com um volume de facturação de 16,2 mil milhões de euros em 2009 e cerca de 75 mil terminais. Ao nível da emissão gere 460 mil cartões de crédito, 231 mil dos quais da marca UNIBANCO.

 

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Síntese da distribuição da pegada ecológica para os anos de 2008 e 2009 segundo as categorias analisadas

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