Setembro 2006 – Quercus https://quercus.pt Fri, 05 Mar 2021 15:30:55 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://quercus.pt/wp-content/uploads/2021/03/cropped-logotipo-quercus-svg-32x32.png Setembro 2006 – Quercus https://quercus.pt 32 32 3 de Setembro – Abertura da Caça às Espécies Aquáticas. Quercus Alerta para a Contaminação por Chumbo e Pede Fim da Caça na Lagoa de Melides https://quercus.pt/2021/03/05/3-de-setembro-abertura-da-caca-as-especies-aquaticas-quercus-alerta-para-a-contaminacao-por-chumbo-e-pede-fim-da-caca-na-lagoa-de-melides/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:55 +0000 https://quercus.pt/?p=13090 A Quercus desenvolveu hoje, dia 3 de Setembro, data da abertura de mais uma época de caça às aves aquáticas – patos, galeirão e galinhas d’água, uma acção de alerta para a contaminação do chumbo nas zonas húmidas e apelou ao fim da caça na Lagoa de Melides. Nesta acção a Quercus colocou 10 “espantadores” de caçadores na Lagoa de Melides, Grândola, constituídos por bonecos de aves elevados por estacas de 4 metros.

 

FIM DA CAÇA NA LAGOA DE MELIDES

 

No decorrer desta acção a Quercus alertou para a necessidade de se fazer a proibição da caça na Lagoa de Melides, zona húmida da costa alentejana situada no concelho de Grândola. Esta zona húmida tem sido sujeita a diversas pressões que têm a ver com a actividade agrícola nas várzeas a montante da lagoa, com a drenagem e pressão sobre as suas margens, a poluição e a gestão da abertura ao mar. A actividade cinegética é outra das pressões a que a lagoa tem estado sujeita ao longo dos anos. A relativa pequena dimensão deste espaço natural, a existência de estradas, habitações e outras infra-estruturas na sua envolvência deveriam ser só por si suficientes para que ao abrigo do que está legislado quanto a distância mínima para a prática desta actividade já tivesse sido decretada a interdição da caça nesta área.

 

Acresce ainda o facto de que a actividade cinegética ao introduzir chumbo no ecossistema tem um impacte nas aves aquáticas, em especial nos anatídeos – patos – que frequentam a zona.

 

CHUMBO DEVERÁ SER GRADUALMENTE ELIMINADO DAS MUNIÇÕES DE CAÇA

 

Há muito tempo que é reconhecido o papel negativo do chumbo nas aves. Estes animais ao ingerirem pequenas pedras de areia e pequenas pedras para ajudar a digestão na moela acabam por também ingerir as pequenas esferas de chumbo dos cartuchos usados na caça. Daí resulta a intoxicação conhecida por saturnismo com efeitos diversos na saúde das aves podendo levar à sua morte. Calculando as muitas dezenas de milhões de cartuchos usados anualmente na nosso País é fácil perceber que estamos a falar de muitas toneladas de chumbo que ano após ano se vão acumulando nas nossas áreas naturais com especial impacte nas zonas húmidas. Estimou-se que a utilização de chumbo nas munições provocaria anualmente a morte de 1,4 2,6 milhões de patos por envenenamento na América do Norte. Actualmente a utilização do chumbo na caça às aves aquáticas está proibida em vários países (EUA, Dinamarca, Espanha). Estudos recentes obtiveram valores de envenenamento que chegam perto dos 60% em Pato real (para alguns períodos) em Portugal, ficando provada a ocorrência de mortalidade devido a este facto em Portugal.

 

Apesar de virmos a alertar há vários anos para a necessidade de se começar a limitar o uso deste metal nas munições de caça especialmente nas zonas húmidas a verdade é que a situação não tem tido nenhuma evolução positiva nos últimos anos. Isto apesar de Portugal ter assinado o Acordo para a Conservação das Aves Aquáticas Migradoras Afro-Euroasiáticas, onde entre outras medidas se aponta a redução do uso do chumbo nas zonas húmidas, a qual não foi no entanto regulamentado até à data. Sabemos que ao nível técnico existem já alternativas ao chumbo (por exemplo o aço) e que há alguma investigação a decorrer em relação á procura de novos materiais e à qual há que dar incentivo com vista ao seu prosseguimento.

 

Consideramos que é necessário começar a trabalhar de forma concreta no sentido da proibição da sua utilização começando de forma gradual pelas zonas húmidas, nomeadamente dentro das áreas protegidas e das zonas abrangidas pela Convenção de Ramsar – Convenção de Protecção às Zonas Húmidas de Importância Internacional – dando assim seguimento ao que diversos Países europeus já vêm implementando desde há vários anos atrás.

 

Calendário venatório também ajuda à pressão sobre espécies

 

inicio da caça às aves migratórias em Agosto leva ao abate de aves protegidas que ainda não iniciaram a migração para África e origina uma sobreposição do início da época venatória com a fase final de nidificação de algumas espécies pelo que deveria ser adiada algumas semanas. Esta é uma situação que ocorre com a rola-comum e também com os patos uma vez que muitas aves se encontram ainda na fase de mudança de plumagem e outras se encontram ainda com juvenis.

 

Quanto à caça em Fevereiro temos realçado a necessidade de Portugal aderir à recomendação do Parlamento Europeu, reforçada pelo tribunal europeu, para considerar o período venatório apenas até aos finais de Janeiro. De facto, o prolongamento da actividade venatória até finais de Fevereiro, para além de afectar estas espécies, vai aumentar o risco para muitas espécies não cinegéticas, dada a falta de respeito de muitos caçadores pelas espécies protegidas.

 

A caça aos patos é permitida até 1 hora antes e depois do pôr-do-sol. Mesmo ao crepúsculo, continua a ser um problema em termos de conservação da natureza pelo facto de não se conseguirem distinguir correctamente as espécies e de muitas delas, não cinegéticas, serem por vezes abatidas.

 

MAIS EXIGÊNCIA NA GESTÃO E FISCALIZAÇÃO

 

No terreno continuamos a assistir a situações de incumprimento da legislação e de falta de fiscalização. O Chamado controle de predadores e o abate de exemplares de espécies protegidas continuam infelizmente a ocorrer. O uso de veneno é outro flagelo para o qual há que actuar e nesse sentido a Quercus e as outras entidades que integram o Programa Antídoto têm concretizado diversas actividades que visam o controle deste problema (www.antidoto-portugal.org).

 

Perante este cenário continua a ser confrangedora a falta de meios de fiscalização que as diversas entidades fiscalizadoras possuem para trabalho no terreno.

 

QUERCUS PREPARADA PARA RECEBER ANIMAIS FERIDOS DE ESPÉCIES PROTEGIDAS

 

Como é norma na nossa actuação estamos prontos para receber animais feridos nos núcleos e nos Centros de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André e de Castelo Branco geridos pela Quercus. Sugere-se, no entanto, que a entrega se faça preferencialmente nas sedes das áreas protegidas (Parques e Reservas Naturais) ou no SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR), que os encaminharão para os nossos centros ou para outros centros geridos pelo Instituto de Conservação da Natureza e outras ONGs.

 

APELO À CONSCIÊNCIA DE QUEM CAÇA

 

Deixamos aqui o nosso apelo aos caçadores no sentido de respeitarem a lei e de serem eles próprios a impor uma conduta de bom comportamento junto daqueles que com eles partilham o gosto por esta actividade. Para além disso, exige-se que os meios humanos e materiais afectos à fiscalização sejam ampliados de modo a que as infracções possam ser detectadas e devidamente punidas.

 

Lisboa, 3 de Setembro de 2006

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Alterações climáticas – “Uma Verdade Inconveniente”, um filme com Al Gore / 12Set. em Lisboa e Porto https://quercus.pt/2021/03/05/alteracoes-climaticas-uma-verdade-inconveniente-um-filme-com-al-gore-12set-em-lisboa-e-porto/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:49 +0000 https://quercus.pt/?p=13089 A Quercus vai realizar em conjunto com a Lusomundo o lançamento em antestreia do filme “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore (http://www.climatecrisis.net/) no dia 12 de Setembro (em Lisboa e no Porto), sendo que em Lisboa será seguido de um debate.

 

Para Lisboa o programa é o seguinte:

Dia: 12 de Setembro

Hora: 21h, após projecção do fime “Uma Verdade Inconveniente”

Onde: Lisboa, cinema UCI Amoreiras, sala 1

 

Moderador:

Viriato Soromenho-Marques, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, consultor da edição portuguesa em livro de “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore

 

Intervenientes:

– Humberto Rosa, Secretário de Estado do Ambiente

– Carlos Pimenta, Participante como eurodeputado na negociação de Quioto

– Filipe Duarte Santos, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, responsável pelo Projecto SIAM (impactes das alterações climáticas para Portugal)

– Francisco Ferreira, Professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Direcção Nacional da Quercus

 

Para o Porto

Dia: 12 de Setembro

Hora: 21.30h, só projecção do fime “Uma Verdade Inconveniente”

Onde: Matosinhos, Norteshopping

 

Apoios:

Antena Um, Rádio Renascença, TSF

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9 de Setembro – Almaraz. Quercus presente em manifestação pelo encerramento de central nuclear em Espanha https://quercus.pt/2021/03/05/9-de-setembro-almaraz-quercus-presente-em-manifestacao-pelo-encerramento-de-central-nuclear-em-espanha/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:45 +0000 https://quercus.pt/?p=13088 No próximo dia 9 de Setembro (Sábado) a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza irá estar presente na manifestação convocada por várias organizações espanholas, com o objectivo de lutar pelo encerramento da central nuclear de Almaraz. Da comitiva portuguesa constarão representantes da Direcção Nacional e do Núcleo Regional de Portalegre.

 

O porquê do protesto

A central de Almaraz tem tido incidentes com regularidade, o último dos quais em Junho, tendo-se na altura, e nos arredores da Central, medido níveis de radioactividade superiores ao permitido. Não obstante serem valores que podem representar um risco para as populações, não houve qualquer aviso ou informação sobre os mesmos.

 

A frequente ocorrência de problemas na Central de Almaraz, que têm conduzido ao seu encerramento por diversas vezes e consequentes libertações de níveis mais elevados de radioactividade, tem levado a que há vários anos diferentes organizações se juntem anualmente para chamar a atenção para os riscos que esta infra-estrutura acarreta para a região, para o país e mesmo para a Península Ibérica.

 

Muitos destes incidentes têm passado despercebidos do lado de cá da fronteira, isto apesar de no caso de haver um acidente grave, sermos dos primeiros a ser afectados.

 

O porquê da presença da Quercus

Num momento em que alguns grupos de interesse procuram branquear os possíveis efeitos colaterais do uso da energia nuclear, apresentando-a como limpa, segura e barata, a Quercus resolveu demonstrar a solidariedade com as suas congéneres espanholas e associar-se a uma iniciativa que demonstra cabalmente a falsidade de tais alegações.

 

Os resíduos produzidos pela central estão depositados junto da mesma, não existindo até hoje qualquer solução para os tratar, situação que não ocorre apenas em relação a esta central nem tão pouco em relação apenas a Espanha. De facto, não existe nenhum país no mundo que tenha resolvido o problema da deposição segura dos seus resíduos, não obstante os avultados investimentos já realizados nesta área.

 

Também o risco de acidente grave na central de Almaraz não pode ser excluído (bem como em nenhuma outra central nuclear), situação em que Portugal poderia sofrer consequências extremamente graves, face à proximidade da central do Rio Tejo e a própria proximidade da fronteira.

 

Assim, todas as medidas que possam ser tomadas para levar ao encerramento imediato de infra-estruturas que acarretam enormes riscos em termos ambientais, sociais e económicos, como é o caso da central nuclear de Almaraz, não poderão deixar de merecer o total apoio da Quercus.

 

A Organização da Manifestação

Esta manifestação pelo encerramento da central nuclear de Almaraz conta na sua organização com:

– Plataforma Antinuclear Cerrar Almaraz;

– Plataforma de Afectados por la Central Nuclear de Almaraz;

– ADENEX;

– CGT;

– CNT-Cáceres Norte e CNT-AIT-Mérida;

– IU-Extremadura;

– Ecologistas en Acción – Extremadura;

– Partido Comunista de Extremadura;

– Juventudes Comunistas;

– Asociación Comarcal Jóvenes del Valle del Jerte; e CEFNA.

 

Lisboa, 9 de Setembro de 2006

A Direcção Nacional da

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Dia Internacional para a Protecção da Camada de Ozono – Portugal pouco contribui. https://quercus.pt/2021/03/05/dia-internacional-para-a-proteccao-da-camada-de-ozono-portugal-pouco-contribui/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:37 +0000 https://quercus.pt/?p=13087 Nos últimos anos a Quercus tem assinalado esta efeméride ambiental, o Dia Internacional para a Protecção da Camada de Ozono, fazendo o ponto da situação em Portugal da gestão de algumas das substâncias que representam ameaça para este escudo vital do Planeta Terra.

 

O ozono (O3) que existe na atmosfera localiza-se essencialmente na estratosfera, entre 10 a 50 km acima da superfície terrestre, observando-se as maiores concentrações a altitudes aproximadamente entre 15 e 35 km, constituindo o que se convencionou chamar a “Camada de Ozono”.

 

A protecção da Camada de Ozono é fundamental para assegurar a vida na Terra, uma vez que o ozono estratosférico tem a capacidade de absorver grande parte da radiação ultravioleta B (UV-B), radiação solar que pode provocar efeitos nocivos (ou até mesmo letais) nos seres vivos, ameaçando assim a saúde humana e o ambiente (www.iambiente.pt).

 

Os dois parágrafos anteriores fazem parte da informação disponível no Portal do Instituto do Ambiente sobre a Camada de Ozono. Contudo, o estado Português aparenta não assumir este problema com a preocupação devida.

 

Segundo informação que dispomos, no 1.º semestre de 2006 só foram tratadas 6500 unidades de REEE com CFC das 357 000 unidades (contendo ao todo 180 toneladas de CFC’s) que se estima este ano chegarem ao fim do seu período de vida, o que representa apenas 3200 kg de CFC devidamente destruídos. Ou seja, durante este ano Portugal vai contribuir para a destruição da camada de ozono com mais de 173 ton de CFC’s.

 

É de referir, que no ano passado foram tratados 6306 kg de CFC e este ano, considerando os valores do 1.º semestre, vão ser tratados 6400 kg. Ou seja, vai haver um ridículo aumento de 1,5% de CFC’s tratados.

 

Este péssimo comportamento do estado Português no tratamento de resíduos eléctricos e electrónicos (REEE) contendo CFC’s já originou uma queixa (http://www.netresiduos.com/cir/comunicados/ozono9_03_03.htm), da parte da Quercus, à Comissão Europeia (CE).

 

No seguimento da referida queixa, a CE veio a informar (http://www.netresiduos.com/cir/comunicados/REEE2006.pdf) que depois de diversas intervenções, nomeadamente por escrito e em reuniões, dos seus serviços junto do estado português “que a situação evoluiu de forma favorável e encontra-se neste momento sob controlo, quer do ponto de vista legislativo quer operacional”.

 

A Quercus considera que, desde que a apresentou a sua queixa em 2003, a situação não evoluiu no ritmo adequado nomeadamente porque:

 

1.º A gestão de REEE conta actualmente com duas entidades gestoras que receberam as respectivas licenças no mês de Março do corrente ano, ou seja, com um atraso de 7 meses em relação ao previsto na legislação (decreto-lei 230/2004);

 

2.º O atraso na atribuição das licenças das entidades gestoras levou a que actualmente ainda não esteja montado, com funcionamento pleno, um sistema de gestão de REEE a nível nacional;

 

Perante esta triste realidade a Quercus decidiu apresentar esclarecimentos à CE (http://www.netresiduos.com/cir/comunicados/respostaCE_REEE06.pdf) no sentido de esta não arquivar o processo sem que esteja garantida a correcta gestão dos REEE com CFC’s.

 

Lisboa, 15 de Setembro de 2006

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Estudo Quercus Ecofamílias: Como se gasta a energia no sector residencial? https://quercus.pt/2021/03/05/estudo-quercus-ecofamilias-como-se-gasta-a-energia-no-sector-residencial/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:32 +0000 https://quercus.pt/?p=13086 O programa EcoFamílias está a ser desenvolvido no âmbito do projecto EcoCasa (www.ecocasa.org) da responsabilidade da Quercus – Associação Nacional da Conservação da Natureza. Este programa está a acompanhar 30 famílias – as EcoFamílias –, num total de 82 pessoas, residentes nos concelhos de Lisboa, Oeiras e Sintra pretende avaliar os consumos energéticos no sector doméstico, para além de implementar medidas com vista à redução de consumos.

 

A avaliação do comportamento energético das EcoFamílias está a ser efectuada através da medição real dos consumos de electrodomésticos e outros equipamentos, bem como dos hábitos de utilização dos mesmos. Recorre-se também à medição dos níveis de temperatura e humidade das habitações e análise das suas características. São igualmente efectuadas leituras dos contadores de electricidade, gás e água. Outro aspecto em análise é a utilização de equipamentos de energias renováveis ao nível doméstico e a sua influência na factura energética.

 

O programa EcoFamílias, com duração de um ano, entre Novembro de 2005 e Outubro de 2006 foi dividido em duas fases: a primeira fase de diagnóstico (duração de 9 meses) e a segunda de intervenção com vista a alteração de comportamentos (duração de 3 meses). Com os dados recolhidos na primeira fase serão dados conselhos para a alteração de hábitos e substituição, se possível e necessário, de equipamentos e lâmpadas. A avaliação final do programa terá por base as alterações de comportamento verificadas e as diferenças passíveis de analisar na factura energética.

 

Este relatório de progresso pretende mostrar os resultados obtidos nos 6 primeiros meses da primeira fase do Programa – fase de diagnóstico – que decorreu entre Novembro de 2005 e Abril de 2006, bem como apontar alguns dos caminhos para a poupança energética com dados até ao momento.

 

No período em análise foram realizadas 155 visitas às EcoFamílias e foram medidos os consumos de 235 equipamentos eléctricos, estando prevista até ao final do período do programa também a análise dos equipamentos a gás.

 

Do ponto de vista da construção, as EcoFamílias residem na maioria em apartamentos, construídos antes de 1990. A tipologia de parede exterior nas habitações das EcoFamílias é maioritariamente composta por parede simples (57%), sem isolamento. O sombreamento é feito pelo exterior, maioritariamente através de estores. A orientação solar destas habitações é predominantemente a Este e Oeste, quando seria mais indicado que fosse a Sul.

 

Dos dados recolhidos e analisados até agora pode afirmar-se que o número de elementos das EcoFamílias não é directamente proporcional aos gastos energéticos da mesma. Os hábitos de utilização dos equipamentos e tempo de permanência na habitação são factores mais determinantes nestes consumos.

 

Todas as EcoFamílias possuem frigorífico ou combinado, máquina de lavar roupa e televisão. O computador e aparelhagem de som estão presentes em mais de 80% delas. Os equipamentos identificados e avaliados foram agrupados nas seguintes categorias: Climatização, Cozinha, Entretenimento, Frio, Iluminação, Informática e Telecomunicações, Máquinas e Outros.

 

Para este relatório foram analisados os dados obtidos para consumos eléctricos dos grupos de Entretenimento e Informática e Telecomunicações. Nos outros grupos alguns equipamentos foram analisados individualmente, como o caso do micro-ondas (que representam 1 a 3% do consumo da electricidade), frigorífico/combinado (8% em média) e máquina de lavar roupa (abaixo dos 10%).

 

O grupo de entretenimento, composto pela televisão, aparelhagem de som, vídeo/DVD, apresenta consumos na ordem dos 16 kWh/mês, em média por EcoFamília, que corresponde a 5% da factura mensal de electricidade. O grupo de informática apresenta valores de consumo num intervalo maior entre 1 e 40 kWh/mês. O consumo de electricidade médio mensal das EcoFamílias é de 418 kWh.

 

Pela análise dos dados pode afirmar-se que a utilização dos equipamentos eléctricos não tem uma relação directa entre o número de pessoas que habitam uma casa. Outro dado que se pode retirar é que a maioria dos equipamentos apresentam consumos fantasma e/ou de stand-by. As lâmpadas incandescentes ainda são o tipo de lâmpadas mais presente nas habitações em estudo. Em média por quarto, existem 6 lâmpadas.

 

As EcoFamílias já têm, em 82% dos casos, abastecimento por gás natural, apresentando um consumo médio de 34 m3 (n) GN/mês, sendo as que possuem sistemas de aquecimento central a gás aquelas que apresentaram maiores consumos. Devido às especificidades dos aparelhos e consumos de gás, tal como já foi referido anteriormente, uma análise mais detalhada destes apenas fará parte apenas do relatório final.

 

A avaliação da temperatura e da humidade em determinadas assoalhadas das EcoFamílias permitiu, ainda que de forma limitada, verificar pela observação de alguns agregados familiares a necessidade de recorrer de modo sistemático a aquecimento no período de Inverno. No interior da maioria das habitações a temperatura de conforto é menor em relação ao que seria desejável (18 ºC), oscilando bastante em função da temperatura exterior, o que mostra problemas de isolamento.

 

Relacionado com este aspecto, pode afirmar-se que o irradiador a óleo é o equipamento para aquecimento mais utilizado nas EcoFamílias e que o desumidificador se encontra presente com maior frequência nas residentes no concelho de Sintra.

 

No que respeita às emissões de gases de efeito de estufa (em particular de dióxido de carbono) associadas aos consumos de electricidade e gás, verificou-se uma variação muito significativa de emissões entre famílias, tal como já verificado nos consumos de energia. As emissões atingem nalgumas famílias valores próximos dos 800 Kg de CO2 /mês, o que se pode traduzir como uma emissão equivalente a 160 lâmpadas incandescentes de 60W ligadas 4 horas por dia, durante um mês.

 

A partir dos dados recolhidos foram avaliados os potenciais de poupança energética das EcoFamílias, nos equipamentos eléctricos. As reduções nos consumos energéticos passam pela eliminação de alguns consumos de stand-by e fantasma (10 a 50%), substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas (até 70%) e a substituição do contador simples pelo Bi-Horário.

 

Estas são áreas onde a alteração de comportamentos levará ao aumento da eficiência energética nestas famílias, com consequência directa na diminuição do valor das facturas energéticas e nos ganhos ambientais associados.

 

Para que os potenciais de poupança se convertam em reduções efectivas dos consumos energéticos destas EcoFamílias, serão também dadas recomendações a vários níveis na segunda fase do programa nomeadamente na substituição de electrodomésticos, tendo por base de selecção a eficiência energética.

 

A Direcção Nacional da

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

Lisboa, 15 de Setembro de 2006

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Semana da Mobilidade – Quercus Alerta para os Efeitos da Poluição com 50 Cruzes Negras na Avenida da Liberdade https://quercus.pt/2021/03/05/semana-da-mobilidade-quercus-alerta-para-os-efeitos-da-poluicao-com-50-cruzes-negras-na-avenida-da-liberdade/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:27 +0000 https://quercus.pt/?p=13085 A QUERCUS desenvolve hoje, 20 de Setembro com início às 08:00 horas, na antevéspera do Dia Europeu Sem Carros e em plena Semana da Mobilidade, uma acção de alerta para as consequências da poluição automóvel na saúde pública e para a ausência de medidas que conduzam a uma mobilidade mais sustentável.

 

A Quercus colocará 50 CRUZES NEGRAS (com 2 metros cada) no início da Avenida da Liberdade (junto aos Restauradores), Lisboa, representando a mortalidade e morbilidade decorrente do excesso de poluição atmosférica. Será ainda encenada uma consulta médica onde estarão representadas as principais doenças provocadas ou agravadas pela poluição proveniente do tráfego automóvel (alergias, cancro, doenças cardiovasculares, surdez, stress, etc.). As receitas médicas, em vez de medicamentos, serão constituídas por soluções para a resolução dos problemas de tráfego e de poluição.

 

A Quercus apresentará ainda alguns dados sobre a qualidade do ar, fará um balanço sobre a implementação das medidas para a redução da poluição e contabilizará a taxa de ocupação das viaturas que entram no centro de Lisboa através da Avenida da Liberdade.

 

Lisboa, 20 de Setembro de 2006

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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Semana da Mobilidade – Quercus Alerta para as Consequências da Poluição na Saúde Pública. Urgente Implementar Medidas https://quercus.pt/2021/03/05/semana-da-mobilidade-quercus-alerta-para-as-consequencias-da-poluicao-na-saude-publica-urgente-implementar-medidas/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:21 +0000 https://quercus.pt/?p=13084 A QUERCUS alertou hoje para as consequências da poluição automóvel na saúde pública e para a ausência de medidas que conduzam a uma mobilidade mais sustentável, colocando mais de 50 CRUZES NEGRAS ao longo da Avenida da Liberdade, em Lisboa.

 

Os dados que têm vindo a ser disponibilizados nos últimos anos revelam que é cada vez mais urgente intervir sobre o tráfego do interior das cidades do Porto e Lisboa e respectivas envolventes, de forma a minorar os efeitos graves da má qualidade do ar na saúde pública e permitir assim o cumprimento da legislação nacional e europeia.

 

Poluição por Ozono troposférico

Os dados disponibilizados pelo Instituto do Ambiente (www.qualar.org) revelam que nos últimos dois anos o número de excedências ao limiar de informação ao público (180 ug/m3 por hora) para o poluente Ozono troposférico tem vindo a atingir valores recordes em Portugal:

 

-Em 2005 foram registadas 900 horas em que os níveis de Ozono ao nível do solo estiveram acima do limiar de informação ao público;

-Em 2006, até 19 de Setembro, já haviam sido registadas 705 horas em excedência ao limiar de informação ao público para o poluente Ozono troposférico;

-Só na semana de 6 a 12 de Agosto de 2006 foram registadas 354 horas em excedência ao limiar de informação ao público;

-A 11 de Agosto foram registadas 101 horas em excedência ao limiar de informação ao público, um valor nunca antes registado em Portugal.

 

Consequências:

De acordo com dados de 2000, o excesso de Ozono troposférico provoca em Portugal 500 mortes prematuras por ano (estudo do Instituto Internacional para Análise Aplicada de Sistemas, da Áustria).

 

Poluição por Partículas Inaláveis (PM10)

Nos últimos anos os níveis excessivos de poluição por Partículas Inaláveis têm atingido valores preocupantes, principalmente nas regiões de Lisboa e Porto.

 

A Avenida da Liberdade, em Lisboa, tem sido considerada um dos pontos mais poluídos da Europa, apresentando já desde 2001 valores excessivos de Partículas Inaláveis que obrigam ao desenvolvimento de Planos e Programas para a redução da poluição.

Apesar de, por ano, o valor máximo admissível para as Partículas Inaláveis ser de 35 dias em excesso (médias diárias acima de 50 ug/m3), na Avenida da Liberdade, já desde 2001, o número de dias em excesso tem sido sempre superior a 111:

 

-Em 2003, o número de dias em excesso foi 131;

-Em 2004, o número de dias em excesso foi 119;

-Em 2005, até ao mês de Setembro já tinham sido atingidos 124 dias em excesso;

-Em 2006, no fim de Fevereiro já tinha sido ultrapassado o número máximo de dias em excesso permitido por ano (35 dias).

 

Consequências: De acordo com dados de 2004, o excesso de Partículas Inaláveis provoca em Portugal quase 4000 mortes prematuras e uma redução de 5 meses na esperança média de vida dos lisboetas e portuenses (estudo da Agência Europeia do Ambiente).

 

Consequências para a saúde pública

A Organização Mundial de Saúde estima que as doenças associadas à poluição do ar por partículas inaláveis pode ser considerada dentro das dez maiores causas de morte nos países desenvolvidos. Este facto foi detalhado por um estudo da Organização Mundial de Saúde que estima que no total da França, Suiça e Áustria a poluição do ar seja responsável por 6% do total da mortalidade, resultando em mais de 40 mil casos de morte por ano atribuídos a esta causa, metade deles resultante especificamente das emissões de tráfego rodoviário. Estima-se igualmente que o tráfego rodoviário nestes países cause por ano: 25 mil novos casos de bronquite crónica em adultos, 290 mil episódios de bronquite em crianças, 500 mil ataques de asma e 16 milhões de pessoas/dia de actividades limitadas. Os custos da poluição do ar para estes três países foram estimados em cerca de 1,7% do seu PIB. O total da população dos três países atinge cerca de 75 milhões de habitantes; os países em causa apresentam concentrações menores de partículas inaláveis nas grandes cidades em comparação com Portugal.

 

Planos e Programas para a melhoria da qualidade do ar

Em sequências dos elevados níveis de poluição por Partículas Inaláveis registados em Lisboa e no Porto foram elaborados, de acordo com o previsto na Lei (embora tardiamente), Planos e Programas para a melhoria da qualidade do ar nestas duas regiões. Apesar destes documentos elencarem várias medidas para reduzirem os níveis de poluição, tardam em ser implementadas.

 

Algumas medidas para uma mobilidade mais sustentável:

-Acabar com o estacionamento gratuito no interior das cidades;

-Penalização muito mais forte do estacionamento ilegal, através de uma aplicação muito mais vasta dos bloqueadores;

-Construção de parques de estacionamento dissuasores na periferia;

-Melhoria da articulação da rede de transportes públicos, com a introdução de um bilhete único intermodal;

-Melhorar o conforto dos interfaces de transportes públicos e dos próprios transportes públicos, em particular do transporte colectivo rodoviário;

-Adopção de mais e mais longos corredores BUS;

-Preços mais apelativos para os utentes dos transportes colectivos;

-Criação de pistas cicláveis;

-Entrada em funcionamento das Autoridades Metropolitanas de Transportes;

-Introdução de portagens diferenciadas (de acordo com o número de ocupantes do veículo), sendo mais reduzidas para veículos com 3 ou mais pessoas incluindo o condutor;

-Avaliação da introdução de portagens para utilizadores das áreas centrais de Lisboa e Porto, à semelhança da experiência de Londres;

-Reduzir portagens para os veículos com maior ocupação;

-Alargamento das áreas sem carros;

-Apoios significativos à renovação das frotas de táxis e autocarros;

-Incentivo à adopção de combustíveis menos poluentes e instalação de filtros de partículas, particularmente em frotas de táxis, autocarros, serviços municipais e empresas;

-Promover o gás natural criando postos de abastecimento;

-Promoção de um ordenamento do território a nível nacional, regional e local que proporcione a ocupação das áreas urbanas centrais das grandes cidades, ao contrário de continuar a promover a residência na periferia e os consequentes movimentos pendulares.

 

Lisboa, 20 de Setembro de 2006

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

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Semana da Mobilidade: Aluguer de automóveis mais amigos do ambiente já reduziu emissões de dióxido de carbono em 50 toneladas https://quercus.pt/2021/03/05/semana-da-mobilidade-aluguer-de-automoveis-mais-amigos-do-ambiente-ja-reduziu-emissoes-de-dioxido-de-carbono-em-50-toneladas/ Fri, 05 Mar 2021 15:30:13 +0000 https://quercus.pt/?p=13083 Em Janeiro de 2005 foi lançada uma iniciativa inédita e pioneira na Europa envolvendo uma parceria da AVIS, Honda e Quercus relativa à disponibilização para aluguer em Portugal por parte da AVIS de veículos automóveis híbridos (com motor a gasolina e motor eléctrico) associado a recomendações para todos os clientes sobre uma condução mais económica/ecológica.

 

Entre Janeiro de 2005 e Agosto de 2006 a frota de 24 veículos híbridos apresentou um total de 10 mil dias de aluguer, tendo sido percorridos cerca de 1,3 milhões de quilómetros. A comparação entre o modelo híbrido seleccionado na altura (Honda Civic IMA, entretanto já substituído no mercado por uma nova versão há alguns meses atrás) e o seu equivalente sem motor eléctrico representou para os quilómetros em causa uma redução no consumo de gasolina da ordem dos 20 mil litros e uma redução nas emissões de dióxido de carbono, principal gás de efeito de estufa responsável pelas alterações climáticas na ordem das 50 toneladas.

 

A Quercus apela a que a administração pública, as empresas e os cidadãos, na escolha de um carro novo, optem por um veículo de menor consumo de combustível e consequente reduzida emissão de dióxido de carbono, sendo que nos veículos ligeiros de cinco passageiros são precisamente dois modelos com tecnologia híbrida os recordistas em termos de emissão (Toyota Prius – 104 g/km de CO2 e Honda Civic Hybrid – 109 g/km de CO2). Portugal é o segundo país da Europa com maior número de veículos ligeiros híbridos.

 

Lisboa, 21 de Setembro de 2006

 

A Direcção Nacional da

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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