Sabias que a humanidade já conseguiu reverter um dos maiores desastres ambientais da história?

Sabias que a humanidade já conseguiu reverter um dos maiores desastres ambientais da história?

por Ana João

 

O buraco na camada de ozono está a fechar — e tudo graças a um acordo global da ONU.

Em 1987, o mundo juntou-se e assinou um dos tratados ambientais mais eficazes da história: o Protocolo de Montreal. Ele foi a expressão de uma conferência organizada pela ONU com um objetivo claro: parar a destruição da camada de ozono. Foi um dos primeiros acordos ambientais com regras firmes, penalizações e apoio justo para países com menos recursos. Graças ao compromisso global, a camada de ozono está finalmente a recuperar e este protocolo tornou-se um modelo para outros acordos ambientais globais.

Cinco anos depois, o mundo voltou a reunir-se na histórica Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro, onde nasceu a UNFCCC – a convenção das Nações Unidas para o clima. O objetivo? Evitar alterações climáticas perigosas, estabilizando os gases com efeito de estufa na atmosfera. Desde então, todos os anos acontece a COP – uma grande conferência onde todos os países signatários se juntam para avaliar o que já foi feito e negociar novas soluções para proteger o planeta. A COP tornou-se o maior palco global de ação climática.

A COP21, em Paris, ficou na história como a mais bem-sucedida de todas as COPs. Dela nasceu o Acordo de Paris (2015), onde quase todos os países do mundo se comprometeram a limitar o aquecimento global a bem abaixo dos 2 °C, com esforços para não ultrapassar 1,5 °C. Foi um momento de união global sem precedentes, com forte apoio científico e político. Contudo, o acordo não é legalmente obrigatório, e aí reside o maior desafio das COP: o seu sucesso é dependente da vontade real dos Estados de agir.

Nem todas as COPs têm sido sinónimo de progresso. Algumas levantam sérias dúvidas sobre o compromisso real com a ação climática. A Quercus decidiu não participar na COP29, por considerar que a cimeira do clima se tornou uma encenação mediática num país com graves problemas de direitos humanos. Para a associação, isto demostra a discrepância entre discursos e ações reais no combate à crise climática. A Quercus recusa participar em mais uma conferência onde as soluções já são conhecidas, mas raramente aplicadas com coragem.

Em 2025, o Brasil recebe o mundo: a COP30 vai acontecer em Belém, no coração da Amazónia. Será a primeira conferência climática na floresta mais importante do planeta, uma oportunidade histórica para colocar a proteção da Amazónia e os direitos dos povos indígenas no centro das decisões globais. A Quercus vai estar presente, lado a lado com movimentos sociais e comunidades indígenas, para exigir ação, coragem e justiça climática. A luta contra as alterações climáticas continua — e a COP30 pode ser um ponto de viragem.