XI COP da Convenção da Diversidade Biológica: Quercus subscreve declaração global sobre papel das empresas

Decorre entre 8 e 19 de outubro em Hyderabad, Índia, a 11ª Conferência das Partes (CoP) da Convenção da Diversidade Biológica, uma das chamadas “Convenções do Rio”, que visa a conservação, o uso sustentável da biodiversidade e a partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos.

As empresas e a biodiversidade
Durante a CoP anterior há dois anos em Tóquio, foi adotado um Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, o qual é o tema principal do presente encontro. Entre diversas deliberações consta a Decisão X/21, relativa ao envolvimento das empresas, a qual reconhece a importância de envolver as empresas privadas a nível global, incluindo as pequenas e médias empresas, para alcançar os três objetivos da Convenção.

A capacidade inovadora do setor empresarial e a sua capacidade de levar a cabo transformações é crítica para parar a perda de biodiversidade, uma das maiores desafios globais do nosso tempo.
Proteger a diversidade biológica, os ecossistemas e os serviços que estes providenciam requer uma mudança profunda nos nossos estilos de vida, a nossa forma de fazer negócios e no quadro político e institucional de suporte.

Uma declaração, uma visão e empenhamento comuns
Assim, na sequência da primeira reunião da Parceria Global Business and Biodiversity, há dois anos atrás na CoP de Tóquio, os fundadores dessa parceria global, bem como outras partes interessadas, como é o caso da Quercus – que tem vindo a desenvolver atividades de sensibilização específica sobre biodiversidade dirigidas a empresas –  vêm agora exprimir através de uma declaração tornada pública hoje, 16 de outubro, o seu apoio ao desenvolvimento desta parceria como uma base de trabalho para a colaboração com e entre empresas.

A visão comum dos signatários é uma sociedade onde as empresas em todo o mundo  tomam efetivamente em consideração a biodiversidade e os serviços de ecossistema nas suas estratégias corporativas, políticas e operações. Pelo que desejam demonstrar liderança e empenho num conjunto de ações concretas que a declaração enuncia.

As empresas estão dependentes de quadros políticos fiáveis que suportem os benefícios potenciais que derivem do empenho empreendedor para proteger a biodiversidade sob condições de competição global.  Por isso os signatários desta declaração pedem também às partes, isto é, aos países que subscreveram a Convenção para que colaborem ativamente com as iniciativas das empresas para a biodiversidade (business and biodiversity) e ao Secretariado da convenção que disponibilize os recursos adequados, nomeadamente mantendo uma unidade própria dedicada às empresas.

Em direção a uma economia verde
Para a Quercus, subscrever esta declaração numa altura em que muitas empresas portuguesas sofrerão quebras significativas, faz ainda assim sentido, porque se a sustentabilidade da economia portuguesa poderá estar em risco no quadro específico político e institucional atual, a verdade é que o modelo económico a nível global não é sustentável.

A Quercus, como muitas organizações e pessoas que participaram na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS ou “Rio+20”), acredita que é necessário trabalhar ativamente na transição para uma economia verde global no contexto da erradicação da pobreza e de uma governança para o desenvolvimento sustentável. É preciso um acelerado e profundo processo de transição mundial em direção a essa economia verde – uma economia que gera crescimento, gera emprego e erradica pobreza por investir e preservar o capital natural sobre o qual assenta nossa sobrevivência a longo prazo. Uma economia – e um sistema financeiro – que sirva as necessidades reais das pessoas e respeite os limites reais do planeta.

Informação sobre a CoP para os media: http://www.cbd.int/cop11/media-info/

Lisboa, 16 de outubro de 2012

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza