Quercus congratula o Governo com a proibição do uso de garrafas, sacos e louça de plástico

Pequenos passos no caminho certo

 

 

A Quercus vê com bons olhos as medidas aprovadas no Conselho de Ministros para a proibição do uso de garrafas, sacos e louça em plástico, na Administração Pública. Apesar de estes passos parecerem pequenos, são dados no caminho certo.

 

Relativamente à redução do consumo de papel e consumíveis em 25%, a Quercus considera que a medida poderia ter sido mais ambiciosa e sustentável, com a proibição do uso de papel em fibras virgens na Administração Pública, em utilizações de higiene e limpeza (papel higiénico e toalhetes de papel para limpar as mãos).

 

“Baby steps” é a denominação que muitas vezes é dada a medidas como estas, mas a Quercus considera que apesar de parecerem medidas pequenas estão a ser dadas no caminho certo, e poderão ter uma repercussão muita além dos corredores da Administração Pública.

 

A proibição do uso de garrafas, sacos e louça em plástico descartável é um sinal de que o problema do uso abusivo de plásticos de utilização única, e as suas consequências para o Ambiente, é de facto um assunto sério que merece a maior atenção de Governos, Indústria, Empresas, ONGs e da Sociedade Civil em geral.

 

 

Esta proibição poderá provocar três efeitos positivos:

 

– A redução do uso destes materiais poderá elevar o problema da poluição por plástico descartável a uma prioridade nacional;

 

– Educação ambiental aos funcionários públicos, que poderão replicar estas medidas em suas casas;

 

– Ser um exemplo para o setor privado, desafiando as empresas a adotar medidas semelhantes com o intuito de reduzir o consumo de plásticos de utilização única.

 

 

O consumo de produtos descartáveis continua a crescer, estimando-se que só em palhinhas sejam consumidos nos restaurantes Portugueses anualmente palhinhas suficientes para dar a volta ao Planeta cinco vezes. A situação não é animadora, estudos recentes mostram que 259 milhões de copos de café, 10 biliões de beatas de cigarros, 40 milhões de embalagens de take-away, 1 bilião de palhinhas de plástico e 721 milhões de garrafas descartáveis. Estes materiais são considerados como produtos de uso único e de curta-duração na medida em que a sua utilização limita-se a minutos e o seu destino muitas vezes acaba por não ser a reciclagem.

 

 

Lisboa, 18 de outubro de 2018

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza