O movimento ProTEJO foi Prémio Quercus em 2017
A Quercus tomou conhecimento através da comunicação social que a empresa Celtejo instaurou um processo judicial ao cidadão Arlindo Marques, conhecido como “Guardião do Tejo”, reclamando o pagamento de 250 mil euros.
O cidadão Arlindo Marques integra o Movimento ProTEJO e tem sido incansável nos últimos anos a fazer denúncias, acompanhadas de fotografias e filmes vídeo, de inúmeras situações reais de episódios de poluição das águas do rio Tejo. A Quercus é também membro da ProTEJO.
Em muitas das situações registadas e denunciadas por Arlindo Marques existem fortes suspeitas da poluição existente no rio Tejo ser proveniente da Celtejo ou de indústrias de papel associadas.
De resto, a atribuição de responsabilidades a esta indústria de celulose ligada à fileira do eucalipto por poluição do rio Tejo foi feita publicamente por numerosas pessoas, nomeadamente por várias figuras públicas (ver lista de citações no final).
Assim, a Quercus considera que esta indústria ligada aos eucaliptos poderá estar a tentar condicionar o direito constitucional que todos os cidadãos têm de expressar livremente a sua opinião. Não deixa de ser curioso que não tenham sido interpostas ações judiciais contra políticos, deputados e outras figuras públicas e que a Celtejo venha fazer de bode expiatório este simples cidadão sem meios para fazer frente a este gigante da indústria.
A Quercus apela ao bom senso da Celtejo e pede para esta desistir da ação judicial que interpôs contra Arlindo Marques, uma vez que considera que esta não é a forma responsável nem correta da empresa lidar com os vários problemas que se têm registado ao longo dos últimos anos no rio Tejo.
Caso a Celtejo não retire a queixa contra este cidadão, a quem todos muito devemos pela forma como tem lutado pela qualidade da água do rio Tejo, a Quercus tentará travar este processo com todos os meios ao seu alcance.
Citações várias que provam que existem fortes suspeitas de a Celtejo ter responsabilidades na poluição do rio Tejo:
“O deputado social-democrata Duarte Marques acusa a Celtejo, uma fábrica de pasta papel em Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, de ser responsável por uma parte “significativa do problema de poluição do rio Tejo””
O observador 15/02/2016
http://observador.pt/2016/02/15/poluicao-no-tejo-duarte-marques-acusa-celtejo-autarquia-socialista/
“O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Santarém está já a investigar as denúncias de descargas poluentes no Rio Tejo por parte da empresa de celulose Celtejo.”
Jornal i 21/12/2017
https://ionline.sapo.pt/496347
“Bloco quer explicações do ministro do Ambiente sobre poluição no rio Tejo.”
“O partido quer medidas imediatas e recomenda ao Governo que determine a redução da produção da empresa Celtejo, em Vila Velha de Ródão, que deverá ser o principal foco de poluição do rio Tejo.”
SIC Notícias 03/11/2017
“A deputada do BE Mariana Mortágua considerou hoje, em Abrantes, que “o combate à poluição no rio Tejo não se faz porque ninguém tem coragem para enfrentar as indústrias de celulose”, dirigindo críticas ao PSD e ao Ministério do Ambiente.”
dnoticias.pt 02/12/2017
“De acordo com o vereador Luís Gomes (BE), em Dezembro de 2015 o actual governo, através do Ministério do Ambiente, identificou os efluentes da empresa Celtejo, em Vila Velha de Ródão, como um preocupante foco de poluição do rio Tejo. Entretanto, no final de 2016, e após sucessivos alertas e a persistência de descargas “já eram demasiado evidentes as consequências trágicas para o ambiente dos derrames poluidores pela empresa”.”
O Mirante 16/11/2017
“A Agência Portuguesa do Ambiente garante que está a fazer o seu trabalho. Em 2015, avançou com fiscalizações que resultaram em “autos de notícia por contra-ordenação”.
Entre as “potenciais fontes de poluição” estão a ETAR da empresa Queijo Saloio, de Abrantes; a ETAR/fossa de Ortiga I e II, das Águas de Lisboa e Vale do Tejo, a fossa do parque de Campismo de Ortiga, propriedade da câmara local; e as empresas Celtejo e Centroliva, a par da fossa da zona industrial, em Vila Velha de Ródão.
Todas as entidades foram notificadas para resolverem os problemas detectados, com excepção da Celtejo, cujo plano de investimentos, actualmente em análise, deverá incluir “medidas que permitam melhorar a qualidade dos efluentes”.”
Rádio Renascença 11/02/2016
http://rr.sapo.pt/noticia/46599/que_espuma_e_esta_que_turva_o_tejo
Lisboa, 22 de dezembro de 2017
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza