Está estabelecida uma parceria da Quercus com a AZU para defesa das massas de água no Distrito de Viseu onde têm sido realizadas visitas a locais que evidenciam ser focos de poluição.
Na sequência de uma visita que já tinha sido realizada à Praia Fluvial de Alcafache no rio Dão, que sofre de poluição que tem origem em atividades humanas em Mangualde, Viseu e Penalva do Castelo, foi feita, desta vez, uma visita à Ribeira de Calva – um afluente da margem esquerda do Rio Dão.
Apesar de estar já iniciada a construção de ETARs em Santar e em Moreira, a água nestes locais está a ser libertada na Ribeira de Calva sem tratamento.
Existe uma fossa séptica em Moreira de Baixo (Nelas) cujo mau funcionamento é visível a olho nu, com extravasamento das águas dos esgotos para os solos circundantes e para a Ribeira de Calva. O cheiro é nauseabundo e a água da ribeira está preta e nitidamente poluída. Nesta povoação de Nelas é frequente a pressão dos esgotos fazer saltar a tampa do saneamento com inundação da via pública com águas de esgoto contendo fezes, urina e papel higiénico.
De igual modo, uma outra fossa existente na aldeia de Pisão (Nelas) também extravasa as suas águas contaminadas para os solos circundantes e para a Ribeira de Calva originando o mesmo cenário de cheiros nauseabundos e águas poluídas.
Refira-se o facto de na Ribeira de Calva correr neste momento apenas água proveniente dos esgotos sem a presença de água natural do curso de água. Este facto é revelador da gravidade da situação.
As termas de S. Gemil e respetiva praia fluvial são diretamente afetadas pela poluição transportada por este afluente de Rio Dão.
As visitas para avaliação do estado das águas fluviais no Distrito de Viseu estão a ser realizadas com o intuito de organizar uma conferência em defesa da água a realizar pela AZU e pela Quercus em 2020.
Nelas, 10 de Outubro de 2019