Dadas as condições edafo-climáticas (solo e clima) prevalecentes, o coberto vegetal arbóreo é constituído essencialmente pela azinheira e, com menor representatividade, pelo sobreiro que formam por vezes extensos montados.
Verifica-se ainda a presença de outras Quercíneas como o carrasco nas áreas de menor perturbação antrópica, o carvalho-negral e o carvalho-cerquinho, muito pouco frequente, surge nas proximidades de Monforte da Beira onde as características do meio o permitem. A oliveira, o zambujeiro, o ulmeiro que, devido a doença (grafiose), corre graves riscos de se extinguir, o pinheiro-manso e o pinheiro-bravo encontram-se também representados na área do Tejo Internacional.
Nas zonas mais declivosas e/ou com afloramentos rochosos, e por conseguinte menos alteradas pelo Homem, as formações vegetais são constituídas por extensas manchas de matagal mediterrânico bastante diversificado, no qual se destacam espécies como: o zimbro-bravo, o medronheiro, a esteva, o rosmaninho, o alecrim, a roselha-grande, o sanganho-mouro, a aroeira, a cornalheira, que no Outono dá um novo colorido à paisagem, o lentisco, o aderno, o aderno-bastardo, o jasmineiro-do-monte, o tomilho ou bela-luz, o espinheiro-preto, o espargo-bravo-menor, o estrepes, a murta, o pilriteiro de lindas flores brancas, entre muitas outras.
Apesar de pouco frequentes, surgem nas margens dos cursos de água as seguintes espécies ripícolas: freixo, borrazeira-branca e borrazeira-preta. O amieiro, o oxicedro, o lodão-bastardo e o folhado vegetam, principalmente, junto aos rios Tejo, Erges e Ponsul.
O manto de flores multicolores que se forma na Primavera inclui, entre muitas outras espécies, os lírios, os narcisos (Narcissus spp.), o sapinho-roxo, a rara e bela rosa-albardeira e a dedaleira.
Das 298 espécies de plantas até ao momento inventariadas no Tejo Internacional, pertencentes a 76 famílias, cerca de 27 % são árvores e arbustos e as restantes 73% são herbáceas, figurando duas delas no Livro das Plantas a Proteger em Portugal Continental (DRAY, 1985), uma considerada Vulnerável (Loeflingia hispanica L.) e outra Rara (Cytinus ruber (Fourr.) Komarov). Do total, 17 espécies (5,7%) são consideradas endémicas e 21 (7%) exóticas, isto é, foram introduzidas na região e em Portugal, sendo o eucalipto-comum a espécie que ocupa maior área, enquanto as restantes são ornamentais (de ocorrência esporádica), produtoras de fruto (surgem na grande maioria das pequenas hortas), produtoras de madeira, etc.
A lista de fungos (cogumelos) existente na região é cada vez maior, pelo que as 24 espécies até ao momento identificadas, pertencentes a 4 classes, constituem apenas uma pequena parte da diversidade que ocorre no Tejo Internacional.
Se atendermos ao facto que pelo menos 37,5% das espécies inventariadas formam associações micorrízicas com as raízes das plantas, facilmente se percebe a importância destes seres vivos na sobrevivência de um vasto número de árvores e arbustos em condições ambientais tão adversas como as verificadas no Tejo Internacional.