Porto, 29 de Março de 2005 – Dez activistas do Greenpeace e da Quercus bloquearam hoje a entrada principal da Vicaima, em Armental, próximo a São João da Madeira, em protesto contra a utilização de madeiras tropicais provenientes de abate ilegal e destrutivo. Às 07h da manhã, os activistas colocaram no local uma faixa com a frase “Basta de madeira ilegal, comprem FSC”, impedindo os trabalhadores de entrarem nas instalações.
A Vicaima é uma das maiores processadoras de madeira em Portugal e um dos principais fabricantes de portas da Europa. Os produtos da empresa são comercializados em Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e em outros países europeus. A Vicaima compra grande parte da madeira à Madeiporto, da qual é proprietária. A Madeiporto é alegadamente uma das importadoras da madeira transportada pelo navio Skyman, bloqueado na passada semana pelo Greenpeace e pela Quercus quando entrava no porto de Leixões carregado de madeira de empresas envolvidas em abate ilegal na Amazónia brasileira.
O Greenpeace e a Quercus exigem que a Vicaima aceite parar de imediato com a compra de madeira proveniente de empresas condenadas pela actividade de abate ilegal e obtenha a certificação do Forest Stewardship Council (FSC) de modo a assegurar que a empresa comercialize produtos de madeira comprovadamente oriunda de florestas bem geridas (1).
“Se quisermos parar o comércio de madeira ilegal, empresas como a Vicaima têm de mudar a sua actuação. Não pode haver qualquer desculpa para continuar a comprar madeira proveniente de abate ilegal e destrutivo nas florestas tropicais”, disse Andy Tait, do Greenpeace.
Luís Galrão, vice-presidente da Quercus, disse que “além da acção por parte do Governo português, é essencial que as empresas nacionais do sector madeireiro tomem medidas para combater o comércio de madeira ilegal. Podem fazê-lo através da compra de madeira certificada pelo FSC”.
No final de 2004, o Greenpeace e a Quercus solicitaram a alguns importadores portugueses de madeira que subscrevessem uma declaração de apoio à campanha pela adopção de legislação comunitária proibindo a importação de madeira ilegal. A Vicaima foi uma das empresas que não responderam a esta solicitação.
Greenpeace e Quercus – ANCN
Notas: (1) O sistema de certificação do Forest Stewardship Council (FSC) para madeira e produtos de madeira providencia um sistema credível reconhecido internacionalmente, que assegura que a madeira é obtida de florestas geridas segundo fortes critérios ambientais e sociais.
Foto: Nick Cobbing / Greenpeace
Comunicados anteriores: 23/03 – Greenpeace e Quercus exigem que o Governo Português actue contra o comércio ilegal de madeiras 22/03 – Greenpeace e Quercus bloqueiam carregamento de madeira da Amazónia e desafiam o Governo português a parar o comércio de madeira ilegal Para saber mais: No QUERCUS Ambiente: Portugal – Porta de entrada para madeira ilegal