Alto Alentejo vai reciclar mais do dobro do que Lisboa ou Porto

O sistema de tratamento de resíduos urbanos da Valnor (grupo EGF), em Fronteira, no Distrito de Portalegre, que vai ser visitado amanhã (18 de Março) pelo Secretário de Estado do Ambiente, tem instalada uma tecnologia que vai permitir reciclar mais de 50% dos resíduos, ultrapassando largamente as taxas de reciclagem de sistemas como os de Lisboa (Valorsul) e do Porto (Lipor) que apostaram, há cerca de uma década, na incineração e não ultrapassam os 20% de reciclagem.

 

A tecnologia instalada recentemente na Valnor consiste no Tratamento Mecânico e Biológico (TMB), processo que permite a separação para reciclagem de grandes quantidades de plásticos, metais, vidros e cartão, através do tratamento mecânico e transformação dos resíduos orgânicos em composto (correctivo orgânico para os solos), através do tratamento biológico por compostagem.

 

Face aos dados já disponíveis, pode-se considerar que o sistema instalado na Valnor é dos mais eficientes em termos europeus.

 

Por isso, a Quercus considera muito relevante esta visita de um alto responsável do Ministério do Ambiente, mas lamenta que a Ministra do Ambiente, a Engª Dulce Pássaro, apesar da sugestão da Quercus, não participe também neste evento, perdendo assim uma excelente oportunidade para tomar contacto com esta realidade.

 

A Quercus espera que com a informação que vão recolher nesta visita, os responsáveis do Ministério do Ambiente compreendam melhor as propostas que a Quercus tem vindo a fazer no sentido de se instalarem mais unidades de TMB no País em vez de aterros ou incineradores.

 

Em concreto, a Quercus espera que o Ministério aplique os conhecimentos que vai adquirir e exija que no novo sistema de gestão de resíduos urbanos, a criar pela fusão entre a Valorsul e a Resioeste, o qual será de longe o maior do país, seja obrigatória a introdução da tecnologia de TMB para os resíduos da região do Oeste, em vez de serem enterrados ou incinerados como está previsto.

 

 

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

Lisboa, 17 de Março de 2010