Está previsto e iminente o abate de um conjunto de árvores centenárias, que fazem parte do património, imagem e memória coletiva de Vila Nova de Paiva, no contexto de um projeto de requalificação urbana que prevê a substituição destas árvores e jardins por um espaço inerte de betão e lajes de granito.
O impacto desta ação, aos níveis ambiental, patrimonial e paisagístico é muito significativo. Decorre uma petição que, em poucas horas, angariou mais de seis centenas de assinaturas. São muitos mais os que têm manifestado o seu protesto e firme oposição ao abate destas árvores.
As tílias foram plantadas em 1913 pela população local, havendo registo fotográfico deste acontecimento.
Os carvalhos do Largo da Restauração terão começado a ser plantados há 400 anos, também pela população, tendo sido entregue às famílias o seu usufruto. Há ainda um jardim, onde existem diversas árvores de outras espécies, algumas delas também elas centenárias, que irá dar lugar a um parque estacionamento.
A Quercus associa-se ao protesto dos cidadãos de Vila Nova de Paiva e considera que árvores centenárias que marcaram várias gerações não podem ser descartadas de um momento para o outro como se fossem uma embalagem de plástico.
Num planeta em que todas as árvores contam para fazer face aos problemas da perda de biodiversidade e às alterações climáticas, este tipo de abate gratuito não faz qualquer sentido.
O abate, a acontecer, será um péssimo exemplo às gerações mais novas pois é necessário fazer passar a mensagem que as árvores são importantes e devem ser preservadas, e não a mensagem de que as árvores são seres sem importância que que podem ser eliminadas por um qualquer capricho.
A Quercus chama também a atenção para o facto da época das podas ser de Novembro a Janeiro quando as árvores estão em paragem vegetativa.
O corte de árvores só se justifica em caso de risco iminente de queda, total ou parcial, que possa causar danos em pessoas e bens. Assim a avaliação deve ser feira árvore a árvore com recurso a especialistas e equipamento próprio de modo a obter um correto diagnóstico que possa servir de apoio às decisões de gestão do arvoredo. Não temos conhecimento de nenhum procedimento deste tipo neste caso de Vila Nova de Paiva, o que não é certamente por falta de recursos uma vez entidades que têm todos os recursos para efetuar este tipo de avaliações, como por exemplo o Instituto Politécnico de Viseu ou a UTAD.
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Viseu, 14 de outubro de 2019